Ecos

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Charge do Hubert

 

         Quando, em 2005, o filósofo e semiólogo Umberto Eco (1932-2016) deixou escapar, em um artigo, a afirmação de que “a internet deu voz a uma legião de imbecis”, o que, à primeira vista, parecia um comentário vindo de um professor e linguista cansado do ofício, transformou-se na mais acurada e crua análise do que viriam a ser as mídias sociais neste século XXI.

         Arrastada para o campo amoral da política, as mídias sociais ganhariam ainda mais visualidade e despudor ao influenciar os debates, tanto nas trincheiras dos partidos como junto às defesas dos eleitores e cidadãos. De fato, os imbecis, por sua multiplicação geométrica estão em toda a parte, quer no lado dos ideólogos, quer do lado da sociedade. As mídias sociais abriram palanques para todos. Até mesmo os insuspeitos intelectuais da política, com assento nas altas cortes, usam-na em desfavor da lógica, deixando transparecer sua volúpia e falsa ilustração acadêmica. Ninguém que venha se expor nas redes está livre de vir, algum dia, a ficar nu diante de todos, mesmo sem perceber. Não chega a ser surpreendente que as mídias sociais tenham, por sua disseminação, dado a oportunidade para que se perceba que, nesses debates sem fim, têm feito com que todos tenham razão, embora nenhuma das partes esteja absolutamente certa.

         O que se apresenta aqui como rede mundial são as ilusões geradas com o meio digital. A virtualidade dos debates levou-nos a um “não lugar”, onde tudo é possível. Onde mentira e verdade perdem seu valor moral e ético, mesmo que ambos os lados possam gerar realidades desastrosas. Onde toda essa tecnologia de ampliação da voz humana irá nos levar, é tarefa dada hoje aos pensadores e filósofos modernos, debruçados sobre a cabeça desse gigante de voz global. Uma das questões que se apresentam aqui para os estudiosos é conhecer as razões que levaram essa ampliação das mídias sociais a acelerar os sinais de antagonismo entre as pessoas, elevando as radicalizações humanas, como se fôssemos lançados de volta ao tempo das cavernas, onde o instinto de defesa parecia estar acima da razão.

         As mídias sociais polarizaram, ainda mais, as ideias, quando passou a ser conduzida pelos trilhos da política, reconduzindo a sociedade a um processo de animalização distante, cada vez mais, dos princípios de civilidade. Nesse caso particular, perdemos a capacidade de cidadania, trocada por valores e ditames políticos. Em um diálogo de mudos, entre vitupérios e palavras de baixo calão, abrimos espaço também para que os políticos e a elite estatal anunciem a regularização das mídias ou, simplesmente, a censura dos meios eletrônicos, como vem sendo anunciado agora, com ameaças e outras pressões.

          Na realidade, a liberdade no fluxo de informação sempre foi manipulada. O que as pessoas sabem ou pensam que sabem é, previamente, bem filtrado. Não existe, pois, o fluxo sem controle de informação, mesmo que leis de transparência anunciem essa possibilidade. Com isso, é possível prever que chegará um dia em que as mídias sociais se transformarão na voz mecânica do Leviatã, troando debaixo de sua cama. Dizendo o que fazer em cada dia. Proibindo você até de desplugar os computadores.

 

A frase que foi pronunciada:

“Nessas condições não há lugar para a Indústria; porque o seu fruto é incerto; e consequentemente nenhuma Cultura da Terra; nenhuma Navegação, nem uso das mercadorias que possam ser importadas por Mar; nenhum edifício cómodo; nenhum instrumento de movimentação e remoção de coisas que exijam muita força; nenhum Conhecimento da face da Terra; sem conta do Tempo; sem Artes; sem Letras; nenhuma Sociedade; e o que é pior de tudo, medo contínuo e perigo de morte violenta; E a vida do homem, solitária, pobre, sórdida, bruta e curta.”

Thomas Hobbes, Leviatã

Thomas Hobbes. Foto: Wikimedia Commons

 

Aí pode?

Andam pendurados no caminhão no meio da madrugada recolhendo lixo deixado pelos moradores. Esses homens mereciam, no mínimo, o melhor plano de saúde do GDF. Pelos pulmões, pelas horas mal dormidas e, principalmente, pelo perigo que enfrentam quando vão respirando o lixo, sem segurança alguma. Vale lembrar que dirigir com o braço para fora gera multa, já o corpo de um gari, não.

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

 

#Puerilsóquenão

Uma correria no parlamento para as mudanças de leis já configuradas e aprovadas. Uma delas é a que altera as regras para a escolha dos integrantes do Conselho Administrativo do CADE. Um dos argumentos é a economia, ao diminuir o número de integrantes do Conselho. A proposta apresentada, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, foi elaborada para modificar a Lei de Defesa da Concorrência. Em breve, deve chegar ao Senado.

Foto: CADE/Divulgação

 

História de Brasília

A fiscalização da Prefeitura está complacente demais. No HP3, próximo ao Colégio D. Bosco, há um senhor que construiu uma residência de madeira, com todos os requisitos de conforto, o que não quer dizer que seja provisório. (Publicada em 14.03.1962)

Pela volta de um mundo com compaixão

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Charge do Iotti

          Quem imagina que a polarização política, um mal a ligar o cérebro ao fígado, fica restrita apenas no âmbito dos partidos e entre aqueles que atuam profissionalmente nessa área está enganado e vem sendo convencido de que esse tipo de antagonismo permeia toda a sociedade indo, inclusive, parar no seio das famílias, gerando brigas e desentendimentos de toda a ordem.

          De fato, essa polarização, por seu grau de insanidade, tem feito muito mal ao Brasil e, por extensão, aos indivíduos e a todos os grupos, sejam eles consanguíneos ou não. O que parece, no antigo país do futebol, é que essa praga migrou dos estádios e das torcidas organizadas para dentro das casas, contaminando tudo, como uma radiação mortífera.

         Para quem ainda não percebeu, este é o legítimo subproduto de um modelo de política à brasileira, feito não de discussões sérias e propositivas, com todo o embasamento ético que esse tema exige. Trata-se aqui de uma rinha de galo, cercada de fanáticos que querem ver briga e muito sangue.

         O que não pode ser escondido do público é que essa rinha teve início exatamente no momento em que a mais alta Corte do país julgou, per si, a conveniência de soltar nesse ringue o Garnisé de Garanhuns. Deu no que deu. Para onde quer que o brasileiro olhe, lá estão em discussão acalorada um grupo e outro. Casais, com matrimônio marcado, deixaram tudo para trás e romperam as relações. Nas famílias, filhos deixaram de falar com pais, irmãos cortaram relações uns com os outros. Tios, avós, primos, foram cada um amuado para seu canto. No trabalho, colegas passaram a torcer o nariz uns para os outros. Amigos, antes fraternos, deixaram de se falar.

         Nas ruas o clima mudou para pior, com o medo tomando conta de tudo. Enfim, a maldição lançada há anos, do “nós contra eles”, vai tomando forma concreta, enfeitiçando cada um. De lado, ficaram aqueles que torcem pela volta de um passado que deixou marcas ruinosas e nunca vistas anteriormente. Para outros, a simples menção da possibilidade desse retorno vir a acontecer, de fato, representa um anátema e uma rendição a um pesadelo permanente.

         Não há pontos de contato entre uma posição e outra. O Brasil, que nas urnas revelou seu caráter nitidamente conservador, por obra de uma espécie de forças do além, votou também pela volta do passado. Ficamos, com isso, a meio caminho, colocando em sérias dúvidas o que apresentavam as pesquisas e o que diziam as multidões nas ruas.

         Com tanta discórdia, não surpreende que a censura, que se acreditava morta e enterrada, tenha ganhado corpo e músculos em todo lugar, sobretudo nas empresas, com as chefias orientando e mesmo obrigando seus subordinados a votarem no candidato por elas apontado. Demissões têm sido confirmadas. Assédios, confirmados. A regulação da mídia, como tem pregado o candidato pretérito, de certo, trará o recrudescimento da censura política que já é observada e posta em prática contra aqueles que ousam desacreditá-la. O bom sinal é que a censura sempre foi e será um grande sinal de que o que se está sendo censurando é correto e aponta para a manutenção da dignidade humana.

 

A frase que foi pronunciada:

“Um ser humano é uma parte do todo chamado por nós universo, uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experimenta a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos como algo separado do resto, uma espécie de ilusão de ótica de sua consciência. Essa ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e à afeição por algumas pessoas próximas a nós. Nossa tarefa deve ser libertar-nos dessa prisão, ampliando nosso círculo de compaixão para abraçar todas as criaturas vivas e toda a natureza em sua beleza”.

Albert Einsten

Albert Einsten. Foto: Arthur Sasse/Nate D Sanders Auctions/Reprodução

 

Terras

Veja, no Blog do Ari Cunha, o convite do Instituto Brasília Ambiental para a população participar da audiência pública virtual de apresentação e discussão do Estudo e do Relatório de Impacto Ambiental para parcelamento de solo urbano da Reserva do Parque, no Núcleo Rural Vargem da Bênção, Região Administrativa do Recanto das Emas. A partir das 19h, do dia 25 deste mês, com transmissão pelo YouTube.

 

Futuro

A formação de uma ampla bancada parlamentar voltada para a manutenção dos ideais da Lava Jato, promete agitar a nova Legislatura, com propostas que rendem ainda grande apoio da população.

Ilustração: cnnbrasil.com

 

Mobilidade

A finalização das reformas viárias na principal avenida do Paranoá, com construção de espaçosas calçadas, com estacionamento e todo ordenamento paisagístico, irá proporcionar mais do que um novo visual para aquela cidade. A urbanização adequada é fato de desenvolvimento e revitalização para o comércio local.

Paranoá. Foto: Divulgação

 

História de Brasília

Já que o assunto é professôras, pelo contrato, o pagamento será feito até o dia 5, e até hoje a Fundação não pagou a ninguém. E mais: não diz quando, nem dá esperança para os próximos dias. (Publicada em 11.03.1962)

Cara ou coroa

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Charge do Duke para otempo.com

 

Dizer que os extremos se tocam, formando, no final, um círculo ou uma aliança a unir falsos antagonismos, equivale a afirmar que ambos compõem e consolidam as duas faces de uma mesma moeda. Moeda essa que, ao ser examinada de perto, revela não possuir lastro algum, pois, no seu valor de face, a soma dos lados é igual a zero. Com isso, o que se pode depreender é que qualquer que seja a direção tomada por aqueles que pregam posições extremadas, cedo ou tarde, todos irão se unir no mesmo ponto, formando um composto homogêneo que, pelo cheiro e toxidade, logo sabemos se tratar de algo danoso à sociedade brasileira.

Tal é a semelhança na articulação política, entre o atual governo, que se autoproclama de direita, e a turma que, a partir de 2002, subiu a rampa do Palácio do Planalto, pregando um programa de esquerda. Lá como aqui, dentro do que se convencionou chamar de presidencialismo de coalizão, todos têm agido, no trato da coisa pública, seguindo as mesmas cartilhas que afrontam os mais comezinhos princípios da ética, o que em outros termos equivale a dizer que cometem os mesmos crimes para alcançar vantagens para si e para os seus.

Para ficar apenas no ponto relativo ao que seria essa cooptação remunerada dos congressistas, uma prática já formalizada, desde a redemocratização nos anos oitenta, e que, segundo o Executivo, objetiva tão somente a aprovação das teses e propostas do governo, ontem, como hoje, os métodos seguem idênticos e, notem bem, sempre prejudiciais aos contribuintes, que arcam com esses desperdícios que nada mais são do que verdadeiros desvios de recursos públicos.

No passado, como agora, todos esses acordos, fechados a preço de ouro, retornam, para a população, na forma de inflação ou recessão. No passado, foi o chamado mensalão, alcunha dada pelo ainda presidiário Roberto Jefferson, aos pagamentos feitos pelos lulistas para a aprovação de suas pautas. Dinheiro que era entregue inclusive em pacotes até para os próprios correligionários. Agora, o que a nação assiste é a reprise desses pagamentos, à sorrelfa, na forma mais sofisticada das chamadas emendas do relator ou RP9. Trata-se aqui dos mesmos mecanismos de outrora, com os mesmos propósitos e cujo os meios são igualmente contrários à lei e a ética pública.

Por isso mesmo, foram taxados de secretos e sempre desmentidos pelo governo e pelos congressistas. Ocorre que a situação, de drenagem de bilhões de reais, sem fiscalização dos órgãos de controle chegou a um tal ponto de escândalo escancarado, que o próprio Supremo, sempre letárgico, teve que agir, atalhando, o quanto antes, essa sangria criminosa, jogando um balde de água fria no fervilhante mundo político da Praça dos Três Poderes.

Como pano de fundo dessas tramoias republicanas, o que se descortina é o pleito de 2022 e as possibilidades de reeleição desses mesmos personagens. Assim como era antes, é agora, nesse cara ou coroa, que tem engabelado toda uma nação por séculos.

A frase que foi pronunciada:

O demônio sempre se infiltra entre os políticos. Então, eles começam a brigar entre si. O poder se transforma em uma questão de orgulho. Não tem mais nada a ver com vivermos juntos e acabarmos com a guerra.”

Bob Marley

Bob Marley durante um show em 1980. / GETTY

Prata da Casa

Graças a Alexandre Dias, CEO do Instituto Brasileiro do Piano, os brasilienses tiveram a oportunidade de acompanhar ao vivo um dos últimos concertos de Nelson Freire. A paixão de Dias pela boa música tocou o coração de Freire.

Temporada

Vejam a Chácara Horizonte Maior, que está pronta para ser alugada. Perto do Poço Azul, a primeira chave que o inquilino recebe é a da porteira. Dê uma olhada, a seguir, nas fotos do paraíso.

Instituto Campos Fidei

Um solitário Tiffany em Platina com diamante de 0,21 CT, com classificação de cor F e Pureza VS1. Esse é o material que vai salvar as obras do Campus Fidei. A joia doada está à venda. Acesse a página oficial do instituto no Instagram em https://www.instagram.com/campus_fidei/.

Arte

Alan Silva, do Museu do Senado, explica, na página do parlamento, que a campanha de conscientização sobre as obras de arte expostas na casa pretende chamar a atenção para a riqueza que esse patrimônio cultural representa e mostrar a importância histórica das peças. A iniciativa da campanha é da Secretaria de Comunicação Social em parceria com as Relações Públicas e o Museu.

Foto: senado.leg

 

História de Brasília

Não sei porque, também, qualquer pessoa paga telegrama, e deputado não paga. O resultado é o abuso que tem sido denunciado seguidas vêzes, de deputados que utilizam o DCT como serviço particular. (Publicada em 10/02/1962).

Refazendo os caminhos

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Charge: Oficina do Sinistro

 

Com a polarização política que se anuncia para as eleições presidenciais de 2022, curiosamente antepondo dois extremos que, de tão apartados um do outro, tocam-se em suas radicalidades, o que fica de certeza concreta é a imagem de um país que insiste em permanecer preso no tempo, como quem não conseguiu estabelecer as pazes com um passado conturbado. É nessa fronteira da irracionalidade ideológica que multidões parecem ir em busca de remendar algo, como uma xícara de fino alabastro esmigalhada. A exemplo do que ocorreu com outros países em tempos diversos, quando a opção final de um pleito desembocou para a encruzilhada bifurcada entre o ruim e o pior, qualquer dos caminhos escolhidos conduziu sempre ao precipício.

A tão esperada imunidade de rebanho, pretendida agora por especialistas em medicina sanitária, poderia, com muita propriedade, ser aplicada e estendida também ao rebanho formado por eleitores, conferindo-lhes a capacidade de manter-se distantes e infensos aos apelos encantatórios desses seres das profundezas.

A oportunidade para que os eleitores reflitam é dada pelas consequências auferidas ao final, nos governos de um e de outro, o que, em si, pode se constituir em um poderoso alerta do que virá. O problema aqui é colocar na mesma balança a baixa qualificação dos eleitores e, por inércia, de seus candidatos. Em país algum, submetidos no passado aos rigores e traumas, seja de uma extrema-direita ou extrema-esquerda, candidatos com esse perfil jamais ousariam apresentar-se ao público.

Mas, em se tratando de Brasil e sua estranha mania em autoflagelar-se em penitências inócuas, tudo parece possível. A opção entre candidatos tão assemelhados em seus vícios, com os mesmos perfis anacrônicos, moldados num personalismo populista e vazio e que já não deveria ter lugar em pleno século XXI, faz do Brasil um laboratório aberto não apenas para o estudo epidemiológico do Covid, mas também para um estudo dos efeitos colaterais de uma democracia jamais levada a sério neste país.

Exemplo desses extremos a se tocar nas pontas pode ser facilmente constatado nas semelhanças que unem o negacionismo científico e desdém apático pela pandemia de um, e a defesa feita pelo outro, da importância maior que teriam a construção de gigantescos e dispendiosos estádios de futebol, em comparação aos hospitais. Não por ironia do destino e, talvez como um alerta aos eleitores, muitos desses estádios fantasmas, a relembrar a derrota vexaminosa da seleção para a Alemanha, servem hoje como espaços surreais para a instalação dos hospitais de campanha, numa tentativa de suprir a deficiência histórica de nossos centros de saúde, sucateados e constantemente lotados.

Até mesmo a escolha racional baseada num caminho do meio, de consenso e de concertação, e que parece não existir no horizonte, tem mostrado como é difícil, neste país, sair do impasse e das opções pelo caos. Quem poderia, dentro das possibilidades que temos à mão do eleitor, apresentar-se como tal, certamente, viria sob uma roupagem ou um cavalo de Troia a esconder um Centrão sempre pronto a tudo em troca de vantagens. É nesse ponto que vamos sentir o desejo de voltar atrás, em busca, quem sabe, de refazer todo o trajeto, a começar por uma profunda reforma política e eleitoral.

A frase que foi pronunciada:

Se vais sair à frente para descrever a verdade, deixa a elegância para o alfaiate.”

Einstein

Arthur Sasse/Nate D Sanders Auctions/Reprodução

#EuLiParaVocê

Osmar Arouck, da Biblioteca do Senado, gravou um pequeno trecho da obra “O Carnaval dos Animais”, de Moacyr Scliar. Postamos o link no Blog do Ari Cunha para você ouvir. Que boa ideia Arouck! Inclusive o lado social e inclusivo dessa iniciativa.

Correios

Com administração eficiente, o resultado mostra a retomada dos Correios. R$ 1.53 bi que representam 84% de aumento no patrimônio líquido em relação a 2019. No início de julho do ano passado, divulgamos a intenção do general Albuquerque de implementar os lockers em Brasília. Já foram inaugurados na Agência Central dos Correios, da Administração do Paranoá, no Conjunto Nacional, no Shopping Popular de Ceilândia, no Home Center Castelo Forte, em Vicente Pires e no Jardim Botânico, no Shopping Plaza Alto do Sol. Lockers são armários onde os clientes contratam para receber a correspondência ou produtos fora do domicílio.

Foto: L.C. Leite/Folhapress

Elo

Pneu de Ferro é o nome da operação da PF para desmontar o tráfico internacional de armas. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os mandados de prisão temporária fecharam as investigações que se iniciaram desde 2019. Tudo começou no Galeão, quando fuzis e outros apetrechos foram apreendidos. A ligação com as cidades de Kissimmee, Orlando e Tucson nos Estados Unidos era o elo que deu a partida nas pesquisas investigativas.

História de Brasília

O ponto de táxi da Igrejinha está sem telefone. Presta relevante serviço a uma área muito grande, e bem que merecia um aparelho. Merecia, também, a fiscalização de Serviço de Trânsito a propósito do uso de taxímetro. (Publicado em 02.02.1962)

 

 

O deus ex machina das eleições

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É certo que os modelos de democracia, tal como desenhado pela civilização ocidental, a partir dos milenares ideais gregos, vivem, neste instante de paralisação do mundo, seu maior ponto de inflexão. Na verdade, as interrogações sobre esse modelo já vinham apresentando indagações, até violentas, desde a virada do século XXI, com alguns, mais exaltados, chegando a decretar que esse modelo estava esgotado em suas possibilidades e não mais respondia às exigências atuais.

Tal descontentamento pode ter sua origem na confusão que, propositalmente, estabeleceu-se entre democracia e liberalismo econômico, ou ainda entre democracia e capitalismo. Com efeito, esses movimentos contra a democracia e a liberdade de pensamento e de empreendedorismo, por suas insanidades, têm refletido muito diretamente naquilo que a democracia tem de mais básico, que são as eleições, os votos, e a alternância no poder de grupos diversos.

Sem o mecanismo de eleições livres, não há possibilidade do exercício da democracia. Dessa forma, quando as eleições sofrem ataques vindos do hiperespaço das mídias sociais, por meio da ação deletéria desses novíssimos protagonistas surgidos no mundo virtual, o que se tem e o que se espera dessas ações é, simplesmente, o solapamento da democracia em sua base. Devido à ação, cada vez mais intensa, dos chamados hackers e da propagação ilimitada das fake news, a democracia, em todo mundo, inclusive no Brasil, vem sendo colocada sob intenso bombardeio.

A ação desses novos protagonistas, ou melhor, desses antagonistas da democracia, mira, justamente, nos eleitores, incitando-os ou a desacreditar no modelo, ou, simplesmente, a boicotar as eleições. É verdade também que os políticos e os partidos em todo o mundo, principalmente por aqui, perderam muito a capacidade de aglutinar eleitores em cima de propostas e desempenho.

O desgaste dos políticos nacionais e suas respectivas legendas no Brasil criou uma espécie de aversão na população, o que acaba favorecendo a ação dos hackers e a propagação das fake news. O pior é que a disseminação de notícias falsas e a ação dos hackers, por seu poderio de fogo e alcance, passaram a ser usadas tanto pela esquerda quanto pela direita, o que serviu para potencializar, ainda mais, esses fenômenos nefastos.

Nesse sentido, tanto a esquerda quanto a direita são responsáveis por esse crime que, em última análise, arranca do chão o discurso de cada um, retirando a escada de coerência, deixando suspensas apenas pela brocha. O exótico Tribunal Superior Eleitoral, criado, unicamente, no Brasil, para dar alguma justeza nos pleitos, tomados por ações de toda a espécie de crimes, inclusive de morte, poderia agir como um “deus ex machina”, dando algum sentido à trama das eleições e aos superpoderes de seus atores.

Mas, por limitações de toda a ordem, principalmente quando as ações vão parar na suprema corte, todo o trabalho e ação acabam no mesmo dia em que começam e terminam as eleições.

 

A frase que não foi pronunciada:

“Nós, os representantes do povo, recebemos os votos e deixamos de ser deputado ou senador para ocupar cargo no governo, ou outro cargo para o qual não fomos escolhidos pela população para ocupar. Assim, desvirtuamos a confiança depositado no voto. Rasgamos o futuro que os eleitores nos deram.”

Parlamentar no confessionário da política

 

Leitura

Lançado no Senado o livro “Histórias de amor tóxico: a violência contra as mulheres”. É fácil adquirir. Veja no link: Edições do Senado lançam obra que denuncia a violência doméstica.

 

 

Rede feminina

Hospital de Base, desde que era o Hospital Distrital, sempre teve a simpatia da população. Mesmo depois das transformações administrativas, a diretoria continua promovendo essa integração com a comunidade. O convite é para correr ou pedalar para ajudar quem tem câncer. No link Corra ou pedale e ajude quem sofre com câncer, os detalhes.

Foto: Divulgação/Iges-DF

 

Consequências

Pediatra conta que famílias trancadas durante a pandemia entram em pânico. Crianças com excesso de tela, aumento nos casos de epilepsia, problemas com a má postura, além de ansiedade, pânico, depressão e tique nervoso. Videogame, celular, TV e tablet liberados em excesso.

Imagem por Freepik

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os diretores da DASP que resolveram suas divergências através de sopapos e murros foram os senhores Valdir Lopes e Lúcio Leite. Não se sabe até agora, qual foi a punição para ambos. (Publicado em 19/01/1962)

Sabe de nada, inocente! 

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Luiza Erundina com Guilherme Boulos. Imagem: Folhapress

 

Anedota que corre pelas terras do sul do país diz que os eleitores gaúchos, por sua teimosia histórica, votam na esquerda, depois saem em massa em direção ao estado de Santa Catarina e do Paraná, em busca de empregos e melhores condições de vida. Pelo sim, pelo não, o fato é que muitos analistas acreditam, de olho nas pesquisas, que a candidata do PCdoB, Manuela D’Ávila, para prefeitura de Porto Alegre é quase certa. Com a ausência de boa parte do eleitorado gaúcho nas urnas, a esquerda, mais disciplinada, tem aproveitado a oportunidade e está quase chegando ao comando da capital, correndo paralelo aos acontecimentos que se desenrolam do outro lado da fronteira, na Argentina, onde a esquerda avança sobre um país em ruínas.

Em São Paulo, o mesmo fenômeno ocorre com a disputa entre os candidatos Boulos e Covas. A questão é saber que importância esses fatos, que vêm ocorrendo a quilômetros de Brasília, têm para o futuro político da capital. Isso depois que forçaram a cidade a entrar nesse jogo de disputas, onde quem mais perde é o cidadão, que é chamado a pagar as contas dos gastos astronômicos deixados pelos políticos.

Dois fenômenos trazidos pelas eleições em segundo turno, que hora se processam tanto no Rio Grande do Sul quanto em São Paulo, podem esclarecer melhor o que, hipoteticamente, está por vir em direção também a Brasília. Primeiro, é possível detectar que a posição um tanto inusitada, que coloca Manuela e Boulos com possibilidades de chegar ao comando das prefeituras dessas duas importantes cidades, pode ser explicada pela situação de vantagem que esses dois postulantes aparecem nas mídias sociais, talvez por conta de uma maior cumplicidade e intimidade que esses dois candidatos têm com essas mídias. Em segundo lugar, essa posição que, para alguns, pode prenunciar um retorno e um avanço das forças de esquerda no controle do país deve-se a um maior envolvimento dos eleitores jovens nessas campanhas, talvez até uma espécie de revanche contra as posições extremadas do bolsonarismo em relação às mulheres, às causas gays e outras bandeiras que a juventude enxerga e assimila constantemente nas universidades e nos movimentos culturais.

Também o apoio dado por uma coleção de artistas a esses candidatos de esquerda empresta certo peso às suas candidaturas e ajuda na identificação com a população mais jovem. Mas, contudo, não basta o fenômeno das mídias sociais e a adesão da classe artística para alavancar e tornar viável essas candidaturas, ainda mais bem no meio do mandato do atual presidente, com o cacife que ainda lhe resta.

De toda forma, um fato muito maior e de alcance planetário vem chamando a atenção de boa parte da classe política no Ocidente: cada vez mais, a população jovem em todo o mundo, principalmente em países de grande prosperidade econômica, está declarando sentimentos de afinidade com as ideias de socialismo, comunismo e outras de vertente esquerdista. Tanto na Europa Ocidental quanto nos Estados Unidos, mais e mais, os jovens se declaram simpáticos às esquerdas. Nos Estados Unidos, esse sentimento é mais observável, inclusive com parcela significativa dos militantes do tradicional Partido Democrático local, declarando-se abertamente adeptos da cartilha socialista.

O mais curioso é notar que esses jovens, vivendo na maior abundância material que o capitalismo pode proporcionar, e mesmo desconhecendo a verdadeira face do comunismo e o que esse regime provocou no mundo entre ruínas e mortes, ainda assim se empenham em reviver a esquerda em seus países. Para essa população que clama por menos liberdade de mercado e mais poder de intervenção do Estado, o futuro parece se desenhar com tintas escurecidas.

Para a geração de professores universitários que, durante a guerra fria, conseguiu imigrar para os países capitalistas, principalmente os economistas, sociólogos, estatísticos e outros letrados em ciências humanas e que viveram, sob esses regimes, anos e anos de agruras e falta de alimentos e oportunidades, ouvir seus jovens alunos pregarem a favor do comunismo soa como um retorno ao inferno. Para outros, como o professor de economia, o  romeno Rosíu Ovidiu Petre Octavian, essas pregações de seus pupilos eram acolhidas com um sorriso no canto dos lábios e um silêncio de quem diz para si próprio: “não sabem de nada, inocentes”.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:     

“Quanto mais o tempo passa, menos eu significo pras pessoas e menos elas significam pra mim.”

Charles Bukowski, romancista estadunidense nascido na Alemanha

Charles Bukowski. Foto: reprodução

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Hoje, é o aniversário de um homem tímido, inteligente, capaz, seguro, às vezes ingênuo, que confia nos homens, acredita nas palavras alheias. Hoje, é o aniversário de um homem simples, que tem tudo para ser orgulhoso. Hoje, é o aniversário de um gênio. Bom dia, doutor Oscar Niemeyer. (Publicado em 15/12/1961)

Clique aqui – A democracia atada num pau-de-arara

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Foto: reprodução do site Yahoo

 

No longo roteiro seguido pelos governos venezuelanos de Hugo Chaves e de Nicolás Maduro até a implantação total da ditadura farsesca e sanguinária naquele país, eram frequentes os episódios de perseguição e ameaça a uma parcela da imprensa que se mostrava crítica e temerosa sobre o desenrolar dos acontecimentos. Vieram  num crescendo que prenunciava, seguramente, que o ovo da serpente, que vinha sendo chocado por etapas, já se encontrava prestes a romper. Vale lembrar que os episódios divulgados eram de chocar o mundo.

Enquanto a população passava fome, Maduro, nababescamente, fartava-se em restaurantes que cobravam o que grande parte do seu povo não tinha condições de ter nem por anos de trabalho. Hugo Chaves, em duas décadas de liderança, pautadas na revolução bolivariana, deixou pegadas da corrupção de seu governo com cifras divulgadas pela mídia, que beiravam 450 bilhões de dólares.

No início, as ameaças vindas desses dois déspotas eram feitas de modo velado, procurando criar o medo entre os jornalistas e o temor de que, a qualquer momento, algo de ruim iria acontecer com eles ou com seus familiares. Depois, essas intimidações passaram a ser executadas, colocando os mecanismos de controle do Estado para esmiuçar e perseguir a vida pregressa de jornalistas e de empresários da comunicação.

O fisco daquele país e os órgãos de inteligência eram direcionados para espionar cada movimento desses profissionais, enquanto os ratos roíam as roupas da população desesperada. Empreendiam escutas telefônicas, seguiam os profissionais da comunicação pela cidade e, não raramente, se deixavam mostrar que estavam realizando todo esse trabalho sujo e que nada adiantaria procurar proteção contra essas invasões de intimidade.

Acuados, restavam aos jornalistas mais corajosos recorrerem às organizações internacionais de imprensa e às cortes estrangeiras para cessar essas ameaças à integridade de cada um. Tudo em vão. Não havia nada a fazer, a não ser protestar e ouvir do governo que essas ameaças simplesmente não existiam, sendo fruto da imaginação fértil daqueles que escreviam.

Passou-se a uma fase posterior mais aberta e descarada, em que as ameaças se convertiam em agressões físicas e ao patrimônio dos jornalistas. Na sequência, os poucos que ainda resistiam em nome da liberdade de imprensa perdida, mas não olvidada, as agressões se consumaram em prisões, desaparecimentos e mortes. Para dar um verniz natural para aquilo que nunca será natural e aceito, o governo facínora plantava, no meio da população, a narrativa de que aqueles que haviam sido presos, desaparecidos ou mesmo mortos em acidentes foram por escolha própria, porque ousaram difamar a pátria e seus mais altos valores.

A fim de criar um ambiente favorável às medidas duríssimas que impunha ao que restou de imprensa crítica, o governo venezuelano insuflava a população contra esses profissionais, mentindo e propagandeando que eles faziam parte de uma elite que planejava destruir o país e o governo popular. Aliás, a mentira é a palavra-chave, enxertos em textos alheios também funcionavam como cerceamento à liberdade de imprensa. Essas eram as estratégias mais viáveis, enquanto a corrupção continuava a passos gigantescos.

Esses dois ditadores, suspeitos de serem alguns dos maiores corruptos que a América do Sul já abrigou, incitavam a população inculta e fervorosa a atacar os jornalistas e qualquer órgão de imprensa que ousasse tecer comentários sobre a real situação do país, escondida de todos por longos discursos diários, repletos de ilusões e fantasias. A história conta que os déspotas roubavam, matavam e destruíam.

Jornais, canais de televisão e rádios independentes foram depredados, seus proprietários, presos ou exilados. Propriedades foram confiscadas. A imprensa livre, simplesmente, desapareceu do horizonte. Obviamente que todo esse roteiro de horror seguiu o receituário prescrito pelos milhares de consultores, importados de Cuba, que passaram a ensinar, aos novos tiranos do continente, os mecanismos para colocarem um fim na diversidade de opinião, tão nefasta àqueles que almejam a tirania de um Estado absoluto. Nada diferente do que já foi perpetrado contra outros povos, em outros tempos, e que resultaram no banho de sangue que se seguiu.

Já no Brasil, país sui generis, o corte abrupto da corrupção tem catalisado o ódio, a revanche e até facada. Até agora nada disso deu certo.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Curar a doença britânica com socialismo era como tentar curar leucemia com sanguessugas”.

Margaret Thatcher, ex-primeira ministra britânica

Margaret Thatcher. Foto: britannica.com

 

Lembranças

Maria do Barro foi secretária de Ação Social na década de 80. Uma mulher que marcou a vida de muita gente pela forma com que trabalhava. Quem precisava de tijolos ajudava a fazer as telhas. Se pedisse telhas a ela, era convidado a ajudar na horta comunitária. Todos se sentiam úteis, necessários e capazes. Descobrimos um vídeo simples, feito pelos que conviveram com essa mulher extraordinária. Assista o vídeo a seguir.

 

Da capital

Campus Party em Brasília será o centro brasileiro da primeira edição online. Dessa vez, o maior evento de tecnologia e conectividade terá mais de 30 países acompanhando virtualmente as atividades.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Mesmo depois do escândalo, mesmo depois do roubo, a Novacap ainda não instalou as câmaras frigorificas no Supermercado UV-2. (Publicado em 08/01/1962)

Clique aqui – Quebra a perna e vende a muleta

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Imagem: portal.fgv.br

 

Qualquer aluno de economia, no primeiro ano da faculdade, sabe muito bem que uma economia estatal, ancorada nas diretrizes burocráticas de um Estado de partido único, não guarda similitude alguma com economias liberais, onde a livre concorrência está na base da geração de riqueza desse tipo de mercado. O capitalismo do tipo comunista, é uma teoria que só poderia ter abrigo na mente erma de petistas e outros adeptos da esquerda esquizofrênica.

Nessa empreitada quixotesca entre o PT e o Partido Comunista Chinês, onde aquele país foi reconhecido como economia de mercado, o balanço, depois de dez anos de duração é, como não poderia deixar de ser, nitidamente favorável aos chineses e aos planos estratégicos de longo prazo daquele partido do outro lado do mundo. Como não seria diferente também, as normas de mercado, para que esse acordo “histórico” funcionasse minimamente bem, tiveram que sofrer um processo de reengenharia econômica para serem viabilizadas.

A aplicação das normas do comércio internacional estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) sofreu alguns “ajustes”, como no caso das medidas antidumping e de salvaguardas comerciais. Na prática, as regras da OMC não são e nunca foram plenamente acatadas pela China, sendo, tanto esse país quanto a Rússia, submetidos a um regime especial ou, em outras palavras, a um “jeitinho” pela OMC.

Já naquela época, não foram poucos os brasileiros, principalmente os empresários, que passaram a alardear e a implorar para que o governo tomasse sérias medidas para proteger o parque industrial nacional, claramente vulnerável às investidas brutais daquele novo parceiro arranjado pelo PT. Tomando apenas o aspecto para a formação de preços dos produtos fabricados por aquele país do Leste, o Brasil já saiu desse acordo no prejuízo. Questões simples como o valor da mão de obra, dos direitos trabalhistas entre outros componentes dessa matemática, como é o caso do respeito à propriedade intelectual, que na China são tratados como desprezíveis, o Brasil jamais poderia se situar em pé de igualdade comercial com o novo parceiro.

Naquele distante ano de 2011, as federações das indústrias de todo o País passaram a alertar, em vão, para o perigo desses acordos a um governo totalmente surdo e inebriado pelas possibilidades “estratégicas”, que vislumbrava com a nova parceria. Os empresários eram uníssonos em afirmar que esses acordos eram, notoriamente, uma decisão de cunho político e bem distante dos liames da economia nacional. Esse fato era também reconhecido publicamente pelo próprio presidente como uma vitória sua e de seu partido no poder.

Toda aquela história, de que o Brasil seria tratado pela China como país amigo e prioritário em destinos de investimentos, foi sendo modificada à medida em que aquele país avançava sobre a economia brasileira. Dentre as vantagens prometidas pela China para atrair o Brasil petista à sua área de atuação, figurava um possível apoio para que nosso país passasse a ocupar, definitivamente, um assento como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, uma obsessão do então presidente Lula, que sonhava também vir a ser o futuro secretário-geral daquela organização.

Tudo sonho de uma noite de verão. Um olhar rápido para o que se sucedeu, dez anos depois após esses acordos, dá uma noção do que ocorreu de fato com mais essa herança nefasta legada por Lula e seus asseclas. As previsões dos produtores nacionais se confirmaram com a rápida desindustrialização do parque nacional, com o fechamento de milhares de fábricas e a demissão de milhões de empregados. Em qualquer área da produção industrial que se mire, o fechamento de empresas e falências são fatos que não se discutem.

A inundação de produtos chineses de baixíssima qualidade e a preços irrisórios destruiu vários segmentos, não só na indústria como no comércio. Com o avanço das importações chinesas, a economia nacional poderá ter sofrido um recuo de décadas, tornando-se dependente de produtos que, no passado, fabricava com muita eficiência e qualidade. Empresas calçadistas, ramo no qual o Brasil era destaque mundial pela qualidade e originalidade, simplesmente desapareceram quase que por completo. O mesmo ocorreu com a indústria têxtil. Nesse sentido, vale o que dizem a respeito dessa parceria: primeiro, dizem os chineses, nós quebramos suas pernas, depois enviamos as muletas a preços módicos.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O perigo do socialismo nivelador e de todas as teorias simplistas resulta especialmente de que, sendo tais teorias deveras acessíveis à alma das multidões, estas se orientam facilmente as forças cegas e devastadoras do número.”

Gustave Le Bon, polímata francês

Gustave Le Bon (wikipedia.org)

 

Lembranças

Maria do Barro foi a secretária de Ação Social trazida pelo governador Roriz. Uma mulher que marcou a vida de muita gente pela forma com que trabalhava. Quem precisava de tijolos ajudava a fazer as telhas. Se pedisse telhas a ela, era convidado a ajudar na horta comunitária. Todos se sentiam úteis, necessários e capazes. Descobrimos um vídeo simples, feito pelos que conviveram com essa mulher extraordinária. Veja o vídeo a seguir.

 

Desespero

Luta que não para. A Atorvastatina Cálcica desapareceu das farmácias deixando pacientes com doença cardiovascular e níveis elevados de colesterol completamente desamparados. Nenhum laboratório oferece o medicamento. Morbidades são de alto risco e extremamente vulneráveis ao Covid-19. E agora?

Foto: reprodução da internet

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quando o governo fizer pulso forte, e se decidir a meter na cadeia quem deve estar preso, proibir atos de terrorismo, punir, enfim, severamente, esses perturbadores da madrugada deixarão de existir, ou, pelo menos, acovardar-se-ão dentro de sua insignificância. (Publicado em 08/01/1962)

Comunistas e capitalistas obesos com os doces do poder

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Foto: reprodução

 

Na América Latina, a história política e social de seus diversos povos, de uma maneira geral, sempre confundiu os pesquisadores, apresentando-lhes, em seu sequenciamento temporal, um enredo que se move entre o cotidiano brutal da população, com suas agruras e aflições, e a ficção de um realismo fantástico, onde os enredos passam a adquirir uma dimensão mágica, fazendo, de seus personagens, figuras que se movem entre a sombra e a luz, desprovidas de racionalidade e autocrítica.

Assim como o maior país do continente, o Brasil, a América Latina não é território para noviços e ingênuos. Toda essa complexa estrutura histórica ganha maior amplidão e incertezas, quando se tenta analisar o pêndulo do tempo ideológico, oscilando da esquerda para a direita e retornando ao ponto de origem.

No mundo atual, e mesmo no continente em questão, parece ser a vez do pêndulo se mover para a direita, arrastando, de volta, ideias como nacionalismo, patriotismo e outros valores conservadores, misturando fé e Estado, santificando uns políticos e lançando no fogo perpétuo os esquerdistas, mesmo aqueles mais inocentes.

São momentos transitórios na eterna sístole e diástole da história. Nesse sentido, falar em ideologias e outras nuances etéreas da política, numa região em que a maioria das pessoas está absorvida na tarefa de sobreviver no dia a dia, só possuem importância vital para os partidos e para suas respectivas lideranças, envoltas, todas elas, no afã de conquistar o poder e dele extrair o máximo de vantagens e bem-estar, enquanto o pêndulo está ao seu favor.

O povo, nesse oscilar, assim como na história, continua a ser um detalhe. O passado tem mostrado, de forma até cruel, que todos aqueles que foram guindados pelo voto da população ao altar do poder, uma vez instalados nessa posição, descartam e deixam de lado essa “porção de ninguém”, até que as próximas eleições se avizinhem.

No final do século XX, quando o pêndulo de boa parte da região apontava para o lado esquerdo, com a falsa promessa de redenção popular, através de reformas de base profundas, foi a vez de turno para arregimentar apoio popular para guindar esses novos revolucionários. De modo monótono e conforme o esperado, as reformas ficaram para as calêndulas e, mais uma vez, as chamadas “bases” foram postas de lado, enquanto as lideranças daquele momento banqueteavam, comendo inclusive a parte prometida que seria destinada ao populacho.

Assim, nada mais parecido com um banqueiro do que um Nicolas Maduro: gordo e enfadado com as mordomias, fumando seu charuto, em finos e caros restaurantes. Em nosso caso particular, quando se constata que até o mais precioso para a classe operária, conquistado com o suor diário do trabalho, foi rapinado com a mesma gula com que um urso se atira ao favo de mel, chega-se à conclusão, um tanto insólita, de que nada mais parecido com um capitalista do que um comunista instalado no poder.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A liberdade de expressão não protege você das consequências de dizer qualquer estupidez.”

Jim C. Hines, escritor

Charge do Duke

 

 

Fora da lei

No que sobrou dos pinheiros do Paranoá, apesar de a lei proibir queimadas, é o que acontece continuamente na região escolhida para a construção de novas moradas no Paranoá Parque. Nessa seca, os problemas respiratórios na região são comuns pela falta de urbanidade.

Foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press

 

 

Divulgação

Ontem foi o dia do Agricultor. Dados da Companhia de Desenvolvimento e Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) mostram que, de cada 4 produtores rurais do DF, 3 são agricultores familiares. A Emater-DF atende 11 mil produtores, dos quais 8,2 mil são familiares.

Foto: agronegociointerior.com.br

 

 

Leishmaniose

Se todos os moradores do DF resolvessem registrar os casos de leishmaniose em cães daria uma dimensão do problema que o DF atravessa nesse momento. Infelizmente, a notificação aos órgãos de saúde foi suspensa. O que poucos sabem é que os gambás também são considerados epidemiologicamente passíveis da doença se forem picados pelo mosquito palha.

 

 

Direito

Uma professora da Secretaria da Educação do DF conseguiu manter o cargo público com outras atribuições fora da sala de aula. Com depressão, será incluída em um programa de readaptação funcional. A decisão foi tomada pela 4ª Vara da Fazenda Pública do DF.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Veio, depois, o governo do sr. Jânio Quadros. Todo o mundo desconfiado, ninguém acreditava em ninguém. Ninguém sabia que rumo o Brasil tomaria, e os negócios foram ficando difíceis. E a Sousenge foi uma grande vítima dos sete meses do “professor”. (Publicado em 25/11/1961)