A bagagem fala muito sobre o tipo de passageiro

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Reprodução/ Facebook Milton Ribeiro

 

             Não bastasse também ter saído pelas portas do fundo do ministério da (pouca) educação, o ex-ministro e dublê de pastor, Milton Ribeiro, de triste memória, ainda protagonizou um incidente gravíssimo dentro do aeroporto de Brasília, depois de uma arma de fogo, que carregava consigo dentro de uma pasta de documentos, ter sido disparada por acidente, ferindo, inclusive, uma funcionária da Gol. Tivesse essa arma clandestina disparado dentro do avião em pleno voo, com a cabine pressurizada, atingindo um duto de combustível, que consequências catastróficas provocariam? Cada homem deixa, atrás de si, os rastros de suas ações, sejam elas obras em benefício de seus semelhantes ou ruínas e escombros.

        Houve uma época, perdida na poeira do tempo, em que ministros da educação eram escolhidos entre os mais cultos e ilustres profissionais do país, todos eles com largas experiências na cadeira de professor. Nesse tempo, era comum que, nas bagagens desses mestres, o volume e o peso eram sempre decorrentes da quantidade de livros e anotações que carregavam consigo.

        Naquele período, a educação pública ainda era vista como elemento fundamental para o desenvolvimento do país e para a melhora do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ricos e pobres compartilhavam as salas em busca do conhecimento. Não por outra razão, aqueles que ocupavam a prestigiosa pasta da educação estavam sempre em todas as reuniões ministeriais junto ao presidente da República, participando ativamente das discussões dos problemas nacionais. Nessa ocasião, dificilmente o chefe do Executivo ousava interferir nos assuntos da educação, tanto por sua complexidade, como por sua delicada estratégia.

        O prestígio da pasta refletia diretamente na qualidade do ensino público. Com a chegada dos militares ao poder, em circunstâncias que o momento histórico requeria, não foi capaz de retirar do setor educacional o entusiasmo e a qualidade que a educação pública vinha experimentando desde os anos cinquenta do século passado.

        Apesar de algumas remodelações curriculares, feitas pelo governo daquele período e que determinaram, erradamente, a expulsão e desterro de muitos mestres gabaritados, ainda assim o setor educacional demonstrava vigor, sendo os ministros dessa pasta escolhidos, com raras exceções, entre aqueles com currículos acadêmicos indiscutíveis.

        Os militares também não ousaram, em tempo algum, interferir na educação pública para enfraquecê-la, tornando-a apenas mais uma pasta ministerial sem importância. Esse tempo, dentro dos princípios da democracia e fora deles, ficaram para trás e hoje o desprestígio da pasta da educação, com nomeações de personagens medíocres e alienado virou regra e não uma exceção.

        Apesar do volume fabuloso de recursos públicos que opera, o ministério da educação não possui qualquer destaque, sendo hoje uma pasta que parece atrair apenas aqueles que imaginam que a quantidade de dinheiro à disposição pode servir a outros propósitos alheios ao ensino. Mesmo a escolha desses ministros é feita por orientação de pessoas próximas do presidente, sem qualquer preocupação com os destinos da educação, obedecendo um cego padrão ideológico e partidário, ou mesmo dentro de critérios do tipo cordial.

        Não se sabe, como também não sabemos até quando a pasta da educação será ocupada por pessoas sem qualquer lastro com a cátedra. Depois de aprovar financiamento público, por intermédio da Lei Rouanet, com verba de mais de R$ 336 mil, um livro sobre a história das armas, que importância pode ter um simples disparo provocado por um ministro da educação dentro de um aeroporto?

 

A frase que foi pronunciada:

Observo mais que de uma forma ou de outra será sempre graças à educação fundamental que se forjará o homem comum de amanhã, o cidadão cuja forma de ser, cuja maneira de agir e pensar, cuja capacidade de fazer, representarão as mais sólidas garantias da sobrevivência e do desenvolvimento da nação.”

Ex- ministra da Educação, Esther Ferraz

Esther Ferraz. Foto: al.sp.gov

Mais um golpe

Não se sabe como os bandidos têm, em mãos, números de celular de pessoas da terceira idade. O segundo passo é copiar a foto do filho e, pelo WhatsApp, pedir para os pais salvarem o número. Nesse momento vale verificar a veracidade do pedido. Daí para frente, entram os pedidos de transferência bancária.

Ilustração: Reprodução/TecMundo

Mais detalhes

As declarações dadas pelo ministro Barroso, do STF, causaram um rebu no Senado. O senador Lasier Martins já protocolou um requerimento convidando Barroso a esclarecer, no Plenário do Senado, as recentes declarações de cunho político.

Senador Lasier Martins. Foto: senado.leg.br

História de Brasília

Nesta mesma página os senhores encontrarão uma carta ao nosso diretor, assinada pelo sr. José Pereira Caldas, a propósito da mudança do Ministério da Fazenda. (Publicada em 21.02.1962)

Bancada do paraíso

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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

         Existe uma diferença estelar entre o que é hoje, sob o pseudônimo, “bancada evangélica” e o próprio Evangelho, conforme apresentado no Novo Testamento da Bíblia Cristã. Mesmo quanto ao significado dessa palavra grega, traduzido como “Boa-Nova”, essa distância só poderia ser aferida com a utilização de unidades de medidas astronômicas (au), ainda mais quando se analisa, de perto, o real significado e o que é, e pretende, de fato, essa bancada, organizada sob a falsa pele do evangelismo.

        De boa-nova, já se sabe, nada trazem de bom e que possa ser aproveitado pelo eleitor, mesmo aqueles cujo fanatismo turva a visão e a razão. Trata-se aqui de uma bancada que, à semelhança das bancadas do boi e da bala, é organizada apenas para somar forças e, com isso, garantir o máximo possível de vantagens para cada um, isoladamente, e para seus nichos específicos, dentro da autêntica e velha máxima do “toma lá, dá cá”. Não há boa-nova possível em práticas velhas, assim como não é prático colocar-se remendo novo sobre tecido velho. Ainda que fôssemos imaginar que a formação de uma bancada dessa natureza obedeceria às regras do jogo que é jogado no Legislativo, ainda assim estaríamos diante de uma aberração e negação do que seria uma boa-nova.

        Quando se trata de um jogo viciado, recorrente dentro do parlamento, em que as boas práticas da ética são postas de lado, e quando o próprio sentido de República é, seguidamente, conspurcado em benefício de um individualismo tacanho, não há alcunha possível capaz de nomear qualquer grupo político, muito menos com o carimbo de evangélico. O que se tem aqui é o mais puro “Homo Homini Lupus”, numa briga feroz e em que, ao cidadão, caberá o que cair da mesa do banquete.

        A questão curiosa aqui é porque o cidadão e eleitor jamais foi brindado com a formação da bancada da ética ou a bancada dos princípios republicanos. Ou mesmo com a criação da bancada da lei, dos fins dos privilégios e outras do gênero, que viessem impor o mais básico dos princípios: o povo paga e manda. Não surpreende, pois, que, como ocorrem com outras bancadas de pressão política, os escândalos se sucedem nesse nicho evangélico, como numa rotina monótona e pachorrenta do cotidiano.

A separação entre Igreja e Estado, princípio básico do modelo republicano e dos direitos humanos fundamentais, é relegado a terceiro plano, quando forças políticas, camufladas de religiosos, passam a interferir no ordenamento do Estado, exercendo pressão negativa para renúncias de impostos, para a indicação de membros dessa e daquela igreja para ocuparem cargos dentro dos Três Poderes e outras estratégias que, na visão do idealizador, viria a ser o cristianismo, pertenceria apenas aos césares e àqueles que encontraram, nas benesses e mordomias do Estado, o céu ou o paraíso.

        O escândalo do momento, envolvendo o atual ministro da educação e um grupo de evangélicos que, supostamente, estariam sendo favorecidos com o orçamento bilionário dessa pasta, é apenas a ponta menor e visível de um gigantesco iceberg a remover o leito do oceano e a mistura, o que é de Deus e o que não é.

 

A frase que foi pronunciada:

De todos os homens maus, os homens maus religiosos são os piores.”

C.S. Lewis

O escritor britânico C.S. Lewis, em 1950 John Chillingworth/Picture Post/Getty Images

Personalidade

Muita gente não sabe, mas a mãe do jornalista Chico Sant’Anna foi uma das primeiras professoras na Casa Thomas Jefferson em Brasília. Norma Corrêa Meyer Sant’Anna, conhecida como Mrs. Sant’Anna. Depois lecionou inglês no Gila-Ginásio do Lago, francês na Aliança Francesa e português na Escola Americana. Chegou em Brasília em abril de 58 com os 4 filhos. Chico Sant’Anna tinha 6 meses de vida

Ela está sentada no banco de trás. O local é o canteiro de obra da SQS 106. O fotógrafo, Cláudio Sant’Anna

Eleições, nada mais

Mais uma vez, os donos das mídias sociais atacam. Para empresários e em vários seguimentos de trabalho, a lista de transmissão no WhatsApp facilitava a comunicação. Agora, com a atualização, foi extinta. Parece que nada mudará esse ano.

Imagem: techtudo.com

Furos X Furadas

Em 28 de setembro, nas últimas eleições, o mais conhecido instituto de pesquisa paulista apontou a vantagem de Haddad: 45% para o petista, contra 39% de Bolsonaro. A Dilma seria senadora, João Doria iria para segundo turno, Zema estava na lanterna. É sempre bom voltar ao passado apenas para estudar.

Charge do Sinfrônio

Empoderamento

Dentro das iniciativas de valores femininos, está o Festival de Filmes de Mulheres. Para quem se inscreve na página, as opções são variadas. Veja na página: https://womensfilmfest.com/.

História de Brasília

O deputado Raul Pilla acusa o sr. João Goulart pelo não funcionamento do regime. Ora, se um homem pode atrapalhar um regime, é mais fácil o regime não prestar, que o homem. (Publicada em 20.02.1962)

Problemas à frente

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Foto: Abraham Weintrab e Ricardo Vélez-Rodriguez, ao fundo (Divulgação/MEC)

 

Caso não venha a perder tempo com discussões vazias e sem resultados práticos, num país em que a educação é ainda uma área carente do mais básico, o novo ministro da pasta tem pela frente um conjunto, nada desprezível, de questões que requerem atenção urgente apenas para dar andamento normal ao trabalho desse ministério, paralisado e abalado por frequentes crises.

Ultrapassado recentemente pela Colômbia no quesito qualidade educacional do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Brasil continua amargando os últimos lugares nesse tipo de ranking, mesmo gastando por aluno quase o mesmo que países desenvolvidos ou algo em torno de R$ 3.824 per capta. Nesse sentido, nosso país não tem mais tempo a perder.

Levantamento feito por especialistas do próprio ministério da Educação mostra que, dentre os desafios dessa pasta, talvez o mais importante e que vai exigir grande esforço de articulação política é com relação ao Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Esse órgão é responsável direto pela injeção de recursos no setor, repassando cerca de R$ 150 bilhões por ano a estados e municípios, mas deverá ser encerrado em 2020 por um outro modelo qualquer de financiamento da educação pública que ainda não se sabe qual será.

No Congresso, essa discussão não tem sido debatida, o que complica sua substituição. São mais de 1,8 mil municípios mais carentes que necessitam desses repasses complementares para custear pagamento de pessoal, transportes escolares e outros gastos. Também a chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que indica os elementos de aprendizagem principais a serem desenvolvidos do ensino infantil ao fundamental, tanto das escolas públicas, como privadas, estão paradas e necessitando de maiores orientações do governo federal para introduzi-los nos currículos escolares, formar professores e produzir materiais adequados.

Esse assunto, contudo, não conta com o apoio da maioria dos professores, mais preocupados com a realidade prática de cada localidade. Para muitos deles, a BNCC interfere nessa realidade de cima para baixo e de fora para dentro, desprezando as características próprias de cada região. Outro problema dessa área é quanto à reforma do ensino médio que prevê que esses alunos terão um aumento na carga horária e uma possibilidade de escolher e optar por disciplinas que desejam estudar. Segundo os especialistas, o ensino médio tem sido uma etapa em que os projetos e ações do poder público têm obtido pouco ou nenhum resultado efetivo e representa hoje o principal gargalo da nossa educação com alta evasão escolar e reprovação.

De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a quase totalidade dos estados da federação não alcançou a meta prevista para 2017, sendo que em alguns estados houve uma sensível piora no desempenho apresentado pelos alunos.

O novo ministro deverá levar em consideração ainda que a formação dos professores ainda está longe da realidade vivida por eles em sala de aula. Esse é, segundo os especialistas, um grande problema, já que acaba se tornando em mais um grande empecilho para se estabelecer uma educação de qualidade. Outra questão premente é quanto à realização, a tempo, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Tanto esse exame como a Prova Brasil, que avalia a aprendizagem dos estudantes da 5ª a 9ª série, estão com seus cronogramas atrasados por conta de problemas na gestão do próprio ministério da Educação.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”

Paulo Freire, educador

Foto: novaescola.org.br

 

 

Inteligência e sensibilidade

Já dizia o filósofo de Mondubim: “Deus ajuda quem cedo madruga.” Até que enfim uma autoridade voltou os olhos para os milhões de brasileiros que acordam de madrugada para trabalhar. Em troca de uma economia pífia de energia, a saúde dos trabalhadores contrastava com a alegria de tomar uma cervejinha ainda com sol.

Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 9.abr.2019

 

 

Reforço

Reforma da Previdência recebe apoio do partido Novo. Além de Amoedo, estiveram com o presidente Bolsonaro: Marcel van Hattem, Paulo Ganime e Tiago Mitraud. “O NOVO põe o cidadão em primeiro lugar e por isso defendemos uma previdência mais justa, sem privilégios e sustentável”, disse o presidente do partido.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil – 10.abr.2019

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ainda na estaca zero, a iluminação da Praça dos Três Poderes, que de tão estonteante passou a não existir. Provavelmente teremos posse do novo presidente às escuras, à noite, no lugar que outrora tinha uma iluminação ideal. (Publicado em 17.11.1961)