Brasília, capital do entorno

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Brasília. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

 

Por certo, os muitos problemas urbanos que o Distrito Federal enfrenta hoje, e cujas causas muito se comentou e criticou neste espaço, não estão, na sua maioria, concentrados apenas no Plano Piloto, mas é nessa área central da grande Brasília que estão localizados, hoje, as principais fontes de renda para centenas de milhares de brasilienses, quer em empregos formais, com carteira de trabalho assinada, quer em atividades de livre iniciativa ou em outras ocupações informais espalhadas por toda a cidade.

Apenas por essa característica econômica, que faz com que as populações do entorno se desloquem diariamente para o centro da capital, já seria um bom motivo para o Governo do Distrito Federal ter um olhar mais atencioso a essa área, afastando, assim, a possibilidade, observada em muitas capitais do país, desse centro vir a experimentar uma perigosa fase de decadência prematura.

O crescimento desordenado do entorno, feito sob a batuta de inegáveis interesses políticos e eleitorais, demanda, mais do que nunca, que o Plano Piloto receba atenção redobrada dos órgãos públicos, a fim de que essa área possa exercer, com eficácia, esse seu novo objetivo que é a manutenção dos empregos e de renda das populações circunvizinhas.

Já se sabe hoje que os antigos objetivos traçados pelos idealizadores da nova capital, nos anos iniciais da década de sessenta, quais fossem servir como centro administrativo do país, já, há muito, vêm deixando de ser o principal leit motiv que levou a transferência da capital para o planalto central. Hoje é possível afirmar que Brasília serve muito mais ao entorno, inclusive a estados vizinhos, do que ao país propriamente dito.

A intensificação das comunicações instantâneas via internet, ao criar o chamado “não lugar”, fez com que o espaço geográfico deixasse de ser um fator preponderante para a realização de serviços de toda a ordem. Hoje não há mais a necessidade, por exemplo, de o chefe do Executivo, ir a um determinado ponto do país, para fazer cumprir um projeto. Tudo pode ser realizado à distância, como prova o teletrabalho.

Apenas por esse aspecto, é possível afirmar que o centro das decisões nacionais perdeu muito de seus objetivos originais, restando à capital figurar mais como um símbolo da unidade nacional, da realização e força de um povo, em tempos passados. É assim em Brasília e é assim em todo o mundo. Com isso, fica mais do que evidente que Brasília precisa de uma espécie de ressignificação de seus desígnios, estratégica e administrativa.

Ao lado dessa inegável alteração de rumos, Brasília necessita voltar-se para si e para seu entorno imediato, a fim de manter esse processo irrefreável de conurbação iniciada em meados dos anos oitenta com a chamada emancipação política da capital.

É esse incremento que, do ponto de vista prático, pode ser estabelecido, por exemplo, com a modernização das vias W3 Norte e Sul, criando um eixo de excelência comercial, ou com a retomada dos polos de cinema, música, moda, tecnologia e outros. Ou por meio da construção de escolas técnicas variadas para capacitar a mão de obra jovem, preparando-a para os desafios das novas tecnologias e empregos que estão surgindo. Tudo isso com um adequado e moderno meio de transporte ferroviário, ligando esses pontos vizinhos ao centro da cidade. De fato, Brasília é hoje a capital do entorno e, com missão de tal importância, deve preparar-se para esses novos tempos que se anunciam.

A frase que foi pronunciada:

Não sei porque essa raiva da vida. Isso é criminoso: impedir as pessoas de se tratarem precocemente.”

Alexandre Garcia enquanto lê, no American Journal of Medicine, edição do dia 1º de junho, indicações para o tratamento precoce, aprovado pela FDA. Medicina e compaixão.

 

Hoje no ontem

Milton Montenegro conseguiu lançar o livro eletrônico “TV Brasília’’, com imagens de personalidades da política brasileira. A técnica utilizada dá um efeito de foto de antigamente.

Milton Montenegro. Foto: Reprodução/TV Globo

Direitos e Prerrogativas

Está dando o que falar a campanha do dr. José Lima como candidato da Procuradoria Geral do Trabalho. Parece um pouco demais converter em pecúnia os plantões e licenças-prêmio. Talvez precise de uma explicação mais detalhada. Para o cenário de reforma administrativa, o que se interpreta não é bom.

Só para lembrar

No dia 08 de janeiro de 2019, a gasolina custava R$2.831.

Chargeonline.com

Inacreditável

Não havendo manifestação popular, a energia limpa será mais cara do que a energia comum. Lobby, mobilização e argumentos não estão conseguindo reverter a opinião dos parlamentares.

Imagem: portalsolar.com.br

História de Brasília

Vamos começar pelas invasões. A W3 está horrível. Infestada de barracos habitados, em muitos casos, por marginais e vagabundos. Os setores residenciais HP3 e HP5 estão uma lástima. (Publicada em 03/03./1962)