Um primeiro passo tímido

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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        De novidade, o que essas próximas eleições vêm trazendo para os eleitores é a instituição oficial da chamada Federação Partidária. Aprovada pelo Congresso Nacional, durante a reforma eleitoral de 2021, essa modalidade de aglutinação das siglas deverá, além de possuir os mesmos direitos e deveres dos partidos políticos, apresentar estatuto próprio, conforme estabelece a Justiça Eleitoral.

        Com isso, os partidos poderão se unir para apoiar propostas em comum, sendo permitido, ainda, o apoio a qualquer cargo, tanto para as eleições majoritárias como para as eleições proporcionais. Na prática, o que ocorre é que as mais de trinta legendas que superlotam o sistema partidário nacional descobriram que essa pulverização de siglas ajuda apenas os donos dessas legendas e suas respectivas lideranças.

        Esse novo modelo ainda está muito distante do que seria ideal, principalmente para o cidadão, que está bancando toda essa estrutura partidária e eleitoral, mas já significa um primeiro passo, rumo ao enxugamento de tantos partidos, muitos dos quais, transformados em verdadeiras empresas privadas a sugar volumosos recursos públicos. Não é por outra razão que os partidos resolveram se unir para aumentar seu capital de negociação, dentro do modelo vigente de presidencialismo de coalizão.

        O alvo dessas novas federações está centrado no Poder Legislativo, Câmara e Senado, onde esperam fazer o maior número possível de parlamentares. Os demais cargos inserem-se nas estratégias políticas de cada conjunto, de acordo com suas pretensões pós-eleitorais.

        Para o cidadão eleitor, pouco ou nada muda. Pode até piorar, já que, com certeza, esses novos conjuntos de forças irão, lá na frente, exigir novos e absurdos reajustes nos Fundos Partidários e nos Fundos Eleitorais, aumentando também os recursos para as chamadas emendas de relator e outras prebendas

        Em teoria, estaria dada a largada para o enxugamento das miríades de partidário que superlotam o nosso folclórico sistema político. O caráter permanente dessas federações, obrigadas a permanecer unidas até o último dia de mandato, confere um certo verniz de sinceridade ao modelo, mas não garante sua continuidade, o que ficará ao alvitre da decisão das novas composições dentro do Congresso, podendo ser alterado de acordo com a mudança na direção dos inconstantes ventos políticos.

        Como a afinidade programática e política é sempre uma incógnita a mudar como as nuvens no céu, a união desses partidos, em frentes únicas, obedece aos desígnios de cada conjunto de caciques, sendo a alteração de humor de desses grupos decisiva para a alteração das próprias federações. Ganharia o eleitor se, de fato, houvesse, com assento no Congresso, quatro ou cinco forças políticas, como tradicionalmente é visto em países desenvolvidos, onde os partidos sobrevivem graças ao empenho e doação de seus militantes.

        Ganhariam também os brasileiros, neste momento de crise, se ordenamentos como a Lei de Probidade Administrativa e a Lei da Ficha Limpa fossem respeitadas como deveriam. Ganhariam ainda mais os cidadãos se fosse permitida a candidatura a avulso, livre das amarras e da indústria partidária que parasitam nosso sistema político. O que se tem aqui é um primeiro passo muito tímido, rumo a moralização do sistema.

A frase que foi pronunciada:

Há muitos homens de princípios nos partidos políticos, mas não há nenhum partido de princípios.”

Alexis de Tocqueville

Alexis de Tocqueville. Foto: Reprodução/ Wikipedia

Mutirão jurídico

Entra ano, sai ano, pouco muda no sistema prisional brasileiro. Advogados podem entrar sem serem revistados, enquanto a família é humilhada na verificação. Mas o pior é a condição desumana das celas. Nem a CPI do Sistema Carcerário, realizada pela Câmara dos Deputados, resolveu. Quase 40% dos presos deveriam estar soltos. Como não há mutirão jurídico, não há andamento nos processos de execução penal ou de presos provisórios.

Cadastro Nacional

Outras indicações do documento final da CPI do Sistema Carcerário, elaborado em 2009, foi a necessidade de um Censo Penitenciário Nacional para avaliar e orientar as políticas públicas voltadas para o sistema carcerário. Outra ideia foi a criação de um Cadastro Nacional de Presos, a fim de que o sistema de controle do ingresso nas prisões seja de conhecimento público, bem como a ação parlamentar 602, o relatório final, a disponibilização de mapa da população carcerária, o tempo de cumprimento da pena em publicação e site oficial na Internet.

Uma das comissões na CPI

 

Informatização

A Criação do Serviço de Inteligência Penitenciária foi outra ideia registrada no documento. A informatização do Sistema Penitenciário, a criação de Escolas de Administração Penitenciária, o estabelecimento de um piso salarial para os servidores penitenciários em todo território nacional e a extensão a todos os estados do Serviço Avançado de Defesa Integral à Mulher Encarcerada e à Mulher Familiar de Preso.

Mulheres encarceradas. Foto para documento da CPI.

História de Brasília

É a especulação em marcha, é o prêmio aos que se opuseram ao movimento da maioria. Deve ser um dia triste, o de hoje, para Bahouch. (Publicada em 17.02.1962)

Eleições e merecimento

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Charge do Cazo

 

Seria o Brasil a prova viva a confirmar a teoria, segundo a qual, cada povo tem o governo que merece? Para uma parte da sociedade brasileira, principalmente aquela que prima pelos valores da ética na gestão da coisa pública, tal afirmação não passa de uma estultice sem fundamento teórico ou científico. Mas, para uma parcela significativa de cidadãos que vive em constante conflito com um Estado perdulário e patrimonialista e, por isso mesmo, necessita estar onipresente quando se trata de tributar os contribuintes, essa é a mais pura verdade a resumir o modelo de país desigual que construímos para nossa própria infelicidade.

Pelo sim, pelo não, o fato é que, desde que essa expressão foi cunhada pelo filósofo francês Joseph-Marie Maistre, em 1811, para justificar sua tese de que a escolha de maus representantes se devia, basicamente, à ignorância popular, já que o povo não sabia usar do poder do voto para ser corretamente governado, existem ainda muitos defensores dessa teoria, principalmente no Brasil, onde ocorre, neste domingo, o que pode ser considerado o maior pleito eleitoral do planeta.

Não é pouca coisa, mas, pelo o que se tem visto e ouvido dos candidatos que estão nessa disputa pelos cargos de vereadores e prefeitos em 5.570 municípios, reunindo mais de 147 milhões de eleitores, a tendência é de que a qualidade desses postulantes não chegue a diferir muito dos antecessores. Pelo contrário, o que se acredita é que essa geração de políticos que está por vir seja ainda mais sofrível do que a anterior. Para se ter uma ideia do que nos espera, 66% dos candidatos que buscam se reeleger já estiveram filiados a uma série de outros partidos anteriormente.

Tal dança das cadeiras demonstra não só a fragilidade ideológica desses políticos, embora confirme a suspeita de que muitas legendas partidárias continuam a existir apenas como instituições privadas de aluguel, abastecidas com bilhões de reais dos fundos partidários e eleitorais. De fato, a miríade de partidos, já há bastante tempo, tornou-se um negócio muito mais lucrativo do que os cargos disputados, sejam eles quais forem.

O problema é que boa parte da população não desconhece esses fatos e ainda assim, misteriosamente, acorre em massa às zonas eleitorais a cada novo pleito. A questão aqui é que os rigores propostos pela população, ao reunir milhões de assinaturas para a proposição da Lei da Ficha Limpa, não resultou num ordenamento capaz de retirar de cena postulantes claramente enredados em ilícitos de toda a ordem.

Para o cidadão e eleitor, interessa uma reforma que acabe com os custos exorbitantes da atuação política em todos os níveis, eliminando, de saída, as mordomias descabidas. Interessa à sociedade que seja posto um ponto final na figura do suplente, na imunidade parlamentar, na formação de partidos de aluguel e outras excrecências que só oneram o contribuinte. O cidadão já deu algumas pistas do que deseja para o Estado, quando, por ele mesmo, foi confeccionada a Lei da Ficha Limpa.

Parece que as autoridades se deram conta de que o modelo de financiamento de campanhas coloca em risco a própria democracia. Basta atestar o ocorrido em governos passados, quando apenas um pequeno grupo de empreiteiras ficara com mais de 70% dos recursos emprestados, a juros camaradas, pelo BNDES, e que 75% dos recursos que bancaram as eleições de deputados estaduais, federais, governadores e senadores vieram dessas mesmas empresas. A coisa é extremamente grave!

Com o financiamento de campanha ocorre o mesmo efeito. Todas as propostas vindas à tona acenam para a resolução de efeitos imediatos, desprezando o cerne do problema. Também a realização do Congresso Internacional sobre Financiamento Eleitoral e Democracia, realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral, vem sendo feito a reboque dos acontecimentos.

Questões como voto de cabresto, curral eleitoral, caixa dois e outras manobras flagrantemente desleais e fora da lei, nascidas lá século XIX, continuam a existir sob novas roupagens e a desafiar a justiça. Pior é que muitos desses crimes acabam sendo remetidos à Justiça Eleitoral, inabilitada para examinar esses casos, o que acarreta, na maioria das vezes, que esses crimes caiam na vala comum da impunidade generalizada. Isso, por sua vez, alimenta novos ilícitos, num ciclo sem fim.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os lugares mais quentes do inferno são reservados aos omissos.”

Dante Alighieri, escritor e político florentino

Dante Alighieri. Imagem: reprodução da internet

 

Leitor

Com as chuvas, a administração do Lago Norte precisa ter mais atenção no combate à dengue. Vizinhos da última casa do conj. 8 da QL2 estão preocupados com os restos de obra descartados em área verde, juntando escorpiões, baratas, ratos e muitos mosquitos.

Casa na QL 2, conjunto 8, Lago Norte. Print: Google Maps

 

Artigo

“E o Brasil?” É preciso encontrar logo alguém que pense, acredite no planejamento e tenha competência para executar, de maneira autônoma, com seriedade, um modelo de desenvolvimento econômico e social, antes que novos aventureiros assumam o poder. Getúlio introduziu o planejamento, JK e os militares o seguiram. Para ter êxito, não dá para ficar bem com as partes predadoras: os vampiros encastelados na sociedade. Os eleitores precisam entender que estamos no final de mais uma década perdida.” Leia, na íntegra, o artigo do professor Aylê-Salassié a seguir.

Foto: camara.leg

–> We can?! Recuperar o tempo perdido: como , com quê e com quem?

Aylê-Salassié F. Quintão*

A eleição de Joe Biden, democrata, à presidência dos Estados Unidos, indica um reposicionamento na política externa de metade dos países do mundo, onde os chefes de Estado foram contaminados pelo nacionalismo extremo, o liberalismo exacerbado  e as sandices do republicano, que permanece no Poder até 20 de janeiro. O próprio governo norte-americano deverá retornar aos tempos de Obama. Começar tudo novamente. O Brasil não estará imune às consequências, por causa da conivência de Bolsonaro com Trump.

O caminho de Obama todos conhecem – respeito aos direitos humanos, universalização dos planos de saúde, combate ao terrorismo, crescimento da economia e multilateralismo.

 O que chama mesmo a atenção é  o fato de que, enquanto todos distraíam-se com o protagonismo das eleições americanas, a República Popular da China, aprovou o 14º Plano Quinquenal (FYP) 2021-2025, na quinta sessão plenária do 19º Comitê Central do Partido Comunista, encerrada na quinta-feira (05-10). Estabeleceram-se novas metas para o desenvolvimento social e econômico, com vistas a tornar a China o principal contraparte à hegemonia dos EUA no planeta, inclusive militar e tecnológico. A China caminha para uma nova era em sua história, frisou o presidente chinês Xi Jinping,

Competição Geopolítica: A China joga no ataque e os EUA na defesa
O 14º FYP dá continuidade ao 13º Plano Quinquenal , comprometendo-se a ajudar o progresso comum no mundo. Para isso, os chineses já estenderam acordos comerciais entre 120 países e 30 organizações regionais e disponibilizou financiamentos a  grandes projetos de infraestrutura em 138 países. Sua representação na economia mundial elevou-se de 15,5% para 16,3% nos últimos cinco anos. A renda per capita interna aumentou 39,9%. A erradicação da pobreza absoluta interna beneficiou 10 milhões de famílias em um ano. Investiu-se pesado na educação, na saúde e na autossuficiência em ciência e tecnologia: o digital 5G (rapidez nas informações) espalhou-se e já se trabalha com a ideia do 6G. Esses dados são da embaixada brasileira em Pequim. O consumo interno  já responde por 60% do crescimento econômico. Ninguém aumenta preço na China à sua revelia.
Hoje, não existe País que tenha políticas macroeconômicas tão bem definidas quanto a China, nem mesmo a Rússia, que inspirou o 1º Plano Quinquenal. Os russos enviaram técnicos a Pequim de Mao Tse-tung  para ajudar a introduzir o planejamento na economia, assim como os americanos fizeram com o Brasil nos anos 50.  Mao captou a mensagem de Stálin, e fechou o País para balanço por quase 40 anos. Ignorou até o lugar que cabia a China no Conselho da ONU. 

Após a fundação da República Popular da China, em 1949, a economia do país passou por um árduo período de recuperação. Em 1953, o governo central lançou seu primeiro FYP (1953-1957), que visava mudar o país de agrícola para industrial avançado, com foco na indústria pesada. E mudou! Com a economia planejada e sem a interferência dos políticos predadores, a Rússia recuperou-se e a China deu um salto no desenvolvimento.

Tinha à frente de sua economia pessoas totalmente concentradas nos planos de desenvolvimento. Nenhum prêmio Nobel .  Cumpriria a etapa primeira do desenvolvimento, criando uma indústria nacional forte. Os próximos cinco FYPs destacariam o desenvolvimento agrícola e industrial para amenizar as carências internas de alimentos . Os planos deram continuidade ao desenvolvimento industrial pesado, que avançou em direção à tecnologia, e colocou os chineses na lua. 

No último FYP os chineses tiveram um crescimento médio do PIB em torno de 10º, registrando índices anuais próximos de 14 por cento. Nele já se projetava  a China como a primeira economia do mundo. Caminha para acontecer. Já desbancou os Estados Unidos como o primeiro parceiro comercial de muitos países, inclusive do Brasil. 

A moeda chinesa , o yuan, ultrapassou o Euro em 2014, convertendo-se na segunda moeda mais utilizada no financiamento do comércio mundial, depois do dólar. Projeções na economia indicam que, nos próximos anos,   a China será o maior investidor internacional do mundo. O renmimbi  – o nome da moeda corrente – poderá tornar-se um dos eixos determinantes. Os seus ativos globais triplicaram, passando de quase seis e meio trilhões de dólares a vinte trilhões de dólares, o que fortalece a sua posição econômica global.

A projeção do 14º Plano é um crescimento médio de 5% ao ano, até 2035. Significa que os chineses estão prevendo anos muito promissores e, para não serem surpreendidos pelo esgotamento de alguns setores produtivos, uma pandemia e até com uma guerra, mostram uma certa modéstia ao fixar a taxa de crescimento econômico. Os indicadores da economia chinesa nesse período vai se aproximar de 50 %. Para quem trabalha com trilhões, é algo de se assustar.

Os EUA de Biden e seus aliados terão de conviver e competir nesse cenário. E o Brasil ? É preciso encontrar logo alguém que pense, acredite no planejamento e tenha competência para executar de aneira autônoma, com seriedade, um modelo de desenvolvimento econômico e social, antes que novos aventureiros assumam o Poder. Getúlio introduziu o planejamento, JK e os militares o seguiram. Para ter êxito, não dá para ficar bem com as partes  predadoras. Os vampiros encastelados na sociedade.  Os eleitores precisam entender que estamos no final de mais uma década perdida.

·         Jornalista e professor

Cordialmente Aylê-Salassié http://spaces.msn.com/ayleq

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Dizem os que fazem estudos “dos mais”, que o acontecimento “mais Brasília” até agora, foi a inauguração da loja da Vasp, e procuram reunir Pepone e D. Camilo quando relembram o Batista e o Padre Roque. (Publicado em 16/12/1961)

Aos eleitores, as batatas

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Charge do Cazo

 

Dizem, aqueles que sabem dar valor às suas conquistas, que o que faz prosperar um projeto, seja de que tipo for, é a atenção que dedicamos a ele. Esse conselho deveria valer, sobretudo, para os candidatos a cargos políticos, principalmente aos que buscam ocupar funções de gestores públicos no Poder Executivo.

Diferentemente de outros Poderes, o Executivo deveria ser o destino natural, apenas, para aqueles pretendentes que sentem o tino e a gana pelas funções administrativas e pelo fazer em nome e para o bem da coletividade. Nesse sentido, não admira que pouquíssimos são dos verdadeiros gestores públicos que se sobressaem nessa função, que exige quase que uma devoção total e verdadeiramente compromissada.

Não existe função mais trabalhosa do que cuidar do bem público, pois, nesses casos, milhões de olhos e ouvidos são postos sobre quem se propõe a essa tarefa ingrata. Sendo assim, não admira que poucos são os gestores públicos, sejam eles prefeitos, governadores ou mesmo presidente da República, que ao término de seus mandatos, ainda encontram, por parte dos eleitores, qualquer naco de simpatia ou apoio.

Administrar dá trabalho e, muitas vezes, é uma tarefa inglória. Sendo assim, a questão que surge é: por que muitos ainda se lançam nessa cruzada, mesmo sem qualquer traço de propensão? A resposta para essa pergunta singela pode estar no número assustador de ex-gestores que, hoje, encontram-se na alça de mira da Justiça, acusados de crimes de corrupção e outros delitos correlatos.

Ocupar funções e cargos no Executivo, apenas com o intuito de enriquecimento próprio, tem sido quase que uma regra geral por todo o país. Incrivelmente, alguns gestores não se avexam, sequer, em desviar recursos da Saúde e da Educação para o próprio bolso, numa espécie de tara e de desvio de caráter que se encontra explicação para esse comportamento pela incúria e fraqueza de nossa Justiça, incapaz de alcançar os poderosos delinquentes. Os casos recentes desse comportamento desleal são inúmeros por todo o Brasil, sendo que os principais acusados encontram-se soltos, graças às peripécias dos advogados e das relações, pouco republicanas, que entrelaçam juízes e políticos. Por enquanto, a nação vai assistindo ao aparecimento, aqui e ali, de governadores e prefeitos, envolvidos no que já se convencionou como o Covidão, ou seja, o desvio de recursos públicos destinados ao combate à pandemia do Covid-19. A cada dia, surgem novos e intricados casos, sendo que, no mesmo ritmo em que vão surgindo, com prisões e apreensões de bens, os tribunais e os desembargadores vão soltando ou relaxando as penas. Repetem-se os casos, todos eles movidos pela certeza da impunidade e da prescrição dos crimes.

Com a aproximação das eleições municipais, na qual milhares de prefeitos estão concorrendo, a única certeza que o eleitor médio tem de todo esse processo é que esse tipo de pleito, que não pune quem busca se reeleger e que já é alvo da justiça, e que não pune quem se candidata e já é alvo também da justiça, só serve para perpetuar e oficializar os casos de peculato e outros crimes contra a Administração Pública.

Em outras palavras, as eleições, dada a pouca atenção da Justiça, servem, apenas, para confirmar quem vai continuar praticando crimes ou quem irá substituí-los para um nova rodada de crimes. Aos eleitores, as batatas!

 

 

Frase que foi pronunciada:

“Em algum lugar dentro de todos nós, está o poder de mudar o mundo”

Roald Dahl, escritor britânico

Foto: Ronald Dumont/Daily Express/Getty Images

 

Moderno

Quem trabalha com reciclagem tem futuro e reconhecimento do Congresso. Essa é uma atividade que promete. Basta ver como funciona em países abastados. Há boa vontade em estabelecer incentivos à indústria da reciclagem e criação de fundos para apoiar ações e projetos voltados para a reutilização de material descartado. Há discussões aguardando ao chamado da Comissão de Meio Ambiente, com relatoria do Senador Luis Carlos Heinze.

Senador Luis Carlos Heinze

 

Necessidade

Pagar o Uber em dinheiro por vezes se faz necessário. A Câmara Legislativa quer que o transporte por aplicativo possa também trabalhar nessa condição. O projeto é da deputada Júlia Lucy. O texto vai ser votado pela segunda vez e depois encaminhado à sanção do governador.

 

Não custa nada

Uma das maiores responsabilidades sociais que temos como habitantes de uma cidade é separar o lixo. Plástico, isopor, papel, vidro, metal. Pessoas sobrevivem disso e mantém a cidade menos poluída fazendo esse trabalho. Da sua casa até a responsabilidade da coleta é o caminho necessário para dar dignidade a milhares de famílias do DF.

Arte: sema.df.gov

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Merecia policiamento, a Estrada Parque D. Bosco, para que isto não se repita. É lamentável, é triste, é humilhante a gente conviver com gente violenta. Na W-3 os estragos têm sido poucos, parecendo que o apadrinhamento das árvores tem surtido bom resultado. Mesmo assim, é melhor expor as árvores que colocá-las nos gradis que outras cidades usam. (Publicado em 18/01/1962)

Do debate ao combate

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Foto: Divulgação/MS

 

Quando se diz, com razão, que Deus ri de quem faz planos, é porque essa não é a primeira vez, nem será a última, que projetos, elaborados às vezes nos mínimos detalhes e com grande esmero, são facilmente evaporados quer pelas vicissitudes da vida ou mesmo pela indiferença do tempo, para quem nada, nem ninguém é para sempre.

Esse parece ser exatamente o que está por ocorrer com as próximas eleições. Quis o acaso que a data prevista em lei para a realização de todo o calendário eleitoral de 2020, onde seriam decididos os destinos políticos de mais de cinco mil municípios brasileiros, trombasse de frente com a maior pandemia de todos os tempos, aprisionando grande parte da humanidade em casa e apontando para o que possivelmente poderá se transformar na maior recessão econômica já experimentada em séculos. Para início de conversa, isso não é pouca coisa. Com certeza é infinitamente maior que qualquer pleito eleitoral. É também bem mais grave.

Para o mundo miúdo e até não inteligível dos políticos, esse parece ser apenas um contratempo menor, de fácil solução. Tanto é que, mesmo diante do iminente naufrágio do transatlântico Brasil, eles insistem em ficar agarrados ao baú pesado do fundo eleitoral e partidário, indiferentes ao encontro da fatalidade. Tanto o calendário como os recursos estão a salvo. Pelo menos é no que acreditam. Enquanto as águas do dilúvio invadem furiosas o convés, nossos políticos seguem na proa contando os niqueis, como num butim onde a divisão do rapinado é feito ao som das sirenes da lei que se aproxima.

De fato, quais propostas e tipos de campanha podem ser realizadas ainda esse ano? Que novas promessas podem ser alardeadas? Que espécie de eleitor ainda dá ouvidos a esses cantos de sereia? Da mesma forma, como dizia o filósofo de Mondubim repetindo Einstein, “Deus não joga dados”, significando, com isso, que não há acasos e tudo acontece numa sequência lógica de causa e efeito, o que obviamente foge à compreensão do pragmatismo do mundo político.

Contrariamente à noção de que não possuímos controle sobre as forças da natureza, temos ainda que acreditar na capacidade de administrar nossas vidas e nossas agruras em sociedade, prescindindo da ação desse modelo político que aí está, de pé sobre os escombros, discursando para o vazio.

A transformação dos debates sobre o combate à pandemia e seus reflexos na vida do país foi apequenado claramente por disputas políticas, num prenúncio do que está por vir em outubro com suas urnas inauditáveis.

Para a população, a simples transformação improvisada e emergencial de nababescos e inúteis estádios de futebol em hospitais de campanha, feito de lona, demonstra, na prática, a distância imensa entre o que pretende a classe política, com essa e outras eleições, e o que necessitam os brasileiros hoje e sempre. Enquanto permanecemos todos dançando uma melodia misteriosa, entoada à distância por um invisível jogador (Deus), o melhor, por agora, é recolher as urnas.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Daqui a vinte anos, você ficará mais decepcionado com as coisas que não fez do que com as que fez.”

Mark Twain, foi um escritor e humorista norte-americano crítico do racismo.

Mark Twain. Foto: biography.com

 

Uma lástima

Fale com o Administrador é o nome do grupo do WhatsApp para resolver questões comunitárias do Lago Norte. Um pequeno exemplo do que ocorre no campo das ideias nesse país. O nome do grupo não poderia ser mais claro. Interessante notar que quando as pessoas seguiam as mínimas normas de civilidade, bastava postar uma reclamação com a foto, esclarecendo sobre o fato, e rapidamente o administrador Marcelo Ferreira da Silva e sua equipe providenciarem a melhoria do local. Maçãs podres infiltradas trazendo a dissidência do grupo, com assuntos não pertinentes às solicitações feitas à administração, exaltadas até com palavrões, mancharam a ideia inicial prejudicando a todos. Independe de classe social, a educação nada tem a ver com conta bancária. Conseguiram com que ninguém suporte mais participar da iniciativa. Roubaram uma ferramenta poderosa entre moradores e governo. Vamos acompanhar como reagem os interessados em manter o nível do grupo.

 

 

Primeiro passo

Por falar em Educação, a série do Brasil Paralelo: Pátria Educadora precisa de financiadores para o Plano Patriota, R$10 por mês. Veja a seguir que trabalho cirúrgico sobre a educação no Brasil. O caos, o caminho por onde a verba da educação vai sendo talhada, tudo de forma científica, didática e apolítica. Investimento que pode resolver o futuro dos seus netos.

–> Plano Patriota

–> Capítulo 1

–> Capítulo 2

–> Capítulo 3

 

Direito inviolável

Um vídeo divulgado pelo centro de aprendizagem do The Life Institute mostra como reage um feto durante o aborto. A tecnologia desse século permite o acompanhamento de imagens chocantes. Pelos depoimentos científicos, fica claro que o primeiro caso, Caso Roe contra Wade (nascido de uma mentira, diga-se de passagem), onde a Suprema Corte Norte Americana autorizou o aborto, poderia ter um destino diferente. Há vida indefesa, há sofrimento.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ainda sobre árvores: no caminho do aeroporto, foram abertas 172 covas para árvores. Foram colocadas as mudas, mas apenas 67 covas foram fechadas. As mudas das 105 restantes estão há uma semana ameaçadas de morrer, porque não terminaram o serviço. (Publicado em 04/01/1962)

A saída é pela porta da justiça eleitoral

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

“Hoje, começou a se fechar a janela de combate à corrupção política que se abriu há cinco anos, no início da Lava Jato. ” A opinião, em tom de desalento, foi manifestada pelo procurador do Ministério Público e coordenador da Força-Tarefa, Deltan Dallagnol, depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) mandando para justiça eleitoral todos os processos de corrupção em que aparece a figura do caixa dois.

O temor manifestado por muitos que acompanharam de perto e desde o início do desenrolar dessa famosa Operação, parece que vai se cumprindo. À semelhança do que ocorreu com outra mega investigação ocorrida há exatos 25 anos atrás na Itália, a chamada Mãos Limpas e que visava também desbaratar esquemas de corrupção envolvendo personalidades do governo e partidos políticos, a nossa congênere parece caminhar para um mesmo fim melancólico.

A razão, segundo quem entende desses mecanismos de investigação contra políticos poderosos, é que operações e investigações judiciais, por mais bem estruturadas que sejam, não possuem a força necessária para fazer cessar, definitivamente, os inúmeros casos de corrupção que há anos assolam a máquina pública, ainda mais quando o nível de corrupção já atingiu um patamar sistêmico, ou seja, quando passa a dominar todo o sistema de administração de um país, interna e externamente.

Nesse sentido, é preciso muito mais do que o empenho de um punhado de agentes da lei comprometidos com a ética pública. É preciso o empenho de toda a nação e isso, obviamente, não é fácil de ser obtido, apesar de as urnas sinalizarem desejo de mudanças.

A decisão de levar para a justiça eleitoral, a qual muitos consideram uma instância perfeitamente descartável, todos os casos de corrupção e de lavagem de dinheiro que envolverem caixa dois de campanhas, por mais que seja considerada uma medida técnica, coloca na berlinda não só as investigações que já foram realizadas e bem-sucedidas, mas outras que estão para serem feitas, o que anula todo o imenso trabalho realizado nos últimos sessenta meses. O risco de vir a ser anulada toda a Operação Lava Jato não é sem propósito. Se houvesse o interesse em sanar a corrupção, essa manobra não seria necessária.

Com isso, os inúmeros condenados nessa Operação poderão ter seus processos tornados nulos, por terem sido conduzidos por uma vara incompetente para julgá-los. Não se sabe, ainda, que consequências outras poderão resultar da decisão tomada pelo STF. De toda forma, o que se pode adiantar é que a Operação Lava Jato sofreu nessa quinta-feira sua maior derrota desde que foi iniciada.

Em estrutura adequada e formada por membros temporários, submetidos à intensa pressão política, a justiça eleitoral torna-se, doravante, uma espécie de valhacouto onde irá abrigar-se toda a classe de políticos, formada, em sua grande maioria, por gente que não se avexa em embolsar, para si e para os seus, os recursos públicos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O teu futuro espelha essa miudeza.”

Rafael, 4 anos, cantando o hino como entende.

 

 

Puket

Claudio Bobrow teve a seguinte ideia. Todo o maquinário necessário para fazer uma boa ação já está na fábrica de meias. Se as pessoas doarem meias de algodão rasgadas, sem par, manchadas, com furos, elas são trituradas, desfiadas e compactadas transformando todo esse material em cobertores para serem distribuídos a instituições de caridade. Veja a seguir como fazer as doações.

 

 

 

Feliz Aniversário

Já malhou com alegria? Não? Então vale conhecer a Academia FitPong de Tênis de Mesa, fundada pelo mesatenista e treinador Jorge Vieira de Mello Leite, em 29 de março de 2017. A missão da FitPong é ensinar o tênis de mesa para pessoas de todas as idades, cadeirantes e não cadeirantes. Em Brasília, fica na 514 Sul.

Foto: instagram.com/fitpongtt

 

 

Ação humanitária

Igrejas católicas e evangélicas em Bonn, na Alemanha, arregaçaram as mangas e juntas começaram a atender refugiados distribuindo alimentos. Os frequentadores são refugiados das guerras da Síria, Iraque e Afeganistão.

 

 

Talento

Se existe um artista com talento, que merece ter o projeto apreciado pela lei Rouanet, esse é Renato Pantera. Vive na Alemanha e é porta-voz da música brasileira por lá. Também por seu talento, tocando Jazz, MPB, samba, é sempre aplaudido com entusiasmo. O governo brasileiro lhe deve apoio.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ninguém diga, por favor, que é do Plano Lúcio Costa, porque não é verdade. De mais a mais, é uma repartição que se for colocada na Asa Norte, estará bem colocada. (Publicado em 15.11.1961)