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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
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Surpreendido pela polícia rodoviária nos Estados Unidos, por trafegar acima da velocidade permitida naquela estrada, o condutor que portava uma espécie de coleira para cães disse ao policial, que lhe pediu as documentações do veículo e do condutor, que, na verdade, ele não era humano, pois já havia se autodeclarado como cachorro e, portanto, não poderia ser responsabilizado ou penalizado por dirigir em alta velocidade; afinal, animais não podem ser multados. Ele optou por ser um cão porque era fiel, gostava de carinho e por aí vai.
O homem fardado, acostumado com bizarrices, resolveu, para confirmar tão surpreendente justificativa, consultar o parceiro que estava ao lado do cão em corpo de um humano no banco do carona. Imediatamente, seu parceiro confirmou a história, crente de que aquela desculpa iria colocar o policial em xeque-mate, resolvendo toda a questão ali mesmo. O policial que escutara toda a história surreal não esboçou nenhuma reação de surpresa, apenas fintou os ocupantes do carro com certa ironia na expressão.
Depois de pensar por um segundo como fazer valer a lei, mesmo diante de tão grandes espertalhões, sentenciou: Bom se você é um cachorro como afirma, e está vagueando em via pública, então mostre-me sua caderneta de vacinação obrigatória. Confrontado com essa cobrança, o motorista canino olhou para seu parceiro ao lado indagando o que deveria fazer agora, pois fora encurralado pelo oficial de trânsito. Seu parceiro ou dono também não tinha resposta para aquela cobrança legal.
Vendo os dois presos em suas próprias narrativas, o policial ainda emendou: Você já foi castrado, como manda a lei, para animais que andam em vias públicas? Com aquela pergunta, o motorista começou a entrar em pânico, ante a possibilidade de ser emasculado por veterinários, mas, mesmo assim, respondeu: Não sou castrado. Nesse caso, disse o policial, irei chamar a carrocinha que recolhe animais para providenciar sua transferência para uma clínica veterinária do estado, a fim de proceder o que manda a lei.
Seu dono ao lado pode lhe acompanhar se quiser. Em todo o caso, emendou, o carro e vocês ficarão detidos até a solução desse problema. Verdadeira ou não, a história acima retrata fielmente uma situação que, nesses últimos anos, vem surpreendendo as pessoas comuns em todo o planeta. O fato é que, de uns tempos para cá, pessoas em todo o mundo e aqui mesmo em nosso país vêm se autodeclarando ser o que acreditam ser ou fingem que são. O mais surpreendente é que as regras do politicamente correto, impostas pela onda woke, dizem que as pessoas que ouvem essa e outras justificativas não devem contrariar ou melindrar a pessoa, mesmo que isso pareça ser uma maluquice sem tamanho.
Em outros tempos, pessoas que insistissem nessas narrativas seriam conduzidas, diretamente, para os hospícios, onde os sedativos potentes e mesmo os eletrochoques iriam acalmar o doido. O mais estranho nessa nova onda sem sentido é que as pessoas que se autodeclaram como plantas, animais ou outra coisa qualquer, são ouvidas e até mesmo respeitadas em sua nova personalidade. Nesse caso, fica difícil distinguir quem realmente é o louco.
Na verdade, tanto quem aceita essas narrativas de personificação patológica, como quem afirma ser o que não é, estão fingindo, mesmo que não aparentem tal. O que mais assusta, nesse mundo que parece ir ladeira abaixo nas relações humanas, é que, por força de leis insensatas, redigidas especialmente para atender esse hospício geral, é que as instituições do Estado acabam embarcando nessa enxurrada amalucada, criando situações em que, francamente, a realidade se coloca de pernas para o ar, como num conto de realismo fantástico.
É o que parece ocorrer agora com a decisão esdrúxula de algumas universidades públicas em abrirem cotas para indivíduos que se autodeclaram travestis, trans ou não binários. Trata-se do que agora chamam de “política de ação afirmativa”. Para tanto, os candidatos precisam apresentar um documento do tipo “relato de vida” ou “trajetória de transição” ou “processo de afirmação da identidade de gênero”. É preciso confessar de público que, até mesmo este espaço, que já cuidou de assuntos mais complexos e sérios, surpreende-se com esse tipo de matéria. Mas como dizia também o filósofo de Mondubim: “nada do que é humano me é estranho”.
A frase que foi pronunciada:
“O que não conseguimos nos lembrar, ficará conosco como uma ação.”
Freud
Agenda
Pelo aniversário de Brasília, o Teatro da Poupex vai apresentar o projeto cultural com músicas em homenagem à cidade. Do samba à bossa nova, o repertório promete muitas emoções. Sob a direção musical de Renato Vasconcelos, o show contará com a participação da Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira. Dia 25 de abril, a partir das 20h.
História de Brasília
E a prova disto são aquelas papeletas dizendo que o bar fecha às 3 e que não aceita vales nem cheques, tôdas pregadas nos vidros do bar. (Publicada em 24.04.1962)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, já ditava o bardo português quinhentista, Luís de Camões. Com isso, mudam-se os costumes, quer concordemos ou não. As gerações que estão tendo a oportunidade de assistir a passagem do século XX para o XXI, incluídos aí os chamados baby boomers, ou seja os nascidos após a 2ª Guerra Mundial, experimentaram, mais do que qualquer outra geração, rápidas e profundas transformações na sociedade, principalmente no Ocidente.
Essas mudanças são em número tão acentuado e tão velozes que, não raro, nos surpreendemos com nossa capacidade em aceitar, com facilidade, ou refutar, veementemente, essas novas alterações em nossa vida. De fato, ainda está longe de estar completamente pacificado, entre nós, a aceitação da união civil de pessoas do mesmo sexo.
Diversos fatores parecem concorrer para esse fato, como a nossa formação em uma sociedade ainda impregnada pelos ditames e costumes conservadores do paternalismo e da religião. As questões relacionadas a gênero e sexualidade têm agitado nossa sociedade. No Brasil, o movimento LGBT veio na esteira de outras manifestações como o feminismo e o próprio movimento negro, que lutavam para sair do gueto dos preconceitos de toda a ordem, ainda durante a ditadura militar.
De lá para cá, houve alguns avanços, principalmente na elaboração de leis visando estabelecer normas aceitas juridicamente, todas elas reforçadas pelos Direitos Humanos. Trata-se ainda, para a maioria dos brasileiros, principalmente os mais velhos, de uma questão, para dizer o mínimo, controversa. Vivêssemos sob o regime de leis consuetudinárias, ou com base nos costumes, a questão dos homossexuais ainda seria um enorme tabu.
Como não houve ainda uma ampla consulta à população sobre o assunto, esclarecendo pontos essenciais de uma matéria tão sensível, fica a questão no limbo entre o que proclama a Constituição em seu art. 5º que diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” e a aceitação, comprovada, por parte da maioria da sociedade.
Diante de uma questão que ainda gera muitos debates, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizou, nessa semana, ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra a Lei 6.160/2018, de autoria do deputado distrital, Rodrigo Delmasso, aprovada na Câmara Legislativa, que estabelece uma espécie de “Estatuto da Família”, definindo, entre outras normas, que “família é união entre homem e uma mulher”, excluindo desse núcleo outros arranjos familiares, como casais LGBT.
Entende o MPDFT que essa norma afronta os princípios constitucionais da isonomia, da igualdade, da dignidade da pessoa humana, da liberdade individual, da proibição de discriminação e da vedação ao retrocesso, além de contrariar tratados de direitos humanos do qual o Brasil é signatário.
Para o MPDFT, a referida lei é um retrocesso também no reconhecimento aos direitos às políticas públicas como moradia, alimentos, a benefícios previdenciários já garantidos pelo Estado. Quando essa Coluna foi fundada, no início dos anos sessenta, tal discussão não seria, sequer, tratada. São outros os tempos, temos que admitir.
A frase que foi pronunciada:
“Quando nos preocupamos com as nossas famílias e as suas necessidades, quando entendemos os seus problemas e esperanças, (…) quando se apoia a família, os esforços repercutem-se não só em benefício da Igreja; ajudam também a sociedade inteira”.
Discurso do Papa Francisco dirigido aos Bispos do Sri Lanka, no dia de maio de 2014.
Biruta
O deputado Júlio Delgado, vice-líder do PSB na Câmara, disse que a divisão do partido em relação ao apoio ao pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, é lamentável. Com os pés no chão, reconheceu que Lula é inelegível e disse que esse tipo de comportamento se iguala a uma biruta de aeroporto, que se comporta sem um norte.
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Com tanta tecnologia, o Ibram deveria postar um vídeo ensinando compostagem e lixo seletivo. O último curso que fizeram sobre os assuntos foi um sucesso. Mais educação produz menos lixo. Mais ação ao Centro de Práticas Sustentáveis, que fica nos Jardins Mangueiral, seria o ideal. O diretor-adjunto do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Paulo Celso dos Reis, doutor em desenvolvimento sustentável, é um entusiasta em relação às práticas que protegem o meio ambiente.
Contrapartida
Nenhuma contrapartida é exigida de quem recebe o Bolsa Família. Agora, 13,7 milhões de famílias receberão reajuste de 5,74% no valor. Maria do Barro, que foi secretária de Assistência Social do DF, não admitia esse tipo de paternalismo. Quer receber tijolos? Então me ajude com as telhas. E todos a respeitavam e valorizavam o que recebiam.
Absurdo
Depois de receber a orientação da ouvidoria do DFTrans (3042-0419), a passageira foi até a Rodoviária, entrou na longa fila para fazer o Bilhete Único para a mãe. As informações dadas conferem com o que diz o portal. Como não há identificação alguma no cartão, bastava levar a identidade, CPF e R$ 10 para colocar o primeiro valor. Ao chegar no guichê 3, a informação dada pela Loyane foi diferente. Não era possível fazer o cartão do Bilhete Único para terceiros. Nenhum supervisor para esclarecer o desencontro de informações. Falta de respeito total ao cidadão.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Está havendo moralização, mesmo, na questão do uso de apartamentos. As autoridades estão encontrando irregularidades tremendas, inclusive de funcionários vivendo à custa de aluguéis altíssimos.
Vários desses “senhorios” serão despejados nestes próximos dias, como, igualmente deputados que cederam ou alugaram os imóveis por preços várias vezes superiores aos aluguéis do GTB. (Publicado em 25.10.1961)