Três de Outubro e o fim da história

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Visitantes do Bürgerfest para o Dia da Unidade Alemã em 2018 – Foto: picture alliance / dpa (bz-berlin.de)

Fatos seguramente relevantes para a vida da sociedade possuem, junto aos historiadores, a capacidade de assinalar marcos que delimitam e fixam fronteiras temporais, separando tempos com características distintas. São as chamadas datas históricas que funcionam como uma espécie de coordenada temporal, facilitando, de forma didática, o entendimento de cada período dentro da história humana. Assim é que é o fato que melhor registra e delimita a entrada da civilização Ocidental no século XXI: o ataque terrorista às Torres Gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001.

A partir daquele instante, estava inaugurado um novo tempo em que as ameaças de grupos terroristas e suicidas iriam levar uma inquietude nunca vista pelos países desenvolvidos. Era como se as Cruzadas medievais iniciassem um caminho contrário, partindo agora do Oriente Médio, em direção ao Ocidente, opondo os guerreiros de Alá aos cristãos do mundo moderno e rico.

Da mesma forma em que o século XXI era marcado por esses ataques sangrentos e indiscriminados, o século passado terminava melancolicamente com a queda simbólica do Muro de Berlim. Com esse evento, ocorrido em 9 de novembro de 1989, era posto um fim à Guerra Fria e a divisão do mundo em dois blocos. Mais do que a reunificação das duas Alemanhas, a queda desse muro de 65 quilômetros, dividindo um mesmo país em parte Oriental e Ocidental, representou para muitos historiadores um marco que anunciava, de modo patente, o grande fracasso representado pela experiência do sistema socialista, em sua tentativa de igualar, à força, os desiguais e assim resolver essa que é a maior das contradições humanas.

Três de Outubro passou a ser a data oficial que marca a reunificação Alemã e que passou a ser chamada de Dia da Unidade Alemã (Tag Der Deutschen Einheit). Dessa forma, o conturbado e revolucionário século XX terminava de maneira triste, deixando em ruínas o que seria o grande sonho do marxismo, com a tomada do poder pelo proletariado. Na verdade, o que ocorreu, durante todo esse período, nada mais foi do que a tomada do poder pela nomenclatura do partido comunista, deixando os trabalhadores na miséria.

Nesse sentido, o século passado deixou ainda um enorme passivo para os cem anos posteriores que se iniciavam, entregando ao sistema capitalista a responsabilidade de pôr em ordem a questão das desigualdades, um problema aparentemente sem soluções à vista, mas que requer a tomada de um conjunto de providências capaz de evitar colapsos futuros.

Com o fim do socialismo e do estatismo sobre a economia, se cumpria a perspectiva proposta por Hegel no século XIX de que os últimos 25 anos do século XX seriam marcados pelo equilíbrio entre o liberalismo e a igualdade jurídica confirmado, no caso aqui, pelo chamado Estado do Bem-Estar Social, com o advento dos Direitos Trabalhistas e outras conquistas alcançadas pelos trabalhadores, como é o caso da previdência.

Para alguns historiadores, como Francis Fukuyama, a queda do Muro de Berlim significou “O fim da História”. Do comunismo, afirmou Fukuyama, não sobrará nem o rastro.”

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo.”

Vladimir Maiakóvski, poeta, dramaturgo e teórico russo.

Vladimir Maiakovski (1893-1930) – comunidadeculturaearte.com

 

 

Dois

Já são dois os senadores que não aguentaram a seca do cerrado. O senador potiguar, Styvenson Valentim, e o senador capixaba, Marcos do Val. Receberam cuidados médicos para amenizar o mal-estar.

Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

 

 

Sem cartaz

Na embaixada do Brasil em Berlim, uma iniciativa do Partido dos Trabalhadores em protestar contra as queimadas na Amazônia foi uma vergonha. Dez manifestantes ocuparam o local.

 

 

Desafio

Lançado nesse ano, pelo Conselho Nacional de Justiça, os procedimentos relativos a pessoas indígenas acusadas, rés, condenadas ou privadas de liberdade. Trata-se de orientações a Tribunais e Magistrados. Não sabemos, mas durante o caso Denílson, ficou claro que crimes envolvendo índios trabalham com uma nova ótica, conceitos multiculturais e necessitam equalizar o Estatuto do Índio, a Constituição e Convenções Internacionais de Direitos Humanos.

Leia mais em Manual Resolução 287/2019

 

Engraçado

No Hospital Brasília, uma placa indica a sala dos injetados com contraste. Abaixo, há o espaço para a tradução em inglês. Deixaram o espaço para o “english text”. Quem repara mostra um sorriso de soslaio. Veja a seguir.

 

 

Manutenção

Por falar em manutenção, é preciso uma manutenção nos semáforos da cidade. São muitos os que estão com o botão verde sem acesso aos pedestres durante a travessia.

Semáforo na via W3 Norte, em Brasília. — Foto: Káthia Mello/G1 DF

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O Niemeyer é que anda meio triste. Acha a cidade meio parada, o povo diferente. Eu acho que é ciúme, natural em quem lega uma criação de muita estima. (Publicado em 30/11/1961)