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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Deus, tenha piedade de nós! Livra-nos da vergonha. Principalmente em fóruns internacionais, onde as mídias sociais interligadas mostram, em tempo real para todo o mundo, que andamos ainda, desde o século XV, em círculos, em busca de uma identidade como nação.
Poupe-nos dos vexames e não deixais que nossas autoridades caiam na tentação de acharem que são mais espertas do que o resto do mundo. Livra-os também do vício da mentira. E não permita que cenas patéticas, de choro sem sentimentos crie, no imaginário do mundo, uma ideia errada do que somos como povo.
Orando dessa forma, quem sabe, Deus e o mundo possam nos redimir da falta de compromisso e seriedade com que nossos representantes encaram as mais urgentes agendas e promessas globais. Inflar dados e estatísticas, alterando os números superlativos sobre queimadas e derrubada de matas nativas, mesmo ignorando que o mundo assiste agora a capital do Amazonas, Manaus, afogada em densas nuvens de fumaça, resultante das maiores e mais dispersas queimadas dos últimos 25 anos é, no mínimo, uma ousadia desprovida de inteligência.
Pior é que para não ficar feio e deselegante, o mundo finge acreditar. No íntimo, o mundo presente na COP28 sabe que nossa floresta tropical, por sua imensidão territorial e mesmo pela falta de zelo histórico com que cuidamos desse patrimônio, pertence tanto ao Estado brasileiro como às centenas de ONGs que agem no local, como aos madeireiros financiados por indústrias internacionais, como aos garimpeiros, aos contrabandistas de espécies vegetais e minerais, como as mineradoras multinacionais, como as facções criminosas que operam naquela região e a muitos outros parasitas que por aquelas bandas vagueiam em busca de riqueza fácil.
A Amazônia já é do mundo. Caiu na vida. Afirmar que a atual gestão do país vai salvar a Amazônia e a reputação do Brasil sobre esse problema é uma mentira pueril. O fato, e os satélites mostram a destruição com precisão, quase um quinto da floresta amazônica já desapareceu e apresenta hoje uma realidade quase irreversível. Ainda assim, as motosserras não param de zunir dia após dia. O mundo sabe desse problema e o compara com que dizem nossas autoridades do alto das tribunas. O final não bate. Não coaduna. E não adianta colocar a culpa no fenômeno El Nino.
O discurso para a COP e para o mundo, com promessas de que a onda de desmatamento irá cessar em 2030, juntamente com a Agenda da ONU, não encontra respaldo interno pelas condições precárias da economia do país e tão pouco conta com o entusiasmo das autoridades, muitas delas pouco afeitas às questões ambientais e a desafios dessa natureza.
É preciso combinar antes com esses atores que lá estão dilapidando essas riquezas e com os políticos dessas regiões, que fingem nada saber. Mesmo diante de tantas promessas em favor de uma economia verde, bastou um convite, feito pelos xeques do petróleo no mundo, para que o Brasil, por meio da Petrobras, faça parte do grupo da Opep+, para que os olhos de nossas autoridades brilhassem como ouro faiscando e caíssem as fantasias.
Às favas, a preservação e as emissões de gases do efeito estufa provocados pela queima do produtos fósseis. Nossos representantes não conseguiram esconder o entusiasmo com o convite e até ensaiam criar uma Petrobras no Oriente Médio. A adesão àqueles que representam hoje os antípodas do combate ao efeito estufa veio da forma mais singela e marota: “Acho importante a gente participar, porque a gente precisa convencer os países que produzem petróleo que eles precisam se preparar para o fim dos combustíveis fósseis”, disse o presidente do Brasil. “E se preparar significa aproveitar o dinheiro que eles lucram para fazer investimento… Porque se a gente não criar alternativa, a gente não vai poder dizer isso.”
A frase que foi pronunciada:
“A economia é clara: a mudança global para as energias renováveis é inevitável. A única questão é quanto aquecimento o nosso planeta suportará antes que isso aconteça.”
Secretário-Geral António Guterres em comentários na abertura da Cúpula Mundial de Ação Climática COP28
Erramos
Em carta, leitor nos corrigiu com propriedade na coluna intitulada Desabrigados pelo Marco Temporal. Dissemos, à certa altura, que o STF declarou ser constitucional o Marco Temporal quando é justamente o contrário.
Burocracia
Medical Center, edifício de atendimento clínico, resolveu cadastrar as pessoas que entram no prédio causando um transtorno enorme. Fila longa e pacientes sem poder comparecer no horário marcado.
Interesses
Continua o transtorno com a falta de comunicação entre instituições. Aposentados que precisam retirar o dinheiro do banco recebem orientações truncadas por todos os lados, dificultando o acesso ao direito que lhe cabe. INSS, bancos e empresas com ruídos na comunicação.
Compromisso
No dia 10, na Igreja do Perpétuo Socorro de Taguatinga, 19h, o coral do Senado cantará músicas natalinas e a Missa de Palmeri. Nada de surpresas que desagradem leigos ou a comunidade cristã.
História de Brasília
Os ônibus da TCB que servem à L-2 atrasam comumente seus horários, deixando os passageiros ao sol, esperando quase uma hora. (Publicada em 27.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Buscar uma palavra para tentar entender o que vem ocorrendo em Manaus, pode não ser um exercício de grande valia neste momento de aflição, mas forneceria, ao menos, um ponto de referência mais preciso para situar-nos perante o país e o mundo com relação à disseminação do vírus e à nossa capacidade real de ação contra essa pandemia.
Mais do que uma calamidade, a situação em Manaus, provocada pela falta de cilindros de oxigênio nos hospitais superlotados com pacientes atingidos pelo coronavírus e sua nova variante, revela, de forma crua, nossa total incapacidade para lidarmos com flagelos dessa natureza, o que nos remete e suscita à expressão pura e simples de uma capitulação.
De fato, fomos rendidos aos primeiros disparos dessa guerra que o mundo trava contra um inimigo biológico e imperceptível aos olhos humanos. Manaus, uma capital com cerca de 2,2 milhões de habitantes, experimenta hoje, na pele, o que pode vir a ser a realidade de muitas outras capitais espalhadas por esse país continental, bastando apenas que a doença prossiga avançando.
As dezenas de mortes registradas, em apenas um dia, por asfixia, expõe, sem retoques, a inépcia de um governo que, no meio do mandato, ainda não encontrou um rumo sequer que possa ser chamado de programa de governo. E pior, põe em alerta milhões de cidadãos por todo o país, diante da possibilidade real desse colapso vir a se repetir, por essa ou por outras falhas e omissões. De qualquer forma, os episódios de mortandade ocorridos em Manaus, por certo, irá figurar nas páginas da história deste país, castigado por uma longa sequência de governos incapazes de administrar, de forma minimamente decente, uma nação desse tamanho e importância.
O mais irônico, se é que se pode encontrar ironia nesses casos escabrosos, é que, à frente no combate ao vírus, o chefe do Executivo escalou nada menos do que um general intendente para comandar o Ministério da Saúde, ou seja, a principal pasta envolvida diretamente nessa pandemia. O que se pode aferir, pelo visto até aqui, é que a logística para enfrentar essa pandemia falhou de modo flagrante nesse e em outros episódios do passado recente, o que explica, em parte, o reconhecimento de que, nessas primeiras batalhas, saímos derrotados.
A questão aqui, nesses descaminhos que nos levaram à insuficiência de resultados para contornar essa crise sanitária, é quanto aos seus resultados políticos, a exemplo dos que ocorreram nos Estados Unidos e que fizeram, de uma reeleição certa, uma derrota tumultuada e fora dos padrões.
A virulência do Covid-19 ceifou as chances de Donald Trump e colocou, por similitude, a possibilidade de reeleição também aqui no Brasil do atual ocupante do Palácio do Planalto. A negação sistemática de um fator de contaminação real e fatídico, trouxe consigo não apenas o descrédito e a desilusão de boa parte da população para dentro do governo, pondo em dúvida a eficácia do atual mandatário em tempos de crise aguda e que ,por certo, trarão consequências políticas pouco auspiciosas para seu futuro e continuidade.
A frase que foi pronunciada:
“Gosto de brincar de solidão. Poeta é assim: Carrega o amor na palma da mão.”
José Carlos Vieira, nosso Fala Zé
Sorrelfa
De repente, justamente as ofertas de material de obra ou sapatos aparecem entre os anúncios que você é obrigado a ver quando navega pela Internet. Sabia que seu telefone ou smart speaker captam sua voz e transforma em anúncio? Já não há privacidade há muito tempo.
Necessidade
Entre o Deck Sul e o parque Asa Delta é preciso uma faixa de pedestre. A travessia é muito arriscada.
No passado
Parlamentares discutiam a lei que estende, para todas as pessoas com deficiência, a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados incidente sobre a aquisição de automóveis. Autoria do senador Romário e relatoria do senador Esperidião Amin. Enquanto isso, o senador Marcos Rogério indagou a razão de seu voto não ter sido contabilizado. O senador Omar Aziz apontou que era digital, o problema. Deve ter desgastado um pouco, disse o senador Marcos Rogério olhando para o dedo.
Nacional
Leia, a seguir, o artigo do professor Nagib Nassar sobre o projeto de introduzir farinha da mandioca enriquecida para merende escolar de Pernambuco. E Paraná. O diretor da Emater, Sr. Humberto não se mostrou muito interessado na proposta. Disse que a alimentação da criançada já está bem equilibrada. Com 1% de proteína. O fato é de tamanha relevância que a ministra Damares ficaria interessada se conhecesse a proposta.
–> Geografia de fome: Uma nova visão
Em seu clássico, Geografia de fome (1951), O eminente Agrônomo e sociólogo Pernambucano ,Jusué de Castro apontou claramente o pobre conteúdo proteico da mandioca que é o principal comida de todo nordeste e norte brasileiro. Ele explicou que essa cultura que alimenta mais de cem milhões Brasileiros e um bilhão dos tropico úmidos na Ásia, África e América Latina é tal pobre na proteína ate ela não ultrapassa de 1% de seus comestíveis raízes. Ele explicou ainda que a cultura fornece mais de 80% das calorias diárias consumidas pelo povo nordestino e do norte. Essa falta de proteína leva a graves doenças para recém nascidos e crianças como fibrose de pulmões e fisgado e ate afeta cerebro.
O jusue de Castro sugeriu juntar a feijão a mandioca na comida nordestina para compensa falta de proteína na mandioca .
Durante nosso programa de pesquisa conseguimos variedades da mandioca ate 3 vezes conteúdo proteico levando o nivel ate 4 % mas isso nao resolve o problema pois o nível ainda muito baixa para necessidades humanas. A analise das folhas da mesma cultura mostrou elas tal ricas ate chega a nível proteico de 32 % , e parece que uma solução radical foi atingida. A adição da farinha de folhas ao farinha da mandioca com proporção de 20% aumenta proteína na mistura ate 8% , i.é pouco mais de que os 7% encontrados no trigo e arroz . A adição nao aumenta nenhum custeio ao consumo diário da mandioca pois suas folhas nunca foram utilizados pelos agricultores e normalmente dispensadas .
A solução beneficia principalmente além de adultos mais de 20 milhões de crianças e recém nascidos que sao mais afetados e volnuraveis pelo disequilibrio nutricional . Eles vivem sob linha da pobreza e sao aqueles que mais sofrem de falta nutricional da proteína que é elemento básico nutricional essêncial para crescimento sadio orgânico e mental.
Nessa fase de crescimento ,a merenda escolar tem um papel essencial para futuro cidadão pelo o que ela oferece de básica alimentação.
A refeição equilibrada em cima mencionada garante uma qualidade necessitaria para crescimento saudável e no mesmo tempo deve ser economicamente disponível e no alcance orçamentário dos estados e prefeituras.
Como trata se de uma ideia nova que deve ser levada a atenção do governo federal numa forma que convence pela disponibilidade e facilidade de aplicação, a nossa fundação financiou orgoes de extencao em dois estados principais do pais que saio mato grosso e Paraná para executem a ideia. Isso fica exemplo para todos estados e para governo futuremente . Nosso caminho de execução é a merenda escolar e os municípios e prefeituras que a aplicar .
A atenção nacional ao assunto não somente importante para cobrir uma área geograficamente maior mas também para divulgar uma técnica e um método inovador para enriquecer e equilibrar comida popular cujo conteúdo defeituoso e disequilbrado afeta um grade parte da popúlacao . Com os novos conhecimentos e as novas aplicacoes , o Josué de Castro , se vivo devera ser capaz de corrigir seu conceito antigo da década 1950s sobre geografia de fome, pois ele não imaginou o que nos encontramos nas folhas da planta de tanta proteína abundante.
Além de comida balanceada fornecemos ainda a região amazônica e nordestina variedades melhoradas com tripla produtividade. O aumento da produtividade desse cultura alimentícia deve ser prioridade máxima da nossa pais .
Um aumento da produtividade foi e pode ser ainda alcançada pelo aproveitamento da potencialidade genética da cultura que promete ate 7 vezes da media atual . A media nacional e internacional atual e 14 toneladas per hectare e as variedades melhoradas podem chegar ate 120 toneladas por hectar.
O aproveitamento da rica biodiversidade Brasileira s permitira plantio em áreas áridas ainda não cultivada e desenvolvimento de variedades ricos em ate 8 vezes do precursor vitamínico betacaroteno e outras variedades mais adaptadas as condiciones severas do meio ambiente.
Nagib Nassar
Professor Emérito da UnB e Pesquisador Emérito do CNPq, e Presidente da fundação filantrópica FUNAGIB
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Desde 31 de janeiro de 1960 que não se move uma palha nos Ministérios, porque as figuras de proa são contra Brasília. Mudem-se os homens, permaneça-se a idéia, respeite-se a lei. E por falar em lei, onde anda, esta hora, o inquérito do “Aletes”. (Publicado em 24/01/1962)