No coração do Estado

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Comitiva que participou da cerimônia de celebração da posse de Dilma Rousseff como presidente do Banco dos Brics. Foto: Divulgação

 

         Depois de anunciar o calendário de invasões, dentro do que chamou de Abril Vermelho, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Pedro Stédile, embarcou, junto com os irmãos Batistas da JBS e outros famosos, na enorme comitiva e claque que atual governo levou para China, onde foi assinar dezenas de acordos, cujas cláusulas e consequências não são de conhecimento público.

         Com toda essa intimidade com o governo, as invasões e ilegalidades cometidas, cuja lista é grande, não serão sequer notadas pelo Executivo e mesmo pelo Judiciário. Proprietários e produtores vivem momento de angústia e não têm a quem recorrer. A tão declamada reforma agrária, uma pauta ainda do século XIX, não foi resolvida, nem de maneira superficial, durante os três mandatos da esquerda e não será agora do mesmo jeito. A razão é que o governo necessita dessa gente para fazer impor sua ideologia também nas áreas rurais, banindo quaisquer perspectivas de produção em larga escala por empreendimentos privados.

         A ojeriza do atual governo por tudo que tenha o controle da iniciativa privada se estende também ao campo, onde sonha fazer uma espécie de revolução campesina, implantando a miséria nas áreas rurais e deixando essas populações à mercê do Estado.

         Stédile, segundo notícias já publicadas, esconde, a sete chaves dos invasores, a riqueza com propriedades latifundiárias, bem como sua interface, Lula da Silva, são as esfinges calcadas numa mesma moeda, com o mesmo propósito: trazer para o campo um modelo de produção agrícola semelhante ao que existe hoje em Cuba ou mesmo na China.

          Nenhum dos dois entende nada de agricultura e jamais seguraram na prática um cabo de enxada. É esse Brasil do século XIX que querem de volta, custe o que custar. Também há registros de que miram o ódio e a inveja contra o agronegócio, que bem ou mal tem conseguido manter algum superavit na balança comercial, livrando o Brasil de entrar no ralo espiralado da recessão.

         A situação desse Abril vermelho é tão surreal e diz muito sobre esse movimento que até mesmo sete sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), uma entidade que cuida, entre outras coisas, da própria reforma agrária, foram invadidas pelo MST em Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, cuja governadora estava também na comitiva que foi à China, além do Distrito Federal.

         Sob a bandeira denominada Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária, o MST invadiu ainda as fazendas e sedes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Pernambuco, onde essa instituição realiza experimentos e multiplicação de material genético de sementes e mudas de plantas, que serão utilizadas no plantio em áreas semiáridas no Nordeste.

         Essa invasão, estrategicamente planejada pelo Movimento, pode ameaçar seriamente pesquisas que vêm sendo feitas por décadas, além de trazer riscos à vida de animais ameaçados de extinção, que são preservados nessas localidades.

         Obviamente que, pela proximidade entre as lideranças do movimento e o próprio governo, é de supor que o Executivo já possuía, de antemão, informações sobre toda a movimentação desses grupos de invasores. Não tomou providências e nem vai tomar, dando ainda mais fôlego para que esse grupo avance sobre outras propriedades, sobretudo aquelas em que o Estado vem, há décadas, investindo bilhões de reais em pesquisas de grande importância para o campo.

         O que estamos assistindo é a destruição do Estado, por uma espécie de quinta coluna oficial, que age a partir do próprio coração do Estado.

A frase que foi pronunciada:

“Sabotagem, dano à propriedade, cárcere privado — afinal, é um grupo terrorista?”

Título de matéria publicada em 15 de abril de 2015 às, 05h56 na revista Exame sobre o MST

 

Musical

Já estão à venda, pelo Sympla, os ingressos para o Musical Os Miseráveis, que será apresentado na Escola de Música, nos dias 24 e 25 de junho, com sessões às 17h e 20h. A produção e direção artística é de Renata Dourado; preparador vocal, Gustavo Rocha; diretor de cena, Vittor Borges; assistente de produção, Érika Kallina; e regente, Rafael de Abreu Ribeiro. A apresentação é da Cia de Cantores Líricos de Brasília e Áquila Records.

Cartaz: Divulgação

Identidade

Quem nasceu e mora em Brasília sabe que o cimento traz a identidade da cidade. Ver a Catedral e outras obras da capital com essa fachada pintada é doloroso. Na N2, o anexo do Ministério da Educação foi pintado com uma cor entre o bege e o amarelo. Tragédia maior!

História de Brasília

Está, assim, funcionando, o pombal da praça dos Três Podêres, que consistia na grande inspiração de d. Eloá Quadros. (Publicada em 18.03.1962)

Reforma agrária

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Foto: Arquivo MST

 

         Com a esquerda no poder, a questão da reforma agrária no Brasil volta a ser discutida, numa época de intensa modernização mecânica e digital do campo. O Movimento Sem Terra (MST) voltou a invadir terras sob a conivência e o silêncio do atual governo e, com isso, ameaça o mais produtivo de todos os setores da economia que é o agronegócio, principal responsável pela balança comercial do país.

         Mais uma vez, o governo se vê às voltas com o problema secular da reforma agrária. Ou, pelo menos, com o fantasma desse processo, já que essa questão, como é sabida, não se resume apenas em dividir terras ou tomá-las à força para distribuí-las aos grupos ditos revolucionários. Essa é uma questão que vai além do processo de luta do campesinato, dos séculos XIX e XX, exigindo hoje a agregação de uma complexa infraestrutura, que vai da construção de estradas, silos e toda uma logística que envolve ainda a concessão de créditos na hora certa, facilidade de quitação de débitos, aquisição de maquinário, comercialização e marketing, além de toda uma cadeia de produção de suporte, que vai desde embalagem, defensivos, adubos, canalização de água a outras providências.

         Embora governos levantassem a bandeira da Reforma Agrária, não foram capazes de fazer a tão prometida mudança em 14 anos de oportunidade, porque, ao se inteirar desses penduricalhos todos envolvidos nesse processo, não viam futuro para esse movimento e seus sonhos pueris.

         Agora, o que se tenta confundir é a opinião pública, misturando o MST com a Agricultura Familiar, pregando a ideia de que são a mesma coisa. Não são! O próprio setor da Agricultura Familiar quer distância do MST, pois sabe que dessa moita não sai coelho. O Movimento Sem Terra e sem juízo é como um filho bastardo e problemático do governo. Insiste em permanecer numa espécie de adolescência, entupido de hormônios e rebeldia, reivindicando, para si, bens e terras que não consegue gerir ou sequer dar uma destinação nos moldes empresariais.

          De fato, é preciso destacar que o problema do assentamento de famílias no campo, que vinha sendo realizado pelo governo desde os anos sessenta, sofreu um sério processo de descontinuidade por conta, justamente, do surgimento do MST, que elevou o sentimento de desrespeito pela propriedade privada, assegurada pela Constituição Federal e de insegurança no campo.

         O MST é um movimento político que usa a bandeira do campo, mas que é rejeitado pelos verdadeiros produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes. O avanço prometido de uma reforma agrária feita nos moldes revolucionários não avançou, justamente porque esse é um movimento que, com raríssimas exceções, não é afeito à vida rural. A questão da reforma agrária é complexa e tem sido debatida há décadas no Brasil. O MST é um movimento social que defende a reforma agrária e luta pela distribuição de terras para os sem-terra.

         A invasão de terras é uma prática ilegal e não é apoiada pelas leis brasileiras. É importante notar que o agronegócio é um setor importante da economia brasileira, mas existem críticas ao modelo atual de produção agrícola, que muitas vezes é baseado na monocultura, no uso intensivo de agrotóxicos e na exploração de mão de obra.

         A reforma agrária pode ser vista como uma solução para reduzir a desigualdade social no campo, promover a diversificação da produção agrícola e garantir o acesso à terra para pequenos agricultores e comunidades tradicionais. No entanto, a reforma agrária deve ser implementada de forma responsável e respeitando os direitos dos proprietários de terra. É importante que o governo atue imediatamente para garantir a segurança jurídica das propriedades e que promova políticas públicas para incentivar a produção sustentável e a inclusão social no campo.

         Portanto, é fundamental que a questão da reforma agrária seja discutida de forma transparente e democrática, buscando soluções que beneficiem tanto os trabalhadores rurais quanto os produtores do agronegócio, de forma justa e equilibrada. Promessas de campanha são desenhos de fumaça ao vento, possuem formas etéreas e fugazes.

         Ao afirmar que iria governar com a ajuda do MST, o atual governo se deixou levar pelo entusiasmo. Ao colocar contra si a bancada do agronegócio e outras que acreditam mais em resultados do que em falações, o governo pode estar solapando o terreno bem debaixo dos próprios pés.

A frase que foi pronunciada:

“A lei veda expressamente a desapropriação de imóvel rural por interesse social, para fins de reforma agrária, quando invadido coletivamente, independente do motivo dito para tal ato, inclusive estabelecendo comando repressivo de apuração de responsabilidade de quem “concorra com qualquer ato omissivo ou comissivo que propicie o descumprimento dessas vedações”.

Jurisprudência, STF

Foto: STF/Divulgação

 

História de Brasília

Os ônibus da TCB não estão chegando mais até o Iate. Voltam onde termina o asfalto, onde há o esgoto da Asa Norte que desemboca no Lago. (Publicada em 17.03.1962)

MST, em busca de sobrevivência, elege Gilmar Mendes como patrono

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Imagem: buzzfeed.com

 

Muita coisa pode ser dita sobre o encontro que reuniu, neste mês, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e as lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), ladeado pelos principais partidos que fazem oposição cerrada ao atual governo. De tudo o que foi dito, pelos que defenderam esse encontro e por aqueles que criticaram, com veemência, a reunião, tão esdrúxula e inusitada, o mais improvável e inverídico é que esse “diálogo” se deu em nome da construção da democracia em nosso país.

A premissa de que só se constrói a democracia com diálogo, como afirmada pelo próprio ministro, é sabidamente verídica. Só há entendimento entre as forças que compõem a sociedade, por meio da conversa. Com relação à essa fala do ministro, tratado como convidado de honra desse encontro, mostra que, em certos casos, e esse é um deles, o diálogo com os radicais, auto intitulados, como o exército Brancaleone do ex-presidente Lula, disposto a tudo, inclusive, a pegar em armas para defender o indefensável, não pode ter lugar dentro de parâmetros legais, uma vez que esse grupo não reconhece, sequer, os limites legais fixados pela sociedade.

Portanto, trata-se aqui de um diálogo do tipo fake e até perigoso para as instituições, pois aponta, por meio de um de seus representantes, na figura de um ministro da Suprema Corte, um reconhecimento e acolhimento de um grupo de foras da lei. Não é preciso lembrar ao ministro que o MST é um movimento que, por si só, não existe como personalidade jurídica. Ninguém sabe quem são oficialmente seus dirigentes, sua sede, estatuto, seu registro junto aos órgãos de Estado, ou qualquer outro registro legal.

Fosse esse o único problema com o MST, tudo poderia ser resolvido com o auxílio de um despachante junto a um cartório, como fazem todos os brasileiros de bem. O problema é que esse movimento é flagrantemente uma organização que despreza as leis e age, de modo destemido, com métodos claramente criminosos, invadindo propriedades, queimando lavouras, matando gado, ameaçando produtores, incendiando sedes rurais, plantações de espécies destinadas às pesquisas e outros delitos continuados. A maioria dos seus dirigentes responde a processos. Alguns líderes já estiveram presos, acusados de assassinatos e outros crimes graves.

Na realidade, o que o MST desejou com essa live com o ministro Mendes, tido como o mais próximo desse movimento, foi criar um embrião de uma possível frente política de oposição, com vistas às próximas eleições, dando um verniz de certa institucionalidade ao que é, ainda, um grupo de bandoleiros.

Outras falam da possibilidade de o MST vir a se transformar em mais um partido político, disposto a enfrentar as urnas no lugar do moribundo Partido dos Trabalhadores (PT). Na falta de discurso capaz de empolgar um número expressivo de eleitores, o que o MST faz, pelas beiradas, é achar uma brecha para não desaparecer na poeira da história.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A nossa consciência é um juiz infalível, enquanto não o assassinamos.”

Honoré de Balzac, escritor francês

Honoré de Balzac (Foto: Reprodução)

 

Ensino

Recebemos uma missiva que sugere mais uma disciplina na grade escolar do ensino fundamental: Combate à corrupção. Em 10 ou 15 anos, estaria brotando uma mudança cultural no Brasil.

 

Toma lá, toma cá

Continua muito baixo o retorno em serviços do GDF. Basta constatar pelo número de manifestações na ouvidoria. Ao todo, 249.900 e apenas 3.640 em atendimento.

Cartaz: ouvidoria.df.gov

 

Desistam!

Ministro Guedes verbalizou que há um complô para derrubá-lo em Brasília. O mesmo complô que não conseguiu vencer a competência da ministra Damares. São como bambus. Envergam, mas não quebram.

Charge do Kleber

 

Crime

Pouco se tem falado nos dez anos de comemoração da Lei de Alienação Parental. Um crime invisível, no qual há interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente por indução de um dos genitores, que denigre ou repudia o outro genitor, comprometendo a integridade psicológica e da convivência familiar.

Arte publicada no site genjuridico.com

 

Melhor amigo

Vários concursos já publicaram os nomes dos aprovados que farão curso de formação. O governador Ibaneis adiou alguns, com o argumento de falta de verbas. Mas uma categoria conseguiu assumir: os cães treinados para polícia e bombeiros já tomaram posse.

Publicação no perfil oficial da Secretaria de Segurança Pública do DF no Instagram

 

Detran

Se o Detran não cortar o mal pela raiz, o trânsito em Brasília vai piorar cada vez mais. O foco seria nas motocicletas. Ultrapassam pela direita, cortam os carros feito loucos, entram na contramão, sobem calçadas, e retiram o cano de escape, deixando, por onde passam, um barulho ensurdecedor.

Foto: Wilson Dias – ABR

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A Prefeitura está multando o pessoal do Setor de Indústria e Abastecimento pela existência de letreiros, e pela falta de habite-se. Não pensa, entretanto, em indenizar os prejuízos que tem causado, sem dar luz, água, esgoto e telefone. (Publicado em 14/01/1962)