Uma ordem só para o mundo

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Imagem: gazetadopovo.com

 

É possível encontrar, no imenso mundo virtual, verdades concretas? Essa e outras questões hodiernas não deixam de inquietar os pensadores atuais por suas contradições e bizarrices. Dentre essas questões que navegam por entre essas redes etéreas, como cardumes de peixes luminosos, têm destaque as chamadas teorias da conspiração, um universo infinito de histórias que, mais e mais, vem despertado uma imensa onda de curiosidades em todo o mundo. Não apenas por seu conteúdo fantástico, mas pelo que concentra em possibilidades reais de vir a ser. E não é para menos!

Em meio a um oceano de informações de todo o tipo, há que extrair, aqui e ali, alguns fatos que contém em si elementos verdadeiros da mais pura realidade objetiva, mas que, pelo teor falsamente ficcional, são prontamente afastados e rotulados de teorias da conspiração. Quiçá são marcados com essa tarjeta, justamente para afastar aqueles que desejam pesquisar mais a fundo esses temas.

Há, entre esses inúmeros temas, um que, embora marcado como Teoria da Conspiração, merece ser melhor analisado, mesmo em pinceladas rápidas, por trazer, em seu enredo, alguns elementos que vão, aos poucos, encaixando-se na realidade cotidiana de todos. Esse é o caso específico da denominada Nova Ordem Mundial. Pelo sim, pelo não, algumas redes vêm abertamente censurando esse tema, assim como outro termo derivado da palavra globalização, que é o globalismo.

De saída, é preciso notar que tanto o globalismo como a Nova Ordem Mundial formam, praticamente, um único elemento desse conjunto que pode designar o que seria o nascimento de um mundo distópico, regido por um comando central que a tudo e todos controlaria com uma espécie de mão de ferro invisível. Por sua definição, globalismo vai muito além de uma simples interligação de redes de comunicação, como querem fazer crer, mas abrangeria, em seus meandros, uma visão de mundo e uma ideologia em que o poder central, e o governo de fato, não estaria mais centrado em cada país, mas, ao contrário, obedeceria a um comando único que controlaria todas as nações e decretaria o fim da soberania nacional.

O globalismo, segundo seus teoristas, visaria a abolição de quaisquer traços de tradições culturais, substituindo-as por uma espécie de governança transnacional. Um exemplo dessa nova visão integrativa de mundo e que possui, por sua capacidade de centralidade de decisões, prejudicar aspectos internos da cultura e das tradições de cada país, num processo global de aculturação, pode ser verificado na própria União Europeia e no processo do Brexit.

Por esse mecanismo, a Inglaterra pôs fim ao excessivo controle exercido pelo parlamento europeu em Bruxelas, em seu território, abandonando o bloco e todas as pretensas benesses desse grupo, em nome da soberania nacional, livrando-se, segundo afirmou um de seus defensores, de uma espécie de controle neomarxista existente naquele parlamento. A pandemia, segundo alguns desses teóricos da conspiração, seria apenas um ensaio para o advento do que viria a ser novas ondas globais e contínuas de viroses, cada vez mais letais, propositalmente operadas para arruinar política, econômica e socialmente as nações, deixando-as inertes e em busca de uma solução que viria por meio de um governo mundial, formado pelas grandes corporações e outras forças ocultas.

Para os nacionalistas, o globalismo é algo que deve ser combatido em sua origem, pois visa diminuir a população mundial e com isso aliviar o planeta da sobrecarga demográfica que exauri, aceleradamente, os recursos naturais cada vez mais escassos do planeta.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Democracia é, literalmente, Educação.”

Anísio Teixeira

Anísio Teixeira. Foto: gov.br

 

T-Bone

São muitas as paradas de ônibus que ainda acondicionam livros organizados por Luiz Amorim. Essa iniciativa já é marca nesta cidade.

Foto: g1.globo.com

 

Crescendo

Detran está facilitando a vida de motoqueiros imprudentes. Desde rachas pelas estradas até guiar pelas calçadas livremente. São atitudes que colocam vidas inocentes e responsáveis em risco. Vale uma blitz.

Foto: detran.df.gov

 

Ampliação

Quem comemora a ampliação do atendimento no Hospital da Criança é Renilson Rehem, superintendente executivo do HCB. A instituição atende mais de 700 crianças e adolescentes. Rehem, em seu discurso, agradeceu um a um que tornou possível essa conquista.

Foto: Edy Amaro/Esp. CB/D.A Press.

 

Ceará

Como dizia o filósofo de Mondubim, “feito pato nadando!”. É que a eleição para a presidência da Câmara parece tão calma, mas debaixo d’água a movimentação é grande. Os  parlamentares cearenses Capitão Wagner (Pros), Domingos Neto (PSD), AJ Albuquerque (PP), Dr. Jaziel (PL) e Pedro Bezerra (PTB) estiveram em Brasília.

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ney Braga não utilizou o apartamento, porque não residia na cidade onde está a sede o Poder que ele representava. Veio daí o engano, e o deputado Neiva Moreira, da Comissão de Transferência, passou-lhe um telegrama pedindo a devolução das chaves do dito apartamento. (Publicado em 24/01/1962)

Democracia é capturada por poderes

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Charge: Mafalda e a democracia

 

Se, como dizia Thomas Jefferson, a Constituição é para os vivos, e não para os mortos, o que abriria uma oportunidade, para cada geração, adequá-la à realidade de seu tempo, a nossa Carta, seguramente, ainda não pôde ser testada em toda a sua amplitude e profundidade aos novos ventos que em nosso país sopram como tempestades.

Há, ainda, um longo caminho a percorrer sob a égide desse conjunto de leis, embora não se despreze, de todo, algumas emendas necessárias a aperfeiçoá-las conforme avançamos democracia adentro.

Nesses trinta e um anos que nos separam daquele distante 5 de outubro de 1988, quando a Constituição foi finalmente promulgada, com o que de mais avançado havia em termos de ordenamento jurídico, o país, seguramente, viveu momentos de graves crises institucionais e, em todos esses acontecimentos, o escudo propiciado pela Constituição soube conduzir o transatlântico Brasil a águas tranquilas.

Esse, talvez, foi o mais valioso legado herdado pelos brasileiros nas últimas décadas e, sem dúvida, o mais vital. Logicamente, como toda obra humana, a nossa Constituição, vista no presente, tem necessitado de pequenos reparos para continuar atualizada e útil. Talvez um dos pecados que podem ser identificados em sua origem é que a Assembleia Constituinte não tenha sido instalada exclusivamente para a elaboração dessa Carta e logo após dissolvida.

Os políticos que tomaram posse naquele ano de 1987 sabiam que teriam que conciliar os trabalhos normais do Legislativo com a elaboração da Carta e que continuariam no Congresso após o término dessa missão. Com isso, o chamado Centro Democrático, um conjunto de parlamentares da velha política atuaram, como puderam, para a preservação de certos pontos vantajosos e do antigo status quo.

Nessa época, como lembrou o relator da Constituição, deputado Bernardo Cabral, “os corredores do Senado e da Câmara dos Deputados fervilhavam de pessoas”. Eram milhares de brasileiros de todos os setores do país, levando e trazendo propostas e abaixo-assinados para serem incluídos na nova Carta.

Após muita discussão e embates, e depois de tramitar nas Comissões especiais, o projeto final foi submetido a discussões em nada menos do que 119 sessões no plenário. As brigas e desentendimentos acalorados eram contidos pela experiência e serenidade de Ulysses Guimarães.

Para alguns analistas, o fato de a Constituição ser redigida por políticos que seguiam em seus mandatos fez com que a Nova Carta favorecesse, em demasia, os sistemas partidários e sua fragmentação em um número grande de legendas sem lastro popular ou conteúdo programático coerente.

Dessa forma, parte do poder acabou sendo capturado por grupos de pressão, dando origem às atuais bancadas, muitas das quais com atuação totalmente contrária à vontade popular, fechadas em seus nichos de interesse. Essa atuação em causa própria fez com que os constituintes optassem por um modelo que levou a República a se render a um presidencialismo de coalizão em que o Executivo ficaria, doravante, a reboque dos interesses de grupos dentro do Legislativo.

Tal modelo favoreceu a política do toma lá dá cá, que, durante os governos petistas, foram elevados ao paradoxo surreal do mensalão, com a compra, pura e simples, de grande número de parlamentares dentro do Congresso. Alguns outros aspectos, como a vinculação obrigatória de qualquer candidato a um partido político, conferiu um certo monopólio da democracia a apenas essas legendas, impedindo a participação política de brasileiros na vida pública e nos destinos do país.

Passados todos esses anos, alguns reflexos negativos ainda são observados no ordenamento político do país, como provam as recentes minirreformas partidárias conferindo bilhões de reais às legendas nas rubricas fundo partidário e fundo eleitoral, além do corporativismo acentuado, das deformações operadas na Lei de Abuso de Autoridade, nas medidas de combate à corrupção e na manutenção de infindos privilégios de toda a ordem.

De certa forma, a democracia foi capturada pela classe política, criando uma hipertrofia desse poder em relação aos demais. Com isso, abriu brechas para um constante desequilíbrio entre os poderes, ora favorecendo um, ora outro, em contraposição à vontade popular, obrigando milhões de brasileiros a ocupar seguidamente as ruas em manifestações onde ora protestam contra um poder, ora protestam contra outro.

 

 

A frase que não foi pronunciada
“A voz do povo é a voz de Deus. Com Deus e com o povo, venceremos, a serviço da pátria, e o nome político da pátria será uma Constituição que perpetue a unidade de sua geografia, com a substância de sua história, a esperança de seu futuro e que exorcize a maldição da injustiça social.”
Ulysses Guimarães

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br


História de Brasília

Abaixo desta coluna, vocês verão uma carta que nos foi endereçada pelo deputado Breno da Silveira, e o discurso pronunciado pelo mesmo parlamentar na Câmara dos Deputados. (Publicado em 01/12/1961)