A ciência fora do labirinto político

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Charge do Zappa

 

Deixando de lado os motivos, nada nobres, que levaram o presidente Jair Bolsonaro a exonerar o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, indicado político do DEM, já que essa medida é um direito que lhe cabe como chefe do Executivo, o fato é que a saída agora do titular dessa pasta, em plena crise de pandemia, emite um sinal muito ruim não só para a população brasileira, mas principalmente para o restante do mundo que sofre dos mesmos efeitos do Covid-19.

Não é segredo para ninguém que o Ministério da Saúde tornou-se, nesse momento de aflição geral, a principal instituição pública a conduzir e a gerenciar a travessia de todos para fora da pandemia, da maneira mais segura e com o menor números de mortos possível. Trata-se, portanto, de uma tarefa de guerra que, aos olhos da população, e considerando os números de recentes pesquisas que apontam nesse sentido, vinha sendo conduzido pelo ex-ministro com larga aprovação, tanto na gestão interna como no restante do sistema distribuído por todo o país.

Nessa altura dos acontecimentos, o volume de informações acumuladas pelo ex-ministro e sua equipe dificilmente será absorvido pelo novo titular, a tempo de pôr a gigantesca máquina da saúde pública de volta ao campo de combate. Outras lições, bem mais importantes e urgentes, podem ser tiradas dessa desastrosa experiência e que podem ser de mais valia para todos os brasileiros nos anos vindouros. A primeira delas é que, como bem lembrou o ex-ministro, é necessário e urgente construir um modelo de saúde igualitário que englobe não só um reforço do Sistema Único de Saúde (SUS), como voltar a atenção do Estado para a importância de instituições de pesquisa como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), conferindo-lhes maior autonomia, com mais investimentos, para que, num futuro próximo, esse centro de ciência possa produzir vacinas com mais presteza e eficiência.

Em seu último discurso frente a pasta, Mandetta lembrou ainda que, no Brasil e no restante do mundo, haverá, após o coronavírus, um novo modo de viver bem diferente, em que a ciência forçará as pessoas a pensar fora da caixinha, já que muitas verdades que eram absolutas, até agora, estão virando pó. A questão que se impõe é saber exatamente se o novo ministro que assume, e que foi um dos formuladores do programa de saúde do então candidato Bolsonaro, foi trazido para essa árdua e urgente missão para ajudar os brasileiros a saírem dessa crise, ou, mais especificamente, para salvar o próprio presidente do labirinto criado por ele mesmo em torno de si e dos seus seguidores mais fiéis.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A natureza parece quase incapaz de produzir doenças que não sejam curtas. Mas a medicina encarrega-se da arte de prolongá-las”

Proust (1871-1922), escritor francês em A prisioneira.

Escritor Marcel Proust. Foto: reprodução

 

Seu bolso

Talentos para trapacear o povo. Escândalo em nuvem de fumaça pior do que não abrir mão do fundo partidário. Autorizar o Banco Central a comprar papéis podres dos bancos em mercado de balcão sofre mudança. A iniciativa foi transferida do artigo 7º para o artigo 8º da PEC 10. Leia tudo sobre essa manobra no link MUDANÇAS PUERIS DA PEC 10 SÓ SERVIRAM PARA EMPURRAR O ESCÂNDALO.

 

Saúde

Um vídeo explicativo, aprovado por renomados médicos, circula nas redes sociais com uma linguagem acessível com explicações sobre o Covid-19. Assista a seguir. Aproveite para conferir também as homenagens de alguns funcionários na saída de Mandetta do Ministério da Saúde.

 

Educação

Escolas teimam em cobrar mensalidade integral mesmo dando aula à distância, até para crianças de 5 anos, cuja mensalidade, às vezes, é até mais alta que as universidades particulares. Aprovado na Câmara Legislativa o desconto de 50% nas mensalidades. Acontece que, nas escolas onde não houve 50% da carga horária preenchida por atividades, não há possibilidade de pagar por um serviço não prestado.

Foto: Carlos Gandra/CLDF

 

Aluguéis

Para os autônomos que pagam aluguel, a situação está mais difícil. Não há regras claras quanto à flexibilização dos contratos. Menos um ponto aos consumidores novamente.

Foto: Marcos Negrini/Setecs-MT

 

Sempre crianças

Essa foi do filho de uma amiga que, na sua inocência lógica, perguntou: Mamãe, a gente precisa ficar preso em casa para não pegar coronavírus e o ladrão que está preso precisa sair da cadeia para não pegar o coronavírus? Tem alguma coisa errada.

Foto: Fredy Varela / especial / especial

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os choques internos no Palácio Planalto, entre funcionários da Presidência da República e do Conselho de Ministros, da perfeitamente a entender que o gabinete do sr. Tancredo Neves deveria estar no anexo da Câmara dos Deputados, já que o Primeiro Ministro é um delegado do Congresso. (Publicado em 05/01/1962)

Desafio do farol

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Provavelmente o presidente Jair Bolsonaro conheça toda a trama nos bastidores criada pelo país asiático, para seguir a vida visitando as pessoas de baixa renda e sentindo o drama do povo brasileiro de perto. Por isso, para o chefe da Nação, que vê o dedo do socialismo cada vez mais perto, ameaçando a liberdade do país com uma doença de patente conhecida, vê a compra de rede de televisão, e o dinheiro correndo para comprar o silêncio. Bolsonaro segue com sua teimosia para chamar a atenção, em primeiro lugar, do exagero de informações falsas entrelaçadas com verdadeiras. Todas as mortes precisam ser anunciadas com as doenças pré-existentes nos pacientes. Raramente adotam essa prática. Pouco se comentou sobre general Heleno, com mais de 70 anos, que está de volta à ativa, como prova de que o mal não é do tamanho que desenham.

Quer o chefe do Executivo, comandar o combate à doença com racionalidade e apoio total da população. Já disse que não está incomodado com a popularidade, o que é um caso raro. Já disse também, que outros países não são o Brasil. Tem a temperatura, clima, diferente. Um tempo enorme do horário nobre foi dedicado ao Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para todos os esclarecimentos. Logo depois da fala, locutores criticaram novamente o governo, deixando uma interrogação se estão do lado de partidos ou dos brasileiros. Se há reclamações que o presidente confunde a população, essa postura também confunde. Dezenas de minutos o ministro usou para esclarecer as premissas sobre a doença. Quando acaba de falar, o criticam.

É importante que se reconheça a equipe escolhida pelo presidente Bolsonaro, principalmente da Saúde e da Economia. Estão sendo profissionais, apartidários e competentes como o povo brasileiro merece. O ministro Mandetta prega o confinamento, mas os repórteres que tanto criticam o presidente também estão nas ruas, registrando os fatos para conhecimento da população. Os jornalistas não podem parar, nem médicos, padeiros, caixas de supermercados, lixeiros, carteiros, e assim se estende a classe que sai nas ruas. O presidente saiu também. Estava trabalhando. Pela lupa, o confinamento não é total. Há os que se protegem e protegem a população e há os que precisam trabalhar e tomam os cuidados necessários para se proteger e proteger a população. Como dizia Clarice Lispector, “Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.”

Por tudo o que o presidente diz acreditar, é ele o político mais exposto à crise de saúde pública. Tem tido coragem e coerência para manter o que pensa e pelo visto reluta para mostrar verdadeiramente para a população a história como ela é. É preciso que os brasileiros despertem com inteligência, prudência e sabedoria para enfrentar essa guerra.

Em qualquer cenário alcançado pela praga, o presidente será atingido. Se morrerem mais brasileiros por conta unicamente da doença ou se a situação econômica ficar insustentável, em quaisquer das hipóteses, seu governo precisará agir. Ao sair às ruas, Bolsonaro sabe dessas variáveis e arrisca sua vida e a vida daqueles que o seguem nessa cruzada em prol da saúde econômica do país. À bem da verdade, o presidente não tem muita escolha nesse momento. Se não sai às ruas para tranquilizar a população, prometendo à volta ao trabalho, a imprensa e a oposição caem em cima dele. Se ficar recolhido no Palácio da Alvorada, o mesmo acontece.

O fato é que, enquanto o presidente não encontrar um farol seguro de onde possa orientar a população a chegar à um bom porto, parte da imprensa e da oposição não darão trégua. Há o problema diplomático, mas quem torce pelo Brasil acredita que o alto desse farol anunciará a solução a tempo de desviar o país da rota que compromete o bem mais valioso de um povo: a liberdade.

 

 

–> Para mais informações sobre, leia Escola de samba da China 2020 – dossiê COVID-19 em 5 atos

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A verdade o libertará, mas primeiro o irritará.”

Joe Klaas, de Doze Passos para a Felicidade

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Enquanto isto, o Ministério das Minas e Energia continua a toque de caixa nos preparativos para a mudança para a Asa Norte. (Publicado em 04/01/1962)