Correios, sempre no plural

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

             Se existe hoje no Brasil uma empresa pública que, com toda a certeza, poderíamos afirmar que está pronta para reassumir seu papel no bilionário mundo da distribuição de encomendas, essa empresa são os Correios. Trata-se de uma instituição que se confunde com a história do Brasil. Em 1663 era o Correio-Mor das Cartas do Mar. Como Correios e Telégrafos, a empresa foi criada em 1979.

            Há um ano, é presidida pelo General Floriano Peixoto Vieira Neto, que tem a expertise de quem comandou 15 mil militares no Haiti, durante o terremoto de 2010, conseguindo consolidar as lideranças daquele país, na maior tragédia dos últimos tempos. General Floriano tem 43 anos de serviço prestado à Nação, pelo Exército Brasileiro. “Os militares, desde a formação são imersos em administração de recursos humanos, materiais e financeiros. Administração Pública é justamente o que se faz ao longo da vida e carreira militar”, explica o general Floriano. A missão de comandar os Correios também tem sido um desafio enorme.

            Apenas como ilustração, em 1969, a situação financeira dos Correios era delicada, o que obrigou os militares que, na ocasião, comandavam o país, a levar os princípios  positivistas e lógicos de gestão para dentro da companhia. Em poucos anos, a então Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos recuperaria o antigo brilho e poderia renascer das cinzas para se firmar como a mais competente e lucrativa empresa pública.

            Atualmente, 50 anos depois da primeira recuperação, a nova retomada da situação financeira dos Correios chegou ao reequilíbrio. Membros da Diretoria, do quadro de funcionários, os superintendentes em todas as capitais trabalham e asseguram uma sintonia com as diretrizes da empresa. São parte importante dos esforços para alcançar os objetivos traçados pelo presidente Bolsonaro. “Os desafios continuam. O maior desafio em tempos de pandemia é prestar um bom serviço à população. No caráter de essencialidade dos Correios, é fundamental buscar a qualidade dos serviços para que a empresa seja sempre confiável e respeitável”, diz o presidente dos Correios antes de explicar sobre os três pilares que sustentam o presente e futuro da empresa.

            Em primeiro lugar, a governança mais organizada; em segundo, a eficiência operacional e logística avançada, mais moderna e tecnologicamente mais capaz. A criação de novos produtos, como o balcão do cidadão, em que é possível a retirada da carteira de identidade, a renovação da CNH; os Correios Farm – entrega de fármaco-; as entregas no mesmo dia; os lockers, que são armários dos clientes onde produtos e correspondências são deixados.

Outros pontos importantes frisados pelo general Floriano Peixoto são a otimização da rede de distribuição, melhor ajuste da malha geográfica da circulação, gerenciamento de rotas, reduzindo o trajetos de veículos, o que traz economia com a frota, a adoção do conceito de intermodalidade, com a inauguração da cabotagem a partir de Santos, usando navios da costa brasileira para entregar, também, produtos pelos Correios, além da redução de gastos e da  revisão das linhas, com a utilização de porões de aviões de carreira.

O terceiro pilar é a sustentabilidade financeira mais fortalecidaNas empresas do conglomerado, a Correios Par foi liquidada no início do ano. Foi a primeira empresa do governo a ser extinta, recuperando 25 milhões para os Correios. Quanto ao Postalis, o fundo de pensão dos carteiros, foi celebrado um termo de ajuste e conduta. O fim da intervenção foi no ano passado, com a aprovação de um novo Estatuto. A Postal Saúde também passou por uma reavaliação nos convênios médicos. Todas essas iniciativas otimizaram a empresa com mais eficiência e racionalização financeira, o que resultou em uma melhor prestação de serviços aos empregados, explica o general Floriano.

            Com o isolamento social imposto pela pandemia do Covid-19, boa parte do comércio físico das lojas migrou para a internet e há enorme chance de que essa nova modalidade de compras virtuais tenha vindo para ficar. E é aí que entram os Correios, uma empresa presente em cada um dos 5.750 municípios do Brasil, com 28 superintendências estaduais. Em números, os Correios impressionam. São mais de 100 mil funcionários, 54 mil carteiros e uma frota logística capaz de fazer páreo com as mais sofisticadas empresas do ramo.  São mais de 9,6 mil caixas de coletas; 6,3 mil agências próprias; 4,3 mil agências comunitárias; 995 agências franqueadas; 939 centros de distribuição; 342 postos de vendas de produtos; 127 agências comerciais permissionárias; 115 centros de entregas de encomendas e 18 agências filatélicas. Participação efetiva dos Correios, em tempos pandêmicos, é o transporte de material biológico entre Centros de Pesquisas de vacinas. Durante a pandemia, com o aumento da demanda por volta de 30% dos serviços dos Correios, houve também a preocupação com a saúde dos funcionários, que receberam todas as orientações, materiais e atendimentos necessários para trabalhar em segurança.

            Poucos sabem das parcerias entre os Correios e o Ministério da Cidadania – no cadastramento para o auxílio emergencial em todas as agências. Também com a AGU, a CGU, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Receita Federal, o Congresso Nacional e a Procuradoria Geral. Apoio a iniciativas do governo de grande envergadura como o ENEM e o FNDE.

            Não é por outra razão que, mesmo estando na lista do programa de desestatização do governo, não tem sido fácil seguir com esse processo, devido, justamente, ao potencial estratégico representado por essa empresa, num momento em que o Brasil e o mundo se veem rendidos e paralisados com um isolamento que obrigou bilhões de indivíduos a permanecerem retidos em casa. O advento da internet, ao praticamente aniquilar o tradicional serviço de envio de cartas e telegramas, mais uma vez, impôs um revés à empresa, dificultando-lhe, provisoriamente, os caminhos com o aumento da demanda. Mesmo em tempos de crise, os Correios são comparados com as melhores empresas do ramo em diversas partes do mundo. Patamar de modernidade muito grande e logística eficiente são necessários para oferecer soluções que aproximem as pessoas enaltecendo a vocação social.

            O general Floriano explica que a labuta continua para contribuir com o esforço do presidente Bolsonaro de tornar esse país cada vez melhor. Alinhamento e comprometimento por uma gestão vitoriosa. Algumas conquistas em um ano de gestão foram cumprir a missão dada pelo presidente Bolsonaro em assegurar a sustentabilidade financeira da empresa e recuperar a empresa, com uma gestão eficiente e eficaz. General Floriano Peixoto sempre compartilha as conquistas com a equipe dos Correios.

            Sobre a desestatização, e não privatização, o general Floriano explica que os Correios são objeto de estudo. A missão nesse contexto é fortalecer a empresa. Em julho, começam os estudos capitaneados pelo BNDES e pela consultoria Líder, que devem se estender até o final de 2021, quando deverão divulgar a definição de modelo para os Correios.

            Por fim, o general Floriano Peixoto resume o trabalho e expectativas. “A diretoria que assumiu em junho de 2019 mantém o foco no fortalecimento financeiro da empresa alinhado com os estudos que se iniciarão agora sobre a desestatização. O momento em que vivemos é de elevada sensibilidade, dada a pandemia, e o foco é, além da preservação da força de trabalho, assegurar a prestação de serviços dentro do caráter essencial definido. Há bastante esforço para apresentar novos negócios aos clientes e parceiros dentro de um perfil de modernidade trazido pela comunicação digital tanto em âmbito nacional quanto internacional.”

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Cabe aos moradores das quadras, que estão sendo gramadas, zelar pelo seu jardim, defender a conservação na paisagem e educar seus filhos para que não destrua a plantação. (Publicado em 11/01/1962)