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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Não é de hoje que os seres humanos se apegam à falaciosa crença de que são insubstituíveis naquilo que realizam em suas funções e, até mesmo, como pessoas. A história, com seu moedor de carne, tem mostrado que isso é uma ilusão do tipo narcisista, deixando patente que nada nem ninguém é insubstituível. Geralmente, essa é uma crença alimentada pelos tiranos e por todos aqueles que não abrem mão do poder. Incutir o medo, ameaçar e reprimir os cidadãos, fazendo-os crer que a ausência de certas lideranças trará de volta o dilúvio foi sempre a fórmula usada por ditadores daqui e de além mares. Basta atestar a forma velada dos discursos antes de eleições, em que os candidatos tentam distrair a população, destruindo a reputação do oponente. O candidato que não apresenta propostas concretas, plataformas críveis de ação sobre sua possível vitória na eleição, certamente, é aquele que nada fará pelos eleitores.
Na verdade, o que esses canastrões do mal temem é que o rolo compressor do futuro acabe por enterrá-los em cova rasa, isso sem antes reduzi-los a pó. A expressão après moi, le déluge (depois de mim, o dilúvio) tem sido usada com certa frequência, desde antes da Revolução Francesa pelos reis absolutistas inconformados com a aproximação dos tempos conturbados que se avizinhavam, pondo fim aos privilégios da nobreza e abrindo brechas para um novo modelo de gestão do Estado.
O tempo, como se sabe, não espera por ninguém, e não são poucos aqueles que perdem o tão falado trem da história, deixado só na estação, à mercê dos acontecimentos. A velha e carcomida oligarquia brasileira, apegada aos privilégios do poder e alçadas à condição de personas acima das leis, experimenta e fomenta essa sensação de imprescindibilidade como um recurso derradeiro.
Afirma conhecer o povo e suas debilidades, proclamando não as verdades, mas aquilo que as multidões parecem gostar de ouvir. As eleições, realmente livres e aferíveis, capazes de encurtar esse infinito caminho rumo ao pleno desenvolvimento, podem trazer surpresas em 2026. Partidos políticos, como a antiga Arena, PFL, PDS e, agora, o PSDB, que um dia foram proclamados como sendo as maiores legendas do país, hoje ocupam o rodapé da história e sequer são lembrados pela população.
Enquanto existirem, essas e outras legendas que se autointitulavam eternas e insubstituíveis, seus líderes acreditavam ter atingido o Olimpo e um status de intocáveis. Nenhum — legendas e líderes — foram perdoados pelo tempo. Tomando a coisa toda pelo seu caráter resumido, é certo que políticos têm vida pública menor até do que a dos cantores sertanejos.
A questão aqui é saber até quando a população alimentará o sentimento passivo de resignação e resiliência se deixando levar pelo engodo de que esses personagens são insubstituíveis, quando, no íntimo todos sabemos que isso é uma mentira.
A frase que foi pronunciada:
“O cemitério está cheio de gente insubstituível.”
Dito popular
Até quando?
Basta a chuva chegar para o chão se abrir. Vários buracos que arrebentam rodas e pneus surpreendem motoristas e deixam a vida de motoqueiros seguradas por um fio. Com tantos impostos pagos, oferecer um asfalto decente nada mais é do que obrigação.
Brasil participativo
Novo Plano Nacional de Cultura está sendo desenhado a partir do portal do governo, onde toda colaboração é bem-vinda. Veja os detalhes a seguir.
–> Está ocorrendo uma consulta pública do governo federal para o Novo Plano Nacional de Cultural Participativo. Entre as propostas, está a criação de instituições setoriais específicas como a “Agência Nacional da Música e o Fundo Setorial da Música”, com recursos exclusivos para a área da Música. Além disso, será criado o Instituto Brasileiro de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas.
Sabemos que uma Agência Nacional da Música é uma reivindicação antiga da nossa categoria. Este mecanismo permitirá a equiparação do tratamento dado pelo governo federal ao setor musical, em relação ao setor do audiovisual, através da ANCINE (Agência Nacional do Cinema).
A criação da Agência Nacional da Música será uma conquista importantíssima para a nossa área. Nosso engajamento nessa causa pode decisivamente ajuda a concretizar esse sonho da classe artístico musical. Além de votar, vamos compartilhar em massa essa proposta com nossos colegas músicos, para alcançarmos uma expressiva votação e tornar a criação da Agência Nacional da Música uma prioridade no novo Plano Nacional de Cultura. Seu voto pode ajudar a concretizar essa ideia!
Vamos juntos fazer a diferença! Vote, compartilhe, lute pela causa! A Música e a Cultura, agradecem!”
CLIQUE AQUI PARA PARTICIPAR! (Agência Nacional da Música e Fundo Setorial da Música)
Mãos dadas
Nascida junto com Brasília, a Casa do Pequeno Polegar está convidando a comunidade para apadrinhar a criançada. Por R$180, a instituição providenciará material e alguns itens de uso pessoal que serão entregues na festa de Natal. Interessados é só ligar para (61) 98667-7477.
Mini superperigo
Morador de Florianópolis conta que os pernilongos por lá são bem diferentes dos que temos em Brasília. Não há os que não
façam barulho. São bem mais lentos na fuga. Certo é que esses minúsculos insetos matam mais de 1 milhão de pessoas no mundo por ano!
História de Brasília
O formgebung da OCA passou a trabalhar na obra da universidade e, enquanto preparavam o auditório, ele desenhava um assento de cadeira e, ao mesmo tempo, ia acompanhando a execução do projeto. (Publicada em 21/4/.1962)
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Desde a formação dos estados nacionais, no século 14, ocasião em que foram implementadas as condições para o surgimento de um corpo burocrático e de toda uma infraestrutura para garantir o funcionamento de uma “máquina pública”, viu-se que a possibilidade real de tomar decisões internas que fossem aceitas por outros países e outras culturas estava condicionada diretamente à capacidade do Estado de se relacionar diplomaticamente com o mundo à sua volta. De certo modo, a existência e o prolongamento dos estados modernos recém-surgidos se deviam ao bom desempenho de seu corpo diplomático. Questões fronteiriças, religiosas e outras que facilmente descambavam em guerras sangrentas poderiam agora ser mediadas pela diplomacia, economizando vidas e poupando a economia.
Muitos historiadores identificam esse período como o que estabeleceria as primeiras centelhas do que viria a ser posteriormente, no século 19, chamada de Realpolitik. Esse termo, que pode também ser definido como política real, prega que a diplomacia deve ser baseada em considerações práticas, despidas de noções ideológicas, direcionada sobretudo pelo interesse nacional — ou seja, apoiada por princípios do realismo e do pragmatismo. “Para derrubar os muros de Jericó, o Realpolitiker sabe que a picareta é mais útil que a trombeta mais poderosa”, teria dito o criador do termo, Von Rochau. Com isso, ele queria dizer que a diplomacia tinha pela frente que enfrentar um mundo sem regras liberais esclarecidas por meio justamente de ideias liberais e esclarecidas.
Nesse sentido, a Realpolitik se diferencia da Machtpolitik, que é a política do poder usada para proteger os interesses nacionais, inclusive com o uso da força e do troar dos canhões. O Brasil, que historicamente, em suas relações
com o restante do mundo, sempre se posicionou a favor do entendimento e da paz internacional, praticava, até o advento da nova gestão, uma política externa alicerçada na Realpolitik, longe de influências político partidária, voltada apenas para o interesse nacional.
Era o tempo da diplomacia pragmática e profissional a serviço do Estado e não de governos. Com a chegada das esquerdas ao poder, essa orientação, respeitada mundialmente, mudou do vinho para o vinagre, azedando as relações do Brasil com seus tradicionais parceiros, como é o caso dos Estados Unidos. Pior ainda, passou a se aliar a ditaduras, como China, Rússia, Irã, Coreia do Norte, Cuba, Venezuela e Nicarágua.
A politização crescente nas relações diplomáticas do Brasil, simbolizada até pela presença incomum de dois ministros das Relações exteriores, mostra que nosso país tomou léguas de distância do pragmatismo e, hoje, pauta suas relações com o mundo de acordo não com os interesses nacionais, mas com o que deseja o ocupante atual do Palácio do Planalto. Essa guinada à esquerda do Itamaraty tem feito muito mal ao próprio Itamaraty e ao país, uma vez que o realismo diplomático ou a Realpolitik foi posto de lado em benefício apenas das ideologias, com enormes prejuízos para toda a nação.
Nas recentes plenárias realizadas pela ONU, ficou explícita também a atual posição do Brasil, um país cuja legitimidade para defender causas democráticas, violência ou meio ambiente é nenhuma, dado a nossa triste realidade interna. Nossa reputação diplomática e técnica de outrora é coisa de um passado distante. Isso ficou patente com o apoio dado pelo nosso governo ao plano de paz da China, que fortalece a ditadura russa e impõe à Ucrânia o reconhecimento de perda de mais de 20% de seu território, invadido ilegalmente por uma potência nuclear que nunca respeitou o direito internacional.
Na verdade, o Itamaraty é o responsável pela política de relações externas do governo, que se resume à atuação e ao que orienta as pessoas de sempre. Em nosso caso, a maturidade ou a velhice parece não ter produzido bons líderes políticos. A semelhança dos vinhos de qualidade, que adquirem maturação e refinamento sensorial com o passar dos anos em cascos de carvalho, nossas lideranças ganharam em acidez e, hoje, tratam de azedar nossas relações com o Ocidente civilizado, preferindo a companhia de bárbaros e outros tiranos intragáveis.
A frase que foi pronunciada:
“Quando os direitos humanos são desrespeitados em casa, tornam-se públicos.”
Nélida Piñon
História de Brasília
Estou recebendo de juiz da 1ª Vara Criminal a intimação para servir como jurado na 4ª sessão do júri. Comparecei, naturalmente, como cidadão, cumprindo um dever. Resta, entretanto, uma ressalva. O termo intimação poderia ser substituído por convite, porque estarei presente cumprindo um dever de cidadão, mas para cumprir com êsse dever jamais precisaria ser intimado. (Publicada em 18/4/1962)
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É possível encontrar, no imenso mundo virtual, verdades concretas? Essa e outras questões hodiernas não deixam de inquietar os pensadores atuais por suas contradições e bizarrices. Dentre essas questões que navegam por entre essas redes etéreas, como cardumes de peixes luminosos, têm destaque as chamadas teorias da conspiração, um universo infinito de histórias que, mais e mais, vem despertado uma imensa onda de curiosidades em todo o mundo. Não apenas por seu conteúdo fantástico, mas pelo que concentra em possibilidades reais de vir a ser. E não é para menos!
Em meio a um oceano de informações de todo o tipo, há que extrair, aqui e ali, alguns fatos que contém em si elementos verdadeiros da mais pura realidade objetiva, mas que, pelo teor falsamente ficcional, são prontamente afastados e rotulados de teorias da conspiração. Quiçá são marcados com essa tarjeta, justamente para afastar aqueles que desejam pesquisar mais a fundo esses temas.
Há, entre esses inúmeros temas, um que, embora marcado como Teoria da Conspiração, merece ser melhor analisado, mesmo em pinceladas rápidas, por trazer, em seu enredo, alguns elementos que vão, aos poucos, encaixando-se na realidade cotidiana de todos. Esse é o caso específico da denominada Nova Ordem Mundial. Pelo sim, pelo não, algumas redes vêm abertamente censurando esse tema, assim como outro termo derivado da palavra globalização, que é o globalismo.
De saída, é preciso notar que tanto o globalismo como a Nova Ordem Mundial formam, praticamente, um único elemento desse conjunto que pode designar o que seria o nascimento de um mundo distópico, regido por um comando central que a tudo e todos controlaria com uma espécie de mão de ferro invisível. Por sua definição, globalismo vai muito além de uma simples interligação de redes de comunicação, como querem fazer crer, mas abrangeria, em seus meandros, uma visão de mundo e uma ideologia em que o poder central, e o governo de fato, não estaria mais centrado em cada país, mas, ao contrário, obedeceria a um comando único que controlaria todas as nações e decretaria o fim da soberania nacional.
O globalismo, segundo seus teoristas, visaria a abolição de quaisquer traços de tradições culturais, substituindo-as por uma espécie de governança transnacional. Um exemplo dessa nova visão integrativa de mundo e que possui, por sua capacidade de centralidade de decisões, prejudicar aspectos internos da cultura e das tradições de cada país, num processo global de aculturação, pode ser verificado na própria União Europeia e no processo do Brexit.
Por esse mecanismo, a Inglaterra pôs fim ao excessivo controle exercido pelo parlamento europeu em Bruxelas, em seu território, abandonando o bloco e todas as pretensas benesses desse grupo, em nome da soberania nacional, livrando-se, segundo afirmou um de seus defensores, de uma espécie de controle neomarxista existente naquele parlamento. A pandemia, segundo alguns desses teóricos da conspiração, seria apenas um ensaio para o advento do que viria a ser novas ondas globais e contínuas de viroses, cada vez mais letais, propositalmente operadas para arruinar política, econômica e socialmente as nações, deixando-as inertes e em busca de uma solução que viria por meio de um governo mundial, formado pelas grandes corporações e outras forças ocultas.
Para os nacionalistas, o globalismo é algo que deve ser combatido em sua origem, pois visa diminuir a população mundial e com isso aliviar o planeta da sobrecarga demográfica que exauri, aceleradamente, os recursos naturais cada vez mais escassos do planeta.
A frase que foi pronunciada:
“Democracia é, literalmente, Educação.”
Anísio Teixeira
T-Bone
São muitas as paradas de ônibus que ainda acondicionam livros organizados por Luiz Amorim. Essa iniciativa já é marca nesta cidade.
Crescendo
Detran está facilitando a vida de motoqueiros imprudentes. Desde rachas pelas estradas até guiar pelas calçadas livremente. São atitudes que colocam vidas inocentes e responsáveis em risco. Vale uma blitz.
Ampliação
Quem comemora a ampliação do atendimento no Hospital da Criança é Renilson Rehem, superintendente executivo do HCB. A instituição atende mais de 700 crianças e adolescentes. Rehem, em seu discurso, agradeceu um a um que tornou possível essa conquista.
Ceará
Como dizia o filósofo de Mondubim, “feito pato nadando!”. É que a eleição para a presidência da Câmara parece tão calma, mas debaixo d’água a movimentação é grande. Os parlamentares cearenses Capitão Wagner (Pros), Domingos Neto (PSD), AJ Albuquerque (PP), Dr. Jaziel (PL) e Pedro Bezerra (PTB) estiveram em Brasília.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Ney Braga não utilizou o apartamento, porque não residia na cidade onde está a sede o Poder que ele representava. Veio daí o engano, e o deputado Neiva Moreira, da Comissão de Transferência, passou-lhe um telegrama pedindo a devolução das chaves do dito apartamento. (Publicado em 24/01/1962)
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Se, como dizia Thomas Jefferson, a Constituição é para os vivos, e não para os mortos, o que abriria uma oportunidade, para cada geração, adequá-la à realidade de seu tempo, a nossa Carta, seguramente, ainda não pôde ser testada em toda a sua amplitude e profundidade aos novos ventos que em nosso país sopram como tempestades.
Há, ainda, um longo caminho a percorrer sob a égide desse conjunto de leis, embora não se despreze, de todo, algumas emendas necessárias a aperfeiçoá-las conforme avançamos democracia adentro.
Nesses trinta e um anos que nos separam daquele distante 5 de outubro de 1988, quando a Constituição foi finalmente promulgada, com o que de mais avançado havia em termos de ordenamento jurídico, o país, seguramente, viveu momentos de graves crises institucionais e, em todos esses acontecimentos, o escudo propiciado pela Constituição soube conduzir o transatlântico Brasil a águas tranquilas.
Esse, talvez, foi o mais valioso legado herdado pelos brasileiros nas últimas décadas e, sem dúvida, o mais vital. Logicamente, como toda obra humana, a nossa Constituição, vista no presente, tem necessitado de pequenos reparos para continuar atualizada e útil. Talvez um dos pecados que podem ser identificados em sua origem é que a Assembleia Constituinte não tenha sido instalada exclusivamente para a elaboração dessa Carta e logo após dissolvida.
Os políticos que tomaram posse naquele ano de 1987 sabiam que teriam que conciliar os trabalhos normais do Legislativo com a elaboração da Carta e que continuariam no Congresso após o término dessa missão. Com isso, o chamado Centro Democrático, um conjunto de parlamentares da velha política atuaram, como puderam, para a preservação de certos pontos vantajosos e do antigo status quo.
Nessa época, como lembrou o relator da Constituição, deputado Bernardo Cabral, “os corredores do Senado e da Câmara dos Deputados fervilhavam de pessoas”. Eram milhares de brasileiros de todos os setores do país, levando e trazendo propostas e abaixo-assinados para serem incluídos na nova Carta.
Após muita discussão e embates, e depois de tramitar nas Comissões especiais, o projeto final foi submetido a discussões em nada menos do que 119 sessões no plenário. As brigas e desentendimentos acalorados eram contidos pela experiência e serenidade de Ulysses Guimarães.
Para alguns analistas, o fato de a Constituição ser redigida por políticos que seguiam em seus mandatos fez com que a Nova Carta favorecesse, em demasia, os sistemas partidários e sua fragmentação em um número grande de legendas sem lastro popular ou conteúdo programático coerente.
Dessa forma, parte do poder acabou sendo capturado por grupos de pressão, dando origem às atuais bancadas, muitas das quais com atuação totalmente contrária à vontade popular, fechadas em seus nichos de interesse. Essa atuação em causa própria fez com que os constituintes optassem por um modelo que levou a República a se render a um presidencialismo de coalizão em que o Executivo ficaria, doravante, a reboque dos interesses de grupos dentro do Legislativo.
Tal modelo favoreceu a política do toma lá dá cá, que, durante os governos petistas, foram elevados ao paradoxo surreal do mensalão, com a compra, pura e simples, de grande número de parlamentares dentro do Congresso. Alguns outros aspectos, como a vinculação obrigatória de qualquer candidato a um partido político, conferiu um certo monopólio da democracia a apenas essas legendas, impedindo a participação política de brasileiros na vida pública e nos destinos do país.
Passados todos esses anos, alguns reflexos negativos ainda são observados no ordenamento político do país, como provam as recentes minirreformas partidárias conferindo bilhões de reais às legendas nas rubricas fundo partidário e fundo eleitoral, além do corporativismo acentuado, das deformações operadas na Lei de Abuso de Autoridade, nas medidas de combate à corrupção e na manutenção de infindos privilégios de toda a ordem.
De certa forma, a democracia foi capturada pela classe política, criando uma hipertrofia desse poder em relação aos demais. Com isso, abriu brechas para um constante desequilíbrio entre os poderes, ora favorecendo um, ora outro, em contraposição à vontade popular, obrigando milhões de brasileiros a ocupar seguidamente as ruas em manifestações onde ora protestam contra um poder, ora protestam contra outro.
A frase que não foi pronunciada
“A voz do povo é a voz de Deus. Com Deus e com o povo, venceremos, a serviço da pátria, e o nome político da pátria será uma Constituição que perpetue a unidade de sua geografia, com a substância de sua história, a esperança de seu futuro e que exorcize a maldição da injustiça social.”
Ulysses Guimarães
História de Brasília
Abaixo desta coluna, vocês verão uma carta que nos foi endereçada pelo deputado Breno da Silveira, e o discurso pronunciado pelo mesmo parlamentar na Câmara dos Deputados. (Publicado em 01/12/1961)