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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Justamente nesse momento, em que o mundo parece precisar, mais do que nunca, de um organismo internacional respeitável e de caráter intergovernamental, para impedir que uma nova guerra mundial se alastre por todo o planeta, as Nações Unidas atravessam o que pode ser considerada sua mais severa crise interna de gestão e, portanto, de credibilidade. Essa é uma péssima notícia para o mundo, que vinha tendo, nesse órgão, ao menos uma chance de mediação política desses conflitos.
Ao caminhar para a irrelevância, nesse século XXI, diante de um mundo que parece se dissolver sob nossos pés, a ONU pode se transformar de solução a mais um problema a ser enfrentado. Uma reforma interna dentro desse organismo é urgente, antes que os ponteiros do relógio do apocalipse marquem a meia noite do planeta.
O problema é que não há sinais de que os principais países que compõem esse órgão estejam interessados, neste momento, em fazer esforços para melhorá-lo. A questão é velha conhecida do Ocidente e se prende ao fato de que a política partidária e ideológica, fora de seu contexto natural, ou fora de lugar, sempre foi prejudicial ao bom funcionamento de organismos suprapartidários. Isso que acontece aqui no Brasil, com a politização de instâncias que deveriam ser infensas a partidarismos, ocorre em outros países e, na ONU, não tem sido diferente.
A politização ideológica das Nações Unidas, observada por todos, tem arrastado esse organismo para a vala das nulidades, tornando-a inoperante, num mundo em que as polarizações são cada vez mais visíveis. A situação chegou ao seu ponto máximo nesta 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU (AGNU79). Nesse encontro, não faltaram críticas ao organismo vindas de todas as partes do mundo, sobretudo, ao modo como a ONU vem se posicionando politicamente.
Nem mesmo o governo brasileiro atual, mais alinhado politicamente a essa gestão da ONU, deixou de reclamar da condução desse órgão, que hoje demonstra fraqueza em negociar e a dialogar em busca da paz, justamente agora em que o mundo apresenta um número recorde de conflitos, desde a Segunda Grande Guerra.
Os sinais de que essa crise interna da ONU vai num crescendo perigoso foram dados, agora, por meio do ministro dos negócios estrangeiros israelense, Israel Katz, ao declarar que o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, passou a ser considerado “persona non grata”, sendo proibido de entrar em Israel. Para Katz, Guterres vai ser lembrado como uma “mancha na história da ONU”. Esse fato, por seu simbolismo, diz muito sobre o momento atual da ONU. Com esse gesto, o secretário-geral da ONU perde sua capacidade política de mediar um dos mais perigosos conflitos atuais, tornando-o numa figura meramente decorativa e sem poder moral para negociar. É um golpe na própria ONU.
Para o ministro de Israel, Guterres, por sua posição política à esquerda, tem demonstrado apoio aos terroristas do Hamas, Hezbollah e Houthis. “A ONU perdeu o sentido de existência e está hoje em estado de putrefação, imersa na ideologia progressista-globalista, casada com comunistas, prostituta de ditaduras e amante de tiranos”, afirmou Israel Katz. Para um planeta já envolto com problemas do aquecimento global e mudanças climáticas, que colocam a humanidade numa encruzilhada nunca antes experenciada, a desmoralização da ONU e de seu secretário-geral é mais um ingrediente a ser somado a essa distopia em que nos encontramos.
Se está ruim com a ONU atual, pior será sem ela. Aí será um “Deus nos acuda!”, porque as mesas de negociação estarão viradas ao avesso. É necessário, neste momento, não destruir as pontes existentes. A questão aqui é fazer uma reforma da ONU, acabando com a politização interna, o que parece fácil; ou deixar que ela afunde, juntamente, com o restante do mundo, o que, pelo visto, é mais fácil ainda.
A frase que foi pronunciada:
“Uma das principais lições que aprendi nos últimos cinco anos como Secretário-Geral é que as Nações Unidas não podem funcionar adequadamente sem o apoio da comunidade empresarial e da sociedade civil. Precisamos ter apoio tripartite – os governos, as comunidades empresariais e a sociedade civil.”
Ban Ki-moon
Novos dias
Ouvir o taramelado das araras pelo Lago Norte faz o pensamento voltar às aulas de música da Neusa França. no Jardim de Infância da 308 Sul. Só lá tinha uma arara que convivia com a criançada. Hoje, são várias famílias da ave cruzando o céu no pôr do sol para abrigos em palmeiras de moradores da região que cuidam e protegem.
História de Brasília
Em que pêse os ensinamentos do tratadista João Monteiro sôbre o sentido jurídico da palavra intimação, encontrei no velho Caldas Aulete em abono do referido termo esta definição: “falar com arrogância ao mandar”, e não é este o caso, cremos nós. (Publicada em 18.02.1962)
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Nessa quarta-feira, 3 de maio, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), fez publicar em vários jornais do país, inclusive aqui no Correio Braziliense, um chamado para lembrar as comemorações pelo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. É preciso destacar que, desde sempre, essa entidade tem se empenhado na promoção e defesa dos direitos humanos, o que inclui, nesse caso específico, a liberdade de expressão e sua congênere, a liberdade de imprensa.
Ao longo de todos esses anos, a organização vem atuando por meio de atividades de sensibilização e monitoramento, para que esses direitos sejam respeitados em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, a UNESCO vem, nesses últimos anos, acompanhando, de perto e com profunda preocupação, as seguidas ameaças à liberdade de expressão e, particularmente, com relação à independência da imprensa, principalmente aquela que não integra os grandes canais de mídia do país.
Não é segredo para ninguém que a UNESCO tem defendido, abertamente e sem falsas retóricas, a independência da mídia e o pluralismo das ideias, como fatores fundamentais para a democratização e, sobretudo, para a construção de uma paz e tolerância verdadeiras. Para isso, a organização tem oferecido uma gama de serviços de assessoria em legislação midiática, como o objetivo de sensibilizar governos, parlamentares e outros tomadores de decisão sobre a importância desses princípios básicos.
A UNESCO tem atuado fortemente para garantir que a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa sejam respeitadas em todo o mundo, pois ela é a base de toda e qualquer democracia. Sem o pluralismo de ideias, todos os esforços em busca de um Estado Democrático de Direito são inócuos. Ditaduras só sobrevivem com a decretação do silêncio dos opositores. Não há paz possível, na sociedade, quando o pluralismo de ideias deixa de existir. Não por outra razão, nos países onde imperam as ditaduras, há sempre a presença da instabilidade social, política e econômica, o que leva esses países a amargarem os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), e de bem-estar de suas populações.
Nesses últimos anos, não tem sido fácil, a esse organismo, o papel de monitoramento e proteção da liberdade de expressão e de imprensa, já que o mundo parece caminhar em sentido oposto e em direção ao fechamento político dos Estados. Mesmo prestando atenção especial a países em situações de conflito, pós-conflito e de transição, o trabalho dessa organização, neste mundo distópico que vai nos prendendo numa espécie de areia movediça, parece ficar cada vez mais penoso e distante, com nações inteiras mergulhando de cabeça no inferno das ditaduras, acreditando ser o radicalismo o melhor caminho a ser seguido, nesses tempos de crise.
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado em 3 de maio, é uma oportunidade importante para a UNESCO e outras organizações que lutam pela liberdade de expressão e de imprensa destacarem a importância dessas conquistas para o bem da humanidade. O Prêmio Mundial de Liberdade de Imprensa UNESCO-Guillermo Cano é uma iniciativa que reconhece e celebra indivíduos e organizações que fizeram contribuições notáveis para a promoção e proteção da liberdade de expressão. Combater os discursos de ódio e extremismo nas redes é também um desafio complexo que exige uma abordagem multifacetada, mas sempre dentro dos princípios do pluralismo.
Algumas estratégias que poderiam ajudar a enfrentar esse problema, além do próprio marco da Internet, que já existe e que tem sido referência para outros países, poderiam conter a promoção da educação em mídia, o que poderia ajudar a aumentar a compreensão das pessoas sobre como as notícias e informações são produzidas, bem como a identificar a desinformação e o discurso de ódio.
Seria necessário ainda fomentar o diálogo e a empatia como meios para auxiliar na redução, na polarização e nas hostilidades, criando um espaço para discussões construtivas e sempre respeitosas. Outras medidas seriam a do fortalecimento nas leis já existentes, bem como seu cumprimento. Para os discursos de ódio, que parecem ter se espalhado por todas as redes, a responsabilização direta de quem a produziu e de quem a veiculou é sempre uma tarefa fácil para a polícia.
Incentivar a diversidade e a inclusão pode ser de grande valia, pois propicia a criação de um ambiente mais tolerante e aberto ao diálogo. Apoiar a mídia independente e a liberdade de imprensa é também uma estratégia positiva, pois são fundamentais para a pacificação da sociedade e, portanto, devem ser protegidas e incentivadas sempre. Sem essa pacificação do país, conflagrado desde que surgiram os primeiros discursos de ódio e repetiam o bordão: nós contra eles, não haverá legislação ou outra medida legal capaz de trazer o debate civilizado de volta. A censura apenas irá colocar mais gasolina na fogueira, incendiando um país ainda neófito em termos de democracia, e que parece não ter aprendido nada ao longo de sua história.
A frase que foi pronunciada:
“Se a liberdade significa alguma coisa, significa o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir.”
George Orwell
História de Brasília
Os pacotes de 5 quilos de arroz a 35 cruzeiros são disputados a cotoveladas e empurrões, e cada comprador leva a quantidade que deseja.
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Foi dito antes, aqui neste mesmo espaço, que a introdução, sem critérios e de forma amadora, de elementos políticos e ideológicos, nos assuntos de interesse do Estado, não resulta em ganhos para o país, como ainda reduz o espaço de manobra do Brasil no cenário internacional, atraindo, para nossa esfera de relações, problemas que não nos dizem respeito.
Parece que a falta de profissionalismo e o retorno aos anos sessenta, da guerra fria, antepondo comunismo e capitalismo num estado beligerante permanente, estão de volta à diplomacia do Brasil. É uma pena! Com isso, seguimos encolhendo, ante o mundo civilizado, seguindo os mesmos passos que nos transformaram num anão político, birrento e ciclotímico, defendendo o indefensável e nos aliando a párias internacionais que as grandes democracias do mundo civilizado têm reiteradamente condenado. Engana-se quem pensa que esse revival anacrônico de um terceiro-mundismo tem a ver com questões econômicas ou algo do gênero. Essa associação e esse acolhimento tanto ao ditador da Nicarágua, como ao governo dos Aiatolás do Irã, inserem-se dentro de uma lógica que atende apenas a uma pequena parcela aguerrida dentro do partido do atual governo, que vê, nesses amigos de ocasião, uma forma de manter a velha e vazia aparência revolucionária.
O silêncio do atual governo brasileiro no Conselho de Direitos Humanos da ONU, nesta última sexta-feira, abstendo-se em condenar o governo de Daniel Ortega da Nicarágua, por uma série infinda de crimes contra opositores políticos, estudantes, membros da igreja Católica e de outras religiões naquele país, envergonham sobremaneira os brasileiros de bem ao nos colocar no mesmo patamar daqueles que nada sentem diante das ações violentas que o governo nicaraguense vem promovendo contra seu próprio povo e contra todos que ousam questioná-lo. Desde que chegou ao poder Ortega vem mandando prender e até eliminar seus opositores. Tem mantido também uma perseguição aos religiosos e os acusa de irem contra os princípios revolucionários que prega.
Nada menos do que 53 países, as maiores democracias do planeta, manifestaram, em documento, contra o verdadeiro massacre que Ortega comete em seu país. O governo brasileiro preferiu a companhia de Ortega e de seus sandinistas criminosos. No caso do navio de guerra iraniano atracado no porto do Rio de Janeiro, com as bençãos do atual governo, o que se vê, mais uma vez, é o reaproximação com os sanguinários Aiatolás, acusados pelos Estados Unidos e pela Europa de promoverem o terrorismo internacional nos quatro cantos do planeta e de seguidas violações dos Direitos Humanos naquele país, com execuções e prisões em massa.
O atual governo brasileiro não só acolheu a embarcação suspeita como participou de solenidade reservada a bordo do navio. Com isso, compra uma desnecessária e prejudicial briga com os EUA, inserindo-se entre as nações suspeitas de abrigar terroristas e suas ações. Também essa reaproximação em nada contribui, de forma prática ou econômica para o Brasil, significando muito mais um ato de rebelião contra os EUA e um sinal claro para Israel, que mostra bem de que lado o Governo Brasileiro se posiciona no xadrez internacional. Ao lado dos perdedores de sempre.
A frase que foi pronunciada:
“A política externa do governo Lula é digna de um grêmio estudantil: só apoia ditaduras”
JRGuzzo, na Gazeta do Povo
Imagens
Um caso que nasceu da mentira e foi responsável pela morte de milhões de crianças inocentes. Roe vs Wade. Jane Roe, que não queria o filho, disse que foi estuprada. Pediu à Justiça que autorizasse o aborto. Conseguiu. Motivo torpe, egoísta de repercussão devastadora. Agora, em 2023, com a tecnologia disponível, é possível ver a luta do feto, expressão de dor, a cores e em três dimensões. Talvez por isso alguns estados reconheceram o crime.
Treze
Nesta semana, a o moderníssimo governo da Califórnia avisa que não admite farmácias que não vendam pílulas abortivas. A narrativa de que é preciso proteger as mulheres esconde as mulheres e homens abortados. Se o aborto fosse mesmo seguro para a mulher, a ativista María del Valle González Lopes, de 23 anos, e outras tantas mulheres não teriam morrido após abortarem legalmente. Mas o que esperar de um país que pula o número 13 nos botões do elevador por achar que dá azar.
História de Brasília
Na impossibilidade, sugeriríamos à Novacap ceder o Pavilhão da Spevea, no caminho do Hotel, ou uma sala da LBA, um pouco mais adiante. Se há alunos, rejeitar esse trabalho especializado é que é inconveniente. (Publicada em 17.03.1962)
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Com a polarização exacerbada presente ainda entre nós, nossa guerra fria interna parece longe do fim, por mais que insistam em dizer o contrário. Num ambiente assim irresoluto, melhor lançar os olhos para longe, para alguns milhares de quilômetros daqui e colocá-los focados noutra guerra, essa mais real, até mais direta e com alvos específicos, na qual a morte e a destruição tabelam o preço a ser pago pela beligerância. Quem sabe, nesse conflito distante, possamos aprender algumas lições úteis para o futuro.
Neste mês, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia completou um ano. Período em que nem todo aparato do mundo civilizado, com sofisticação e o aplomb dos diplomatas tem conseguido resolver. Por isso mesmo, a diplomacia, com seus punhos de branca renda, cede lugar aos uniformes rudes dos militares. Soldados, aliás, que se matam uns aos outros, sem ao menos ter motivos e objetivos para tanto. A favor dessa guerra insana, temos pelo menos o fato de que o inimigo lá fora é conhecido e identificável em cada lado da fronteira.
Por aqui, o inimigo está camuflado nas redes, nos bastidores dos partidos e em outras altas instâncias, afirmando ser o que não é. Se nossa guerra é surda e feita no calar do oponente, lá fora, naqueles longínquos países, ela é estridente. Os canhões, esses modernos caixões blindados motorizados, rugem e clamam por mais conflito, convidando o mundo para entrar nesse baile macabro sem propósitos.
Longe do cenário da guerra, as indústrias de armamentos seguem fabricando seus obuses e toda a maquinaria bélica. A produção não para. Os indicadores de exportações nesse setor, estão apontando para cima. O dinheiro flui para esses empresários. Cada combatente caído representa mais e mais lucros. Talvez por isso mesmo as armas devam ser projetadas para matar em pequenas quantidades. De modo a fazer a guerra se estender ainda mais.
Uma bomba, do tipo nuclear, acabaria de uma vez com todo esse negócio que rende com a morte, cessando os lucros de imediato. Não que essa possibilidade não esteja na pauta e na cabeça desse pequeno Napoleão, graduado na escola da KGB. A Organização das Nações Unidas (ONU), outro sujeito indireto desse conflito, tem se revelada incapaz de manter o que ordena sua Carta, cessando esse conflito com respaldo do mundo moderno. E esse é também um outro perigo. Pensar que nem a ONU, com todo o seu poderio, prestígio e recursos, tem conseguido fazer o cessar fogo, o que aumenta o temor de que estamos sós ou na melhor das hipóteses andando e uma corda bamba sobre o precipício.
As armas atômicas, que ainda são multiplicadas, mundo afora, deram aos países que as possuem, razões para desprezar a paz. Pelo menos, nesse conflito específico, o mundo sabe de que lado deve ficar, mesmo que não assuma uma posição dentro das trincheiras. Dizer, como muitos o fazem, que esse é um problema distante e não nos diz respeito é um engano. “Nada do que é humano me é estranho”, ensinava Terêncio (195a.C-185 a.C).
Queiramos, ou não, essa é uma guerra de todos, se não pelos seus efeitos, porque nela morrem indivíduos, na sua maioria jovens, muitos deles parecidos e sonhadores como nossos filhos e netos. Prestar atenção nesse conflito pode nos ser útil. Quem sabe possamos aprender a inutilidade de todas as guerras e de todas as polarizações políticas. Nenhum desses velhos senhores, daqui e de além-mar valem o esforço de cisões e muito menos a vida de quem quer que seja.
A frase que foi pronunciada:
“A democracia é mais vingativa do que os gabinetes. As guerras dos povos serão mais terríveis do que as dos reis.”
Winston Churchill
Novidade
No início de abril, o Hospital de Base deve estar com cozinha nova. Ao visitar o local, a governadora em exercício, Celina Leão, viu a necessidade de uma reforma substancial. Vamos acompanhar.
Para uns
Gastos com dívida consumiram 46,3% do Orçamento Federal em 2022. Imaginem os contribuintes quanto gastam para estar em dia com o governo local e federal. No cafezinho da Câmara, a questão era: afinal, pagar dívida é certo ou não?
Quase 3 milhões
É impressionante como o jornalista Alexandre Garcia registra fatos constantemente não abordados na mídia tradicional. Veja, a seguir, o post importantíssimo feito nesta semana. Alexandre dá um exemplo da democracia que conhecemos. “Ao final deixe o gostei ou não gostei.”
História de Brasília
Os Institutos concordaram com a Prefeitura em pagar o ajardinamento das superquadras, e uma concorrência foi anulada. Esta, a razão de não ter sido iniciado o serviço. (Publicada em 17/3/1962)
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Em algum momento de nossas vidas, haveremos de nos deparar com atoleiros, que impedirão o avanço em qualquer direção. Do mesmo modo, governos e nações enfrentam essas barreiras e imprevistos. O jeito é parar e refletir tanto sobre os caminhos que nos levaram ao brejo, como nos meios capazes de nos retirar desse impasse que, por um tempo, parece nos tragar como areia movediça.
Em situações como essa, quanto mais você se move e age de modo irracional, mais afunda. O Brasil e os brasileiros estão, neste momento, imersos nesse tipo de pântano sem fundo. Há uma espécie de inconsciente coletivo, herdado de nossa história colonial comum, que, com sua mão invisível, nos conduz a esses espaços abissais, onde não podemos nos mover sob pena de complicar, ainda mais, nossa situação de momento.
Às vésperas das eleições gerais, essa é a situação atual da nação. Não há respostas prontas ou soluções fáceis. Um olhar distante sobre nossas fronteiras mostra que outras nações e governos estão, neste momento, mergulhados em seus atoleiros.
Na Europa, de modo geral, é o que se assiste. Mais à Leste, a Rússia encontrou seu atoleiro. Não por acaso, já que foi em busca dele. A Guerra particular de Putin contra a Ucrânia vai se mostrando um enorme atoleiro para as tropas russas. Curiosamente, a Ucrânia é, por sua configuração geológica, repleta de áreas onde existem essas traiçoeiras areias movediças. O melhor da juventude russa e ucraniana vai sendo dizimado nesse conflito insano. Seguir em frente com essa guerra, que já conta com a ajuda militar e de armas de outros países, de um lado e de outro, é afundar, ainda mais, nesse pântano, conduzindo o mundo para um conflito generalizado e sem vencedores.
Também a China, a exemplo dos russos, mira seu atoleiro na ilha de Taiwan. Os Estados Unidos também conheceram o seu pântano, quando enviaram suas tropas para o Vietnã. Precisaram sair às pressas, com as calças nas mãos.
Em nosso continente, muitas são as nações que se encontram agora atoladas e imóveis em seus brejos. Venezuela, Argentina, para ficar apenas nesses dois países, vão afundando aos olhos de todos. Os motivos e as causas são conhecidos e, mesmo assim, não foram evitadas a tempo. Também em nosso caso particular, as causas e motivos que permitiram e nos lançaram nesse atoleiro são conhecidas.
Num sentido figurado, é como você soltar uma cobra venenosa dentro de uma sala escura, apertada e cheia de gente. Salve-se quem puder! Ou seja, salvam-se apenas aqueles que, por sua força bruta, podem escalar pontos mais altos, usando para isso as costas dos mais fracos. Num ambiente hostil dessa natureza, ficar imóvel, pode representar um verdadeiro movimento para a salvação.
Assim como a Rússia se deparou com seu atoleiro ao invadir a Ucrânia, encontramos também nossa areia movediça ao adentrarmos, de cabeça, no campo da política sem ética e da disputa pela disputa.
A frase que foi pronunciada:
“A história nos desafia para grandes serviços, nos consagrará se os fizermos, nos repudiará se desertarmos.”
Ulysses Guimarães
Cidade
Pessoal queimando folhas no próprio terreno está deixando vizinhos asfixiados. A falta de empatia e chuva está deixando Brasília uma cidade diferente do que era.
Passeio
Entre 9h e 17h deste domingo, a Força Aérea de Brasília ficará aberta para receber a população com diversas atrações.
Reforma
Mais transparência às atividades. Esse é o intuito da Lei 13.709/18, conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A Corregedoria Nacional de Justiça deu 180 dias para que os cartórios tomem as providências para modificar os procedimentos técnicos e adotar as novas medidas estabelecidas.
Sem respostas
Por falar em LGPD, Jusbrasil é um portal destinado à publicidade de atos dos tribunais. A diferença é que a busca nos portais da Justiça é mais detalhada. Já o Jusbrasil rasga a vida do cidadão até com dados mortos, que ficam expostos ao público depois de terem sido resolvidos. No Reclame Aqui, é uma enxurrada de protestos! Retirar as informações do portal? Impossível! E o pior: se quiser ter acesso a mais detalhes do que já estão disponibilizados pelos tribunais, há que se desembolsar por volta de R$30/mensais.
História de Brasília
Atrás da escola há um boteco. Os bêbados ficam soltando palavrões, e as professôras procuram superar os nomes feios com os ensinamentos em voz mais alta. (Publicada em 10.03.1962)
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Ditaduras, em todo o tempo e lugar, seja de matiz esquerdista ou de direita, sempre se alimentaram de carne humana. Não por outro motivo, seus exércitos se somam aos milhões. Um único tirano, com apenas uma boca, dois olhos e dois ouvidos, controla e submete dezenas de milhões de pessoas, apenas porque conta com a submissão de outros milhões de olhos, ouvidos e bocas para denunciar e informá-lo do que se passa.
Embora seja um indivíduo solitário e desconfiado, o ditador sobrevive graças aos aduladores à sua volta. Sem essa rede de intrigas, formada por um colosso de outros indivíduos sem escrúpulos, nada poderia fazer. Para uns tantos que não escapam com vida da brutalidade da repressão interna, restam as guerras açuladas além das fronteiras, contra tudo e contra todos, para onde enviam milhares de soldados na flor da idade, diretamente para a morte certa.
Campos de batalhas, assim como as prisões internas, cuidam diariamente de ceifar vidas, para o gáudio desses novos Césares. Com isso, a economia desses verdadeiros cárceres em forma de Estado possuem, na indústria de armamentos e na construção de uma máquina de guerra fabulosa, sem principal ativo, a empregar mão de obra semiescravizada na produção de bombas, canhões e outros artefatos bélicos.
Ditadores não vivem sem o cheiro de carne fresca e de sangue. Enquanto mobilizam toda a nação num esforço de guerra sem fim, que ele mesmo passa a inventar no dia a dia, talvez para pôr a prova sua virilidade paranoica, cuida ele mesmo de enriquecer, escondendo e camuflando os recursos públicos em paraísos fiscais, usando de empresários sem escrúpulos como laranjas para seus propósitos criminosos.
O mundo civilizado faz cara de paisagem para esses personagens, desde que ele cuide apenas de destruir e reduzir a cinzas países de menor importância. O problema aí é que, cedo ou tarde, a falência interna de suas economias forçam esses facínoras a buscar atritos em territórios de interesse estratégico e econômico para os países civilizados.
Somente nesse momento é que seus crimes passam a ser revelados, começando a ganhar manchetes e a chegar ao conhecimento do público. O mundo dito civilizado sempre foi indiferente aos crimes de guerra, quando cometidos contra populações e minorias sem expressão ou interesse econômico.
Notícias dando conta agora que o ditador russo Putin assinou decreto incorporando quase 150 mil homens e mulheres às Forças Armadas daquele país, dá uma mostra ao mundo do modus operandi desse déspota, que, em pleno século XXI e à vista do planeta, obriga sua nação jovem a ir morrer longe de casa, sem causa ou qualquer efeito para esse senhor da guerra. A biografia desse senhor mostra que, desde que chegou ao poder, há mais de duas décadas, não houve um dia sequer sem que o valoroso povo russo não fosse empurrado para conflitos externos. A lista de mortos debitadas a Putin vai assim caminhando a passos largos, para se equiparar a outros conhecidos facínoras do século XX, um dos quais, Stalin, seu mentor espiritual, que, por acaso, vem a ser também seu conterrâneo.
O que assusta é o silêncio do mundo e, sobretudo, dos países que integram o BRICS, principalmente o Brasil, por fazer parcerias econômicas justamente com aquele governo, que, um dia, terá que prestar contas de seus malfeitos. Aliados, mesmo que na economia, são em casos gravosos como esse mais do que parceiros de comércio, são cúmplices de crimes contra a humanidade.
A frase que foi pronunciada:
“A menor minoria é o indivíduo. Quem não respeita os direitos do indivíduo não pode pretender defender os direitos das minorias.”
Ayn Rand
Antes que seja tarde
Chama a atenção do país, o Dr. Rogério Reis Devisate, sobre o Projeto de Lei 2963/19, que que modifica a legislação brasileira sobre a venda de terras a estrangeiros. Segundo o advogado, o PL é inconstitucional e lesivo à segurança e, por reflexo, atentatório à soberania nacional.
–> Leia o artigo clicando aqui: PL 2963/2019 é inconstitucional e lesivo à segurança nacional.
Sensacional
Uma lista completa dos restaurantes de Brasília comandados por cearenses. Trata-se de uma pesquisa minuciosa elaborada pela Casa do Ceará, que traz nome do restaurante, nome dos cearenses, endereço, telefone e e-mail. Só o Coco Bambu não quis que os nomes fossem publicados, o que valeu o registro: “Excluído da relação por estúpida solicitação dos donos, em Brasília. Seja feita sua vontade.”
Sabedoria
Depois de ouvir a decisão do ministro Alexandre Moraes no radinho da parada de ônibus da Praça dos Três Poderes, seu Manoel saiu-se com essa: “Melhor manter o verde amarelo. Parece que esse pessoal está atrás de sangue!”
História de Brasília
Nós havíamos dado uma nota sôbre o conserto de carros particulares na garagem da Prefeitura. Realmente, a aragem fica no bloco 1 dos Ministérios, mas é da TCB, e ontem havia 7 caros, 2 bicicletas e 1 motocicleta aguardando conserto. (Publicada em 09.03.1962)
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Sabendo que as guerras são todas elas travadas em nome do dinheiro, não é de se estranhar que, nesses jogos da morte, os ricos, que permanecem na retaguarda, ponham, na frente de batalha, apenas a parcela pobre da população, que irá lutar por uma causa que não lhe diz respeito. É isso, em síntese, o leitmotiv de todas as guerras e que mostra bem quem perde e quem ganha com esses conflitos, não sendo diferente, no caso atual envolvendo a Ucrânia e a Rússia. Esse é, de fato, um conflito sangrento, que deveria ser denominado mais apropriadamente como a Guerra de Putin.
Ele é, diretamente, o principal protagonista desse conflito, sua razão e finalidade, sendo também aquele que, permanecendo em segurança, distante a milhares de quilômetros do front, ordena, sem remorsos e por uma pulsão incontrolável de morte, que jovens, de famílias pobres e sem perspectiva, marchem unidos em direção aos campos de morte.
Desde que chegou ao poder naquele país do Leste Europeu em 1999, tem sido essa a estratégia macabra de Putin, um ex-integrante da tenebrosa KGB, um indivíduo claramente paranoico e perturbado pelos anos de treinamento como espião, capaz de suspeitar da própria sombra. Um personagem que vem fazendo história como o mais novo genocida do século XXI.
Em seu currículo, todo ele escrito com as tintas rubras de sangue, já acumula um rastro de mais de cinco guerras oficiais, em suas fronteiras próximas e longe delas, e um número incontável de outras escaramuças, onde tem deixado rastro de centenas de milhares de mortes, de todas as idades, de todos os credos e culturas.
Para tanto, não hesita em movimentar sua numerosa máquina de guerra, toda ela comandada pelos maiores e mais estrelados carniceiros e assassinos de alta patente da atualidade, cuja missão é destruir tudo e matar, indiscriminadamente, todos pela frente. São verdadeiros açougueiros, treinados para matar, todos eles apresentando o peito cheio de medalhas vazias, que nada mais representam do que os números de cadáveres que colecionam em suas missões.
Para dar prosseguimento livre a um governo tão brutal, Putin persegue e manda prender, envenenar e assassinar todos os opositores, reprimindo e censurando a imprensa interna, controlando o parlamento, a justiça e a economia do país, pondo, à frente das empresas do Estado, pessoas ligadas diretamente a ele, num esquema que vem sendo conhecido agora pelo mundo, com a prisão de muitos oligarcas bilionários ligados ao poder. Enquanto a população empobrece, a olhos vistos, privada de tudo, esses oligarcas e o próprio Putin, juntamente com a indústria de armamentos, de petróleo do país, todos eles mancomunados com o ditador eslavo, já não sabem onde esconder e lavar tanto dinheiro desviado dos cofres públicos.
Trata-se aqui de um autêntico criminoso de guerra, a quem o mundo vai conhecendo e tomando medo e ojeriza. Por isso e não apenas por isso, deveria merecer, por parte das autoridades do Brasil, caso tivéssemos ainda algum traço de dignidade e senso de ética, todo o repúdio e condenação, afastando nosso país de todo e qualquer relacionamento com aquele Estado, enquanto esse ditador não for devidamente afastado do cargo e julgado por seus crimes contra a humanidade.
Envergonha, aos brasileiros de bem, que o atual presidente da República tenha realizado, junto com sua família, uma visita amistosa a esse tirano, em plena guerra, emprestando-lhe solidariedade em nome do povo.
Não pode haver solidariedade com criminosos e, por certo, os cidadãos de bem não endossam esse apoio a alguém que será julgado com toda a severidade pela história. Há ainda, nesse caso, o olhar cúmplice e sempre de paisagem feito pela diplomacia do Itamaraty, alheio a esses fatos sangrentos e a uma relação que nos afronta e amedronta.
Infelizmente, desde o nascer do século XXI, o Ministério das Relações Exteriores não apenas parece ter perdido o respeito do resto do mundo, como perdeu o próprio rumo, andando às voltas, como cachorro doido que corre atrás do próprio rabo.
A frase que foi pronunciada:
“Honrando a memória das vítimas do Holocausto, no qual morreram mais de dois milhões de judeus ucranianos, a Ucrânia pede a Israel que também reconheça o Holodomor como um ato de genocídio contra o povo ucraniano.”
Volodymyr Zelensky
Saúde!
Vamos para o terceiro ano de pandemia e até hoje uma campanha muito tímida em termos de divulgação está no portal do Ministério da Saúde. Prepare-se: espirro só na dobra do braço! Na padaria do Lago Norte, senhora com joias expostas pelo corpo não teve dúvida. Baixou a máscara e espirrou com vontade no ambiente fechado. Veja, a seguir, uma pesquisa feita sobre o alcance dos espirros e a melhor forma de espirrar. Veja também as gotículas alçando voo pelo espaço em câmera lenta.
Responde com sinceridade
Se faltam funcionários na Secretaria de Saúde, sugerimos uma solução. Estamos na era da informática. As informações no portal da Secretaria de Saúde do GDF estão defasadas. É preciso contratar apenas uma equipe para manter o portal atualizado, já que não há telefone nas Unidades de Saúde.
História de Brasília
Quando a Novacap quer, mesmo, tomar uma decisão jurídica, entrega o assunto ao dr. Bessa. Esta nota vem a propósito da regularização que está sendo feita junto aos comerciantes que ocupam lojas da Novacap. (Publicada em 01.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Guerras, quer queiram, quer não, também podem ser enquadradas na categoria de processos didáticos. Ao menos no que diz respeito às lições e aos exemplos de tudo o que não deve ser feito. Mesmo sabendo que as guerras se alimentam famintas do sangue humano, há nelas aquela parcela de humanidade que nos faz refletir sobre a possibilidade sempre perdida de buscarmos a luz do humanismo dentro de nós mesmos.
O que se expressa nesse teatro de horrores é nossa metade niilista, escondida em nossas sombras e que nos faz mover, dentro da pulsão de morte, no embate permanente entre Eros e Tânatos. Eis-nos na guerra com a nossa meia face animal, todo feito de instintos, como uma cicatriz profunda e marcante que trazemos desde a pré-história humana.
Espantoso notar que a maioria absoluta de todos aqueles que se vêm diretamente imersos nesse mar de sangue são justamente aqueles que mais anseiam por manter distância desse pesadelo. Infelizmente, aqueles que escrevem, nas minúcias das estratégias militares, todo esse bailado de morte permanecem bem distantes desse palco, na paz e no aconchego aquecido de seus lares, em segurança com a família, vendo pelo noticiário o empilhar de corpos que aumenta do dia para a noite.
Difícil encontrar, numa guerra fratricida, quem verdadeiramente odeie, de morte, seu semelhante. Há um ódio sim, contido e até inexplicável, que todo soldado alimenta contra os políticos e generais que os empurraram, ainda na flor da idade, para dentro do barco de Caronte, numa viagem sem volta.
A oeste do planeta, nada de novo. A leste também. Todos ensaiam a coreografia do que pode ser peça derradeira. Os estrategistas, os generais e os políticos, que por seu protagonismo a catalisar a dores, observam do camarote o desenrolar dos acontecimentos, quando, por dever moral, deveriam ser os primeiros a marcharem nas frentes de batalhas. Essa e todas as guerras não possuem ligação ou parceria qualquer com a juventude. São, por sua essência, uma questão íntima pertencente somente àqueles que brindam a morte. É a covardia velhaca, transmutada em ciúmes, a empurrar os jovens para o fim da vida na Terra.
Obviamente que todo esse espetáculo, erguido com carne e ossos, conta, como em todo show business de monta, com o patrocínio bilionário das empresas de armamentos tanto do ocidente, como do oriente. São esses empresários da morte os principais mecenas a dar suporte à arte da guerra. Também eles se alimentam do sangue dos mais jovens. Seus produtos, de última geração tecnológica, são concebidos exclusivamente para serem usados por soldados de tenra idade. São esses recrutas que azeitam suas engrenagens com sangue vivo.
Pudessem as taças de vinhos, com que esses magnatas, essa elite da guerra, brindam o sucesso de seus empreendimentos malignos, serem transmutadas de vinho para sangue, por certo, não notariam a diferença no paladar. Quantos soldados, em suas trincheiras, nas noites gélidas de inverno, entre a vigília e o sonho, não imaginaram a possibilidade de uma união entre jovens de todo o mundo, para lutar, isso sim, contra essa horda de decrépitos assassinos? Quantos daqueles que, de arma em punho, não desejaram estar em casa, longe do conflito, beijando sua amada, seu filho, sua mãe? Quantos desses mesmos soldados, de um lado e de outro, não sonham com um acordo, breve e definitivo, de paz?
Estranho pensar que os que estão em luta querem, no íntimo da alma, trégua e paz. Sendo que aqueles que anunciam com estardalhaço aos quatro ventos, que desejam a paz, são justamente aqueles que alimentam o desejo por mais mortes e escombros. Os degraus da glória, de um pequeno punhado de homens solitários e vazios, e que mais tarde serão os únicos a serem citados nos livros de história, são montados sobre cadáveres, principalmente daqueles conhecidos como os soldados desconhecidos, a quem prestam homenagens sem sentido, com coroas de flores sem perfume.
A frase que foi pronunciada:
“Soldados! Não vos entregueis a esses brutais… que vos desprezam… que vos escravizam… que arregimentam as vossas vidas… que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!”
Parte do discurso final de ‘O Grande Ditador’, de Charlie Chaplin (1940)
Leitor
Renato Prestes reclama da falta de comunicação entre a Administração de Águas Claras e a população. Segundo o leitor, há um único celular, porém, o mesmo raramente é atendido. É preciso maior divulgação sobre as formas de contato.
AD
Dia 2 de abril, Lulu Santos se apresenta em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses. O show celebra os 40 anos de muito sucesso do cantor e promete fazer o público dançar e cantar ao som de vários hits que fizeram e fazem parte das nossas vidas. Os ingressos já estão à venda no site da Bilheteria Digital. Garanta o seu porque os mesmos são limitados!
História de Brasília
Os motoristas do aeroporto estão recebendo propinas para levarem hóspedes para o Hotel Imperial. Há, na portaria no Hotel Nacional, a reclamação de diversos hóspedes fazendo essa denúncia. (Publicada em 20.02.1962)
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Tão perigoso quanto os estrondos provocados pelas bombas que não param de cair sobre as cidades na Ucrânia, é o silêncio com que vem se desenvolvendo as tratativas para uma possível arregimentação de tropas do ocidente, liderados pela OTAN, para fazer frente ao exército de Putin. Perigoso também é observar a entrada sorrateira da China nesse conflito, através do fornecimento, por debaixo dos panos, de suplementos bélicos para os russos. Há no ar, apesar da guerra declarada e ao vivo da Rússia contra a Ucrânia, toda uma movimentação de bastidores, ou rearrumação do tabuleiro estratégico, para o início de um grande conflito, capaz de envolver, nesse cenário, outros protagonistas, o que pode, facilmente, levar a todos para o ambiente de areia movediça impensável.
E o que esse conflito tem haver conosco? Essa é uma questão que, pelas proporções que o evento pode adquirir e já provoca no caso dos fertilizantes e no aumento nos preços do petróleo, já fala por si. No caso de um conflito generalizado, acreditem, não existirá lugar seguro para se proteger de seus efeitos. Ainda mais quando se sabe que o Brasil, além de não possuir um poderio armado, necessário para suprir as exigências de um país continental como o nosso, não conta também com abrigos subterrâneos em concreto armado, necessários para uma eventual guerra dessa magnitude. Estamos a pé e descalços nessa tempestade que se anuncia.
Das milhares de análises feitas por especialistas que realmente têm a dizer sobre o conflito na Ucrânia, poucos ou quase nenhum trouxeram uma clareza luminar e realista como a que foi disponibilizada agora, nas mídias mundiais, pelo professor John Maersheimer, da Universidade de Chicago. Em sua avaliação, a Ucrânia já perdeu, definitivamente, a Crimeia e o Donbass, sendo que a questão que importa agora é saber se aquele país vai perder ainda mais território para a Rússia, principalmente as terras à leste do país. Por outro lado, todos já sabem que a economia ucraniana está destruída, com suas principais cidades em processo de vir a se tornar ruínas.
Com isso, a economia mundial será também afetada e isso trará consequências para todas as democracias ao redor do globo. Esses eventos também irão diminuir a influência americana tanto na Europa como em relação à China, onde, segundo o professor Maersheimer, deveriam se concentrar todas as atenções do governo dos EUA. Além de todo esse cenário de crise, as movimentações políticas do Ocidente estão a empurrar a Rússia diretamente para o colo dos chineses. Como se não bastasse, a OTAN, junto com os Estados Unidos e a Europa Ocidental, está, sem saber, transformando o leste do continente europeu numa região de instabilidades perigosas, o que força a presença do ocidente nessas áreas, antes sob influência da Rússia.
Trata-se, como afirma, de uma situação desastrosa para todos. Aqui entra a questão básica: quem provocou toda essa instabilidade, desde o início. Ao contrário da voz corrente no Ocidente, que debita toda a responsabilidade por essa guerra aos russos e diretamente a Putin, o professor da Universidade de Chicago ressalta que a principal responsabilidade por toda essa crise armada cabe, principalmente, ao Ocidente e ao seu modelo de política internacional.
A crise, segundo ele, teria começado ainda em abril de 2006, de fazer a Ucrânia e a Geórgia membros efetivos da OTAN, “a todo o custo.” Na ocasião, os russos já tinham alertado o mundo que essa seria uma situação inaceitável e que esses países não seriam, jamais, parte da OTAN. Outra análise a ser levada em consideração é a do linguista e filósofo americano Noam Chomsky, para quem os acontecimentos na Ucrânia se devem à expansão e ao avanço da OTAN sobre aquelas que seriam áreas de influência da Rússia.
Segundo ele, mesmo que Putin fosse uma espécie de Ghandi russo, a situação de guerra seria a mesma. Para Chomsky, a OTAN não deveria continuar a existir depois de 1990, quando o império soviético deixou de existir. A guerra fria estava sepultada e a OTAN havia perdido seu sentido estratégico. Contrariando o bom senso, a OTAN não só continuou a existir, como se expandiu para próximo de Moscou, agora mudando seu objetivo de defesa para o de controle da energia do mundo, através do monitoramento das rotas e dos dutos de óleo e gás marítimos.
Nesse sentido, a OTAN passou a ser uma espécie de força interventora americana. Diante de visões realistas como estas, o que é preciso agora é focar a atenção na movimentação feita pela OTAN, junto com os EUA, torcendo para que o ocidente siga os caminhos da razão e do bom senso, pois não há, nessa contenda, um lado a quem se possa debitar o papel de mocinho da história.
A frase que foi pronunciada:
“Nunca houve uma guerra boa nem uma paz ruim.”
Benjamin Franklin
Descaso
Com a alta da gasolina, os pagadores de impostos esperam que o governo do DF invista em transporte público. É difícil para o contribuinte ver parte do metrô na Asa Sul já apresentar sinais de decadência por descaso dos responsáveis pela manutenção. Ontem pela manhã, na estação em frente ao Cine Brasília, apenas a escada rolante para descida estava funcionando. Na estação seguinte, em frente ao Clube Unidade de Vizinhança, nenhuma escada rolante do acesso funcionava.
UnB
Duas notícias de cães. A UnB está fazendo uma pesquisa com cães que estejam com problemas nos olhos. Desde vermelhidão a secreção. A outra novidade é que o Hospital Veterinário da UnB está com ótimos preços para castração de cães e gatos. Veja no a seguir.
–> Bom dia! Estamos iniciando as castrações eletivas de gatos, cães e gatas nas aulas de Técnica Cirúrgica da FVV/UnB. Informações http://hospitalveterinario.unb.br/servicos/castracao.
História de Brasília
Doutor Ataulpa, há a informação de que a TCB vai suspender os ônibus do Gaminha, por falta de estrada. A conservação das molas está cara, e a companhia está estudando uma maneira de suprimir a linha, se não houver melhora da pavimentação. (Publicada em 20.02.1962)
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