Privatização e bom senso

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: diariodopoder.com

 

Mesmo que os estudos sobre modelagens e as regras para a cobrança de tarifas fiquem prontos e formatados, como prevê estudo encomendado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o consenso sobre as privatizações da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), da Companhia Energética de Brasília (CEB) e da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), entre a população, técnicos e políticos locais, ainda está muito imaturo, para dizer o mínimo.

Na realidade, o que há, de fato, são dúvidas sobre detalhes até básicos sobre esse negócio. Não se conhece que tipo de venda que será realizada. Enquanto uns dizem que será apenas uma abertura de capital, de forma a capitalizar essas empresas, outros acreditam que haverá sim uma venda de ativos dessas empresas. Para outros, o que ocorrerá será apenas uma privatização pura e simples, com a entrega dessas empresas à iniciativa privada.

É preciso entender que a ponta final, que recebe e paga por esses serviços, é formada pela totalidade da população do Distrito Federal. Para muitos que defendem a continuação do modelo estatal para essas empresas estratégicas, os serviços prestados, sobretudo pela CEB e Caesb, se enquadram dentro dos direitos básicos da própria população, conforme estipulado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Esses serviços básicos e essenciais necessitam de uma supervisão profunda e diuturna do próprio Estado.

Com exceção do Metrô-DF, que pode muito bem ser gerido pela iniciativa privada, como acontece em muitas partes do planeta, o abastecimento de água, tratamento de esgoto e fornecimento de luz elétrica, por sua classificação como serviços públicos essenciais e cuja a universalização na prestação são metas seguidas indefinidamente por todo o qualquer governo, não podem, de uma hora para outra, se transformar em mercadorias negociadas ao sabor dos humores do mercado e com objetivos finais de lucro.

Quando o fornecimento de água tratada, de esgoto tratado e de luz forem colocadas no balcão de negócios, sujeitos à voracidade das leis da oferta e procura, submetidas ainda aos processos escusos de carteis e outras contrafações desses mercados particulares e especulativos, não restará à população alternativa para sobreviver, já que se trata da aquisição de um bem vital.

Sabe-se de antemão que serão as famílias mais necessitadas aquelas que mais sofrerão com o modelo de privatização da CEB/Caesb. O que é preciso de imediato é colocar o Código de Defesa do Consumidor à frente desse processo, para averiguar que tipo de relação está sendo criada com a venda de bens e serviços, caracterizados pela Constituição como serviços de infraestrutura essenciais e necessários à própria dignidade do cidadão.

É sabido que o corte no fornecimento desses serviços afeta inclusive a estrutura psicológica da população. Não é por outro motivo que nas guerras o primeiro alvo do inimigo é justamente destruir as fontes de abastecimento de água e luz, de forma a tornar a população mais propensa à rendição. Essa é uma questão ainda muito longe do consenso, principalmente por aquelas pessoas de bom senso.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Mas, infelizmente, a cultura que se instalou no DF foi de um consumo interno das empresas pelas suas forças. Temos servidores que ganham muito, que se aposentam e continuam trabalhando nelas; então, temos aquelas que se consomem internamente.”

Governador Ibaneis

Foto: jornaldebrasilia.com.br

 

Saudades

Dizia o filósofo de Mondubim que a rua tem olhos. Para exemplificar, nesse final de semana alguém entrou no Ki Filé e disse: “Ganhei isso do Ari Cunha. Ele me deu quando voltou do Japão.”

30/09/2013 Crédito: Monique Renne/CB/D.A Press. Brasil. Brasília – DF. Jantar Prêmio Engenho. Ari Cunha.

 

UnB

Foi-se o tempo em que o restaurante universitário cobrava uma pechincha pelo almoço. Está mais caro que os restaurantes populares. Os estudantes estão reclamando bastante.

Foto: ru.unb
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Por quê?

É bom que as universidades do país comecem um trabalho sério sobre a eficiência das urnas eletrônicas. Com visitas de representantes de vários países em Brasília, estranho o mundo inteiro não a ter adotado. Diz o escritor Denis Waitley: “Temos duas escolhas nesta vida: uma é aceitar as coisas como são; a outra é assumir a responsabilidade de mudá-las.”

Charge: Bessinha

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Líder nacional tem que se imiscuir nos assuntos, participar diretamente em todos eles, enfrentar as correntes contrárias, a impopularidade, em alguns casos, mas respeitar a confiança que o povo lhe empresta. (Publicado em 03/12/1961)

De olhos bem abertos

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ARI CUNHA – In memoriam

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Romeu Zema (Novo), Ibaneis Rocha (MDB) e Wilson Witzel (PSC): novatos em campanhas se elegeram governadores Foto: Agência O Globo (oglobo.globo.com)

 

Um fenômeno parece ter ficado evidente com o término do segundo turno das eleições, principalmente para o cargo de governador. Como a minirreforma política passada não cuidou de estabelecer, de vez, o voto distrital puro, no qual a população elegeria apenas um candidato bem conhecido e com atuação marcante em determinada área geográfica, ficou em aberto um dos principais flancos para o surgimento de candidaturas desconhecidas do eleitorado. Tivéssemos adotado um regime hierárquico e obrigatório para a ocupação de cargos importantes na República, o fenômeno que propiciou o aparecimento de um grande número de candidatos desconhecidos do grande público ficaria vetado na origem.
Com a adoção dessa simples medida, só poderia se candidatar a presidente da República o político que anteriormente tenha exercido, no Executivo estadual, a função de prefeito e governador e tenha obtido aprovação da população nas duas posições. Não se aprende a ser presidente da República ou governador apenas se sentando na cadeira deles. A administração pública exige muito mais do que vontade política .
É preciso, antes de tudo, experiência, que só se obtém com longa e árdua preparação acumulada em anos anteriores. Brasília, Minas Gerais e Rio de Janeiro, importantes unidades da Federação, escolheram para governadores nomes desconhecidos da população e fora do mundo político. Trata-se de fenômeno que só pode ser considerado natural ou normal em casos de grande calamidade.
No caso da eleição para Presidência da República, o fenômeno do candidato desconhecido e despreparado se explica pelo fato de a população ter se mostrado visivelmente amedrontada com a repetição de erros passados, o que culminou na escolha de um antípoda do petismo para subir a rampa do Planalto.
Em Brasília, como no Rio de Janeiro e em Minas, a chegada ao Executivo de outsiders, estranhos ao ofício e sem ligação com a cidade e seus habitantes, atesta que a população, mais do que amedrontada, anda sedenta por nomes fora do estreito eixo político tradicional. O que fenômenos dessa natureza podem produzir em efeitos para cidadãos é de difícil previsão.
A bem da verdade, trata-se de um cheque em branco dado ao vencedor para operar da forma que melhor lhe parecer. De toda forma, não parece natural ou mesmo corriqueiro que uma população trate a questão das eleições como se fosse uma aposta feita num cassino, onde perder muito e ganhar pouco é a regra geral. Apostar o futuro exige olhos bem abertos, de preferência, arregalados ao máximo.
A frase que não foi pronunciada:
“Eles se vão, nós não!”
Mãe sobre os políticos, defendendo a união no grupo familiar do WhatsApp
Charge: blogdogordinho.com.br
Boa
Um bate-papo literário “Como eram as bibliotecas no mundo antigo” com o presidente do Sindicato dos Escritores do DF, Marcos Linhares, jornalista e escritor. Inscrições abertas até 9/11 com vagas limitadas. Pelo telefone 3031-6524 ou por e-mail sindicatoescritoresdf@gmail.com. O custo da inscrição é um livro não didático. A palestra será realizada no dia 10 de novembro, das 14h às 17h, no Cyber Office (Praça da Alimentação do Liberty Mall Shopping).
Foto: facebook.com
Ação
Todos os livros arrecadados serão doados à Unidade de Internação de Santa Maria, destinada aos socioeducandos sentenciados menores de idade em cumprimento de medida socioeducativa de internação e às socieoducandas em cumprimento de internação estrita e provisória.
Forquilha
Ninguém faz ideia de que aquela pimenta Tabasco que está em cima da mesa do bar pode conter pimenta nascida e criada na cidade cearense de Forquilha. O sucesso de venda da Tabasco é reflexo do gosto interno e internacional.
Humor
Por falar em Ceará, o DF sente falta dos humoristas dentro dos ônibus. José Iranildo Ferreira da Silva, o Cibalena, e o irmão Antônio Iraildo Ferreira, o Iraldo, são sucesso em Terezina.
Link para vídeo: Cibalena e Iraldo
Sacrifício
Nós, como sociedade, somos uma piada. Preocupados com o meio ambiente, selecionamos o lixo, que é reciclado, melhorando a vida dos catadores. Mas, até hoje, mesmo depois das leis de trânsito que não permitem um braço fora da janela, fazemos vista grossa para os lixeiros, homens, pais de família, que saem pendurados nos caminhões, sem segurança, sem proteção. Faça chuva, sol ou lua.
Foto: aovivodebrasilia.com.br
História de Brasília
O Boeing de hoje, procedente de Nova York, poderá trazer um passageiro muito importante para Brasília: o prefeito Sette Câmara.(Publicado em 5.11.1961)