Sínodo e o caminho do meio

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: HENRY ROMERO / Reuters/19-1-2018

 

Falar em caminho do meio para radicais soa como uma afronta. A recomendação, de muito bom senso, vem do budismo: uma religião filosófica, cujo entendimento ainda está muito além do que pode ser captado por nossas autoridades, seculares e religiosas.

Em tempos de radicalismo, induzido pela amarga experiência vivida pelos brasileiros, ao longo de mais de uma década, colocados sob o jugo de uma esquerda irresponsável e cleptocrata, é fácil entender a oposição do atual governo a uma Igreja Católica, historicamente aliada do petismo, quando o assunto é soberania da Amazônia. Para o governo, cuja a orientação e influências militares são visíveis, a realização do Sínodo da Amazônia, sob a liderança de uma ala da igreja ligada às teses do Conselho Indigenista Missionário, da Pastoral da Terra e outras vertentes abduzidas estrategicamente pelas esquerdas, é uma ameaça à soberania da região amazônica e uma porta aberta à internacionalização daquela vasta área. Nesse pseudo antagonismo, é possível afirmar que tanto o governo como a igreja possuem razão no assunto.

Um olhar distante e isento sobre as cabeças desses dois importantes protagonistas sobre o futuro da Amazônia, uma resposta salta de imediato à frente de todos: ambos, igreja e militares, possuem não só responsabilidades sobre o que pode acontecer naquela parte do Brasil, como devem atuar juntos para potencializar a resolução dos vários e sérios problemas locais. Visto de longe, é possível detectar que militares e religiosos possuem mais pontos em comum sobre essa questão do que dissensões. O problema é: como contornar um assunto quando se enxerga o problema sob o ponto de vista extremado?

Os militares precisam entender que muito antes da chegada de uma força armada nacional naquela região com a missão de salvaguardar aquele território, a igreja Católica, na forma de padres catequistas, já adentrava aquelas matas, cumprindo missões de fé determinadas pelo alto clero. A construção de fortificações naquelas remotas áreas foram obras do governo português e, portanto, se inserem no quadro do Brasil Colônia.

Dessas fortificações, surgiram cidades como Macapá, São Luís, Belém, Manaus. A presença de militares brasileiros naquelas paragens data apenas do início do século XX com o Marechal Cândido Rondon. Somente algumas décadas depois é que o governo militar, instalado em 1964, viria a se preocupar em desenvolver alguns projetos para a região. Portanto, em se tratando de interação e conhecimento da região, a Igreja leva uma certa vantagem temporal, pois permaneceu naquelas matas ininterruptamente desde meados do século XVI.

Mas foram os militares da Escola Superior de Guerra que, no tempo do Governo JK, realizaram aquela que foi a obra mais importante para manter a soberania do Brasil sobre a Amazônia: a rodovia Belém-Brasília, de 1961. Em 1966 os militares criaram a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O lema era: “integrar para não entregar”. Mesmo a criação de Brasília, por JK, reforçaria o interesse sobre a Amazônia.

A Transamazônica (BR 230), inaugurada em 1972, marcaria também o interesse dos militares sobre a região. O problema é que a noção de ocupação rápida daquela localidade, com a concessão de vantajosos incentivos fiscais, deu início também a degradação acentuada daquelas áreas, desmatamento, doenças levadas pelos brancos às aldeias, hidroelétricas em áreas sensíveis e outros desastres provocados pela total falta de planejamento e conhecimento do equilíbrio delicado da região.

Foi apenas em 1985, já no final do ciclo militar, que a Amazônia passou a fazer parte das prioridades de defesa nacional, com o Programa Calha Norte (PCN). A desconfiança mútua deve ceder lugar para a colaboração e troca de informações e de projetos comuns para a Amazônia, que pertence igualmente a brasileiros de farda e de batina.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O futuro da Amazônia, realidade viva e não de museu, está nas nossas mãos.”

Papa Francisco

 

 

Obdachlos

Em maio do ano que vem, os ocupantes da Embaixada Brasileira em Berlim, na Wallstrasse 57, estarão sem teto. Isso se o nosso governo não correr com as providências. O atual aluguel da embaixada brasileira em Berlim é de 200 mil euros mensais e mais 7.500 euros para a manutenção. O prédio, construído no ano 2000, onde o corpo diplomático brasileiro ocupa os 7 andares há décadas, acabou de ser comprado pela China. Com a reciprocidade em mente, sondou-se a possibilidade de receber como doação um terreno para a construção da nova embaixada em Berlim. A resposta já chegou: um sonoro não.

Foto: facebook.com/brasemb.berlim

 

 

Experiência

Uma das maiores vantagens dos carros elétricos, além da energia limpa, seria a falta de barulho. Andam pelas pistas como os flocos de neve caem no inverno: em silêncio. Por falta de segurança, já trataram de instalar um barulho nos veículos para que se façam presentes.

Foto: Renato Alves / Agência Brasília

 

 

Ibram

Por falar em barulho de veículos, as reclamações de moradores nas áreas de restaurantes e lanchonetes que fazem entrega aumentam a cada dia. Os motoqueiros modificam o escapamento e os insuportáveis decibéis incomodam madrugada a dentro.

 

 

Enigma

Não é segredo, mas poucos sabem disso. É proibido entrar no Congresso Nacional portando qualquer tipo de bandeira.

Foto: congressonacional.leg.br/visite

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O discurso do sr. Aurélio Viana não transcrevemos. É cheio de verrima, de mágoa sem razão e, sobretudo, ofende aos deputados e ao Senado, quando se refere aos 300 bilhões de déficit no nosso orçamento, se fôssemos seguir as aprovações do Senado. (Publicado em 01/12/1961)