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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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No longo roteiro seguido pelos governos venezuelanos de Hugo Chaves e de Nicolás Maduro até a implantação total da ditadura farsesca e sanguinária naquele país, eram frequentes os episódios de perseguição e ameaça a uma parcela da imprensa que se mostrava crítica e temerosa sobre o desenrolar dos acontecimentos. Vieram num crescendo que prenunciava, seguramente, que o ovo da serpente, que vinha sendo chocado por etapas, já se encontrava prestes a romper. Vale lembrar que os episódios divulgados eram de chocar o mundo.
Enquanto a população passava fome, Maduro, nababescamente, fartava-se em restaurantes que cobravam o que grande parte do seu povo não tinha condições de ter nem por anos de trabalho. Hugo Chaves, em duas décadas de liderança, pautadas na revolução bolivariana, deixou pegadas da corrupção de seu governo com cifras divulgadas pela mídia, que beiravam 450 bilhões de dólares.
No início, as ameaças vindas desses dois déspotas eram feitas de modo velado, procurando criar o medo entre os jornalistas e o temor de que, a qualquer momento, algo de ruim iria acontecer com eles ou com seus familiares. Depois, essas intimidações passaram a ser executadas, colocando os mecanismos de controle do Estado para esmiuçar e perseguir a vida pregressa de jornalistas e de empresários da comunicação.
O fisco daquele país e os órgãos de inteligência eram direcionados para espionar cada movimento desses profissionais, enquanto os ratos roíam as roupas da população desesperada. Empreendiam escutas telefônicas, seguiam os profissionais da comunicação pela cidade e, não raramente, se deixavam mostrar que estavam realizando todo esse trabalho sujo e que nada adiantaria procurar proteção contra essas invasões de intimidade.
Acuados, restavam aos jornalistas mais corajosos recorrerem às organizações internacionais de imprensa e às cortes estrangeiras para cessar essas ameaças à integridade de cada um. Tudo em vão. Não havia nada a fazer, a não ser protestar e ouvir do governo que essas ameaças simplesmente não existiam, sendo fruto da imaginação fértil daqueles que escreviam.
Passou-se a uma fase posterior mais aberta e descarada, em que as ameaças se convertiam em agressões físicas e ao patrimônio dos jornalistas. Na sequência, os poucos que ainda resistiam em nome da liberdade de imprensa perdida, mas não olvidada, as agressões se consumaram em prisões, desaparecimentos e mortes. Para dar um verniz natural para aquilo que nunca será natural e aceito, o governo facínora plantava, no meio da população, a narrativa de que aqueles que haviam sido presos, desaparecidos ou mesmo mortos em acidentes foram por escolha própria, porque ousaram difamar a pátria e seus mais altos valores.
A fim de criar um ambiente favorável às medidas duríssimas que impunha ao que restou de imprensa crítica, o governo venezuelano insuflava a população contra esses profissionais, mentindo e propagandeando que eles faziam parte de uma elite que planejava destruir o país e o governo popular. Aliás, a mentira é a palavra-chave, enxertos em textos alheios também funcionavam como cerceamento à liberdade de imprensa. Essas eram as estratégias mais viáveis, enquanto a corrupção continuava a passos gigantescos.
Esses dois ditadores, suspeitos de serem alguns dos maiores corruptos que a América do Sul já abrigou, incitavam a população inculta e fervorosa a atacar os jornalistas e qualquer órgão de imprensa que ousasse tecer comentários sobre a real situação do país, escondida de todos por longos discursos diários, repletos de ilusões e fantasias. A história conta que os déspotas roubavam, matavam e destruíam.
Jornais, canais de televisão e rádios independentes foram depredados, seus proprietários, presos ou exilados. Propriedades foram confiscadas. A imprensa livre, simplesmente, desapareceu do horizonte. Obviamente que todo esse roteiro de horror seguiu o receituário prescrito pelos milhares de consultores, importados de Cuba, que passaram a ensinar, aos novos tiranos do continente, os mecanismos para colocarem um fim na diversidade de opinião, tão nefasta àqueles que almejam a tirania de um Estado absoluto. Nada diferente do que já foi perpetrado contra outros povos, em outros tempos, e que resultaram no banho de sangue que se seguiu.
Já no Brasil, país sui generis, o corte abrupto da corrupção tem catalisado o ódio, a revanche e até facada. Até agora nada disso deu certo.
A frase que foi pronunciada:
“Curar a doença britânica com socialismo era como tentar curar leucemia com sanguessugas”.
Margaret Thatcher, ex-primeira ministra britânica
Lembranças
Maria do Barro foi secretária de Ação Social na década de 80. Uma mulher que marcou a vida de muita gente pela forma com que trabalhava. Quem precisava de tijolos ajudava a fazer as telhas. Se pedisse telhas a ela, era convidado a ajudar na horta comunitária. Todos se sentiam úteis, necessários e capazes. Descobrimos um vídeo simples, feito pelos que conviveram com essa mulher extraordinária. Assista o vídeo a seguir.
Da capital
Campus Party em Brasília será o centro brasileiro da primeira edição online. Dessa vez, o maior evento de tecnologia e conectividade terá mais de 30 países acompanhando virtualmente as atividades.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Mesmo depois do escândalo, mesmo depois do roubo, a Novacap ainda não instalou as câmaras frigorificas no Supermercado UV-2. (Publicado em 08/01/1962)
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Ao leitor esclarecido pode até não importar de que lado se posiciona política e ideologicamente a linha editorial de qualquer órgão de imprensa, desde que não seja contaminado por ela. Importa, isso sim, que o respeito aos fatos e a verdade sejam seguidos sem titubeios. Ocorre que essa condição, por si só, já demonstra ser irreal. Praticamente todos os órgãos de imprensa expressam simpatias por uma ou outra ideologia. É quase impossível, em nosso país hoje, encontrar um veículo de comunicação que não possua, de forma clara ou dissimulada, uma preferência determinada por um partido ou uma ideologia política. A própria dependência econômica da imprensa em relação ao governo pode afetar sua linha editorial.
Com isso posto, logo de saída, é possível verificar que o referencial relativo à verdade dos fatos fica comprometida ou sujeito as tintas e matizes ideológicos existentes tanto internamente como de fora para dentro. Tão impossível quanto a crítica aos erros dos companheiros é o elogio aos opositores
Há muito se sabe que onde quer que esteja a verdade sobre um fato, não pode restar espaço para versões subjetivas e tampouco para explicações com viés do tipo político-partidário. A grande armadilha hoje a aprisionar, em nichos fechados, boa parte da nossa imprensa nacional e do restante do mundo, e consequentemente em gerar descrédito junto ao leitor, decorre basicamente dessa tomada de posição política. Aos órgãos da chamada imprensa livre, não cabe assumir posições políticas, qualquer que seja ela.
Ocorre que, mais uma vez, essa neutralidade inexiste. A razão chega a ser pueril. Pessoas em carne e osso fazem a imprensa e elas, logicamente, assumem posições e um lado. Fato inconteste é que uma impressa livre é fundamental para a sociedade. Sem ela não há democracia que valha nem cidadania digna do nome. Em tempos de explosão das mídias sociais e em que os fatos passam a ser divulgados até mesmo antes de acontecer, passou-se a exigir também uma nova postura a ser assumida pela imprensa tradicional.
Essa tomada de posição deve ser renovada tendo como ponto de partida e chegada apenas à verdade dos fatos. A ilustrar esses esclarecimentos preliminares, temos agora a crise que abala os Três Poderes da República.
Cada órgão de imprensa escolheu seu lado nessa batalha de versões. Falam tanto em tentativa de implantação de uma ditadura nos moldes militares, pelo Executivo, como numa hipertrofia do Legislativo, contrariado pelo não atendimento de seus pleitos e ganâncias. Falam em parlamentarismo branco com apoio e aval do Supremo. Falam também em revolta popular instigada pelo próprio presidente da República, diante do reconhecimento de sua fragilidade contra a investida de outros poderes e dos próprios políticos contrariados.
Nessa questão multifatorial, a busca pela verdade torna-se uma tarefa árdua, pois ela se espraia por diversos pontos. Numa analogia próxima, seria como se um arqueiro ao lançar sua flecha e atingir o centro do alvo, desprezasse todo o infinito espaço que circunda esse ponto e que também integraria o alvo.
A frase que foi pronunciada:
“Esconder a verdade é tão ruim quanto alimentar a mentira faz crescer músculos duros.”
Israelmais Ayivor, página principal dos líderes: ideias de liderança de 21 pensamentos de Martin Luther King Jr.
Em ordem
Só indo para compreender. Impressionante o que fez o governador Rollemberg em Sobradinho na área conhecida como Buritizinho. Moradores em área de risco aguardaram a infraestrutura da região, foram transferidos para lá e depois receberam a escritura.
Para a imprensa
WhatsApp do Ministério da Saúde disponibiliza número de aplicativo para tirar dúvidas e desmentir boatos: as fake news. Se você receber alguma mensagem sobre doenças e tratamentos, pode enviar para o ministério e checar se é verdadeira. O número é (61) 99289-4640.
Jogos Paralímpicos
Alana Maldonado é o nome mais falado no judô do Brasil.
UnB
Subiu demais o preço do Restaurante Universitário. Alunos reclamam.
História de Brasília
Há o caso de vários operários de uma obra, que pediram as contas e foram para a fila da Novacap. (Publicado em 16/12/1961)
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Muitas lições profissionais, se não a maioria delas, não é ensinada nas escolas, mas no ambiente de trabalho. É no labor diário e na prova dos nove, fora entre erros e acertos, que o profissional se aprimora. Por mais complexas que sejam as tarefas executadas, o bom desempenho só é atingido pela experiência prática cotidiana. E isso vale para quase tudo.
Em jornalismo é essencial. Antigamente, antes do advento dos computadores ligados às redes sociais, o telefone era o instrumento mais utilizado pelos profissionais da notícia. Praticamente toda a vida profissional dos repórteres dependia desse aparelho. Não por outro motivo, as redações de jornalismos eram abarrotadas de telefones fixos, no quais, em cada linha disponível, jornalistas ficavam dependurados, com suas agendas maçudas, checando e correndo atrás dos fatos diários.
Nesses ambientes o ouvido parecia trabalhar mais que a visão. Os raros e escassos flagrantes superavam em velocidade às máquinas fotográficas analógicas e aos gravadores que dependiam de fitas e pilhas a postos. Nos chamados Comitês de Imprensa, espalhados por toda a estrutura federal, havia um frenesi constante de pessoas à espera de um furo e de uma notícia de monta que viesse pela linha do telefone ou que adentrasse pela sala de espera, trazido pelos porta-vozes diretamente dos gabinetes.
Eram tempos diferentes, onde a palavra democracia e abertura pareciam existir apenas entre os jornalistas. As notícias eram filtradas e peneiradas desde a fonte para não melindrar os homens de fardas. O neófito que adentrasse nessa profissão aprenderia rapidamente a diferença entre o que presenciava e o que era disponibilizado no dia seguinte nos noticiários da rádio e dos jornais.
Talvez por isso mesmo, na grade de produtos oferecida pelas grandes redes de comunicação aos leitores e ouvintes, o jornalismo ocupava um pequeno e pouco espaço. Muitas atrações e outras distrações eram inseridas na programação e mesmo nos espaços dos jornais para preencher lacunas. De fato, o público brasileiro, por sua própria formação cultural, débil e incompleta, pouco se interessava por notícias que tratassem de problemas econômicos ou políticos
Muito mais interesse havia nos escândalos. Fofocas e um jornal especial para violência valiam mais a pena do que os assuntos relativos ao funcionamento da máquina do Estado. Vivíamos o que parecia ser uma lúcida alienação. O stress e o ambiente enlouquecedor ficavam restritos às redações, principalmente nas horas que antecediam o fechamento das edições.
Carnaval e futebol ocupavam destaque. Para aliviar o ambiente em constante ebulição, que existia apenas na fronteira entre o poder e a notícia, os repórteres corriam no fim da noite para os bares mais próximos, onde o álcool e intrigas de bastidores corriam soltas. Essa era a chamada terceira redação, onde a notícia tinha seu prolongamento, talvez, mais verdadeiro e direto. Representava também o prolongamento do aprendizado dos novos profissionais.
De fato, o alcoolismo, assim como as verdades oficiais, não era noticiado. Havia uma cumplicidade tácita. Havia, obviamente, uma ressaca do poder, representada tanto fisicamente, como pelo esgotamento de um modelo de democracia que parecia longe de existir. Eram outros tempos, estranhos tempos, sem inocentes e sem culpados.
A frase que foi pronunciada:
“O dinheiro é a grande força hoje. Os homens vendem suas almas por isso. As mulheres vendem seus corpos por isso. Outros o adoram. O poder do dinheiro cresceu tanto que a questão de todas as questões é se a corporação governará este país ou se o país governará novamente as corporações.”
Joseph Pulitzer, jornalista e editor húngaro.
Sem planejamento
Podem anotar. Tão logo comecem as aulas e a correria no trânsito, as obras das tesourinhas nas Asas Norte e Sul voltarão a todo vapor. Enquanto todos estão de férias e as ruas vazias, não interessa colocar máquinas funcionando. O negócio é atrapalhar.
Convidada especial
Com um lugar para o Brasil reservado no coração, a engenheira química Frances Arnold foi convidada para uma palestra na Embrapa. Ela é pioneira em métodos de evolução dirigida para criar sistemas biológicos úteis, incluindo enzimas, vias metabólicas, circuitos reguladores genéticos e organismos, o que lhe rendeu o prêmio Nobel de Química. Muito amiga do professor e físico José Goldemberg, ela morou no Brasil tempos atrás. Frances Arnold é fundadora da Provivi, além de ser a quinta mulher a ganhar o prêmio Nobel de Química.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os HP-3 mais bem localizados são os dos senhores Helvécio Bastos e Waldomiro Slaviero. Quando chove as duas casas ficam cercadas por um belo lago vermelho, habitação ideal para mosquitos. (Publicado em 14/12/1961)