Com os pés virados para trás

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

 

Definitivamente, a era dos marqueteiros e daqueles que transformavam pedra em pão vai ficando para trás, com a disseminação, cada vez maior, das mídias sociais. Aliada a esse meio de difusão tecnológica, imediata e ampla dos acontecimentos, ocupam o lugar agora, dos antigos gurus da propaganda, os chamados gabinetes do ódio e outras redes de propagação em massa de notícias sem lastro com a verdade, operadas por robôs ou fantoches eletrônicos e, portanto, sem coração e sem sentimentos calcados na ética humana.

Vivemos o que se pode denominar de autêntico período da história em que os homens de carne, coração e espírito vão sendo substituídos por mecanismos programados para espalhar calúnias e difamações aos quatro ventos, sem que isso cause dano algum aos seus manipuladores e financiadores.

Obviamente que, por detrás dessas engenhocas, estão pessoas que, mesmo conscientes do mal que estão fazendo, continuam em seus intentos criminosos no aguardo de que isso venha acarretar a supremacia da mentira como método político. Muito mais do que método político, a divulgação de mentiras, uma tática muito utilizada pelo nazismo e pelo fascismo para angariar apoio popular e apontar falsos inimigos, trata-se aqui de um ato de terrorismo digital, e, como tal, deveria ser tratado.

Não se tem aqui qualquer novidade de métodos. Também, nos governos petistas, a utilização de estratégias semelhantes, com o intuito de manchar reputações e criar o divisionismo e os antagonistas fantasmas, era prática corriqueira.

Dos males que a atual Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 do Senado tem levantado até aqui e que atentam contra a República, nenhum outro parece ter tanto poder de fazer estragos à democracia e ao país do que os chamados gabinetes do ódio e congêneres, formados por indivíduos que articulam, por meio da falsificação dos fatos, a promoção das inverdades e a inoculação do vírus da ira e da cólera.

Não se tem mais oponentes políticos, mas inimigos, a quem é preciso mais do que derrotar nas urnas, ou seja, destruir enquanto pessoa. Esse comportamento, muito antes de revelar a pouquíssima formação intelectual e espiritual de nossos homens públicos, mostra o quanto temos ainda que aperfeiçoar nossos mecanismos eleitorais, de modo a impedir que, num futuro não muito distante, verdadeiras bestas-feras continuem sendo alçadas a condição de mandatários e, com eles, seus sequazes, todos dispostos a usar o poder como arma e força de destruição, e não como meio de construir consensos e união.

A substituição dos antigos magos da propaganda, todos eles também distantes das boas práticas em unir ética e marketing, por robôs operados por gente sem escrúpulos mostra que, durante todos esses anos, desde a redemocratização, não aprendemos nada e tampouco esquecemos nossos vícios passados, os mesmos que nos conduziram a duas décadas de ditadura.

A corroborar o fato de recuarmos no tempo, as recentes pesquisas de opinião pública apontam como possíveis candidatos na reta final das próximas eleições os dois principais protagonistas e mentores desse mundo de faz de conta, os mesmos que induziram parte da população a varrer a verdade do horizonte. Estamos num processo perverso de involução política, andando com os pés virados para trás.

A frase que foi pronunciada:
“A única diferença entre ser desinformado e mal informado é que um é sua escolha e o outro é deles.”
Frank Sonnenberg, em Ouça a sua consciência: é por isso que você tem uma.

Frank Sonnenberg. Foto: divulgação

Bom senso
Seria uma experiência interessante os chefões do GDF se passarem por pessoas comuns em busca de atendimento. Muitos são os funcionários dedicados, mas os criadores de problemas são maioria e talvez hajam assim por completa falta de despreparo ou orientação. Se o atendimento é agendado e não há mais ninguém para ser atendido, qual a razão de não prestar serviço para quem compareceu presencialmente? Os impostos são pagos para isso também.

Quadrinho: Turma da Mônica

Registro
Se você é pioneira, chegou a Brasília na época da construção, entre em contato com Tânia Fontenele. Ela quer fazer uma exposição de fotos e objetos da época e gostaria de conversar com as pioneiras. É só procurar no Facebook.

Tania Fontenele. Foto publicada em seu perfil oficial no Instagram.

Acolhimento
Portas abertas aos venezuelanos, sírios e haitianos. Agora, o Itamaraty analisa mais de 400 pedidos de asilo de afegãos. O Brasil tem todos os rostos e deve ter sua cultura abraçada pelos acolhidos.

Foto: © Reuters/TWITTER/DAVID MARTINON/Direitos reservados

História de Brasília
No almoço oferecido a Adjubei e sua espôsa, filha de Kruchev, a decoração da mesa ficou a cargo de Zanini. Muitas flôres vermelhas, e, entre elas, cravos brancos com traços vermelhos, significando uma mensagem de paz para os visitantes. (Publicada em 10/02/1962)

Internet e integridade das eleições

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Charge do Lila

 

Vai ficando mais e mais evidente e confirmada, pelos pleitos eleitorais, não só no Brasil, mas em muitos países, a interação direta entre plataformas digitais e a integridade dos processos eleitorais.

A onipresença da internet, que muitos acreditavam ser a redenção na liberdade de opinião, tem sido usada de duas formas: tanto para afirmar princípios democráticos, quanto para dar apoio a ditaduras. Em outras palavras, essa é a nova ferramenta que tem sido largamente usada para erguer e desestabilizar democracias que, por ação de hackers, quer pela propagação de fake news, injuriam e difamam uns e glorificam outros.

Não se trata aqui de uma conduta aética e isenta da internet nas campanhas eleitorais, mas de um comportamento, por demais observável, de imiscuição indevida, capaz de mudar os rumos políticos até de países com forte tradição eleitoral.

O caso recente das eleições nos Estados Unidos comprova bem essa prática danosa, o que tem levado os resultados finais dos pleitos a serem repetidamente questionados na justiça. Não é por acaso que a transparência nas eleições, um fator essencial para o pleno funcionamento do modelo democrático, tem encontrado, na internet, não um aliado, mas um complicador em potencial.

É bem conhecido também aqui no Brasil o funcionamento dos chamados gabinetes do ódio, centrais autônomas ou diretamente ligadas ao governo, inclusive como foi verificado, funcionando dentro do Palácio do Planalto, com recursos públicos, usando das redes para denegrir adversários, elaborar listas de indesejáveis e outros produtos de mídia flagrantemente ilegais.

Nos governos petistas, também essa era uma prática corrente e bastante usada para fortalecer ideologicamente os partidos de esquerda e demonizar as oposições. Mais uma vez, é preciso destacar que a internet não está acima do bem e do mal, mas o uso que militantes, apoiados pelos diversos governos, fazem dela, torna esse tipo de mídia uma arma contra a transparência e contra a integridade das eleições.

Mesmo medidas legais como é o caso do Novo Marco da Internet, recentemente votado, não possui o condão de colocar a rede dentro de uma linha de atuação ética.

Nos países flagrantemente ditatoriais, como é o caso da Coreia do Norte, Venezuela, Cuba, China, El Salvador e outros, essa questão é resolvida, simplesmente, com o desligamento e a censura das redes de internet ou seu banimento parcial ou total. O fato é que a internet se tornou, ao longo de sua curta existência, um fator indutor tanto de tiranias como de liberdades.

Controlar, pois, esse tipo de mídia é fator hoje de concentração de poder. A desinformação da população, principalmente naqueles países onde o analfabetismo já é em si uma arma de dominação, constitui-se numa facilidade a mais para o direcionamento criminoso da vontade eleitoral por meio de redes, muitas vezes operadas por robôs e situadas fora do país, para dificultar seus rastreios.

O pior é que esse tipo nefasto de prática não tem sido devidamente enquadrado pela justiça, mesmo em países onde as instituições têm espaço para agir. Aos governos, sejam eles do tom ideológico que adotem, uma vez instalados no poder, dificilmente abrem mão dessa ferramenta para diminuir seus opositores.

No Brasil, a questão, sempre sob suspeita, das urnas eletrônicas e a não introdução do voto impresso tem sido um complicador a mais em todo o processo eleitoral, e fator de desconfiança, principalmente por parte dos candidatos que se saíram derrotados. Há um oceano virtual a ser desvendado e ainda nos encontramos na borda da água.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A Internet é a cena do crime do século XXI. “  

Cyrus Vance, Jr., advogado em NYC

Cyrus R. Vance Jr. Foto: Frank Franklin II / AP

 

Ainda

Seu Paulo fazia uma trabalho em uma casa do Lago Sul. Abriu uma torneira para lavar as mãos. Não parava de elogiar. Mas que beleza de água. É uma água leve, sem cheiro, sem cor. Bebeu a água da torneira: “E sem gosto!”, exclamou. Seu Paulo mora no Paranoá. A água que recebe em casa é do lago. Dizem que é tratada. Tem cheiro de sabonete, cor de mel e gosto estranho.

Foto: revistaaguasclaras.com

 

Futuro

Com a exposição no Parque da Cidade, o objetivo do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, é promover a troca de ideias entre jovens e  pesquisadores, empresários e militares. A tecnologia é o entusiasmo que deve permanecer para um futuro promissor.

Foto: defesa.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Surgirão, agora, muitos “candidatos” às próximas eleições, em defesa dos ocupantes dos mercadinhos da W-4. E é preciso, entretanto, que surja um esclarecimento. Aquilo é um antro de exploração, onde os produtores são sufocados e o povo escorchado. (Publicado em 20/01/1962)