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ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Segundo a Lei nº 10.831, sancionada em 2003, “sistema orgânico de produção agropecuária é todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não-renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente.”
O mercado de produtos orgânicos no Brasil vem chamando a atenção dos consumidores, à medida em que aumenta na população, o temor de que a agricultura comercial, empreendida nos moldes do agronegócio, é produzida em larguíssima escala com objetivos estritamente econômicos e, pior, sem levar em consideração aspectos como o uso intensivo de agrotóxicos, sementes modificadas e expostas à radiações ionizantes, destruição do meio ambiente com envenenamento progressivo não só daqueles que trabalham diretamente no plantio, mas dos consumidores e de todo o bioma ao redor.
A aprovação do chamado pacote do veneno, feita agora por pressão da bancada ruralista e dos setores agroindustriais na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, reforça a convicção geral de que o caminho a ser seguido pelos consumidores vai em direção totalmente oposta ao agronegócio.
O incremento das informações sobre essa questão tem feito com que a população vá se afastando, cada vez mais, de consumir produtos que sabidamente potencializam diversas formas de câncer, mutações genéticas, desregulações endócrinas e malformações fetais entre outros males.
Não é por outra razão que, por todo o país, tem se verificado um crescimento significativo da agricultura que valoriza a saúde das pessoas e do meio ambiente. Uma agricultura que possua, além de preocupações com a saúde das pessoas, valorize também a responsabilidade social. Para um número crescente de brasileiros é preciso rechaçar as ideias baseadas apenas no lucro a qualquer custo.
O que se anuncia e muitos já percebem é que, cada vez mais, consumidores e produtores estão tomando consciência e se preocupando com a política de terra arrasada feita pelo agronegócio. Para muita gente é chegado o momento de se preocupar sobretudo com as próximas gerações.
O crescimento, da ordem de 30% esse ano do mercado de produtos orgânicos tem desagradado os ruralistas que temem perder espaço não só no mercado interno, mas também em muitas partes do mundo, onde os aspectos da compliance e das boas práticas na agroindústria vêm ganhando terreno.
De olho nessa possibilidade, a mesma Comissão de Agricultura, que dias atrás aprovou o pacote do veneno, acaba de sancionar também a Lei 4576/2016, que veta a comercialização de produtos orgânicos nos supermercados, varejões e sacolões. Pela nova Lei, só os pequenos produtores da agricultura familiar, vinculados a organizações de controle social cadastradas nos órgãos fiscalizadores do governo poderão comercializar os orgânicos. Trata-se aqui de uma proposta, no mínimo, polêmica, mas que parece esconder, nas entrelinhas, uma tentativa de sabotar o setor de orgânicos que já começa a fazer sua pequena sombra sobre o gigante do agronegócio.
A frase que foi pronunciada:
“Em se plantando tudo dá! Plante!”
Dona Dita feliz da vida com sua horta suspensa.
Independência
Com dois dias de antecedência, a embaixada americana comemorou o 4 de julho. A Copa do Mundo se misturou ao evento e a embaixada recebeu mais de 1.300 convidados. O embaixador, Michael Mc Kinley, e sua esposa, Fátima, brindaram a data agradecendo aos brasileiros e elogiando a comida local, “Adoramos pão de queijo, queijo mineiro, e várias comidas brasileiras, gostamos muito do Brasil.”
Positivo
Merece elogios o estacionamento coberto do Conjunto Nacional. É moderno, flui bem, tem espaço reservado para os pedestres e o valor não extrapola o razoável.
Release
Maurício Lopes, presidente da Embrapa, busca subsidiar discursos e o próprio conhecimento dos candidatos a cargos no legislativo e executivo nas eleições desse ano. Intitulado “A Pesquisa Agropecuária e o Futuro do Brasil – Propostas para o Sistema Brasileiro de Ciência, Tecnologia e Inovação”, o documento cita megatendências e desafios prospectados pela Embrapa com potencial de impactar as atividades agrícolas do Brasil nos próximos anos. Renato Rodrigues, Secretário da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa, explica que a principal fonte de informações foi o estudo “Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira” (www.embrapa.br/futuro), lançada em abril deste ano, e que sugere ações necessárias para serem tomadas pelo Governo e pela iniciativa privada para melhor enfrentar esses desafios.
Vergonha
Não é de agora que a máfia dos concursos reina em Brasília. Basta ver os sobrenomes que apareceram há décadas em outras apurações. Não bastou mudar o nome da empresa. Subestimaram a inteligência da polícia.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Na verdade, os ministros preferem o Rio, não porque estejam lá as repartições importantes de seu ministério. É que em Brasília ele se torna um funcionário comum, enquanto no Rio, pela tradição, é endeusado. (Publicado em 25.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Se prosseguimos em nossa marcha insana de destruição da terra sob nossos pés, em pouco tempo não restará lugar algum onde possamos sentar para ao menos refletir sobre nossos problemas do dia a dia. As grandes migrações que ameaçam todo o continente europeu, muito mais do que os conflitos mundiais, colocam em risco a estabilidade mundial, criando problemas geopolíticos de tal ordem que até mesmo os atuais organismos internacionais se vêm impossibilitados de resolver.
Num mundo interdependente, não há como fechar os olhos para essas questões globais. Mesmo nossos problemas internos, estampados diariamente nas manchetes de jornais, perdem sua importância e primazia diante do que vem se desenhando no planeta. As mudanças climáticas globais, da qual nós temos uma parcela imensa de responsabilidade pela forma criminosa como estamos lidando com o meio ambiente, trarão consequências para todos indistintamente. Cientistas que se debruçam em questões ambientais são unânimes em reconhecer que as alterações climáticas irão aumentar, sobremaneira, a vinda de estrangeiros para o Brasil, gerando problemas ainda maiores do que já enfrentamos. Mesmo aqui no Continente, o degelo dos Andes, já iniciado, provocado pelo aquecimento nas temperaturas globais, ao comprometer o abastecimento de água de muitas populações locais, irá provocar intensos movimentos migratórios de difícil controle.
As extensas fronteiras terrestres entre o Brasil e esses países do continente serão empurradas para dentro, com a ocupação massiva, não só da região amazônica, mas das regiões do Cerrado, indo engrossar, ainda mais, as periferias das grandes cidades do país.
Simultaneamente, enquanto esse movimento irá ocorrer com mais frequência de fora para dentro, internamente prosseguimos na destruição e no desmatamento da Amazônia e do Cerrado para atender ao mercado externo por commodities agrícolas. O século XXI será, sem dúvida alguma, uma época de encruzilhada e provações gigantescas, redesenhando o planeta e trazendo questões vitais para a humanidade, jamais pensadas.
Internamente, nossa política de migração terá que se adaptar às novas demandas mundiais, não sendo poucos aqueles que acreditam que haverá um endurecimento nessa questão, semelhante ao que já ocorre na Europa e nos Estados Unidos.
Para os ecologistas, haverá uma intensificação cada vez maior das secas e dos fenômenos como tornados e furacões, obrigando o grande deslocamento de populações. Populações de países como o Peru, Equador, Guiana, Colômbia, Haiti e mesmo a Venezuela irão, segundo os especialistas no assunto, exercer grande pressão sobre o Brasil, criando problemas que nem mesmo num futuro próximo teremos condições de solucionar.
O derretimento do gelo dos Andes, já visto hoje como o mais rápido e crítico de todo o planeta, prejudica, principalmente, aquelas cidades que fazem uso das águas dessas geleiras milenares. A questão dos imigrantes ambientais no continente é ainda um assunto que tem passado ao largo nas preocupações de nossas autoridades, mas a realidade que se anuncia, quando milhões de deslocados passarem a pressionar até mesmo a soberania nacional, mudará, obrigatoriamente, uma mudança de atitude.
Medidas já são urgentes. Antes que a calamidade seja global, não é possível ignorar os fatos ou improvisar no caos.
A frase que foi pronunciada:
“A luta contra o aquecimento global é mais do que uma questão ambiental. É condição essencial para fornecer ao mundo comida e água, para salvar a biodiversidade e proteger a saúde, para combater a pobreza e a migração em massa, para desencorajar a guerra e promover a paz ao final do dia, para dar ao desenvolvimento sustentável e à vida, uma chance.”
Laurent Fabius, ministro francês e presidente da COP 21
Políticas públicas
Dia 4 de julho, na sala Nexus da Enap (SAIS Área 2 A), pesquisadores lançarão o Caderno Capacidades Estatais para produção de políticas públicas. Serão apresentados os resultados da pesquisa sobre o perfil, funções e capacidade dos servidores públicos federais de administração direta no processo de produção de políticas públicas. As inscrições podem ser feitas no e-mail pesquisa@enap.gov.br.
Conjunto
Foram 375 internautas que elogiaram o estacionamento do Conjunto Nacional, na página do shopping. Realmente merece reconhecimento. É moderno, flui bem, tem espaço para os pedestres e o valor não extrapola a razão.
Lacuna
A Rádio MEC FM do Rio sempre nos envia convites para os concertos que promove. Bem que a rádio MEC AM de Brasília poderia se transformar em FM e continuar com a maravilhosa programação. Já que a Brasília FM deixou de ser cultural para apresentar uma programação totalmente sem sal, o espaço está aberto.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Goiânia da gente de Goiás velho, gente do Norte do Estado, gente de todos os Estados do país. Goiânia simpática, que abriga o forasteiro com o carinho de irmão, Goiânia dos flamboyants floridos, que esperam o aniversário da cidade para fazer as ruas amanhecerem com seu tapete de flores. Bom dia, Goiânia. (Publicado em 24.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Se, como está grafado no Artigo 1º da Constituição, “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, então a vontade popular, uma vez manifestada e auferida por meios lícitos, deve, naturalmente, ser respeitada e acatada de imediato, sem tergiversações. Num país ideal, onde a lógica e a verdade objetiva deveriam prevalecer sobre toda e quaisquer interpretações subjetivas, esse seria o caminho correto.
Mas em se tratando de Brasil, com suas infinitas nuances, a coisa parece funcionar de maneira inversa. Por aqui são as minorias poderosas, instaladas no Poder, que vêm impondo seus desígnios a toda uma população, mesmo que isso contrarie frontalmente o desejo expresso pela Nação. De outra forma, como entender a posição da Câmara dos Deputados, mesmo sabendo que mais de 81% dos brasileiros, segundo o IBOPE, consideram muito alta a quantidade de agrotóxico aplicado nas lavouras e ainda assim persistem na tramitação do projeto de lei 6299/2002, o chamado “pacote do veneno”?
Das duas uma: ou os deputados consideram que a população nada entende do assunto e, portanto, não merece ser consultada, ou a bancada ruralista, defensora da medida, considera esses níveis desprezíveis em face dos altos lucros que a medida pode acarretar para o setor. O fato é que o Brasil, mesmo sem essa lei que irá “flexibilizar” o uso de “defensivos”, já é o maior consumidor de agrotóxicos e de produtos envenenados de todo o mundo, inclusive os proibidos nos países sérios.
Por ano, cada brasileiro consome em média, segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), 5,2 litros de agrotóxicos. Os produtores, ligados ao agronegócio, negam esses números, afirmando que, no Brasil, as lavouras para consumo humano recebem, em média, apenas 7 quilos de agrotóxicos por hectare, o que já é demasiado.
Somente pela força de pressão e do poderoso lobby da bancada ruralista é que se explica que essa proposta tenha sido acolhida e aprovada na Comissão Especial da CD. Mesmo assim, a votação dessa medida aconteceu em sessão na qual foi proibida a presença de representantes de organizações da sociedade civil, mesmo aquelas que já vinham acompanhando suas discussões.
Enquanto o pacote do veneno segue seu trâmite com certa facilidade, o projeto de lei 6670/2016, que institui a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PnaRA), prossegue dormitando nas gavetas do Congresso, talvez por falta de uma autêntica bancada do povo.
A frase que foi pronunciada:
“Os pesticidas envenenam o principal hormônio do cérebro ou neurotransmissor, a acetilcolina.”
Sherry Rogers
E-contratos
GDF quer reunir, em apenas uma plataforma, todas as informações sobre os contratos firmados. Há informatização do processo desde o cadastro, vigência, aditivos, atesto de notas, fiscalização, gestão de riscos. A transparência conta com os dados compartilhados de várias secretarias.
Conjunto
Foram 375 internautas que elogiaram o estacionamento do Conjunto Nacional, na página do shopping. Realmente merece reconhecimento. É moderno, flui bem, tem espaço para os pedestres e o valor não extrapola a razão.
Em conversa
Juvenal Pereira nos envia uma missiva contando sobre uma entrevista inédita com o médico Antonio Brunoro Neto feita recentemente. Brunoro Neto foi médico residente no Hospital Sarah Kubitschek em 1977.
Marta Crisóstomo Rosário administra o grupo “Nós que Amamos Brasília”. O grupo nasceu da vontade de protegermos Brasília, Patrimônio Cultural da Humanidade, das ameaças da especulação imobiliária, que se agravaram nos últimos anos. Antigos militantes pela preservação da cidade e da qualidade de vida do DF, líderes comunitários, arquitetos e urbanistas, acadêmicos, profissionais de diversas áreas e – o mais importante, cidadãos comuns se uniram para discutir políticas públicas de desenvolvimento, preservação, e, sobretudo, respeito ao projeto urbanístico da cidade. E trocar informações, ideias, propor alternativas.
Oportunidade
Foi criado pelo GDF o Selo Empresa Parceira para empresas e organizações privadas que destinarem vagas, em seus quadros de pessoal, para reinserção social de dependentes químicos, desde que estejam livres da dependência.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O governo deve ao IAPI a bagatela de oito bilhões de cruzeiros. Mas seria bom não pagar agora, não. Deixar mudar, para ver se vem um amigo de Brasília. (Publicado em 24.10.1961)