A história de Brasília se divide em antes e depois de Roriz

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ARI CUNHA

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      Difícil ficar indiferente à figura do político goiano Joaquim Roriz, não apenas pelo fato de ter sido o único governador a ocupar, por quatro vezes, o Palácio do Buriti, mas, sobretudo, porque foi em sua longa gestão, compreendida entre 1988 até 2006, que o Distrito Federal ganhou autonomia política, se igualando as demais unidades da federação em êxito e ruína.

       Dessa forma, não seria exagero afirmar que toda a história política local, da capital do país, teve seu início e expansão exatamente sob o comando de Roriz e do grupo que montou em torno de si para comandar uma cidade absolutamente sui generis sob todos os pontos de vista. De saída, é preciso observar que governos com longas durações, numa República como as nossas características, como de resto em outras partes do mundo, normalmente tendem a se enveredar por desvãos de percurso que, não raro, resvalam ou se afundam em sérios problemas de natureza ética.

      Em Brasília, essa circunstância não foi diferente. Fôssemos reduzir todo o governo de Joaquim Roriz à um mínimo divisor comum, capaz de definir sua administração em poucas linhas, teríamos que destacar, em primeiríssimo plano, sua intensa atuação na questão fundiária da capital. Tão logo assumiu, seu instinto político apurado captou que estava na questão das terras da capital o grande filão que iria orientar todo o seu governo.

     Desde a construção de Brasília, feita a toque de caixa em 1000 dias, a questão da titularidade das terras, anteriormente pertencentes à particulares, inclusive de Roriz, e que foram desapropriadas pela União, ainda permanecia repleta de imprecisões, com demarcações confusas e cheias de falhas técnicas. Foi do projeto original e bem elaborado por Maria do Barro, que visava reassentar dignamente diversas famílias carentes dispersas pela cidade, que Roriz colheu a inspiração para dar início ao maior plano de distribuição de terras já realizado em todo o país.

         Com Roriz, a questão fundiária na capital ganhou dimensões jamais vistas, adquirindo tanto aspectos positivos, no campo social, como feições absolutamente reprováveis do ponto de vista ético e de prejuízos para uma cidade planejada e que viria a ser tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade.

        Roriz e principalmente o grupo de apoio político que orbitava ao seu redor, e que ainda aí está correndo atrás dos eleitores nesse pleito, transformaram grandes extensões de terras, dentro do quadrilátero do DF, em capital político, o que, ao mesmo tempo em que conferiu imenso poder ao seu governo, acarretou-lhe grande prestígio pessoal.

        Com ele, as terras devolutas ou em mãos de pretensos proprietários foram fartamente distribuídas entre seus apoiadores, principalmente ao associar cada lote à um voto. Transformadas, desde logo, em moeda de troca, as terras do DF, serviram como pilar ao longo de todo o seu governo. A criação da Câmara Distrital, estabelecida graças, também, a emancipação política da capital, veio reforçar, ainda mais, o apoio as políticas de Joaquim Roriz, sobretudo na questão fundiária da cidade, setor no qual os novos parlamentares também colheram altas vantagens.

          Da associação entre políticos sedentos e empresários gananciosos da construção civil, resultou o rápido inchaço populacional da capital, com a criação de uma série de novas regiões administrativas, novos bairros e centenas de condomínios espalhados por toda parte. Com isso, a expansão desordenada da cidade tomou rumos incontroláveis, colocando de cabeça para baixo todo o minucioso planejamento anterior.

          Idolatrado por parte daqueles que foram beneficiados com terras e odiado por urbanistas e planejadores. O fato é que com a chegada de Roriz, a história de Brasília passou a se dividir em duas partes bem distintas, uma antes e outra após o governo Roriz.

A frase que foi pronunciada:

“O que consegui realizar, os amigos que fiz ao longo dos anos, falam por mim.”

Joaquim Roriz

Foto: especiais.correiobraziliense.com.br
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Hoje temos o seguinte número de Empresas Optantes no SIMEI em Setembro/2018, por Mês/Dia:7.393.525. Com essa demanda é urgente que se disponibilizem mais canais de informações e mais capacitação para os atendentes dos canais que já existe. O atendimento aos microempresários individuais é dado para induzir à desistência.

Imagem: totalofficepi.com
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O Hospital Sírio-Libanês convida a comunidade de Brasília a participar de uma ginástica orientada no Parque da Cidade, hoje, entre 10h30 e 11h30. Os organizadores pedem para que os interessados cheguem com meia hora de antecedência. A iniciativa é do hospital em parceria com os Centros de Cardiologia e Oncologia.

Foto: facebook.com/HospitalSirioLibanes
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Nada melhor que ler jornais antigos uma semana antes das eleições. Prometiam transporte para a UnB, metrô por superfície ou subterrâneo. Não conseguem nem evitar os furtos nos estacionamentos, imaginem uma obra desse porte.

Charge do Jotapê
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Aquela construção em frente ao aeroporto, que está em obras, será a feira de arte popular, que se realiza sob os auspícios da Fundação Cultural de Brasília. (Publicado em 31.10.1961)