Dançando sobre o caos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Reprodução/Twitter

 

Todo mundo sabia que qualquer candidato que viesse a ocupar a Presidência da República, depois de mais de treze anos seguidos da gestão desastrosa petista, não teria vida fácil.  À exceção, é claro, do próprio pessoal de esquerda, caso viesse a vencer o pleito de 2018.  Arruinado política, econômica e socialmente, o país passou a requerer dos novos gestores eleitos um esforço extra para desfazer as asneiras perpetradas por mais de uma década, desmontando armadilhas, afastando sabotadores, alocados em milhares de posições estratégicas dentro da máquina pública e com missões específicas determinadas diretamente pelo partido então no poder.

Com isso, restabelecer um mínimo de governança passou a consumir grande parte na agenda do governo. A abdução profunda das universidades públicas, de parte da imprensa interesseira e de nichos da população mais desinformada, assim como de outros setores do país, não poderia resultar em outra coisa que não fosse o que todos vemos agora. Receoso, titubeante e sem saber onde pisar, o atual governo vai consumindo seus dias entre avanços e recuos, temeroso de que o caldo entorne de vez.

Não seria exagero dizer que, nos próximos meses, o atual governo terá que continuar agindo para remontar, peça por peça e com um mínimo de eficiência, a máquina pública depauperada. O problema é que a nação tem pressa. No caso específico do setor educacional e mais propriamente nas universidades públicas irá requerer do atual governo uma atenção ainda mais redobrada.

Nessa altura dos acontecimentos todos já suspeitaram que o Ministério da Educação e principalmente seu titular no momento não possuem qualquer poder sobre as universidades, tornadas autônomas, são só pelo o que manda a lei, mas, principalmente, devido à forte influência exercida pelas ideologias de esquerda que dominam o campus e abominam tudo o que venha da parte desse governo. De fato, parece não existir, sequer, um canal de comunicação entre o MEC e as universidades públicas, descoladas das orientações do governo e ainda ligadas às pautas ditadas pelos partidos de esquerda. O pior é que o atual ocupante da pasta parece se esforçar para manter essa comunicação ainda mais precária.

A dança do ministro, com guarda-chuva, fazendo uma referência ao filme de 1952, “Dançando na Chuva”, reforçou as evidências de que o que existe entre o MEC e as universidades é uma animosidade que não irá resultar em boa coisa, principalmente para o cidadão contribuinte que tem que arcar com essa despesa e assistir cenas de completa decadência e falta de noção da responsabilidade do posto.

A ideia marqueteira, que fez o ministro “dançar” diante das câmeras, se enquadra no mesmo rol das infâmias públicas que fizeram o então senador Eduardo Suplicy vestir uma cueca vermelha em pleno Congresso, ou a dança da então deputada Ângela Guadagnin entre outras performances de igual bizarrice. Imagens como essas, ganham o mundo em instantes e mostram um país que insiste em se mostrar sem seriedade.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Por que os papas não envelhecem tão rápido como os políticos?”

Joãozinho, sempre filosofando.

Foto: a12.com

 

 

Momento histórico

De graça, no dia 4 de junho, o IDP receberá os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia, o ministro Gilmar Mendes, do STF, e Paulo Guedes, ministro da Economia. O tema da mesa redonda será a Agenda de Reformas e a Volta do Crescimento. Veja a seguir mais detalhes sobre a inscrição.

 

Link para mais informações: www.idp.edu.br

 

 

2,4D

Comprometida, a produção de vinho no Rio Grande do Sul sofre com o agrotóxico aplicado na soja. Pela terra, pela água e pelo ar, o veneno está matando as parreiras.

Gráfico: gauchazh.clicrbs.com.br

 

 

Boa música

Hamilton Ruggieri lembrou bem. Ontem o Cantus Firmus comemorou 27 anos desde a primeira apresentação sob a batuta de Isabela Sekeff. Próxima parada: Alemanha.

 

 

Sem fiscalização

Depois de buscar lotes vazios, casas abandonadas e moradores acumuladores, focos da dengue foram identificados e eliminados. O problema é que o hospital do Paranoá continua sem atender pacientes, inclusive com dengue. Um hospital que demora mais de 15 horas para atender na emergência, realmente deve estar desativado.

Foto: blogdoguilhermepontes.com.br

 

 

Inoperância

Leitora informa que os quiosques no aeroporto continuam. Está agora na área de embarque. Dizem que o consumidor irá ganhar uma maleta de bordo. Logo depois pedem para escolher duas revistas de sua preferência. Por fim, preenchem um formulário com dados do desavisado e número de cartão.

Foto: bsb.aero

 

 

Desde 2006

Briga de grandes sobre a Quadra 500 do Sudoeste: de um lado o Ministério Público do DF, que quer suspender licença para construções no local. De outro, o setor imobiliário, que não para de crescer na capital.

Foto: Reprodução/TV Globo

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O IAPI não funcionou ontem. Ou melhor, funcionou mal, porque os funcionários só foram trabalhar depois que souberam da aprovação do Plano de Reclassificação. (Publicado em 22/11/1961)

Problemas à frente

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Foto: Abraham Weintrab e Ricardo Vélez-Rodriguez, ao fundo (Divulgação/MEC)

 

Caso não venha a perder tempo com discussões vazias e sem resultados práticos, num país em que a educação é ainda uma área carente do mais básico, o novo ministro da pasta tem pela frente um conjunto, nada desprezível, de questões que requerem atenção urgente apenas para dar andamento normal ao trabalho desse ministério, paralisado e abalado por frequentes crises.

Ultrapassado recentemente pela Colômbia no quesito qualidade educacional do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Brasil continua amargando os últimos lugares nesse tipo de ranking, mesmo gastando por aluno quase o mesmo que países desenvolvidos ou algo em torno de R$ 3.824 per capta. Nesse sentido, nosso país não tem mais tempo a perder.

Levantamento feito por especialistas do próprio ministério da Educação mostra que, dentre os desafios dessa pasta, talvez o mais importante e que vai exigir grande esforço de articulação política é com relação ao Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Esse órgão é responsável direto pela injeção de recursos no setor, repassando cerca de R$ 150 bilhões por ano a estados e municípios, mas deverá ser encerrado em 2020 por um outro modelo qualquer de financiamento da educação pública que ainda não se sabe qual será.

No Congresso, essa discussão não tem sido debatida, o que complica sua substituição. São mais de 1,8 mil municípios mais carentes que necessitam desses repasses complementares para custear pagamento de pessoal, transportes escolares e outros gastos. Também a chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que indica os elementos de aprendizagem principais a serem desenvolvidos do ensino infantil ao fundamental, tanto das escolas públicas, como privadas, estão paradas e necessitando de maiores orientações do governo federal para introduzi-los nos currículos escolares, formar professores e produzir materiais adequados.

Esse assunto, contudo, não conta com o apoio da maioria dos professores, mais preocupados com a realidade prática de cada localidade. Para muitos deles, a BNCC interfere nessa realidade de cima para baixo e de fora para dentro, desprezando as características próprias de cada região. Outro problema dessa área é quanto à reforma do ensino médio que prevê que esses alunos terão um aumento na carga horária e uma possibilidade de escolher e optar por disciplinas que desejam estudar. Segundo os especialistas, o ensino médio tem sido uma etapa em que os projetos e ações do poder público têm obtido pouco ou nenhum resultado efetivo e representa hoje o principal gargalo da nossa educação com alta evasão escolar e reprovação.

De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a quase totalidade dos estados da federação não alcançou a meta prevista para 2017, sendo que em alguns estados houve uma sensível piora no desempenho apresentado pelos alunos.

O novo ministro deverá levar em consideração ainda que a formação dos professores ainda está longe da realidade vivida por eles em sala de aula. Esse é, segundo os especialistas, um grande problema, já que acaba se tornando em mais um grande empecilho para se estabelecer uma educação de qualidade. Outra questão premente é quanto à realização, a tempo, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Tanto esse exame como a Prova Brasil, que avalia a aprendizagem dos estudantes da 5ª a 9ª série, estão com seus cronogramas atrasados por conta de problemas na gestão do próprio ministério da Educação.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”

Paulo Freire, educador

Foto: novaescola.org.br

 

 

Inteligência e sensibilidade

Já dizia o filósofo de Mondubim: “Deus ajuda quem cedo madruga.” Até que enfim uma autoridade voltou os olhos para os milhões de brasileiros que acordam de madrugada para trabalhar. Em troca de uma economia pífia de energia, a saúde dos trabalhadores contrastava com a alegria de tomar uma cervejinha ainda com sol.

Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 9.abr.2019

 

 

Reforço

Reforma da Previdência recebe apoio do partido Novo. Além de Amoedo, estiveram com o presidente Bolsonaro: Marcel van Hattem, Paulo Ganime e Tiago Mitraud. “O NOVO põe o cidadão em primeiro lugar e por isso defendemos uma previdência mais justa, sem privilégios e sustentável”, disse o presidente do partido.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil – 10.abr.2019

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ainda na estaca zero, a iluminação da Praça dos Três Poderes, que de tão estonteante passou a não existir. Provavelmente teremos posse do novo presidente às escuras, à noite, no lugar que outrora tinha uma iluminação ideal. (Publicado em 17.11.1961)