Ontem, um sonho. Hoje, pesadelo.

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge: avozdocidadao.com.br

 

Entre 1955 e 1960, durante a construção da capital, as visitas periódicas do então presidente, Juscelino Kubitschek, ao imenso canteiro de obras em que se transformara Brasília, viraram não apenas uma rotina, mas, sobretudo, um deleite que fazia o então chefe da nação esquecer, por uns momentos, as agruras daqueles tempos politicamente conturbados. O zelo com que JK cuidava do megaprojeto de transferência da capital para o interior do Brasil representou, para aqueles que participaram dessa dificílima epopeia moderna, um incentivo de tamanhas proporções, que abrandava misteriosamente os tormentos e as dificuldades envolvidas nessa empreitada.

Entusiasmo e otimismo irradiavam daquela figura esguia que, várias vezes na semana, ao final do expediente, deixava o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, e rumava, por quase quatro horas, a bordo de um avião turbo hélice Viscount, para Brasília. Durante a madrugada, inspecionava as principais obras, cercadas de seus principais auxiliares, regressando ao Rio, muitas vezes, no alvorecer.

Sem essa rotina, imposta pela seriedade com que encarava essa construção, dizem alguns dos seus auxiliares que testemunharam esse esforço, não seria possível a construção de uma nova capital, no interior ermo do Brasil, num prazo de apenas mil dias. Esse amor pela nova capital chegou a inspirar alguns administradores que depois vieram para também cuidar da cidade. O amor por uma obra única no mundo, por seu modernismo revolucionário e que denotava, para todos, a capacidade empreendedora dos brasileiros, viria a perder muito de seu vigor com o passar dos anos.

A chamada revolução, ou golpe de 1964, quebrara não apenas a oportunidade de regresso de JK ao poder, onde poderia dar prosseguimento ao ousado projeto de governo “50 anos em 5”, mas serviu para esfriar muito do ânimo necessário para movimentar o restante das obras necessárias para a conclusão da nova capital. A essa interrupção brusca, e que viria a transformar os planos e muito do urbanismo da nova capital, conforme idealizada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, outro acidente de percurso viria a modificar os planos iniciais pensados para Brasília: a chamada maioridade política, proposta por uma união suspeita de políticos e empresários locais no início dos anos oitenta, faria a capital mudar de rumos, atraindo para a cidade o que havia de mais nefasto em termos de ocupação de solo e de administração e conservação da cidade.

Seguidas eleições de governadores, muitos deles totalmente alheios à cidade, à sua origem e necessidade, levaram a uma desfiguração paulatina do desenho urbano da cidade, transformando Brasília em apenas mais um modelo caótico de cidade brasileira. Esse verdadeiro processo de desurbanização, com cada novo governador, juntamente com cada nova composição de deputados distritais, cuidou para que Brasília chegasse, hoje, ao ponto em que está. Não fosse alguns impedimentos trazidos pelo tombamento da Unesco, que faria de Brasília um patrimônio cultural da humanidade em 1987, o desenho inovador da capital estaria completamente desfigurado.

A transformação de terras públicas, inclusive aquelas inscritas como área de preservação ambiental, em moedas de trocas políticas, dentro do princípio maroto “um lote um voto” e outras maracutaias feitas para beneficiar grandes grupos empresariais, completaria o quadro de agressões que levaria a capital a experimentar, precocemente, a decadência de muitas áreas, inclusive aquelas que anteriormente eram tidas como as mais valorizadas e promissoras.

 

 

 

A frase que foi pronunciada

“Queremos, em uma palavra, a paz da justiça, a paz da liberdade, a paz do desenvolvimento.”

Juscelino Kubitschek

 

Foto: veja.com/VEJA

 

Armadilha

Margem consignada, coeficiente bancário, parcelas. Qualquer telefonema com essas palavras ou onde o interlocutor for um estranho, não assine, não responda, não aceite nada antes de ligar ou se encontrar com o seu gerente bancário. Por ser uma cidade administrativa com o maior número de funcionários públicos do Brasil, Brasília é o alvo preferido de empresas aparentemente legais, que sabem como atravessar algumas regras e ganhar muito dinheiro com fraudes e promessas que nunca cumprem.

Charge do Thyagão

 

“SOS: maus-tratos contra idosos”

De olho nas estatísticas, a senadora Rose de Freitas lembra que o Poder Público enfrenta o desafio de criar meios para o amparo de idosos, que devem superar o número de crianças em menos de 20 anos e, em 40 anos, irão constituir 25% da população brasileira, conforme projeções feitas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Por isso, avalia ter vindo em boa hora o Projeto de Lei do senador Izalci Lucas, que dispõe sobre a criação de um serviço para receber denúncias ou mesmo suspeitas de maus-tratos a idosos.

Senadora Rose de Freitas. Foto: senado.leg

 

Edital é edital!

Agindo com justiça aos concursados da Secretaria de Desenvolvimento Social, o deputado distrital Fábio Félix é voz ativa em favor dos aprovados pelas regras estabelecidas previamente no edital. Cobra a imediata nomeação dos novos servidores da Secretaria em tempos de pandemia, onde claramente há a necessidade do “fortalecimento dos quadros da assistência social no Distrito Federal.” Nada de mudar as regras no meio do jogo!

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Desde julho diversos rapazes estão aguardando a nomeação para Inspetores Sanitários. Muitos dos candidatos ao concurso deixaram empregos para acompanhar o curso, e agora estão em desespero por não ter sido publicada nenhuma nomeação.   Enquanto isto, a cidade apresenta condições de saber que merece maior rigor na fiscalização. Os bares, por exemplo, são um atestado negativo, em sua maioria do código de higiene. (Publicado em 18/01/1962)

Agradecendo a quem de direito

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: veja.com/VEJA

 

No panteão, em memória e agradecimento eterno pela idealização, concepção e construção da nova capital, ocupam lugar de honra a tríade formada por Juscelino Kubistchek, Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Sem o potencial e a ousadia de cada um desses brasileiros ilustres, erigir Brasília como uma das mais modernas cidades do planeta ficaria apenas no mundo dos sonhos inconcebíveis.

Diante disso, as homenagens e a preservação da memória desses nossos ilustres compatriotas, mais do que justas e necessárias, constituem um marco que delimita uma importante virada de página da história de nosso país e que, de certa forma, inaugura a entrada do Brasil no mundo moderno. Assim é que é possível hoje, depois de mais de meio século dessa epopeia, considerar que, a partir da inauguração da nova capital, a história brasileira pode ser dividida em antes e depois de Brasília.

Mais do que a redescoberta do Centro Oeste, a fundação da nova capital colocou a administração federal no centro nervoso do país, equidistante de todas as questões nacionais. Muito além de centralizar geograficamente a administração do país, Brasília iria propiciar, ao longo do tempo, nosso crescimento econômico e social de forma mais equilibrado, induzindo assim um desenvolvimento igualitário nessa imensa porção de terras que nos coube como herança no continente americano.

A responsabilidade pela manutenção de tão vastas e valiosas terras, cobiçadas, desde o seu nascedouro, por vários estrangeiros, teve na construção de Brasília, o mesmo sentido que no passado tiveram as fortalezas erguidas nos confins do Brasil, para proteger as terras contra as investidas dos forasteiros, vindos de todas as partes do mundo.

Brasília, foi assim, a fortaleza que, nos tempos modernos, iria assegurar a posse definitiva desse nosso latifúndio. As batalhas para a consolidação dessa ousadia em pleno coração do país tiveram que ser vencidas uma a uma. As contrariedades e a forte campanha interna para a manutenção da capital federal no Rio de Janeiro tiveram que obedecer a uma estratégia de minuciosas negociações, semelhantes aos pactos de armistícios.

Vencida essa difícil etapa, que só poderia ser alcançada pelo espírito conciliador e pacífico de JK, outra batalha se iniciava pela captação de recursos necessários para tão audacioso projeto. Na retaguarda dessa empreitada ciclópica, o ex-presidente pode contar com o suporte imaginativo de Lucio Costa que, ao vencer o certame de projetos para a nova capital, com um croqui simples e, ao mesmo tempo, profundamente humanista e poético, conquistaria e empolgaria muitos brasileiros a seguir em frente nesse sonho. A outra peça importante desse tabuleiro viria com a agregação do jovem e idealista arquiteto Oscar Niemeyer. Com um trio dessa magnitude seria possível, com os recursos tecnológicos que hoje a humanidade dispõe, construir uma metrópole na lua ou em outros planetas próximos.

É preciso reconhecer que reunir três gênios dessa natureza, animados com uma empreitada dessa magnitude, é um feito que parece ocorrer apenas uma vez em cada mil anos. Foi essa a nossa sorte e é esse tipo de ânimo que devemos agradecer todos os dias, a cada florada dos ipês, ao canto dos sabiás e até das cigarras e a cada nascer e morrer do sol.

A essa divina trindade, coube colocar um coração no gigante que, por séculos, dormia em berço esplêndido.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção.”

Lúcio Costa, arquiteto e urbanista. (Nascido na França)

Sob a batuta de Lúcio Costa, Oscar se diverte grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 (evblogaleria.blogspot.com)

 

 

Papo reto

General Heleno sabe como cativar os ouvintes. Sobre o filho do presidente Bolsonaro que aspira o cargo de embaixador, ele disse o seguinte: “se for vasculhar a história de alguns embaixadores, há muitos que não venderam pizza, mas venderam a alma, venderam a mãe.” O ministro citou 3 nomes de pessoas estranhas ao quadro diplomático já cotados como embaixadores: Delfim Netto e Itamar Franco, além do militar Aurélio de Lyra Tavares.

Foto: Agência Brasil

 

 

Autocuidado

Cada dia é mais comum ver pessoas com pulseiras que indicam o batimento cardíaco, passos. Algumas vêm com bluetooth para que se possa ouvir rádio ou até mesmo atender telefone. Paralelamente a isso, a saúde pública começa a adotar jogos e aplicativos para que os pacientes acompanhem o próprio progresso e possam interagir com os médicos, que têm na ferramenta uma forma de incentivar o autocuidado da clientela.

Foto: tecnologia.ig.com

 

 

Novidade

Começam a ser trocados os containers de ferro de algumas quadras. Como o trabalho mais pesado é feito durante a madrugada, a ideia foi bem acolhida pela população que já usufrui de maior silencio no momento da coleta do lixo. Veja as fotos a seguir.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O sr. Paulo Sarazate, nem se fala. É um estranho, e só briga pelas verbas de Itapipoca, para tomar os eleitores do dr. Perilo. Sua política internacional é no Ceará. (Publicado em 29/11/1961)