A morte do bom senso

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Sergei Supinsky/AFP/Metsul

 

        Já no segundo dia da guerra entre Rússia e Ucrânia, este espaço alertava para a urgência de providências no sentido de conter a poderosa máquina bélica de Putin, primeiro, através de uma possível declaração do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estabelecendo a neutralidade de seu país nas questões entre Moscou e OTAN, a exemplo da Finlândia durante a guerra fria; por uma razão simples e imposta pelo pragmatismo político: a impossibilidade real da Ucrânia em conter um possível avanço da máquina de guerra russa. Segundo, para preservar a vida de cidadãos ucranianos, homens, mulheres, crianças e idosos, que seriam necessariamente alvos dos ataques russos. Conhecendo a belicosidade de Putin, essas seriam as melhores estratégias de um governante sensato, pois desmanchariam os argumentos do ditador para invadir o país vizinho.

        Não se trata aqui de pretensões em pousar de estrategista de guerra ou coisa parecida. A questão envolve o bom senso, um atributo que, em tempos de violência, desaparece como fumaça no vento. Agora, com o estabelecimento da guerra, ou mais precisamente, de um massacre sobre o povo ucraniano, principalmente sua parcela civil, parece tarde para recuar. Para complicar um problema que tende a crescer, o presidente ucraniano parece fazer o jogo que o Kremlin deseja, que é estender o conflito para toda a borda que margeia a Rússia, incluindo, nessa batalha, todos os países que faziam parte da antiga União Soviética.

        Ao apelar para que países como os Estados Unidos e a própria Otan entrem nesse conflito, o que o presidente Ucraniano está fazendo é acender o pavio para uma guerra generalizada em toda o continente Europeu, o que seria um prenúncio tenebroso para uma terceira e definitiva guerra mundial. É certo também que Putin e seus generais poderiam resolver a questão do cerco da Otan ao território russo estabelecendo um cordão de proteção armada ao longo apenas das fronteiras dos países limítrofes. Mas todas essas foram hipóteses lançadas na lata de lixo. De fato, ao açular os instintos bélicos de Putin, em nome de um patriotismo que sempre custa a vida da população local, Zelensky abriu as portas para o avanço dos russos sobre seu país.

        O mundo, que a tudo assistia e que também não acreditava numa guerra de fato, foi apanhado por um tipo de surpresa anunciada. O fato é que a Europa, que já enfrentou décadas de guerras sangrentas, teme a volta dos conflitos armados, que podem se espalhar para outros becos sem saída, preexistentes em seus territórios, como é o caso da questão das levas de imigrantes vindos da África e do Oriente, além da questão dos muçulmanos versos cristãos, ainda não resolvidas desde as Cruzadas.

        Mesmo as delicadas questões envolvendo os países Balcãs poderiam, em caso de uma guerra generalizada, voltar a incendiar todo o continente. Existe, de fato, um tênue equilíbrio político em toda a Europa que pode vir a ruir, caso haja uma escalada dos conflitos. O pavio de pólvora que poderia ser apagado nos dias que antecederam a invasão russa, não foi apagado a tempo.

        Agora, pelo desenrolar dos acontecimentos, a guerra parece que irá seguir seu curso natural, inflamando o continente e trazendo mais insegurança para todos os europeus, isso se as contendas ficarem restritas apenas à Europa. Caso outros protagonistas, como os Estados Unidos e a China, entrem nesse conflito, os rumos do planeta imbicam para um abismo sem fundo.

A frase que foi pronunciada:

O poder da palavra é ilimitado. Muitas vezes, uma boa palavra era suficiente para deter um exército em fuga, transformar a derrota em vitória e salvar o país.”

Emile de Girardin, Jornalista francês (1802-1881)

Emile de Girardin. Imagem: britannica.com

PNAD e IBGE

Nova pesquisa mostra que mais de 580 mil empresas do Brasil foram fechadas entre abril de 2019 e dezembro de 2021.

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Evento

Nos dias 12 e 13 de março, o repertório apresentado pela Orquestra Desarmônica de Brasília será John Williams. No CCBB, às 19h30, com entrada franqueada ao público.

Cartaz: ccbb.com

Equilíbrio e Contraste

Impedir o primeiro retorno das primeiras quadras pares do Lago Norte foi ótimo nos horários de pico, ou seja, no máximo por 4 horas por dia. Nas outras 20 horas, os moradores são obrigados a cumprir um percurso inútil.

Foto: comdono.com

Branda demais

Em breve, o Estatuto do Idoso será alterado pelo Projeto de Lei 154/22, que aumentará a punição para os crimes de negligência e apropriação indevida de bens, quando praticados contra pessoas com 60 anos de idade ou mais. A punição, que era de 2 meses a um ano de detenção e multa, passa para de 2 meses a 2 anos de detenção e multa. Muito pouco!

Autor — Foto: Marcelo Camargo/ABr (valor.globo.com)

Projeto Índia Amazônia

Nessa quinta-feira, o Centro de Ensino Médio 404 (CED 404), de Santa Maria, recebe o Projeto Índia Amazônia (PIAMA), em escolas e em unidades de Internação. A iniciativa incentiva a prática da leitura e debates sobre a Amazônia por meio de rodas de leitura poética e lúdicas com Chico de Aquino, escritor do texto “ÍNDIA AMAZÔNIA”. O Projeto será realizado por meio de um Termo de Fomento da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECEC), do GDF.

Foto: Rondineli Borges/Divulgação

História de Brasília

Quanto aos candangos, mesmo vivendo em invasões e em barracos de madeira estão em melhor situação que em suas terras de origem, onde a fome rondava seus lares hoje abastecidos. (Publicada em 18.02.1962)

Ou é ele ou somos nós

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Na Ucrânia, maior usina nuclear da Europa é incendiada após ataque russo. Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

           Finalmente, as principais lideranças políticas do Ocidente resolveram tomar providências mais severas contra os oligarcas russos, na tentativa, entre outras medidas, de asfixiar as finanças desse pequeno, mas poderoso, grupo que, há décadas, orbita em torno do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

        Há décadas também, os serviços de investigação e combate a crimes econômicos, em vários países, principalmente na Europa, vêm fazendo um levantamento sobre a atividade desses magnatas russos, e há tempos, também, sabem do estreito envolvimento que o autocrata do Kremlin mantém com esse grupo, alguns, inclusive, apontados como testas de ferro de Putin. Dito em outras palavras, já faz tempo que os governantes europeus e americanos sabem das atividades ilícitas envolvendo esses oligarcas e o presidente Putin.

        Para alguns observadores dessas relações escusas, o que o presidente Putin tem feito, desde que assumiu o poder, foi afastar, prender e até eliminar todos aqueles milionários de seu país que não aderiram aos projetos de seu governo. Ao mesmo tempo em que cedia nacos importantes de setores econômicos de seu país, como petróleo, gás, mineração e outros, a grupos de empresários dispostos a tudo, desde que seguissem, à risca, os planos de Putin.

        Com o poder econômico russo, enfeixado, diretamente em suas mãos, Putin passou a controlar, pessoalmente, a circulação de riquezas, obviamente, retirando, desse poderio, parte significativa dos recursos da nação, para si e seu grupo. Com as forças armadas sob seu controle, além dos serviços de inteligência, do qual é oriundo, e de forças especiais de segurança e repressão, Putin passou a controlar, além do Poder Judiciário e Legislativo, a imprensa e toda a mídia do país, submetendo-os a mais estrita censura.

        Para a oposição, recorreu ainda as prisões em massa, tentativas de envenenamento e morte de todos aqueles que ousaram ir contra sua tirania. Em síntese, é bom lembrar que os principais líderes políticos do Ocidente, que passaram pelo poder nos últimos 20 anos, sabiam que Putin, juntamente com a maioria desses oligarcas que agora estão na mira da polícia, vem formando uma verdadeira máfia dentro do Estado Russo, impondo o terror, ameaçando países vizinhos e, agora, ameaçando todo o resto do mundo com suas armas nucleares.

        O que está ocorrendo agora, sob o olhar espantado de alguns governos, é a sequência natural de um longo projeto de dominação, em larga escala, há muito, preparado por Putin e do qual já sabiam as principais lideranças do planeta. A questão aqui é saber por que demoraram tanto a agir para impedir o crescimento e fortalecimento desse tipo de indivíduo. O que vemos aqui é o silêncio cúmplice de muitos presidentes mundo afora. Um silêncio e uma inanição que tem custado muitas vidas ao longo dos últimos vinte anos. Não há uma saída para o mundo que não seja a saída imediata de Putin do poder. A permanência desse tirano no poder pode custar a vida de bilhões de seres humanos. Ou é ele, ou seremos nós.

A frase que foi pronunciada:

Eu era uma garotinha na Segunda Guerra Mundial e estou acostumada a ser libertada pelos americanos.”

Madeleine Albright

Madeleina Albright. Foto: GREG KAHN

Helicóptero

Em Vicente Pires e no Lago Norte, duas crianças sofreram afogamento em piscina. Mais uma vez, a agilidade do Corpo de Bombeiros e o preparo da corporação trouxeram as duas vidas de volta. Não poupem elogios a esses heróis.

Atualizar

Por falar nisso, quem busca a ouvidoria do Corpo de Bombeiros cai em uma página geral do GDF que não é muito amigável. Inclusive, é necessário um pré-cadastro para a manifestação. Mas, indo com paciência, é possível finalizar a operação com sucesso.

Atendimento fake

Aconteceu na loja da Claro da Qi 11 do Lago Sul. Ao pegar a senha, o cliente aguarda a chamada no painel. A curiosidade é que isso não quer dizer que o atendimento vá ser feito naquele momento. Se a empresa controla o tempo de espera do consumidor, é bom que saiba que o resultado nessa loja em Brasília é fake. A espera é longa, apesar do chamado no painel.

Foto: divulgação

 

Notas de R$200

Por enquanto, só 18% das cédulas de R$200 reais estão em circulação. Segundo o Banco Central, os outros 369 milhões de cédulas produzidas e ainda não distribuídas estão guardadas na instituição.

Enfim

Secretário do DF Legal, Cristiano Mangueira, foi incisivo no anúncio pré-carnaval do que seria ou não seria permitido durante as festas de Momo. Dias depois, o governador Ibaneis liberou a máscara em lugares abertos, seguindo os passos de outros países. Estamos perto do fim em relação ao Covid.

Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

História de Brasília

Fala que a cidade tem favelas, desconforto, precariedade de transporte, vicissitudes de tôda ordem e é quase inabitável. É preciso muita distância do assunto, para dizer isto. (Publicada em 18.02.1962)