Seguindo as ponderações de poucos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

 

Governos, das mais diversas orientações ideológicas, em toda época e lugar, souberam que, em tempos de crise, como guerras, pandemias e outros eventos adversos, é preciso usar a imaginação e a criação para fazer, do pouco que dispõe, o material básico para soerguer o país e forçá-lo a entrar, novamente, nos trilhos da prosperidade.

É em ocasiões como essa que os verdadeiros líderes despontam, indicando caminhos e conduzindo seu povo para fora da zona de perigo. A história está repleta de acontecimentos como esse, a nos ensinar que, mesmo na distância do tempo e das circunstâncias particulares vividas por cada um, devem ser tomados como exemplos a serem seguidos. Não seria exagero afirmar que estamos, todos nós, indistintamente, experimentando tempos bastante adversos e que, por sua complexidade única, parece turvar os horizontes futuros.

Para trazer maior complicação a um problema que em si já é bastante intrincado, a sensação geral é de estarmos literalmente perdidos em mar aberto, sem lideranças políticas confiáveis, ao sabor dos ventos do destino e dos humores ciclotímicos de nossos governantes. As eleições municipais, realizadas há pouco, quase nada acrescentaram ao cenário político do país. Foi a repetição de mais do mesmo. Na área federal, apesar dos esforços que foram feitos, isoladamente, pelo ministro da economia para forçar à volta de índices aceitáveis de crescimento econômico do país, o que se observa é o desgaste a que foi submetido, tanto pelo Palácio do Planalto quanto por parte da classe política.

Com isso, bem antes da eclosão da pandemia, o que se assistia era a perda paulatina de credibilidade do ministro, a falta de apoio às suas propostas, no Executivo e no parlamento, o que, de certa forma, esvaziou os projetos de reforma apresentados, empurrando essas medidas necessárias para uma data incerta e distante. Diante de um quadro de apatia generalizada, e em que o PIB do país parece pronto para despencar ladeira abaixo, levando todos de roldão à inadimplência, não seria estranho que o Brasil viesse, mais cedo ou mais tarde, voltar a tocar a campainha do Fundo Monetário Internacional (FMI), jogando-nos de volta a um passado que acreditávamos ter ficado para trás.

Pesadelo dessa natureza só pode ser evitado, se houver engenho e arte por parte da atual administração federal, o que parece pouco crível até aqui. Nesse compasso, 2021, como antessala das eleições de 2022, poderá se transformar em mais um período de estagnação, caso o governo prossiga, como tem feito desde o primeiro dia de mandato, em permanente campanha política, alheio ao que se passa ao redor.

Com uma perspectiva desse tipo e diante de um cenário no exterior, também não muito promissor, não temos para onde correr, sendo mais aconselhável, neste momento, seguir as ponderações daqueles que têm algo a acrescentar e que, com certeza, não são muitos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A torpeza, a ignomínia, a podridão das entranhas vivas, o nascer ou morrer infamado ou infame é só do homem.”

Camilo C. Branco

Camilo Castelo Branco. Foto: wikipedia.org

 

Imensidão

É hora de se repensar a segurança e infraestrutura do Parque das Garças. Lugar agradável, mas sem policiamento algum.

 

Esperteza

Em 2020, os consumidores brasileiros sofrem com uma inflação galopante ditada pela indústria de alimentos. Aumentam o preço e diminuem a quantidade de produto na embalagem. Dizia o filósofo de Mondubim que a esperteza engoliu o dono.

Charge do Duke

 

Ser ou ser

Ser idoso nesse país é uma incoerência. Paga-se meia entrada e meia passagem de ônibus por ser idoso. Mas os shoppings lhes negam estacionamento gratuito, enquanto permitem entrada de cães. Os planos de saúde, depois de uma vida toda pagando, aumentam o valor quando a idade avança, quando o certo seria diminuir.

Cartaz: mdh.gov.br

 

Ideia

Endividar-se pelo FIES parece injustiça, mas há solução. Se o governo cobrasse o retorno dos endividados em serviço, pelo menos uma parte do dia, o estudante, além de começar a ter uma profissão, pagaria o débito com os serviços prestados.

Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

 

Preto, amarelo e rosa

Dona Milta de Jesus e família constatam que o problema não é a cor da pele. O problema é a desvalorização do ser humano. Foi acusada de ter furtado o chinelo que estava usando e foi parar no hospital, com o coração partido.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Provavelmente não se realizará agora o concurso para médicos no IAPC. É voz corrente que a sua realização se efetivará somente depois da aprovação do projeto 620 – a que efetiva os interinos. (Publicado em 19/01/1962)