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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Nenhum homem é uma ilha, já ensinava o humanista e autor da obra “Utopia”, Thomas Morus (1478-1535). Do mesmo modo, pode-se inferir que nenhum país é também uma ilha, no sentido de estar apartado e exilado do resto do mundo. Principalmente, no contexto atual de forte globalização e interdependência, que força muitos países a se unir em blocos ou mercados comuns, visando não só a complementaridade de suas economias, mas, sobretudo, unir forças políticas visando uma relação mais equilibrada com outras nações. Desse modo, torna-se explícito que o isolamento de um país, na forma como vemos, por exemplo, na Coreia do Norte, ou mesmo em Cuba, é extremamente prejudicial ao pleno desenvolvimento humano de suas populações.
Acreditar que os conflitos que ocorrem, a milhares de quilômetros daqui, não trarão reflexos imediatos e deletérios para os brasileiros, é pura ilusão. Antigamente, dizia-se, com razão, que se os Estados Unidos espirrassem, o Brasil, por sua dependência, logo teria uma pneumonia. Se o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, quando se acreditava que essa seria uma guerra curta e fácil para o poderio militar russo, já trouxe complicações para a importação de produtos como corretivos agrícolas para nossa lavoura, o prolongamento dessa luta, sua intensificação e o perigo iminente dela vir a atrair novos protagonistas, alastrando seus efeitos maléficos para uma generalização mundial, são altos e reais.
Num mundo globalizado, o perigo de uma guerra ganhar dimensões planetárias é também considerável, ainda mais quando uma das partes desse conflito, por sua posição mais realista e diante de um impasse nessa guerra, ameaçar outros países com o emprego de armas de destruição em massa. Peritos e estrategistas, nesses jogos de guerra, em todo o mundo, têm alertado para a possibilidade real do emprego desse tipo de armas, dizendo que os russos não estão simplesmente blefando, mas preparando o cenário para esse próximo evento. Com isso, nossos problemas, quer queiramos ou não, reduzem-se ao tamanho de uma formiga, ante o perigo real da destruição do próprio planeta.
Pouco podemos fazer, não apenas por nossa posição atual nas relações internacionais, conhecida como anões diplomáticos, mas pela pouca contribuição que poderemos dar para impedir que tudo vá pelos ares. Mesmo a posição do Brasil dentro do Bloco dos BRICS, torna-se irrelevante, pois, nesse xadrez, onde a posição de peças atômicas sobre o tabuleiro vão sendo estabelecidas, exclui naturalmente aqueles países que não dispõem desse tipo de armamento. O perigo nessa contenda é que pode não haver ganhadores, nem de um lado nem de outro, sendo que não há também um juiz nesse jogo capaz de impedir o avanço dessas peças. Mesmo organismos como a ONU são impotentes diante desse quadro. Fechar os olhos e ouvidos ao que ocorre nessa parte do globo talvez sirva de consolo, já que a experiência nos ensina a não preocuparmos com problemas que não podemos, por nós próprios, resolver. Nesses tempos confusos, independe de nós a possibilidade de o mundo vir a virar pó sob nossos pés e isso pode nos dar uma pequena noção do quanto somos frágeis e incapazes de controlar efeitos dessa natureza.
Até mesmo fenômenos como as mudanças climáticas, com todo o seu potencial de destruição, parecem encolher diante de uma ameaça nuclear, levada a cabo por um único homem, pequeno em estatura física como Napoleão, e tão doido quanto os napoleões de hospício.
A frase que foi pronunciada:
“Nenhum homem é uma ilha. Mas alguns são península.”
Robin Williams
Na terra
Na última década, o DDT foi proibido no Brasil. Mas, pelo fato de o rastro desse agrotóxico permanecer por 30 anos, os solos brasileiros continuam sendo estudados. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classifica o DDT no Grupo 2A – provável cancerígeno humano com base na indução de tumores hepáticos e aumento da incidência de linfomas em animais, e em evidências limitadas de linfoma não-Hodgkin e câncer de fígado e de testículos em seres humanos. A informação é da Divisão de Toxicologia Humana e Saúde Ambiental, da CETESB, agência do Governo do Estado de São Paulo responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição.
Pés no chão
Estudo de Rodrigo Fracalossi de Moraes mostra, em sua conclusão, que a regulação de agrotóxicos, assim como as de vários outros produtos e serviços, não é um processo politicamente neutro. Regulações adotadas por governos não resultam apenas da influência de normas e conhecimento científico, mas também do poder relativo de grupos que ganham e que perdem com a regulação. A concepção de que existe algum tipo de regulação imparcial, proposta por comissões de experts e implementada por burocratas politicamente neutros é, portanto, ilusória.
História de Brasília
Abriram valetas para colocação de esgotos. Fecharam as valetas. Jogaram terra. Nenhuma placa indica o perigo, e a todo instante, um carro atola perigosamente. Ponham alguma indicação, por favor. (Publicada em 10.03.1962)
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Por suas consequências imprevisíveis, um erro de estratégia, cometido por apenas um indivíduo, do alto do Monte Olimpo de seu próprio ego, poderá levar à extinção da vida, como a conhecemos, sobre todo o planeta. Aliás, essa é uma das questões a atormentar a humanidade, desde os primórdios da civilização: como pode um único indivíduo decidir o destino de bilhões de outros? Milhares de anos de história do homem sobre o planeta, com todo aprendizado que acumulou ao longo dos séculos, e essa é ainda uma incógnita sem solução.
Essa é também uma questão a ser resolvida o mais urgentemente possível, para pôr fim à escalada da guerra que Putin declarou à Ucrânia. O que os analistas dos mais diferentes matizes ideológicos e, principalmente, aqueles que acompanham de perto esse conflito dizem é que o poderoso exército russo parece ter caído numa espécie de areia movediça, afundando cada vez mais e a cada movimento.
O que muitos comandantes parecem ir percebendo é que tomar a Ucrânia no braço e na bala, e em poucos dias como estava programado no início da invasão, é uma tarefa impossível. Mesmo os bombardeiros cegos contra alvos e contra a população civil, como meio de baixar a moral dos ucranianos, parecem não surtir efeito.
De fato, Putin encontrou o que buscava há anos: seu Vietnan, atolando centena de milhares de soldados numa guerra sem fim e cujo desfecho, caso o ditador russo resolva essa parada com um artefato nuclear, significará uma vitória de pirro, obtida a um alto preço, com o preço de milhões de vidas e onde os benefícios da conquista ficarão sempre aquém das perdas e prejuízos. Essa, inclusive, poderá ser a derradeira batalha em que se mete o tirano eslavo.
Seu prestígio pessoal e daqueles que interesseiramente o apoiam internamente é igual a zero no lado ocidental do planeta. Mesmo para a China, que apoia esse e outros ditadores como o Kim Jong-un, da Coreia do Norte, Putin vem se tornando um peso difícil de carregar. O pior nessa história toda, e que parece ter tido início numa noite mal dormida do presidente da Rússia, é que o efeito dominó, gerado pela invasão da Rússia a um pais democrático e soberano, vem provocando uma corrida, sem precedentes, desde a Segunda Grande Guerra, aos armamentos.
Países como Alemanha, que se acreditava nunca mais pensar em armas de guerra, afirmam que investirão bilhões de euros em produtos bélicos. Do mesmo modo, o Japão vem reforçando seu poderio militar. O mesmo para a maioria dos países que faziam parte do bloco da antiga União Soviética, todos assustados com as possibilidades reais de futuras invasões. Nessa altura dos acontecimentos, vai ficando claro que a resistência dos ucranianos se deve muito aos investimentos feitos polos Estados Unidos, no treinamento e no fornecimento de armamento para seus exércitos.
Também o envolvimento da OTAN nesses episódios mostra que já existe uma escalada dessa guerra a envolver outros atores, o que indica não só um agravamento do quadro, mas uma possibilidade de que essa crise irá se estender por muito tempo. As vias de fato, envolvendo muitos países diretamente nesse conflito, virão quando for percebido que os resultados do bloqueio econômico e das retaliações já não surtirem o efeito desejado.
Nós que nos encontramos aqui no Planalto Central do Brasil, a milhares de quilômetros de distância desse conflito, temos, também e forçosamente, que ficarmos preocupados com os efeitos dessa guerra que recrudesce a cada dia. Caso todo esse conflito resulte na utilização de armas nucleares, não haverá buraco de tatu ou coruja, por mais profundo que seja, para nos esconder e abrigar.
A frase que foi pronunciada:
“Não vamos desistir e não vamos perder, vamos lutar até o fim… custe o que custar.”
Volodymyr Zelensky da Ucrânia (2022) e Winston Churchill (1945)
Falta aluno
Até o dia 31 deste mês, o Jardim de Infância “21 de abril” estará aceitando crianças do 2º período, com 5 anos completos. A demanda está baixa. A escolinha fica na Entrequadra Sul 708/908. Contato: 995756526
Dona Norma
Muita gente não sabe, mas a mãe do jornalista Chico Sant’Anna foi uma das primeiras professoras na Casa Thomas Jefferson em Brasília. Norma Corrêa Meyer Sant’Anna, conhecida como Mrs. Sant’Anna. Depois lecionou inglês no Gila-Ginásio do Lago, francês na Aliança Francesa e português na Escola Americana. Chegou em Brasília em abril de 58, com os 4 filhos. Chico Sant’Anna tinha 6 meses de vida.
De olho
Região de proteção ambiental sob a jurisdição do Paranoá está sendo invadida. Cercaram e destruíram o cerrado. Moradores da região vão formalizar a denúncia aos órgãos competentes. É hora de a população participar da proteção da cidade.
Celeuma
Por falar nisso, moradores estão de lupa na LUOS. O deputado distrital Eduardo Pedrosa elaborou emendas que autorizam escolas em residências e, em breve, serão votadas em plenário. Manifestem-se enviando um e-mail para o deputado (dep.eduardopedrosa@cl.df.gov.br).
História de Brasília
O professor Soriano Neto, que dizem, inspirou o desenhista Péricles a criar o Amigo da Onça, foi, ontem, exonerado do cargo de diretor da Faculdade de Direito do Recife. (Publicada em 20.02.1962)