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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Entra governo e sai governo e a promessa de que o instituto da reeleição será definitivamente enterrado vai ficando de lado, mesmo já tendo demonstrado o quão esse modelo é danoso para nossa democracia, principalmente pela utilização da máquina pública em favor daqueles candidatos que estão no poder. Por outro lado, é preciso notar que não basta a renovação de nomes no governo se as ideias e os projetos persistirem os mesmos. O tempo muda e com eles as prioridades. O que era antes uma inovação, hoje pode ser um estorvo e uma velhacaria.
Desse modo, ao iniciar-se os novos governos que eles venham trazendo mudanças qualitativas, sobretudo na parcimônia e racionalidade com que irão lidar com os recursos públicos. Por isso, antes da implementação de projetos mirabolantes e dispendiosos as regras da boa administração mandam escutar, diretamente daquela população-alvo, que prioridades ou obras ela elege como correta para cada momento.
Nesse início de campanha muitos candidatos ao Governo do Distrito Federal têm apresentado programas e projetos, principalmente grandes obras de infraestrutura como novas pontes sobre o Lago Paranoá e nova extensão da linha do metrô subterrâneo, sem que a população dessas localidades seja, ao menos, consultada sobre essas prioridades e urgência. Trata-se de um crasso erro de estratégia, de marketing , e que pode , facilmente resultar em gastos astronômicos e desnecessários, que, não raro, transformam essas obras ou num esqueleto inacabado e dispendioso ou num chamado elefante branco, pousado estranhamente na paisagem , como um símbolo da gastança e o que é pior, da corrupção.
Grandes obras que no passado recente eram anunciadas como redentoras e de grande visão estratégica e administrativa, hoje estão sem uso e sendo corroídas pelo tempo. Verdadeiros monstrengos a homenagear governos perdulários, muitos, inclusive alvo de processo na Justiça. Exemplos como o Estádio Mané Garrincha, com sua arquitetura paquidérmica e inútil e o Buritinga, complexo de edifícios que serviriam para abrigar o GDF estão aí, de pé, como estátuas gigantescas a celebrar ao mau uso ou o desvio de dinheiro público.
Há ideias e projetos que por sua inventividade e oportunidade nada ou pouco custam ao contribuinte e que muito podem ajudar a melhorar a vida dos brasilienses. Outras iniciativas e projetos devem, por sua urgência, serem continuados e até expandidos, como é o caso da revitalização das avenidas W3 Sul e Norte. Esses dois importantíssimos eixos comerciais e que por décadas foram esquecidos, merecem ser melhor repaginados do ponto de vista arquitetônico e econômico, trazendo de volta o valor que essas avenidas merecem.
Uma ideia, para dar início a essa revitalização econômica e que nada custaria aos cofres da capital, seria deslocar o eixão do lazer do ponto em que ele hoje está, no eixo rodoviário Norte e Sul para a W3, fechando todo aquele corredor ao trânsito nos domingos, de uma ponta a outra, para atrair a população de pedestres e ciclistas para essa área. Outra ideia, que muito ajudaria a população seria o estabelecimento de uma espécie de transporte público náutico ligando as margens do Lago Paranoá, permitindo o deslocamento e lazer da população de uma localidade para outra.
Ideias poderiam ser testadas como projetos pilotos para se saber o resultado dessas experiências e sua viabilidade. É preciso, no entanto, que o governo que virá, volte a implementar o orçamento participativo no qual a população diz em quais projetos devem ser investidos a dinâmica administrativa e o dinheiro dos pagadores de impostos. Lembramos aqui a importância para a vida cultural da cidade como a definitiva reforma dos teatros, a retomada de projetos culturais pela cidade ao estilo do Concerto Cabeças , Cinema Voador, Arte por Toda a Parte entre outros projetos, que tanto bem fizeram a cidade e onde nomes da cultura local foram revelados. Já é um bom começo.
A frase que foi pronunciada:
“Na cidade, a pressão da opinião pública é capaz de fazer o que a lei não consegue.”
Sherlock Holmes
Vulneráveis
Seria bom se o GDF divulgasse o investimento feito para crianças e adolescentes na cidade. O Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente tem dotação mínima de três décimos por cento da receita tributária líquida. Não é pouco dinheiro. E, na lei, é vedado o contingenciamento ou o remanejamento dos recursos destinados desse fundo.
Estúdio Barroco
Ana Cecília Tavares (cravo), André Vidal (canto), Cecília Aprigliano (viola da gamba) e Sueli Helena (flauta doce) vão lançar o CD Damas Virtuosas, na terça-feira (21/08), às 21h, no Clube do Choro de Brasília (Eixo Monumental), e na quinta-feira (23/08), às 21h, no Teatro da Escola de Música de Brasília (602 Sul). O concerto será apresentado dentro da série Concerta EMB. Não recomendado para menores de 14 anos. Os CDs estarão disponíveis para venda nos intervalos das apresentações ao preço de R$ 20.
Convite
Brasil Paralelo convida a todos para a Guerra do Imaginário – A jornada de Chesterton, Lewis e Tolkien, dia 25 de agosto às 20h. Para assistir, busque na Internet pelo título.
História de Brasília
É de descalabro, a situação de Taguatinga com relação a transportes. Quem precisa chegar ao Plano Pilôto às 9 horas, está saindo de casa às seis, porque não sabe o que lhe espera em matéria de imprevistos. (Publicada em 09.03.1962)
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Desde que foi inaugurada oficialmente, em abril de 1960, Brasília vem experimentando um lento e persistente processo irregular de ocupação do solo. Esse fato se deve, possivelmente, aos atrativos, representados pelos serviços públicos oferecidos pela capital do país.
Por outro lado, o ritmo acelerado imprimido na construção da cidade não possibilitou a devida regularização burocrática das muitas propriedades particulares que existiam no entorno da capital ou que eram reclamadas por pessoas e famílias que ocupavam essas áreas anteriormente e que, naquela época, não eram devidamente registradas e documentadas em cartórios. Ou eram, como o caso da dona Victória Rezende e Silva, que, com o marido, era proprietária de toda a região onde hoje é o trecho 7 do Setor de Mansões do Lago Norte.
Tratava-se aqui de uma região remota, distante da antiga capital e do litoral, perdida nos confins do interior do país, pouco habitada e esquecida do restante do Brasil. Esse e outros fatores acabariam por abrir uma grande quantidade de parcelamentos e formação de lotes irregulares.
Até o início dos anos oitenta, ocorriam poucos assentamentos não oficiais nos arredores da capital e que não ofereciam maiores perigos para a ocorrência de invasões em massa, capazes de desfigurar, por completo, qualquer projeto de planejamento da cidade, como os que ocorreram no Rio de Janeiro e que redundaram no completo desvirtuamento urbano da antiga capital, com as consequências nocivas que hoje conhecemos.
A partir da Constituição de 1988 e, principalmente, da chamada emancipação política da capital, deu-se um verdadeiro boom de invasões que passaram a ser erguidas, da noite para o dia, por toda a Brasília. Incentivadas por uma classe política oportunista, que passou a identificar, nas terras públicas, uma moeda de troca representada pelo binômio: um voto, um lote, a multiplicação das invasões fugiu totalmente ao controle dos órgãos públicos, ameaçando destruir uma cidade planejada, transformando Brasília em mais uma das muitas capitais espalhadas por esse imenso país: caóticas e deformadas pela ganância e o oportunismo imediatista que caracterizam a maioria de nossa classe política.
Hoje, passados mais de sessenta anos de sua inauguração, a questão da regularização das terras e o surgimento de novos núcleos habitacionais, bem como as invasões, ainda representam uma realidade e uma ameaça que parece longe de ser pacificada. Trata-se de um processo herdado por décadas de incúria e de falta de vontade e firmeza das autoridades e que laçam essa ameaça para um futuro incerto. O que se tem como certeza, e a maioria de nossas capitais demonstram isso na prática, é que cidade alguma pode prescindir e resistir ao tempo, como espaço seguro e aprazível para seus cidadãos, se abrir mão de um planejamento urbano, racional e metódico, capaz de ordenar e pôr nos eixos toda a complexidade que envolve uma metrópole. Ou aprendemos isso, observando o caos em que se transformaram nossas cidades mais antigas, ou seremos condenados a multiplicar esses erros e espaços, erguendo cidades que, no fundo, as pessoas querem ver de longe.
O problema é que planejamento urbano exige, antes de tudo, civilidade e respeito total às normas e posturas dispostas em lei. E é aí que está a raiz do problema. Quando se verifica que nem mesmo aqueles, aos quais a função e os altos cargos exigiriam pronto acatamento às normas e leis urbanas, cumprem o que está estabelecido, muito menos se pode esperar de outros cidadãos menos afortunados, que vêm nessas elites um mal exemplo a ser copiado. Não por outra, é visível também, em bairros chiques, como os lagos Sul e Norte, invasões de áreas públicas, perpetradas por pessoas de alto poder aquisitivo, que acreditam no poder do dinheiro e da função para domar os fiscais. Não é por acaso que, nesses bairros, onde casas e lotes valem milhões de reais, a existência de passeios públicos, com calçadas e espaços para pedestres, praticamente inexiste, espremidos pelo avançar dos lotes e das mansões. Cadeirantes, idosos, atletas e outros caminhantes não têm vez nesses espaços, tomados pelo egoísmo daqueles que se reconhecem como intocáveis. É tudo uma tragédia urbana, sem solução à vista.
Frase que foi pronunciada:
“Aquilo que escuto eu esqueço, aquilo que vejo eu lembro, aquilo que faço eu aprendo.”
Confúcio
Ir e vir
A seguir, as fotos de uma região cercada ilegalmente como Residencial Vale dos Ipês, só para ricos. Moradores antigos e pobres da região são impedidos por um funcionário do condomínio criado, que se diz trabalhar para o governo. Fecha o portão e obriga a população de baixa renda a andar quilômetros para dar a volta e entrar por outro local. É preciso esclarecer essa situação que, diga-se de passagem, é inconstitucional.
Insustentável
E a cadela da casa resolveu parir debaixo de largas toras de madeira, onde os donos não conseguem chegar. Nem Bombeiros, nem Polícia Ambiental, nem Zoonose fazem esse tipo de resgate. Resultado: morreu um dos filhotes e a cadela amamenta os sobreviventes em meio ao cadáver do animal em decomposição. Os proprietários do bicho até pensaram em se apresentar como autores de maus tratos. Não o fizeram porque, nesse caso, ao recolher o animal, a zoonose leva para o canil. E mais: para maus tratos, a lei não prevê amamentação entre cadáver.
Eficiência
Difícil ter uma atendente com tanto conhecimento, agilidade e carisma no trato com o cliente. Daiana, da Claro Net, teve uma performance que merece esse registro.
História de Brasília
Quando surgem notícias desencontradas, e em casos destes sempre ocorre, a culpa cabe às autoridades que não comunicam pela imprensa. (Publicada em 01.02.1962)
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Com a pandemia, somente em Brasília, milhares de negócios, pequenos e médios, fecharam as portas, pediram falência ou, simplesmente, deixaram de existir. Outros tantos foram abandonados ou tiveram seus projetos adiados sine die. Com isso, dezenas de milhares de pais de família perderam suas fontes de renda. Não surpreende que o empobrecimento de parcela significativa da população tenha acontecido mais rápido do que puderam apontar as estatísticas do governo. São visíveis, em cada ponto da capital, os sinais de que houve uma severa perda de renda de muitos brasilienses. O aumento no número de pedintes e de outros cidadãos que passaram a viver de pequenos negócios nas esquinas, nos semáforos e em muitos outros pontos de passagem de pedestres não esconde o fato de que vivemos um período de série crise econômica e social.
Analistas, contrariando as cifras otimistas do governo local, que falam em 4,2% de retração na capital, apontam uma redução três vezes maior, ou de até 12%, nos índices de desempenho da economia do Distrito Federal, desde o início da pandemia. Outros falam até de um encolhimento de 26% na economia local, o que combina com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram uma retração em todo o Brasil da ordem de -11,4%. Mais do que números a indicar os passos dados para trás no que seria um significativo decréscimo econômico, ocorrido num curtíssimo espaço de tempo, esses fatos mostram que o caminho que teremos que percorrer, apenas para chegar onde estávamos em março de 2020, quando a pandemia teve início, pode nos fornecer uma ideia do quanto teremos ainda de avançar.
Ocorre que, a cada dia em que a pandemia avança sem soluções à vista, sem vacinas suficientes e outros remédios, mais e mais, nos afastamos daquele ponto de partida. Pior do que parados no tempo, estamos andando no sentido contrário. Oficialmente, os números são outros porque são outras também as intenções políticas que se escondem por detrás dessas estatísticas coloridas. Para alguns entendidos nas ciências da aritmética e da matemática, estamos experimentando o que seria uma segunda versão do que aconteceu no período imediatamente após à reeleição da ex-presidente Dilma em 2014, quando, por questões de estratégia política eleitoral, os reais números da economia do país foram maquiados pelas famosas pedaladas fiscais, de forma a fazer parecer que tudo andava às mil maravilhas e o Brasil ia de vento em popa.
Obviamente que os tempos são outros, como também são outras as perspectivas atuais a nos colocar na antessala da UTI. O início do que pode ser o pré-calendário eleitoral para as eleições de 2022 pode nos levar a acreditar que a pobreza que vamos vendo, em toda a parte da cidade, é apenas uma miragem ou uma encenação das oposições ao governo, embaralhando-nos a visão já turva pelos efeitos colaterais da Covid-19. Os números estão todos aí, para quem quer ver, de mãos estendidas nas esquinas.
A frase que foi pronunciada:
“Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis nem pelo céu nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim e não, não, para que não caiais em condenação.”
Tiago 5:12
Boa vontade
Com a contribuição do professor de teatro candango-gaúcho, Plínio Mósca, a Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul abriu o Edital Criação e Formação – Diversidade das Culturas, que receberá inscrições de projetos culturais até 26 de janeiro. Este edital está sendo viabilizado com recursos repassados pelo RS, conforme previsto na Lei Aldir Blanc, que vem atuando com ações emergenciais destinadas ao setor cultural. A Fundação Marcopolo de Caxias do Sul é a gestora do edital, sob a coordenação de Luciano Balen. O montante de 20 milhões de reais será distribuído para fazedores de cultura do RS que inscreverem projetos de pesquisa, criação, formação e qualificação no universo cultural gaúcho. E o GDF? Quando vai se inspirar para apoiar nossa cultura?
W3
É de estarrecer. O número de lojas fechadas na W3 mostra a falta que faz um planejamento para situações de emergência. Ainda há muito trabalho para limpar as pichações daquela área. Uma verdadeira pena. Por outro lado, é uma prova viva do descaso.
Dia a dia
Na fila dos idosos, o senhor interpelou o jovem que se aproveitava do menor número de clientes aguardando o momento de pagar. – ”Meu filho, não viu a placa? Esse caixa é só para idosos.” O rapaz disse que viu a placa, mas que só tinha 3 objetos na mão para pagar. Foi mais ou menos um discurso de 13 minutos feito pelo idoso, mostrando que esse, exatamente esse pensamento de achar que pode desobedecer a placa por ter só 3 itens nas mãos, equivale às iniciativas de corrupção da lava jato, as rachadinhas e outros tantos casos que aconteceram por falta de moral e ética.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
É sabido que altos funcionários não desejam a transferência para Brasília, porque contraria interesses pessoais. Nós procuraremos mostrar alguns deles, e esperamos não está fazendo injustiça. Reconhecemos, entretanto, que o trabalho do professor Hermes Lima será árduo, para enfrentar a maré contrária à mudança. (Publicado em 24/01/1962)
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Brasília tem sido o berço de grandes nomes da música popular. Talentos reconhecidos não só no Brasil, mas no mundo inteiro por sua virtuose e técnica. A relação com esses nomes é extensa e conhecida de todos. Muitos desses artistas tiveram que, obviamente, migrar para o eixo Rio de Janeiro e São Paulo, onde o mercado é maior, as gravadoras possuem suas sedes e as chances de sucesso no mercado interno e externo são certas.
Com tanta variedade e qualidade reconhecida, surpreende que, mais uma vez, essa plêiade de cantores, instrumentistas e compositores tenham sido preteridos pelo Governo do Distrito Federal para abrilhantar a festa de Réveillon 2020. Com isso, fica confirmado o ditado que repetia o filósofo de Mondubim: “santo de casa não faz milagre”.
Mesmo não sendo a primeira vez que um fato dessa natureza ocorra na capital do país, fica sempre a impressão que, pelos justos protestos e até pela falta de conhecimento da riqueza musical da cidade, essa será a última vez que tal gafe acontece. Embora muitos desses nomes que conheceram a glória além dos limites da capital não residam mais nesse quadrilátero, é certo que a fama e fortuna que construíram prescinde desse tipo de convite, por isso mesmo vão tocando o barco longe de uma Brasília que, dia após dia, vai ganhando fama, mas infelizmente não pelos talentos que aqui surgiram. É uma pena!
O pagamento de um cachê de mais de R$ 500 mil para que o cantor mato-grossense, Luan Santana, seja a principal atração da festa de Réveillon 2020, valor esse devidamente publicado no Diário Oficial, por meio de carta convite, pode até não ser muito para ele ou para quem aprecia seu repertório e é seu fã, como é o caso do governador, mas seria muito melhor empregado caso o governo empenhasse esses recursos em shows de pequeno porte por todas as cidades do entorno, onde residem e trabalham centenas de artistas talentosos e pouco valorizados pela mídia.
Na realidade, o montante que será gasto nas festas de Ano Novo será de R$ 2 milhões apenas na região central de Brasília. Um investimento, sem dúvida nenhuma, bom para os turistas que aqui estarão, mas, com certeza, um recurso público que seria mais democraticamente aplicado na promoção de nossos músicos e dos nossos valores locais. Da Casa do Cantador à Orquestra Sinfônica, passando pelas bandas e coros.
Para os brasilienses que para cá vieram ainda no início da construção da capital, esses recursos, cobrados a peso de ouro dos contribuintes, poderiam muito bem servir para reformar o Teatro Nacional, o Museu de Arte Moderna e outros monumentos à cultura, esquecidos por anos e que muita falta fazem aos moradores da cidade. Esse sim seria um presente de fim de ano que todos queriam receber.
A frase que foi pronunciada:
“Nas entrelinhas e com ferina ironia, o governo diz: O povo há que empobrecer, mas sem perder a ternura, jamais.”
Mauro Santayana, jornalista
Canabis
Ministro da Educação recebe representação de deputados, sindicatos e central de estudantes por declarações sobre a UnB e sua relação com a maconha. Senhor ministro Weintraub, veja isto. Recém-admitida na UnB, uma aluna vinda do Ceará, tentou cursar Filosofia. Preferiu trancar a matrícula quando a mãe disse que queria conhecer a universidade em que estudava. Era a UnB. – “Deus me livre minha mãe andar nesse ambiente. Ela vai achar que é o fim do mundo!” Isso foi em 2013. Será que alguma coisa mudou?
Sativa
Freiem os cavalos! É óbvio que a Universidade de Brasília tem desenvolvido pesquisas destacadas pelo país, que há professores sérios, alunos com discernimento, diretores responsáveis. Mas entrar com representação contra o ministro porque ele disse a verdade, aí é o cúmulo da hipocrisia! Veja a seguir vários vídeos disponibilizados sobre as algazarras acadêmicas. Só vendo para crer.
Brazuka
Constrangedor. Essa foi a palavra escolhida pelo amigo Álvaro Costa, do Brasília Urgente, para exprimir o cambalacho do aplicativo Uber, prestes a desistir do nosso país. Motoristas contra os usuários do serviço! O golpe mais recente flagra motoristas do aplicativo que, ao receberem uma chamada de um usuário, fingem não ter recebido, ignorando-a, só para ganhar uma taxa por cancelamento estipulada pelo aplicativo a quem cancela. Neste caso, o cancelamento feito pelo usuário é necessário, por constatar pelo GPS que o motorista recebeu o chamado, mas não saiu do lugar. O usuário, prejudicado, ainda é alertado pelo aplicativo que pagará uma taxa pelo cancelamento (que é repassada ao motorista chamado) a ser acrescida em sua próxima chamada. Este novo golpe é bem “brazuka”, atesta nosso leitor.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Outra coisa que precisa aparecer é um deputado que não tenha passe de passageiro convidado, e que tenha autoridade para reformar o Código de Aeronáutica Civil. (Publicado em 12/12/1961)
ARI CUNHA – In memoriam
Visto, lido e ouvido
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Ao novo governador que chega, todo o crédito é devido. Isso não quer dizer que a imprensa e principalmente a população, sobretudo aquela que votou em seu oponente, vá fechar os olhos para as novas diretrizes que vierem a ser adotadas pelo GDF a partir de primeiro de janeiro de 2019.
Principalmente medidas que venham alterar, para pior, o planejamento urbano de Brasília. A Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) tem sido, desde seu surgimento, uma verdadeira caixa de marimbondos para os últimos governadores que o antecederam. Nenhum deles conseguiu levar a bom termo o conjunto de normas que introduz e modifica alguns aspectos da vida urbana da capital.
As razões para esses constantes adiamentos são várias, mas o fundamental é que a Lei bate de frente com os múltiplos interesses da população. Querer a aprovação agora, no fim dessa legislatura e do mandato de seu antecessor, definitivamente, não é uma boa medida. Os diversos riscos apontados por entidades comunitárias e de defesa do patrimônio histórico, arquitetônico e urbanístico, com certeza, poderão contaminar sua gestão, logo na largada, criando situações irreversíveis que poderão repercutir ao longo de todo o seu mandato.
Manda a prudência que normas complicadas como essa, regulando praticamente todo o funcionamento de uma cidade, que na sua parte principal, foi milimetricamente estudada e planejada, seja decidida somente após exaustivos debates com as miríades de entidades especializadas no assunto. Cuidaria melhor S. Exª se antes de apressar o passo, aprovando projeto tão complexo e vital para a cidade, cuidasse de outros aspectos urbanísticos, até mais urgentes, como a revitalização das W3 Norte e Sul, a recuperação do Setor Comercial Sul, as invasões, os puxadinhos, entre tantos outros necessitando a tempos de profundas reformas.
Lembramos ao sr. Ibaneis que essa Coluna vem acompanhando, pari passu o crescimento da cidade desde os fins dos anos cinquenta. Desde aqueles longínquos dias, assumimos uma posição em defesa da nova capital. Sabemos o quão difícil foi chegarmos até aqui.
Com a emancipação política da capital, fato que nos opusemos desde o primeiro dia por sua precipitação e por que víamos nessa medida razões que iriam beneficiar muito mais os especuladores e empreendedores do que o futuro da própria capital e de seus habitantes, demonstrou-se acertado. A capital a partir de então, experimentou um inchaço sem precedentes, destruindo praticamente todos os serviços públicos que eram exemplo para todo o país. Hoje o que temos é uma cidade sucateada que convive com os mesmos problemas das demais capitais espalhadas pelo país. Portanto cabe aqui um conselho a quem ainda é detentor de crédito junto aos cidadãos: cuidado com áulicos e bajuladores que sopram em seu ouvido, isolando-o da realidade que se arrasta fora dos limites do Buriti.
E sobre questões de planejamento urbano, que teve à frente uma dupla dos maiores gênios já reunidos num só propósito: Não pretendam reinventar a roda com outro formato!
A frase que foi pronunciada:
“Além de uma certa velocidade, os veículos motorizados criam um afastamento que eles próprios podem encolher. Eles criam distâncias para todos e diminuem para apenas alguns. Uma nova estrada de terra através do deserto traz a cidade à vista, mas não ao alcance, da maioria dos agricultores brasileiros de subsistência. A nova via expressa expande Chicago, mas suga aqueles que estão bem longe de um centro da cidade que se transforma em um gueto.”
– Ivan Illich, Energia e Equidade
Imperdível
Aida Kellen, Duli Mittelstedt e Sergio Morais prometem um concerto de alto padrão na apresentação de “O negro e a sua música”. Dia 14 às 19h30, no Teatro do Espaço Cultura Ary Barroso, no Sesc da 504 Sul.
Debates
Falando em música, o debate esquentou no Senado na audiência pública comandada pelo senador Cristovam Buarque. O arrefecimento veio quando Cláudia Queiroz resumiu o que a classe queria ouvir. A participação efetiva e democrática dos brasileiros na escolha dos representantes da entidade. Era o que estava registrado em um manifesto nascido no Fórum Nacional de Música. Na prática, o que os músicos querem são novas eleições.
Lar São José
Bem engajado nas redes sociais, o Lar São José, ligado à Casa do Candango, aceita todos os tipos de doação. É só agendar que a Kombi busca. Como o Natal está chegando e os corações se aquecem, segue o número para contato: 3591-1051.
Agenda
Por falar nisso, “A solidariedade unindo as nações” é o mote da Feira das Embaixadas. Toda a verba arrecadada será doada para instituições de caridade do DF. Dia 10 de Novembro, no Parque da Cidade.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os funcionários trabalham sem nenhuma comodidade, num barraco impróprio, onde, quando lavam o andar superior, os de baixo suspendem o trabalho, por causa da água que vem do teto. (Publicado em 04.11.1961)