Cabral, o primeiro invasor

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: NACHO DOCE / REUTERS

 

É fato demonstrado pela história que todo e qualquer governo que almeje ser respeitado e acatado, em seus atos e decisões, por toda a sociedade e mesmo pelas oposições, necessita conduzir suas decisões políticas pelo caminho do meio, onde o equilíbrio de seus projetos tem maiores possibilidades de atingir a todos indistintamente e onde possa estar numa posição de árbitro, capaz de enxergar a justiça em ambos os lados.

Não se trata de uma situação fácil e cômoda para muitos. Ainda mais quando se observa hoje os extremos e radicalismos adotados pelas oposições e por muitos que abertamente, e sem princípios éticos, atacam o governo, visando apenas angariar simpatias etéreas. Num país em que praticamente não tem existido, em tempo algum, uma política de consenso nacional ou uma espécie de “concertación” em nome da República, fica difícil para um presidente seguir um caminho que não seja aquele adotado por seu ego e seu faro político do momento. Tem sido assim, desde sempre, o nosso modelo de governo e com isso vamos, mais e mais, nos prendendo em ciclos fechados e sistêmicos de crises institucionais. Incapazes de enxergar outro método que não seja o de conduzir seguidos governos ao labirinto das crises, nossos políticos não se intimidam em pôr em risco o futuro da nação se isso for, de alguma forma, vantajoso para seus interesses. Com isso, já se pode perceber que na raiz de todas as nossas crises está o individualismo político e egoísta.

Levamos para a política a máxima de que é preciso levar vantagem em tudo. Mesmo à custa de muitos. É desse ciclo fechado de problemas que se repetem que o novo governo deve se libertar o quanto antes. A melhor, e talvez a única, rota seja a adoção do caminho do meio. É nesse sentido, por exemplo, que o governo Bolsonaro deve adotar uma política de conciliação no caso dos seculares e sensíveis problemas indígenas, assumindo uma posição baseada estritamente no que almejam esses povos, livres das amarras de grupos internos e mesmo de ONGs que possuem interesses escusos nesses casos. Trata-se de uma situação delicadíssima e que, mais uma vez, vem ganhando viés ideológico e de pressões de poderosos grupos do agronegócio nacional e estrangeiro. Afirmações como a feita recentemente pelo presidente do tipo “quem demarca terra indígena sou eu”, ou que os “índios têm terras demais”, ou ainda que os “índios são como nós, querem televisão, internet e cinema” e outras platitudes, em nada ajudam o governo e ainda contribuem para levar o tema para o terreno árido das discussões onde sempre acaba predominando o interesse do homem branco e indiferente à questão.

A teimosia em transferir a questão da demarcação das terras indígenas para a pasta da agricultura, levando a Funai para o ministério da Mulher, família e dos Direitos Humanos, contrariando os próprios povos indígenas, é um exemplo desse tipo de ação política que despreza o caminho do consenso e só ajuda na radicalização da questão, adiando um problema que não foi criado pelos índios, mas que surgiu quando, em 1500, Pedro Álvares Cabral, o primeiro invasor branco, ocupou suas terras.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.”

Abraham Lincoln

Foto: whitehouse.gov

 

 

GDF estacionado

Existe forma mais barata de ganhar dinheiro? Estacionamentos não têm rede de esgoto, ligações de água, não precisam de muitos funcionários, não cumprem papel social algum. Alguns estacionamentos estampam sem pudor que não se responsabilizam por objetos de valor deixados nos carros. Privatizar apenas para encher as burras de uns poucos?

Foto: agenciabrasilia.df.gov.br

 

 

Absurdo total

Começam a se estender as invasões entre as quadras e o comércio. Mas é óbvio! Sem fiscalização, tudo ficou mais fácil. Na 105 Sul, a invasão é escandalosa. E tudo continua mesmo que quem pague os impostos continue protestando.

Foto: g1.globo.com

 

 

Malemolência

E continua. Na capital federal, a área pública é tratada como particular até em prédios. Os que estão localizados perto de comércio com muito movimento já deram um jeitinho brasileiro. Inventaram uma lei que não existe e colocaram uma plaquinha justificando falsamente a razão da proibição de carros estranhos nas vagas do prédio.

Foto: df.olx.com.br

 

 

Na onda

Uma pílula francesa está deixando mulheres de todo o mundo em alerta. Trata-se de um medicamento que promete queimar a gordura abdominal mantendo o colesterol e a pressão sanguínea em níveis saudáveis. Na composição, não há produtos químicos, apenas ingredientes naturais e sem estimulantes. Trata-se do Oxi-Trim.

Foto: asresearchlabs.com

 

 

Sonhar

Por falar em medicamentos, em uma entrevista sobre o assunto, um consumidor contava que parou de tomar Rivotril. A razão foi peculiar: o produto não o deixava mais sonhar. Antes de administrar o produto, o pouco sono que tinha vinha com sonhos. Interrompeu aos poucos a prescrição, com o auxílio médico. Preferiu manter os sonhos que, dia a dia, foram estendidos.

Foto: jornalggn.com.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Será fácil, entretanto, moralizar, considerando-se que na telefônica fica registrado o número do aparelho para onde foi feita a ligação. (Publicado em 23/11/1961)