Tag: #MarketingNasEstatais
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Ainda estão por ser computados, e isso é um capítulo à parte no rol de escândalos de corrupção que assola o país, os prejuízos causados pelas nomeações políticas para as empresas públicas. O caso das estatais Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica, só para ficar nesses três, é emblemático e diz muito sobre essa prática nefasta, feita sob o pretexto de busca de apoios políticos dentro do chamado presidencialismo de coalizão.
Obviamente que diante de um esquema dessa natureza, as chances dessas empresas apresentarem problemas de equilíbrio financeiro são enormes e sempre presentes. Na verdade, muitas dessas empresas só não decretaram falência por que são estatais, isso é, contam com o apoio do fluxo contínuo de dinheiro do Tesouro, arrecadado, de forma voraz, dos contribuintes.
Dentro dessa nossa realidade, não chega a ser exagero a afirmação de que a recessão e as crises econômicas e cíclicas, experimentadas por todos os brasileiros, decorrem, em parte, do alto preço cobrado por esses apoios, principalmente pelo uso indevido dessas empresas para fins políticos. Governos estruturados dessa maneira acabam por não funcionar de forma eficaz, o que contribui para contaminar não só essas empresas, mas o próprio governo.
Com isso, a fórmula buscada para melhorar esse desempenho ruim não é feita pelo saneamento e pelas boas práticas de gestão dessas empresas, mas através de uma massiva campanha de publicidade que visa, de forma cosmética, melhorar a imagem da empresa e do governo junto ao público. Dessa forma, e a exemplo das campanhas políticas, gastam-se bilhões de reais nessas propagandas de louvação e de marketing, em que as estatais e o governo são embrulhados com fino requinte e acabamento, mas permanecem tão predatórios como sempre.
A frase que foi pronunciada:
“O peixe cai pela isca,
O velho pela conversa,
A galinha pelo milho
O pobre pela promessa.”
Anônimo
Fora da zona de conforto
Temos, no final de 2018, uma geração que compra pela Internet sem medo e outra que não se embrenha nessa teia virtual. Mas há o chamariz e, num átimo, o idoso se rendeu. Era um portal inglês com um colete que o remetia a mocidade.
Aventura
Chamou o neto e finalizou a compra. 59 libras como valor final. Todos os dados possíveis circulam entre as fibras óticas. Nome, documentos, cartão de crédito, endereço. Frete pago, tudo até agora exigido pago, tudo certo. Nesse ínterim a sensação de que o virtual chegará e será tocado é interessante. Depois do receio pela nova jornada, nosso personagem vibra. Em no máximo 15 dias a encomenda chega.
Apreensão
Antes desse período, novo contato foi feito. Não era o colete que o levaria ao passado que estava chegando. Era um problema que perduraria no futuro. O leão abocanhou o pacote. “Formulário de esclarecimentos e comprovação de valor de mercadorias importadas para fiscalização da Receita Federal do Brasil.”
Espera
Didaticamente, a receita explica que a situação poderá ser resolvidas em 3 etapas e a cada passo o prazo é delimitado. O importador deve providenciar os documentos em 10 dias, o processo será apresentado à Receita Federal e a resposta virá entre 7 e 10 dias úteis e, caso a documentação seja aceita pela Receia Federal, o processo seguirá para recolhimento do imposto de importação.
Inacreditável
Ao final da correspondência, a luz no fim do túnel se apaga. “Nova exigência documental é feita pela Receita Federal. Nesse caso, você receberá novamente uma notificação para providenciar documentos complementares, retornando-se à 1ª etapa.”
Decepção
Nosso idoso, já aposentado, reservou uma pastinha para a documentação. Agora mais papeis chegando e nada do colete do túnel do tempo. A avaliação do auditor-fiscal foi a seguinte: além das 59 libras já pagas pelo cartão de crédito recém autorizado para compras internacionais, a remessa passou de USD 10,74 para USD 73,17.
Sem limites
Além disso foi cobrado o valor aduaneiro por R$400,87 mais 60% do imposto de importação, mais R$142,82 de ICMS, além do FECP RJ de 2% e uma pequena taxa administrativa de R$ 65,02. Há ainda a taxa da Infraero, pre paid taxes e os Artigos 703 (R$243,03), 725 (R$46,41). Sobre o Art. 711 nada foi cobrado.
Final feliz
Além do valor do colete, o idoso que topou o desafio de comprar pela Internet precisará desembolsar mais R$746,98. Mas ele acha que o colete que o lembra a juventude não vale tanto. Suspendeu a compra do cartão e deixou a Receita a ver navios.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A limpeza urbana está funcionando como assistência social, e não como limpeza mesmo. Há um número enorme de candangos fichados, que não podem ser demitidos, porque não têm onde trabalhar. Esta não é função para a prefeitura. (Publicado em 07.11.1961)