Assando a batata

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Ricardo Salles MMA

No meio do estouro da boiada, que o ministro do Meio Ambiente queria ver irromper cancela adentro pela Floresta Amazônica, Pantanal e outros biomas do país, como justificativa para derrubar os entraves burocráticos que dificultam atividades econômicas extrativistas nessas áreas, o que ninguém sabia até então é que entre essa manada desgovernada estava passando também sob o olhar maroto e displicente das autoridades do ministério, contrabando facilitado de madeira ilegal e outros ilícitos com chancela oficial e tudo. É o que vem concluindo a Polícia Federal em suas investigações mais recentes, que afirma, inclusive, já ter provas sobre esses fatos.
Caso essas investigações consigam vencer as barreiras normalmente impostas pelo Supremo Tribunal Federal, quando se trata de investigar autoridades com foro e outras blindagens privilegiadas, o que estaremos assistindo, talvez pela primeira vez, é o protagonismo daqueles que teriam, como obrigação legal e moral, proteger o meio ambiente, transmutados em arrecadadores do butim oriundo de crimes diversos contra nosso bioma.
De cara o que o bom senso recomendaria seria que o próprio ministro pedisse um afastamento temporário até a conclusão das investigações, como forma de proteger o governo e a imagem, já por demais chamuscada do país, perante um mundo que acompanha de perto esses fatos.
O problema com um caso tão escabroso como esse é que um possível aprofundamento dessas investigações poderá levar, necessariamente a outros próceres ligados ao governo, dentro e fora do Executivo, podendo vir a relacionar também membros da tão polêmica bancada do boi, dentro do Congresso. Trata-se aqui de um escândalo de boa proporção, capaz, inclusive, de ofuscar a CPI da Covid.
Das providências necessárias e urgentes que cabem ao governo adotar daqui para frente, como meio de impedir que esses fatos ganhem maior dimensão, é que mostrarão ao país e ao mundo de que lado está o Executivo nessa querela envolvendo madeireiros, garimpeiros e outros destruidores de nosso bioma e a proteção do patrimônio natural de todos os brasileiros. Por si só, o afastamento cautelar e a quebra de sigilo, pedidos pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo, de toda a cúpula do Ibama, dentro da Operação Akuanduba da Polícia Federal, ocasião em que foi pedido que o próprio ministro Ricardo Salles entregasse seu celular às autoridades, já deveria ter acendido a luz vermelha dentro do Palácio do Planalto, o que aparentemente não ocorreu até o momento.
O governo faz cara de paisagem para o assunto, como forma de aparentar despreocupação com o caso. Sintomático nesse episódio é que o ministro Salles não quis entregar seu celular para os investigadores, trocando em seguida o número e o aparelho. Também chama a atenção, da Polícia e dos órgãos de fiscalização, a movimentação financeira observada, nesses últimos tempos, no escritório de advocacia que o ministro mantém em sociedade com sua mãe. Por outro lado, é fato também, e as investigações mostram isso, que a demissão do Superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, foi motivada por uma notícia-crime feita por esse profissional contra o ministro Salles, por organização criminosa e favorecimento a madeireiros.
Outro fato divulgado sobre as investigações mostra que o ministro, junto ao presidente do Ibama, orquestrou demissões daqueles técnicos que se opuseram à conduta do órgão em favor dos madeireiros. Enquanto outros servidores, que fecharam os olhos para esses ilícitos, foram promovidos de cargo.
No braseiro que vai se transformando nossas florestas, na atual gestão, o que parece é que a batata do atual ministro do Meio Ambiente está sendo claramente assada.


A frase que foi pronunciada:
“O que espanta não é a loucura que vivemos, mas a mediocridade dessa loucura. O que nos dói não é o futuro que não conhecemos, mas o presente que não reconhecemos.”
Mia Couto, escritor e biólogo moçambicano.

Foto: AFP Photo / Francois Guillot


Insano
Agora, imagine o que se passa na cabeça de um foragido da polícia que se inscreve para o concurso da Polícia Federal sonhando em ser agente, delegado, escrivão, papiloscopista da corporação. É ter muita certeza da impunidade. Graças à organização do certame, todos foram discretamente dirigidos ao fim da liberdade.

Foto: Divulgação

É fake
Governo não vai congelar aposentadoria. Veja a seguir.

 


História de Brasília
Com isto, não haverá mais concurso êste ano. Haverá, isto sim, aproveitamento melhor das professôras pertencentes atualmente à Fundação. (Publicado em 02.02.1962)

O mundo de olho nas riquezas do Brasil. Como sempre.

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Foto: Florian Plaucheur / AFP

 

Em meio ao clímax da pandemia no país, pelo menos no que diz respeito a essa chamada segunda onda, a questão do meio ambiente, principalmente o problema dos altos índices de desmatamento, parece ter saído do foco da opinião pública, resumindo-se agora em preocupação central apenas para os ambientalistas de sempre e para outros devotados à causa da defesa de nossas florestas.

Nesses tempos incertos, obviamente que a questão central passou a ser a manutenção das vidas. Cientes desse vácuo e longe dos holofotes e da atenção geral, os grileiros e os madeireiros nunca tiveram tantas oportunidades e espaço para agirem. Com os órgãos de fiscalização esvaziados e colocados em descrédito pelo próprio governo e com a Polícia Federal mantida em rédea curta pelo Executivo, as clareiras abertas, como chagas dilaceradas por bombardeios, vão se multiplicando ao longo do tapete verde.

Não fossem as observações contínuas e as medições realizadas por satélites de muitos países, esses seriam crimes que permaneceriam para sempre escondidos de todos. O mundo observa o que vai se sucedendo com nossas florestas e não há discursos ou promessas que nossas autoridades possam fazer nas assembleias e foros internacionais que eles já não saibam de antemão e com dados mais precisos que os que possuímos.

Estamos mal na fotografia e não serão promessas vãs, do tipo que comumente são feitas em campanhas eleitorais, que convencerão os outros países que temos feito a lição de casa no tocante aos efeitos das mudanças climáticas. O mundo quer ver resultados e por isso mesmo fechou as torneiras da ajuda financeira destinada à proteção do meio ambiente. São recursos que fazem falta ao setor, principalmente agora que o dinheiro vai ficando mais curto.

Por certo, não se faz política pública apenas com recursos. Antes de tudo é preciso responsabilidade socioambiental emanada claramente pelo governo. Com ações efetivas e não com projetos desenhados apenas no papel branco. Na falta de um conjunto de medidas concretas nessa área, muitas carteiras de investimento que poderiam vir para o Brasil simplesmente são encerradas.

Países como o Canadá, Noruega e outros que contam com fundos exclusivos para ser investido em boas práticas ambientais já desistiram do Brasil e do Governo Bolsonaro. Nosso ministro do meio ambiente é visto lá fora como persona que trabalha contra a própria pasta e a favor dos madeireiros e garimpeiros, sendo costumeiramente citado por políticos de muitos países como alguém que mereceria ser investigado por sua conduta e declarações contra o meio ambiente.

A propaganda difundida em todo o mundo contra a política ambiental do Brasil não poupa nem o presidente nem o seu ministro. Essa história de “passar a boiada”, confessada pelo próprio Salles em reunião no Palácio do Planalto, já é de conhecimento mundial e tem prejudicado não só a imagem do país como também a questão dos fundos que poderiam vir ajudar à conservação.

A frase que foi pronunciada:

É melhor um pássaro na mão e outro na gaiola”.

Filósofo de Mondubim

Arquivo Pessoal

Sem fim

Mais ônibus chegaram, e mesmo assim os usuários esperam cerca de 45 minutos por um veículo. É um absurdo!

Foto: dftrans.blogspot.com

Passado

Já que estamos falando da TCB, os ônibus faziam contramão no Eixo Monumental; e continuam. Deixaram de fazer a partir da W3, mas estão entrando, agora, no Eixo, atrás da Torre de Televisão.

Foto: zamorim.com

Sem comentário

Está sob censura o rádio em Recife e a “Jornal do Brasil” está suspensa por três dias. Espero que estas notícias não sejam alarmantes, mas é que sou contra a censura. A notícia falsa se desfaz por si só, sem precisar de bridão.

Foto: historiaupf.blogspot.com

Cadê o dinheiro?

E por falar em enchente, ainda não foi explicado o destino dado ao café enviado para as vítimas de Óros. Sabe-se, isto sim, que os flagelados continuaram tomando manjerioba e uns poucos beberam 50 mil sacas de café.

Foto: coisadecearense.com

Sem mérito

Todo mundo do novo governo estará recebendo, por estes dias, a comenda de “Mérito Tamandaré”. A que título é que não se sabe.

Joaquim Marques Lisboa (Almirante Tamandaré) – Patrono da Marinha

Impressionante 1

Os deputados estão fazendo um negócio que só eles entendem: marcam uma semana de “rush” e vêm todos para Brasília. Os que não vêm são descontados em todas as suas faltas. Os que vêm podem faltar na semana seguinte, que a generosa abona as faltas.

Foto: estadao.com

Impressionante 2

Os que moram aqui, entretanto, comparecem às sessões que devem comparecer e às que devem faltar, e nem por isto ninguém dá um pouquinho a mais para eles. Caso omisso.

Foto: Jair Cardoso / Jornal do Brasil

Convite

Todas as notas da coluna de hoje foram publicadas quando Brasília tinha 1 ano de idade. Convidamos os leitores a tirar as próprias conclusões.

Reflexo da estátua de Juscelino Kubitschek no Memorial JK. Por ironia ou coincidência, a imagem do progresso reproduzida em uma poça d'água, bem hoje escasso no Distrito Federal.
Foto: Ivan Mattos

História de Brasília

O professor Hermes Lima é de opinião que deve vir para Brasília, a Diretoria Geral da Fazenda Nacional, a Diretoria de Despesa Pública e a Divisão de Orçamento do Ministério da Fazenda. (Publicada em 01.02.1962)

Metade do Ambiente

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Foto: NurPhoto / Getty Images

Como a história tem provado inúmeras vezes, um dia todos esses personagens, que hoje ocupam, envaidecidos, as manchetes de jornais, irão ser deixados na poeira da estrada. Alguns, no entanto, serão lembrados pelas obras que deixaram, sejam elas boas ou ruins para as próximas gerações. O tempo tem provado que, por suas ações e declarações, já garantiram o lugar do mais esdrúxulo dos ocupantes do primeiro escalão deste governo.

Visto de longe, o ministro do Meio Ambiente mais parece um daqueles personagens da chamada quinta coluna, infiltrado na área, para sabotar, ainda mais, quaisquer medidas de proteção e preservação da natureza. Salles é hoje, sem dúvida, um personagem que merece figurar nas páginas da história como alguém colocado nessa posição para agir de modo infenso às questões sensíveis do meio ambiente, isso numa época em que esse é o principal tema a ocupar a agenda mundial.

Trata-se de um personagem que vai, aos poucos, garantindo, para si, uma unanimidade, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, como o ministro que mais retrocessos tem promovido na área do meio ambiente. Com certeza, nenhuma de suas ações parece partir de uma convicção própria, pois seria um absurdo supor que alguém com a nobre missão de proteger fauna e flora, em tempos de aquecimento global, pudesse agir contra o próprio meio ambiente. Mas esse paradoxo encontra uma explicação quando se verifica que a presença de Salles nessa pasta obedece a uma determinação muito específica desse governo, que encara questões do meio ambiente como um empecilho para o que entendem como progresso ou desenvolvimento, ou seja lá que sentido essas palavras têm para esse grupo.

Aos poucos, a boiada de Salles vai avançando mata adentro. Dessa vez, a manada tocada pelo dublê de ministro e peão. Depois de invadir territórios demarcados dos indígenas, para abrir caminho para os mineradores, madeireiros e pecuaristas, adentra agora, pelos manguezais e restingas no litoral brasileiro, para abrir clareiras para a especulação imobiliária e outros interesses contrários à preservação desses sistemas que são conhecidos como um grande berçário da vida marinha.

Na decisão,  destaca-se o “evidente risco de danos irrecuperáveis ao meio ambiente”, caso as decisões do Conama sejam mantidas. As normas revogadas fixam parâmetros de proteção para Áreas de Preservação Permanente, tais como restingas, manguezais e outros ecossistemas sensíveis, com o objetivo de impedir a ocupação e o desmatamento. As regras valiam desde 2002.

Ao desmonte e esvaziamento de órgãos de fiscalização do meio ambiente, segue-se, agora, o desmanche do Conama, tornado mera instância do Estado para aprovação da antiagenda do atual governo para essa área.

Qualquer sistema, por maior e mais sofisticados que sejam seus mecanismos, tem seu ciclo. Com o meio ambiente e o lucro parece não ser diferente. No plano íntimo de cada um de nós, há ainda mudanças que se anunciam necessárias, mas que ainda não vislumbramos bem.

Hoje, as famílias estão sendo postas a provas duríssimas e isso, decerto, provocará reflexões, o que, por sua vez, abrirá portas para transformações. Temos claro que é impossível pensar em mudanças do sistema, seja ele qual for, sem mudanças nos indivíduos. Os sistemas refletem quem somos, gostemos ou não da premissa.

Pouco antes da eclosão da pandemia, vivíamos o dilema do aquecimento global. Esse fator externo também contribuirá para mudanças tanto no comportamento íntimo de cada um, quanto terá seus reflexos no sistema capitalista, principalmente em quesitos como o consumo e a distribuição de renda.

O ultraliberalismo e o hipercapitalismo, seus princípios éticos, parecem estar com os dias contados. Aqui no Brasil, as lições trazidas pela crise são inúmeras e soluções deverão ser adotadas. A começar por uma mudança de rumos do meio ambiente. Até que ele se torne inteiro.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se queres ser mestre na fé, faz-te discípulo da natureza.”

Padre Antônio Vieira, religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus.

Padre António Vieira (imagem: wikipedia.org)

Cientistas

Na Universidade da Columbia, raios ultravioleta podem funcionar como um desinfetante promissor contra o Coronavírus, destruindo partículas sem causar danos aos humanos. A UnB também tem produzido projetos do combate ao vírus. Um deles é um equipamento capaz de filtrar as moléculas do Coronavírus. O preço do investimento é o diferencial.

Foto: Divulgação / Secom UnB

 

Mais feliz

No Setembro Amarelo, o mestre em Ciência da Educação e professor da PUC Minas Gerais, na disciplina Ciência da Felicidade e Bem-Estar, Renner Silva, criou um aplicativo no qual os gestores podem medir o índice de felicidade corporativa em suas organizações. A partir do diagnóstico elaborado pela ferramenta, que pode ser aplicada em qualquer empresa, os gestores podem adotar as ações e iniciativas indicadas para restabelecer o equilíbrio e a saúde mental dos trabalhadores. Acesse no link Método S.I.M. – A Ciência da Felicidade.

Renner silva e Renato Bruno são os mentores do Método S.I.M. Foto: metodosim.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Estão fechados com tabiques a última réstea de sol que havia no quatro andar do Palácio Planalto. Agora, o “hall” está sendo chamado de “Avenida Geraldo Carneiro”. (Publicado em 17/01/1962)