Desigualdade social II

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Charge do Leonardo (blog0news.blogspot)

 

Para aqueles leitores mais acostumados com as teorias de Max Weber, principalmente em sua obra mais conhecida – “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, na qual o estudioso dos fenômenos sociais enxergava a existência de povos moralmente superiores, infensos a questões como corrupção e mais propensos a seguirem as leis e a ajudarem no desenvolvimento de seus países, e que, em contraposição, via também existirem nações onde as questões morais e éticas eram simplesmente postas de lado, nota-se que essas ideias não batem com a realidade e já foram desmistificadas de vez.

O fato é que não existem povos propensos em encampar, como conceitos naturais, questões como a corrupção, apenas pelo fato de terem suas origens históricas distintas. Esse que seria uma espécie de racismo de cunho científico, muito propalado nos séculos passados, garantia que povos, que vivessem no atraso e em meio à corrupção, estivessem nessa condição por fatores e por determinismos históricos que os conduziriam para essa triste realidade. Portanto, dentro dessa visão preconceituosa, não haveria maneiras de desviá-los desse destino cruel, a não ser modificando-lhes a origem desde a nascente, o que seria uma tarefa verdadeiramente irrealizável.

De certa forma, essa classificação pseudocientífica teve no passado, e possui ainda hoje, adeptos em muitos lugares, inclusive no Brasil, onde alcançou grande repercussão. O jeitinho brasileiro, o país inzoneiro, o complexo de vira-lata, o homem cordial, o malando e outros epônimos, nos quais foram classificados os brasileiros ao longo do tempo, passam longe de explicar o fenômeno da corrupção endêmica e sistêmica que, por séculos, assola nosso país. Talvez, essas expressões tenham buscado entender, de modo resumido, a questão das disparidades de desenvolvimento entre as nações, mormente entre o Brasil e os Estados Unidos.

O fato é que, tanto lá quanto cá, os povos se assemelham quanto aos aspectos da ética ou da moral, não havendo diferenças essenciais capazes de explicar o grau de desenvolvimento de uma ou outra nação, vista pelo ângulo obtuso da raça e de sua formação histórica. Agora, observada o ponto de vista de igualdade de oportunidades oferecidas pelo Estado aos seus cidadãos, principalmente no esforço de diminuir os abismos das desigualdades sociais, é que se pode verificar as origens das disparidades entre um país e outro, principalmente quanto à questão da corrupção da máquina do Estado.

 

Enquanto, no Brasil, a desigualdade social pode ser encarada como o motor a mover as engrenagens da corrupção sistêmica, uma vez que afasta a população dos benefícios diretos do Estado elitista, em países desenvolvidos, essa é uma questão que não tem relevo maior para entender os possíveis casos de malversação dos recursos públicos.

Hoje, vai tomando cada vez mais consenso a tese de que a causa estrutural da corrupção advém da desigualdade social, principalmente quando se torna corrente a tendência do Estado em privilegiar determinados grupos, dentro e fora da máquina pública, em detrimento da própria população. No caso da corrupção, fica difícil dissociar onde começa a corrupção do Estado e de seus membros, nos Três Poderes, e onde termina essa ligação com a inciativa privada e a elite econômica.

Irmanados todos no mesmo objetivo de extrair o máximo de lucro dos cofres públicos, esses dois protagonistas unem esforços para agir à sombra, justamente, da desigualdade social tornada inerte. No avanço sem limites do Estado todo poderoso e de suas elites protegidas, sobre as populações exauridas economicamente e sem resistência, está o mais importante pilar a sustentar a corrupção secular. Qualquer outra análise séria perde sentido diante de uma realidade dessa magnitude.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Há duas maneiras de fazer política. Ou se vive ‘para’ a política ou se vive ‘da’ política. Nessa oposição não há nada de exclusivo. Muito ao contrário, em geral se fazem uma e outra coisa ao mesmo tempo, tanto idealmente quanto na prática.”

Max Weber, intelectual, jurista e economista alemão.

Max Weber.

 

Censura já

Provas, textos e vídeos para crianças de 4 a 12 anos como material escolar. É bom que os pais passem um pente fino. Enxertos, assim como os jabutis nas leis, são colocados da forma mais velada possível para que não haja censura. Educar é ter trabalho. Estar presente, saber dizer não e instruir cada assunto na sua hora. Pais preguiçosos não são capazes disto.

Foto: rachelchaves.com

 

Sofia Fala

Famílias com crianças com síndrome de Down (T21) têm livre acesso ao software inteligente de apoio à fala – Sofia Fala, financiado pelo CNPQ e desenvolvido nos laboratórios da USP de Ribeirão Preto. Mais informações a seguir.

 

Hackers
Leia, no link Olhar Digital, a matéria de Liliane Nakagawa que mostra que mais de 9 mil domínios do governo não usam criptografia https no Brasil. Inclusive o Portal da Transparência. Isso é ser reativo. Uma lástima!

Arte: reprodução da internet

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Uma solução parcial para o problema das invasões em Brasília seria a instituição, novamente, de acampamentos nas obras, hoje proibidos pela Novacap. A outra seria a destruição, pura e simplesmente. O regime de premiar os invasores com um lote, dar caminhão para transportar o barraco ajudar de custo, afora ser dispendioso demais, é aviltante, porque premia os que apossam do que não lhes pertence. (Publicado em 20/01/1962)

Desigualdade: o calcanhar de Aquiles do Brasil

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Foto: Cris Faga/Getty Images

 

Alçado recentemente para a posição de sexta maior economia do mundo, a frente inclusive do Reino Unido, o Brasil, por outros parâmetros, talvez até mais coerentes, ainda terá muito chão pela frente, caso almeje mesmo se colocar em pé de igualdade com a maioria dos países do primeiro mundo. A começar pelo princípio, elevando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de sua população. Nesse quesito, o Reino Unido ocupa a posição de número 28, em relação a 187 países avaliados, enquanto o Brasil está na 84ª posição.

Ainda no campo das ações primárias, quando a situação é a perda do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH, o Brasil despenca para a posição 102. Essa queda brusca de colocação deve-se em consideração também às distorções existentes em nosso país quanto aos quesitos educação, saúde e renda.

De acordo com o Relatório Global de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2019, apresentado agora pelo escritório nacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), intitulado “Além da renda, além das médias, além do hoje: desigualdades no desenvolvimento humano no século XXI”, o Brasil, apesar de alguns avanços com relação ao IDH, ainda permanece estacionado quanto a questão da desigualdade e a concentração de renda. Pelo estudo do PNUD, a fatia dos 10% mais ricos do Brasil concentra 41,9% da renda nacional. Sendo que o universo dos 1% mais ricos representa 28,3% da renda, o que equivale a segunda maior concentração de renda do mundo para essa parcela populacional, atrás apenas do Qatar com 29%.

No entanto, o Relatório do PNUD aponta para outras variáveis também fundamentais para entender o processo atual e mais focado que avalia essas novas desigualdades. “Embora muitos concordem que a desigualdade é extremamente importante, o consenso sobre seu motivo e o que fazer a seu respeito é menor. Precisamos aprimorar os cálculos para melhor descrever o que é a desigualdade, e para ter uma compreensão mais profunda de como ela mudará devido às transformações econômicas, sociais e ambientais que estão em desdobramento em todo o mundo. Só assim, poderemos conceber as opções políticas que possam efetivamente enfrentá-la” diz o documento.

Um dos pontos defendidos pelo Relatório diz respeito à promoção de políticas para o desenvolvimento na primeira infância, consideradas de fundamental importância para garantir o que chamam de condições de partida, logo nos primeiros anos de vida dos brasileiros. Para tanto, o documento ressalta a importância de o país vir a adotar uma política abrangente com diretrizes, ferramentas e padrões nacionais, envolvendo os principais atores desse processo que são os pais, famílias e instituições educacionais na tomada de decisões.

Essas condições de partida podem determinar desigualdades num futuro próximo para as novas gerações. Essas políticas de combate às desigualdades devem se estender muito além da renda, indo na direção de intervenções ao longo da vida, em esferas como saúde e educação, de forma a aumentar as capacidades avançadas trazidas pelas novas tecnologias. Nesse sentido, é preciso atenção aos “desafios da mudança do clima e das transformações tecnológicas, duas forças que moldarão o desenvolvimento humano no próximo século”.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, a internet, foi que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto. ”

Millôr Fernandes, pensante brasileiro

Foto: Daniela Dacorso/Bravo (exame.abril.com)

 

 

Novidade

Sancionada a lei do deputado Leandro Grass que obriga todos os estabelecimentos comerciais a disporem, nos banheiros masculinos e femininos, local para a troca de fradas. Caso não seja possível, um local paralelo e independente dos banheiros deverá ser construído para esse fim. Será responsabilidade da administração manter a higiene e privacidade do ambiente.

Cartaz: perfil oficial do Governo do Distrito Federal no Instagram

 

 

Chance

Hoje começam as negociações com os devedores da CAIXA. O ‘Caminhão Você no Azul’ vai atender até o dia 13. Já está estacionado no Setor Comercial Sul, Quadra 1, próximo à entrada da Galeria dos Estados, das 9h às 19h. De 16 a 20 de dezembro, na Praça do Relógio em Taguatinga.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

 

Matemática

Bem que a Justiça Volante poderia estacionar a van perto dos buracos de diversos pontos do DF. Rodas quebradas, pneus furados, suspensões afetadas são unicamente responsabilidade do governo. Asfaltos melhores não custam mais caro se durarem durante o período de chuva.

Foto: Divulgação

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O outro recado é para o senador Argemiro Figueiredo: Não apareça por lá, senador, tão cedo! As suas emendas foram um desastre. E mais: o povo não sabe nem do que se trata, mas é bom não aparecer, nem para explicar. (Publicado em 12/12/1961)

Tecido social rasgado

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Foto: istoe.com.br

 

Aprender com as experiências e com os exemplos históricos de outros povos, em muitos casos, tem sido um bom remédio para países que assim evitaram o cometimento dos mesmos erros, induzidos pelas mesmas causas. São muitos os exemplos preciosos legados que tem servido para poupar esforços inúteis ou mesmo para evitar a perda de vidas e o colapso de muitas nações.

Lições vindas de tempos e lugares distintos, ensinam que a base e a manutenção de uma nação coesa, contra as adversidades e a desagregação estão tanto na sua riqueza imaterial, no caso a cultura comum, como em outros fatores, tal como o sentimento de pertencer e de ter sua origem e a de seus ancestrais num determinado lugar, onde principalmente possa ser aceito como “cidadão” de posse de direitos inalienáveis, garantidos em lei. É justamente esse conjunto de vínculos afetivos e culturais que formam a União. Mesmo num mundo globalizado, onde muitos países vão se fundido em blocos homogêneos, o sentido de raízes e ancestralidade não se perde com facilidade. Para uma nação, relativamente nova como a nossa, formada há pouco mais de cinco séculos, resultado da miscigenação entre três povos de três continentes distintos e que, para muitos estudiosos no assunto, ainda está em pleno processo de formação, custa a crer que, num espaço de tempo tão curto, já possa apresentar sinais preocupantes de desagregação de seu tecido social. Para muitos, trata-se de um fenômeno decorrente da enorme e histórica desigualdade social que, segundo pesquisas demonstram, vem se recrudescendo nas últimas décadas.

O Brasil hoje ocupa um dos primeiros lugares no ranking internacional de desigualdade, com 30% da renda nacional concentrada em mãos de apenas 1% da população.  Para outros, esse fenômeno precoce de esgarçamento do tecido social, onde os indicadores de violência oficiais registraram 64 mil homicídios em 2018, foi amplamente catalisado pela inoperância do Estado em lidar, de forma justa e efetiva, com principais problemas nacionais, como saúde, segurança, educação, entre outras providências necessárias.

Na avaliação de analistas, esse processo de secessão social vem sendo impulsionado ainda por fatores como os antagonismos políticos e a crença de que a superação desses problemas só se realizará com a destruição das forças oligarcas.

Também há os que creem que a interrupção desse processo de desagregação social só poderá ocorrer com o fim de todos os privilégios, o que corresponde também ao fim da corrupção, com o combate, sem tréguas, contra todas as formas de crimes, a começar pelo crime do colarinho branco, que desvia recursos preciosos que poderiam servir para, ao menos, remendar nosso tecido social.

 

A frase que foi pronunciada:

“Mas o tempo, o tempo caleja a sensibilidade.”

Machado de Assis, escritor brasileiro

Foto: escritas.org

 

 

Câmara

Para a oposição que acusava o governo de comprar votos para a reforma da Previdência, a assessoria do deputado Alexandre elencou todas as manchetes de jornais que estampavam compra de votos contra o impeachment da ex-presidenta do Brasil.

Foto: reprodução/IstoÉ

 

 

Nova palavra

A overdose de vaidade da deputada Joice Hasselmann não ofusca a sua coerência. Esse foi o resultado de uma conversa no café da Câmara sobre a amarelidade do vestido da parlamentar.

Foto: Marcos Corrêa/PR (Último Segundo – iG)

 

 

Fim de festa

Não convence mais nenhuma gota homeopática pingada pelo Intercept. Já está virando piada. Hora de colocar a viola no saco.

Foto: odivergente.com.br

 

 

Passado e futuro

Hoje começa a temporada do clássico Os Saltimbancos, com a direção de Hugo Rodas. De 5ª a domingo, sempre às 16h. Até 4 de agosto, no CCBB.

Cartaz: culturabancodobrasil.com

 

 

Elisa

Veja a seguir o trabalho da escultora mineira Elisa Pena.

 

 

Melhorias

Enfim, o guard rail em um dos lados da barragem do Paranoá.

Foto: der.df.gov.br

 

 

Curiosidade

Carlos Fernando de Moura Delphim, paisagista e arquiteto, tempos atrás, encaminhou ao então presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, um documento em que pedia o tombamento do céu de Brasília como Paisagem Cultural Brasileira.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O fato de se combater comunismo falando mal da União Soviética, ou botando Cecils Borés nos calcanhares dos outros, é fazer o que faz o almirante Pena Botto: estimular o desenvolvimento do comunismo. (Publicado em 24/11/1961)

Vista de cima, nossa pobreza é africana

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Foto: spotniks.com

 

De acordo com economistas que estudam o problema endêmico da pobreza no Brasil, suas causas e consequências, bem como as estratégias capazes de livrar nosso país dessa chaga social e econômica, quaisquer que sejam as fórmulas que venham a ser adotadas para tirar boa parte da nossa população dessa condição, terá que principiar pelo rompimento do círculo fechado em que esse fenômeno se insere.

De acordo com esses estudos um país ou região é pobre porque há falta de capital; falta capital porque há baixa capacidade de poupança ou acumulação de riqueza; há baixa capacidade de poupança porque há baixa renda; há baixa renda porque há baixa produtividade e há baixa produtividade porque há falta de capital. Obviamente que, dentro desse círculo vicioso, existem outros subfatores que induzem o fenômeno da pobreza, fazendo com que esse rompimento seja ainda mais complicado.

Dentre eles, podem ser citados o fenômeno, também endêmico, da corrupção e de sua coirmã, a concentração acentuada de renda em mãos de poucos brasileiros, o que faz de nosso país um dos campeões mundiais da desigualdade.

Uma imagem que tem circulado muito pelas redes sociais e que mostra, de forma didática e bem resumida, o que é a pobreza, a corrupção e a concentração absurda de renda em um só enquadramento, apresenta uma tomada aérea da super mansão do ditador, José Eduardo dos Santos, o segundo homem mais rico daquele continente e que está no poder em Angola há exatos quarenta anos. Aparecem na mesma cena, além da imensa propriedade, ocupando vasta área verde com diversas instalações, uma infinidade de barracos e outras construções, formando um conjunto extenso de favelas precaríssimas que cercam os quatro lados dessa nababesca construção.

Note-se que nesse país a Odebrecht, graças à interferência pessoal do ex-presidente Lula, vem fazendo festa há mais de uma década, usando os mesmos métodos empregados por aqui. Nesse país cuja a população vive em extrema pobreza, o Brasil, graças também à atuação petista, chegou a “investir” mais de R$ 14 bilhões num espaço de tempo de pouco menos que oito anos. Claro que essa montanha de dinheiro não foi canalizada para minorar os problemas sociais e econômicos daquela gente, indo, sim, parar diretamente nos bolsos dos poderosos daqui e de além mar.

Quadros como esses também podem ser captados aqui no Brasil. Como aquela foto tirada em Angola, um país também ex-colônia portuguesa e como tal, herdeiro desses mesmos vícios históricos, sintetiza o mecanismo que faz com que o fenômeno da pobreza possui causas estruturantes complexas, longevas e absolutamente injustas.

Também em nosso país a concentração acentuada de renda entra também no cálculo da pobreza, o que piora de forma desumana esses índices. Quem chega de avião à maioria das grandes capitais brasileiras também pode ter essa visão do imenso desnível social e econômico experimentado por nossa gente. O Rio de Janeiro, que por muitos anos foi a capital do país e a mais rica de todas as unidades da federação, apresenta ao visitante que chega pelo ar um panorama claro de uma cidade que vai, aos poucos, sendo engolida pela expansão das favelas, ou seja, pelo aumento da desigualdade, pela concentração de renda e pela corrupção.

Também Brasília, idealizada para ser a moderna capital dos brasileiros, apresenta aos que chegam de avião a mesma e triste cena da expansão das favelas sobre a cidade, repetindo o mesmo fenômeno presente em todas as metrópoles brasileiras.

Com isso, é possível constatar que a totalidade das cidades de nosso país vistas do ar pouco se diferem da réplica cruel que mostra a realidade hoje em Angola. Vistos de cima, somos o que somos e nenhum índice oficial, por mais engenhoso que seja, é capaz de camuflar o que os olhos veem.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando uma pessoa pobre morre de fome, isso não aconteceu porque Deus não cuidou dela. Isso aconteceu porque nem você nem eu queríamos dar a essa pessoa o que ela precisava ”.

Madre Teresa de Calcutá

Madre Teresa, após receber o Prêmio Nobel da Paz, em Oslo, a 12 de dezembro de 1979. (padrepauloricardo.org/blog)

 

Realidade

Comentário no cafezinho da Câmara. Um admirador do ministro Guedes fez as contas dizendo que até nisso a oposição falha. O primeiro dia de governo só começa quando o Congresso está pronto para votar. Por isso, Bolsonaro e equipe não fizeram 100 dias de trabalho ainda. Mas já chegaram prontos, com projetos importantes finalizados que só dependem dos representantes do povo.

 

Passa rápido

Falando em tempo, amanhã faz um ano que o presidente Lula está preso.

 

Avianca

Imagine estar sentado em um avião e receber a notícia de que não poderá voar nele porque o transporte foi penhorado. De uma coisa nenhum brasileiro tem o direito de reclamar: nós somos um país totalmente sui generis.

Foto: Breno Fortes/CB/D.A Press

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O sr. Guilherme Machado castigou firme quando se referiu ao Tribunal de Contas da União: “É um órgão anacrônico, responsável pela aprovação de mais de cem mil processos por ano, e incapaz de dar conta de todos eles, em tempo hábil e regulamentar”. (Publicado em 17.11.1961)

Desigualdades e instabilidade

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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Tirinha do Paulo
Tirinha do Paulo

         Ao escolhido nas urnas para se sentar na cadeira de presidente da República, a partir de janeiro de 2019, caberá, entre outros sérios problemas, resolver um conjunto complexo de questões decorrentes da desigualdade social, bem como as consequências nocivas para todos e para o país desse desequilíbrio persistente e crescente em nossa pirâmide de classes.

         Por qualquer ângulo que se examine a questão, é fato inconteste que o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do planeta, com altíssima concentração de renda no patamar superior. Em dados numéricos é possível observar, segundo novos estudos, que apenas 1% da sociedade concentra 28% da renda nacional. E esse é apenas um dado referente ao desnível social com base exclusivo na renda.

         Outro aspecto dessa desigualdade histórica, e que marca negativamente nosso país em relação às nações mais desenvolvidas, é quanto aos desequilíbrios verificados também no nível de escolaridade entre as classes mais favorecidas e o restante da população distribuída na base inferior da pirâmide. Em comum, essas desproporções, caso não venham a ser corrigidas a tempo, apontam para um futuro sombrio para o Brasil.

         Ao alimentar um problema dessa magnitude, por detrás dessa discrepância que cresce a cada ano, em todas as suas variantes, está presente o fenômeno da corrupção. Aceito por todos os analistas que tratam do assunto como um fenômeno endêmico, os esquemas de corrupção, seguramente, têm contribuído, sobremaneira, para o aumento das desigualdades no Brasil.

      Ao privilegiar certos grupos, geralmente os dirigentes do Estado, a corrupção fere o interesse público e a economia geral, desviando recursos preciosos que poderiam ser investidos no combate às desigualdades. É consenso que o aumento das distâncias entre classes sociais no Brasil, quer por concentração de renda, níveis de escolaridade e outros fatores, haverão de chegar à um ponto tal de descalabro e ebulição, que não se descarta a possibilidade de um ambiente de conflagração generalizada, com sérios riscos para a paz interna, para a democracia e para a estabilidade do país.

         Segundo o professor de História e de Relações Internacionais, do Instituto Federal de Sergipe, Rafael Araújo, “a longo prazo, esse cenário poderá levar à barbárie, pois não há sistema político e econômico que se sustente com um número tão grande de indivíduos totalmente à margem a sociedade”. Também o neurocientista português António Damásio, na obra “ A estranha Ordem das Coisas”, chama a atenção para o fato de que é necessário “educar massivamente as pessoas para que aceitem os outros” porque, no seu entender, “se não houver educação massiva, os seres humanos vão matar-se uns aos outros.” Somente pela educação, diz, é possível perceber nossos instintos mais básicos, como o de sobrevivência.

        Entregues à própria sorte e à mercê de circunstâncias sempre desfavoráveis, não será surpresa que, qualquer hora, milhões de brasileiros despossuídos até de sua dignidade, não venham a entornar o caldo secular das injustiças. O aumento da violência e de assassinatos – mais de sessenta mil a cada ano – já é um prenúncio desse tempo que se avizinha.

A frase que foi pronunciada:

“Os Governos devem estabelecer, como objetivo, assegurar a liberdade e a justiça, a educação e a saúde, criar igualdade de oportunidades, mobilidade social, reduzir ao mínimo a corrupção, mas não se imiscuir em temas como a felicidade, a vocação, o amor, a salvação e as crenças, que pertencem à esfera privada e nos quais se manifesta a feliz diversidade humana. Esta deve ser respeitada, porque toda tentativa de regulamentá-la sempre foi fonte de infortúnio e frustração…”

Mário Vargas Llosa

Charge do Lute
Charge do Lute

Susto

Nosso leitor Romano, de Sobradinho, conta que os moradores do lar São José e do Bezerra de Menezes estavam apavorados com a proximidade do acampamento dos Sem-Terra. Fogos, barulho, bagunça, mas, ao final, os idosos não passaram por maiores problemas, como a quebradeira esperada.

 

Foto: Francisco Nero/Jornal de Brasília
Foto: Francisco Nero/Jornal de Brasília

MP

Outra observação do Sr. Romano foi uma sugestão para pesquisa. Quantas pessoas do MST receberam terras e o que fizeram com elas. Na opinião do leitor, vai haver mais ilegalidades que o programa Minha Casa, Minha Vida.

Solução

Acidentes de caminhões que não cabem debaixo de pontes é comum por absoluta falta de criatividade. Em Melbourne, depois de muitos acidentes, a criatividade resolveu o problema. Antes que o caminhão passe por baixo da ponte, pequenos canos pendurados batem no veículo se ele estiver com a altura fora do padrão.

Veja mais em: www.heraldsun.com.au

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Era uma desorganização geral, nenhum planejamento, e a viagem, ida e volta, foi realizada entre conversinhas e intrigas, por falta de alguém, que deveria ser o sr. Ryff, para comandar os jornalistas. (Publicado em 27.10.1961)