Planos de saúde, deixam idosos sem planos para sobrevivência

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Charge do Jarbas

 

        Tal qual os bancos, cujo o fundamento e razão estão fincados nos lucros contínuos, os planos de saúde, por sua constituição, também têm como base o rendimento do capital investido numa espécie de mercado, em que a demanda e a oferta são substituídas pelo binômio doença/saúde.

        A bem da verdade, os planos de saúde têm sua existência explicada, em parte, pela insuficiência na prestação dos serviços públicos de saúde. A priori e num mundo ideal, por uma questão até de dignidade humana, o atendimento às necessidades de saúde deveriam ser ofertados inteiramente grátis, como rege a Carta Magna. Mas essa é uma questão que nem mesmo as populações submetidas aos regimes socialistas lograram alcançar com êxito.

        Quem teve a oportunidade de conhecer de perto quaisquer desses hospitais dos países socialistas, espantou-se com a precariedade nos serviços e a pouca tecnologia dos equipamentos médicos ali presentes, e o esforço heroico dos profissionais naqueles ambientes. Obviamente que, para a nomenclatura, ou seja, para os graúdos e dirigentes do partido único, os hospitais e os médicos eram outros, assim como os medicamentos e as terapias empregadas.

        Nada é de graça nesse mundo movido a interesses econômicos, nem mesmo a saúde. A Agência Nacional de Saúde Suplementar, a quem, por lei, cabe regulamentar, controlar e fiscalizar o funcionamento dos planos de saúde e todo o imenso mercado nacional, explorado a anos por essas empresas, não tem, até hoje, conseguido chegar a um denominador comum e satisfatório que contemple, ao mesmo tempo, consumidores e prestadoras desses serviços.

        As reclamações partem de ambas as partes, com a diferença de que os consumidores não possuem, nem de longe, o potencial de pressão e lobby que essas empresas exercem sobre o governo e legislativo, de modo geral, e sobre os políticos, de modo particular. Não surpreende que, em qualquer cenário que esteja a economia do país e de seus cidadãos, os planos de saúde logram manter os aumentos e as restrições, cada vez maiores, sobre os assegurados.

        Mesmo agora, completados mais de um ano de um cenário extraordinário, que impôs um regime de quarentena draconiano sobre todos e sobre a economia, essas empresas conseguiram o que outras nem sonham. Por meio de operações matemáticas exóticas, conseguiram extrair um aumento que dobrará os valores já pagos hoje. Por meio de mecanismos como reajustes retroativos, somados à variação de preços por causa da mudança de faixa etária e outros adendos obtidos sem contestação pela ANS, os segurados terão que arcar com preços nas mensalidades que muitos já declaram ser impossíveis de honrar.

        Em alguns casos, como para os aposentados, os valores passam a ser mais do que o dobro, chegando a patamares de 110% de reajuste. Numa inversão do que seria minimamente racional e ético, para essas empresas, quanto mais idade tiver o segurado, mais ele paga, o que transforma esse sistema numa espécie de agiotas da saúde.

        É preciso destacar que o mercado dos planos de saúde no Brasil atende a uma população formada por, aproximadamente, 50 milhões de segurados. Por outro lado, é preciso destacar que apenas os quatro maiores planos de saúde juntos lucraram, no 2º trimestre de 2020, R$ 1,3 bilhão, mesmo sob uma pandemia que quebrou a economia do país. Somados todos os lucros das operadoras de saúde, os números mostram que elas registraram resultados recordes no ano de 2020, chegando a faturamento próximo de 70%.

        Para a população idosa do país, que aumenta a cada ano, a situação vai se aproximando do limite e se for bem equalizada pelo governo, juntamente com essas empresas, corre-se o risco ou de um de colapso nesse sistema desigual, ou de uma avalanche de inadimplência generalizada, com prejuízos para a saúde de milhões de cidadãos idosos.

                           

A frase que foi pronunciada:

Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar.”

Abraham Lincoln

Abraham Lincoln. Foto: wikipedia.org

 

Pandemia eletrônica

Leia, no link “Uma catástrofe digital se aproxima. E nem as empresas e as pessoas se ligaram”, o artigo, na íntegra, sobre o que disse Marco DeMello, fundador e CEO da PSafe. “Temos duas pandemias hoje. Há uma pandemia biológica de Covid-19 e uma pandemia digital de ataques de inteligência artificial. A pandemia digital, especificamente falando, não tem sido levada a sério no Brasil.”

Marco DeMello, fundador e CEO da PSafe. Foto: neofeed.com

Portas fechadas

Na mídia social, as reclamações sobre serviços públicos com horário limitado são frequentes. Em tempos de vacinação, nada mais natural que uma escala para aumentar o tempo de prestação de serviços. Outra coisa: esclareceram, no posto de Saúde do Paranoá, que as vacinas bem-acondicionadas e refrigeradas não perdem a validade.

 

Cuidado

Quanto maior a crise, maior a criatividade para tomar dinheiro. Principalmente dos cidadãos preocupados em pagar impostos. O novo golpe é colocar um papel de cobrança do IPVA na caixa de correspondência. Melhor mesmo é conferir no portal do Detran.

Foto: Divulgação/Fazenda DF

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Na solenidade de ontem os soldados ficaram embaixo da marquise. Se houvesse sol, e eles estivessem na calçada a solenidade poderia ter se desenvolvido sem afetar em nada o funcionamento do Palácio (Publicado em 25/01/1962)