Quando há efeito, a publicidade não é necessária

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Foto: poder360.com.br

Ainda estão por ser computados, e isso é um capítulo à parte no rol de escândalos de corrupção que assola o país, os prejuízos causados pelas nomeações políticas para as empresas públicas. O caso das estatais Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica, só para ficar nesses três, é emblemático e diz muito sobre essa prática nefasta, feita sob o pretexto de busca de apoios políticos dentro do chamado presidencialismo de coalizão.

Obviamente que diante de um esquema dessa natureza, as chances dessas empresas apresentarem problemas de equilíbrio financeiro são enormes e sempre presentes. Na verdade, muitas dessas empresas só não decretaram falência por que são estatais, isso é, contam com o apoio do fluxo contínuo de dinheiro do Tesouro, arrecadado, de forma voraz, dos contribuintes.

Dentro dessa nossa realidade, não chega a ser exagero a afirmação de que a recessão e as crises econômicas e cíclicas, experimentadas por todos os brasileiros, decorrem, em parte, do alto preço cobrado por esses apoios, principalmente pelo uso indevido dessas empresas para fins políticos. Governos estruturados dessa maneira acabam por não funcionar de forma eficaz, o que contribui para contaminar não só essas empresas, mas o próprio governo.

Com isso, a fórmula buscada para melhorar esse desempenho ruim não é feita pelo saneamento e pelas boas práticas de gestão dessas empresas, mas através de uma massiva campanha de publicidade que visa, de forma cosmética, melhorar a imagem da empresa e do governo junto ao público. Dessa forma, e a exemplo das campanhas políticas, gastam-se bilhões de reais nessas propagandas de louvação e de marketing, em que as estatais e o governo são embrulhados com fino requinte e acabamento, mas permanecem tão predatórios como sempre.

 

A frase que foi pronunciada:

“O peixe cai pela isca,

O velho pela conversa,

A galinha pelo milho

O pobre pela promessa.”

Anônimo

Charge do Gilx – Jornal O Dia

Fora da zona de conforto

Temos, no final de 2018, uma geração que compra pela Internet sem medo e outra que não se embrenha nessa teia virtual. Mas há o chamariz e, num átimo, o idoso se rendeu. Era um portal inglês com um colete que o remetia a mocidade.

 

Aventura

Chamou o neto e finalizou a compra. 59 libras como valor final. Todos os dados possíveis circulam entre as fibras óticas. Nome, documentos, cartão de crédito, endereço. Frete pago, tudo até agora exigido pago, tudo certo. Nesse ínterim a sensação de que o virtual chegará e será tocado é interessante. Depois do receio pela nova jornada, nosso personagem vibra. Em no máximo 15 dias a encomenda chega.

 

Apreensão

Antes desse período, novo contato foi feito. Não era o colete que o levaria ao passado que estava chegando. Era um problema que perduraria no futuro. O leão abocanhou o pacote. “Formulário de esclarecimentos e comprovação de valor de mercadorias importadas para fiscalização da Receita Federal do Brasil.”

Tirinha do Zappa

Espera

Didaticamente, a receita explica que a situação poderá ser resolvidas em 3 etapas e a cada passo o prazo é delimitado. O importador deve providenciar os documentos em 10 dias, o processo será apresentado à Receita Federal e a resposta virá entre 7 e 10 dias úteis e, caso a documentação seja aceita pela Receia Federal, o processo seguirá para recolhimento do imposto de importação.

 

Inacreditável

Ao final da correspondência, a luz no fim do túnel se apaga. “Nova exigência documental é feita pela Receita Federal. Nesse caso, você receberá novamente uma notificação para providenciar documentos complementares, retornando-se à 1ª etapa.”

Charge do Moises

Decepção

Nosso idoso, já aposentado, reservou uma pastinha para a documentação. Agora mais papeis chegando e nada do colete do túnel do tempo. A avaliação do auditor-fiscal foi a seguinte: além das 59 libras já pagas pelo cartão de crédito recém autorizado para compras internacionais, a remessa passou de USD 10,74 para USD 73,17.

 

Sem limites

Além disso foi cobrado o valor aduaneiro por R$400,87 mais 60% do imposto de importação, mais R$142,82 de ICMS, além do FECP RJ de 2% e uma pequena taxa administrativa de R$ 65,02. Há ainda a taxa da Infraero, pre paid taxes e os Artigos 703 (R$243,03), 725 (R$46,41). Sobre o Art. 711 nada foi cobrado.

 

Final feliz

Além do valor do colete, o idoso que topou o desafio de comprar pela Internet precisará desembolsar mais R$746,98. Mas ele acha que o colete que o lembra a juventude não vale tanto. Suspendeu a compra do cartão e deixou a Receita a ver navios.

Foto: Reprodução/Em resumo

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A limpeza urbana está funcionando como assistência social, e não como limpeza mesmo. Há um número enorme de candangos fichados, que não podem ser demitidos, porque não têm onde trabalhar. Esta não é função para a prefeitura. (Publicado em 07.11.1961)

Maquiagem especial

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Foto: reprodução/Veja

Há uma sinistra conexão onde conclui-se que quanto mais ineficiente e inescrupuloso um governo, maiores os gastos com publicidade. Durante o primeiro governo da presidente “impichada” Dilma Rousseff, os gastos com propaganda para louvar as estatais e a gestão petista consumiram, oficialmente, mais de R$ 6 bilhões, em parte, carreados para as agências de marketing dos mesmos gurus que comandaram as campanhas eleitorais.

À medida que a crise batia à porta dos brasileiros, aumentavam, para o gáudio das agências de publicidade e na mesma proporção, os gastos com propaganda oficial. Apenas no primeiro ano do segundo e breve mandato de Dilma, os gastos, segundo a Secretaria de Comunicação do Planalto, foram de R$ 238 milhões. Naquele período, maiores prejuízos tiveram o Banco do Brasil e a Petrobras, que torraram, respectivamente, R$1,4 bilhão e R$ 1,35 bilhão apenas para “maquiar” as performances dessas empresas, exauridas pela corrupção e por desvios de recursos de toda a natureza.

De lá para cá pouca coisa mudou. Por conta das duas denúncias que sofreu, o governo Temer teve que gastar quase R$ 800 milhões em publicidade. Nessa ação perdulária com o dinheiro dos contribuintes, Temer distribuiu também fartos recursos para os principais veículos de comunicação do país, para que produzissem matérias positivas sobre seu governo ou que suavizassem outras notícias negativas.

Mesmo antes de assumir a presidência, Jair Bolsonaro se declarou surpreso com o contrato firmado pela Caixa Econômica Federal de R$ 2,5 bilhões em publicidade, prometendo rever esse e outros gastos que sempre tiveram como objetivo manter devidamente maquiada e apresentável a múmia do governo.

 

A frase que foi pronunciada:

“A soberania e o poder devem estar submetidos ao constrangimento da lei impessoal e abstrata.”

Herbert Marcuse, sociólogo e filósofo alemão naturalizado norte-americano, pertencente à Escola de Frankfurt.

 

Sabedoria

Bem que dona Lourdes Oliveira avisou à amiga da 305 Sul. “Minha filha, não vá ao João de Deus. Procure o Deus de João!” Ela estava certa. Agora até o FBI pede informação sobre o famoso médium. Já nos decepcionamos, com os políticos, os jogadores de futebol, os sambistas do Rio, com guias espirituais. Quem serão os próximos?

Foto: liberal.com

Última hora

Na despedida para as férias, o ministro Marco Aurélio de Mello determinou. Os votos para a presidência do Senado serão abertos. Quanto menos segredos melhor. Essa legislatura promete.

Foto: veja.abril.com (Ueslei Marcelino/Reuters)

Serra

Justiça seja feita. A população brasileira deve muito à coragem de José Serra. Enfrentou os tabagistas em favor da população. Até hoje ninguém teve a mesma autoridade para reduzir o açúcar nos alimentos, que aos poucos mata a população. Reuniões, acordos e muita conversa, mas nada prático.

Foto: pragmatismopolitico.com.br

Pausa

Está no livro de Alencar Furtado Um pouco de muitos. Em 1996, Costa e Silva, Ministro do Exército, embarcou para a Europa e Japão. Em Paris, pediu que a Embaixada providenciasse dois ingressos para uma ópera. A funcionária perguntou: O senhor quer para “Tristão e Isolda”? –“Não”, respondeu Costa e Silva, “é mesmo para Arthur e Iolanda”.

Foto: davidarioch.com

Mão leve

No Pão de Açúcar do Lago Sul, onde muitos idosos fazem compras, uma super oferta chama a atenção. A deliciosa Castanha Portuguesa é disponibilizada em abundância com o preço estampado em um cartaz onde destaca em vermelho a “Oferta”. O preço é chamativo: R$6,99. Mais barato que o tomate, exclamou a senhora de cabelos brancos. Ao pagar no caixa, a surpresa. O preço do grama e não do quilo fez com que o produto fosse devolvido. Induzir ao engano é coisa de quem não considera o consumidor.

Wifi

No desembarque doméstico do aeroporto de Brasília não há sinal para os celulares. Justamente no local onde a comunicação é fundamental.

Foto: bsb.aero

Que pena

Janaina Paschoal declarou sobre governo Bolsonaro: “Se andar bem, sou aliada, se andar mal, sou inimiga.” Parece que lavou as mãos.

Foto: odia.ig.com

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os dentistas do Hospital Distrital, têm que levar para o trabalho o seu próprio equipamento, porque até hoje a Fundação não comprou o material necessário. (Publicado em 07.11.1961)