Tag: #Golpes
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Em meio ao intrincado labirinto tecnológico que sustenta o sistema bancário nacional, emerge mais uma sombra inquietante, revelando não apenas fragilidades operacionais que deveriam ter sido sanadas há décadas, como também a desconcertante sensação de abandono que acomete o cliente comum, aquele que deposita, no banco, a confiança necessária para a gestão de seu patrimônio, acreditando que, ao menos ali, repousariam os pilares mínimos da segurança institucional, embora a realidade recente venha demonstrando, com contundência, que a apresentação de chamadas telefônicas, supostamente originadas de números oficiais, pode ser manipulada com facilidade alarmante, permitindo que criminosos se apresentem com a aparência inequívoca da legitimidade.
Configurações técnicas de validação do identificador de chamadas, que em países com protocolos rígidos são tratadas como elemento inegociável para a proteção do consumidor, transformaram-se aqui em mais um fragmento de um sistema que opera com complacência perigosa, onde a origem de uma ligação, que deveria ser protegida por camadas robustas de autenticação, permanece vulnerável a manipulações baratas, acessíveis a qualquer indivíduo que disponha de serviços de telefonia via internet, capaz de simular números oficiais, criando a ilusão de que a instituição bancária está do outro lado da linha, solicitando providências urgentes, invadindo o cotidiano de correntistas que jamais imaginariam ser vítimas de um truque tão rudimentar e, paradoxalmente, tão eficiente.
Clientes que administram economias de uma vida inteira, que confiam aos bancos não apenas recursos materiais, mas expectativas de estabilidade e ordem, encontram-se submetidos a riscos que não decorrem da própria imprudência, mas da permissividade estrutural de um sistema de telecomunicações que, ao não validar a autenticidade do número que se apresenta ao usuário, expõe milhões de contas a fraudes cada vez mais sofisticadas em aparência, porém assentadas sobre um pilar de simplicidade técnica que surpreende por sua obviedade, fragilidade e negligência.
Instituições financeiras, cientes desse cenário, insistem em repetir orientações protocolares, alertando que jamais solicitariam senhas ou códigos por telefone, enquanto desviam o olhar da discussão essencial, aquela que deveria colocar em xeque a responsabilidade compartilhada entre operadoras e bancos, pois não parece razoável que a engrenagem que movimenta grande parte da economia nacional permaneça apoiada em práticas arcaicas de autenticação numérica, permitindo que o cliente seja o elo mais fraco de uma cadeia que deveria protegê-lo, não expô-lo.
Correntistas merecem mais que protocolos de autoproteção que os responsabilizam implicitamente por quedas de segurança que não lhes cabem, merecem a transparência de instituições que assumam a urgência de implementar mecanismos de autenticação que deem fim ao spoofing, merecem que operadoras adotem padrões internacionais que inviabilizem a falsificação de números oficiais, merecem um ambiente onde a simples ação de atender ao telefone não represente risco ao patrimônio acumulado ao longo de anos de trabalho, renúncias e escolhas difíceis.
Sociedade alguma pode naturalizar que milhões de contas bancárias permaneçam vulneráveis por causa de um detalhe técnico ignorado no topo das prioridades corporativas, enquanto instituições de grande porte celebram compliance, governança e inovação, sem enfrentar o fato de que a porta de entrada de um dos golpes mais devastadores continua escancarada, permitindo que criminosos falem em nome do banco, usem o número do banco, e capturem a credibilidade que deveria ser exclusiva do banco.
Inquieta sobretudo a contradição de instituições que, em nome de uma segurança sempre anunciada como inegociável, exercem controle rigoroso sobre a vida financeira de seus clientes, impondo limites para saques, para transferências, para pagamentos, para operações corriqueiras que deveriam ser determinadas apenas pela disponibilidade de recursos do próprio correntista, criando um ambiente em que o indivíduo, mesmo sendo titular legítimo de seu dinheiro, precisa negociar permanentemente com o banco para utilizá-lo, como se a proteção fosse argumento suficiente para justificar a renúncia silenciosa a parcelas da liberdade econômica que deveriam ser invioláveis, porém aceitas com resignação por uma sociedade que, temendo golpes, tolera abusos.
Daí vem a pergunta inevitável, quase incômoda em sua obviedade, sobre por que tamanha disposição para controlar o cliente não se converte em investimento para eliminar de uma vez por todas as brechas tecnológicas que viabilizam golpes tão devastadores? A retórica da segurança, quando não acompanhada de modernização real, transforma-se apenas em instrumento de contenção do usuário, não em garantia efetiva de proteção.
A frase que foi pronunciada:
“Se você colocar uma chave debaixo do tapete permitirá que um ladrão encontre-a. Os cibercriminosos estão usando todas as ferramentas da tecnologia à sua disposição para hackear contas das pessoas. Se eles sabem que há uma chave escondida em algum lugar, eles farão de tudo para encontrá-la.”
Tim Cook

História de Brasília
A Comissão de Construção de Brasília do IAPI alcançou ontem um novo recorde. A superquadra 305 deveria ser entregue no dia 15, mas ontem de madrugada saiu o ultimo caminhão contendo material. (Publicada em 12.05.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Neste país surreal, é possível reconhecer que, a cada governo entrante, corresponde uma ou mais crises específicas que, em última análise, acabam por definir e dar forma e caráter a ele. É assim que seguimos nossa jornada desde 1500. Talvez, exista aí, nessas atribuladas governanças do homem branco, algum oremú ou urucubaca lançada pelos primeiros habitantes dessa terra, traídos e ameaçados, contra os invasores europeus. Somente pelo viés das superstições é que se pode encontrar uma explicação inteligível para o fato dessa sequência ininterrupta de governos e suas respectivas crises, sejam elas institucionais, políticas, econômicas, sociais ou de saúde, públicas ou pessoais.
Há aqueles cidadãos que acreditam também numa revanche espiritual, vinda do além, da família imperial, usurpada do poder por um golpe de Estado dado por meia dúzia de oficiais traidores que, na calada das 3 horas da madrugada, do dia 15 de novembro de 1889, prenderam toda a família no Paço, mandando-os ao velho continente. Primeiro a bordo do cruzador “Parnaíba” até a Ilha Grande, onde todos embarcaram, durante uma tempestade no paquete avariado “Alagoas”, rumo ao exílio forçado na Europa.
Com o advento da República, o que menos podemos afirmar é que o Brasil encontraria, finalmente, um período de estabilidade política. De lá para cá, o que se viu foi uma sucessão de trapalhadas e uma sequência insana de pequenos golpes intramuros que, ao fim ao cabo, definiram o que somos hoje. A substituição brusca de um imperador culto e apaziguador, por militares semialfabetizados e com ímpetos absolutistas de um monarca, deu no que deu. Com uma movimentação institucional dessa natureza, nada podia dar certo. Sem mencionar, aqui, o período após 1964 que, verdadeiramente, ajudaria o Brasil a se afastar da área de influência ideológica da União Soviética, que depois tomaria outros rumos e descaminhos, e que acabaria alijando toda uma geração de brasileiros ilustres e providenciais, com expurgos e outras medidas desproporcionais; o que se viu, após o retorno da democracia em 1984, fala por si.
Crises seguidas, projetos e programas políticos desastrados e uma espécie de institucionalização da corrupção em toda a máquina do Estado. A falta de cultura e de escolarização do povo e das autoridades, aliada à existência de um sem número de estatais, e outras sinecuras sem razão de ser, além de outros fatores, como a cegueira providencial da justiça em relação aos poderosos, conduziu-nos ao ponto nebuloso em que nos encontramos hoje.
Passados tantos séculos de estripulias e desavenças, o que vemos, a partir de nossa janela, confirma que nada aprendemos ao longo desse tempo todo. Mergulhados no que talvez seja nossa maior crise, pelo menos na área sanitária ou de saúde pública. Está na hora de acender uma vela para D. Pedro II, pedindo misericórdia, e outra para os indígenas, ainda perseguidos, pedindo arrego.
A frase que foi pronunciada:
“A morte revela da vida uma faceta que ela esconde e que a morte traz à tona e permite celebrar. É como se a morte possuísse o segredo da vida, como se este segredo contivesse a verdade explosiva.”
Augusto Contador Borges, no artigo Georges Bataille: Imagens do êxtase.

Educadores
Importante suporte para os profissionais da Educação participarem da quinta edição da Semana Pedagógica. Capacitação gratuita prepara educadores para os novos desafios do retorno às aulas. Veja os detalhes desse encontro, a seguir. O que é e como se inscrever. Começa no dia 30 de janeiro e vai até 7 de fevereiro.
–> Capacitação gratuita prepara educadores para os novos desafios do retorno às aulas
Evento promovido pela Rede Pedagógica, maior rede de educadores da América Latina, fornecerá certificado de 120 horas de atividades; inscrições seguem abertas
O papel da escola como ambiente para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais em crianças e adolescentes e a preparação dos professores e demais profissionais de educação para o retorno às aulas no contexto da pandemia pela Covid-19. Esse é o mote da V Semana Rede Pedagógica, promovida pela Rede Pedagógica – maior rede de educadores da América Latina.
Com o tema “Educação e Emoção”, a programação será realizada de 30 de janeiro a 7 de fevereiro. A capacitação, totalmente gratuita e online, é voltada para professores, coordenadores, orientadores, diretores e outros profissionais da educação que desejam aprender mais, para ensinar ainda melhor. Mais de 300 mil educadores participaram virtualmente das últimas edições do evento.
Nesta edição, a programação da V Semana Rede Pedagógica aborda, entre outros pontos, competências cognitivas e emocionais, literatura, música, brincadeiras, contação de histórias, alfabetização, neurociência e psicologia das emoções.
Diversos especialistas em educação renomados participam do evento, entre eles, Leo Fraiman, mestre em Psicologia Educacional e do Desenvolvimento Humano pela USP; Celso Antunes, especialista em Inteligência e Cognição, mestre em Ciências Humanas pela USP e autor de mais de 180 livros didáticos; Lino de Macedo, mestre, doutor e livre docente em Psicologia pela USP; José Pacheco, idealizador da Escola da Ponte em Portugal; e Ilan Brenman, escritor de literatura infantil e Doutor em Educação.
De acordo com a diretora pedagógica da Rede, Erika Radespiel, o tema está alinhado aos problemas vivenciados pelos professores nessa pandemia, quando ficaram sem apoio emocional e sem estrutura adequados à nova realidade, e foi pensado, ainda, em razão das competências socioemocionais presentes nas diretrizes propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as quais devem ser desenvolvidas entre os estudantes.
“Precisamos falar sobre como será o retorno às aulas. O principal não é o conteúdo, que se recupera. A questão é: como os estudantes estarão emocionalmente ao retornarem para a escola? As instituições de ensino estão preparadas para oferecer esse apoio, tão necessário à saúde e ao bem-estar de sua comunidade? A pandemia evidenciou o quanto é importante se trabalhar as competências socioemocionais já enumeradas na nova BNCC, e é isso que discutiremos na quinta edição do evento”, pontua Erika.
A formação inclui lives interativas no Instagram @redepedagogica, videoaulas e material didático para download na plataforma de cursos online da Rede Pedagógica, a RPEAD, e conta com a participação de especialistas, mestres e doutores em Educação. Os participantes do evento receberão um certificado com registro de 120 horas de atividades.
Para participar desta quinta edição, basta entrar no site https://www.rpead.com.br/courses/v-semana-rede-pedagogica e realizar cadastro do nome completo, endereço eletrônico (e-mail) e senha para acesso aos conteúdos. As inscrições são gratuitas. Nesse endereço, os interessados também podem conferir a programação atualizada do evento.
Serviço:
V Semana Rede Pedagógica
Quando: 30 de janeiro a 7 de fevereiro de 2021
Onde: Instagram @redepedagogica
Programação e inscrições clicando aqui
E-mail: rede@redepedagogica.com.br
Empresários
Abertas inscrições de cursos que vão potencializar empresas do DF. São 500 vagas gratuitas. Serão 30 cursos com 200 aulas ministradas por 16 consultores do Sebrae. O anúncio foi feito pela Agência Brasília. As inscrições podem ser feitas pelo link Capacita DF.

Bem comum
Pessoal do Oca do Sol recebeu o troféu Experiências Acessíveis, uma premiação da Secretaria de Turismo do GDF. O Projeto Ecotrilhas foi classificado em segundo lugar, dentre as iniciativas de destaque no turismo em 2020. O prêmio foi dedicado às Pessoas com Deficiência e à comunidade da Serrinha. Laureados também Caminhos do Planalto Central e Grupo de Caminhadas de Brasília.


Agenda positiva
Com antecipação, o GDF limpou inúmeras galerias de águas pluviais, lixo espalhado por pessoas sem consciência coletiva, buracos em diversas localidades. Há que se elogiar quando merecido. As árvores que caíram com a última chuva foram todas recolhidas em pouco tempo.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os ministros estão impossibilitados de determinar a abertura de inquérito contra funcionários que recebem “dobradinha”, moram no Rio e tem apartamentos em Brasília, porque os principais implicados são, precisamente, os mais altos funcionários desses Ministérios. (Publicado em 25/01/1962)

