Felicidade se aprende na escola?

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil;

colunadoaricunha@gmail.com;

Foto: noticias.unb.br
Foto: noticias.unb.br

      Aproximadamente um quarto de vida de uma pessoa que cursou do primeiro ano do ensino básico à universidade, incluído aí os cursos de mestrado, doutorado e outros pós, é passado dentro de um estabelecimento de educação. Com base apenas nesse dado, dá para imaginar que todo esse valioso tempo dispensado na gradual obtenção de conhecimento e especialização em determinada área resultará, naturalmente, na colocação desse indivíduo no topo da pirâmide social e econômica de um país.

           Pelo menos é o que acontece na maioria dos países que têm, na educação de seus cidadãos, a base principal de suas políticas públicas. No Brasil, do realismo fantástico, tudo é relativo quando se fala em políticas públicas, sobretudo quando dizem respeito à educação.

       É certo que mesmo em países desenvolvidos a questão da eficiência do ensino não é um assunto fechado, indiferente às mudanças sociais. É preciso reconhecer que a Pedagogia e a Didática e todas as disciplinas voltadas para o aperfeiçoamento e transmissão do ensino não são ciências estanques. Torna-se necessário assim, como outros conhecimentos, que se adaptem às mudanças sociais e aos novos requisitos da nação.

         No caso específico do Brasil, onde faltam médicos, sanitaristas, pesquisadores e outros profissionais de saúde voltados ao nosso secular problema de “muita saúva e pouca saúde”, faz-se fundamental que as universidades preparem, bem e em bom número, técnicos capacitados para tirar o país desse flagelo básico.

        O mesmo ocorre em outras áreas do conhecimento. Um dado fundamental nessa questão é pelo que se toma hoje como sendo o referencial básico que determina se um país é rico ou não. Atualmente, já se tem como consenso que país rico é aquele em que seu povo tem educação de qualidade. Na era das altas tecnologias e do conhecimento, de nada adianta à um país ter jazidas de petróleo ou outros minerais estratégicos, se sua população vive amarrada na ignorância.

      O caso de países como a Venezuela exemplifica bem esse conceito e serve também para o Brasil, eterno exportador de matérias-primas e produtos primários com populações inteiras vivendo na linha da pobreza.

          O que torna essa visão mais incisiva é o fato de que todos os países à margem do desenvolvimento e na periferia do mundo civilizado, todos eles, têm em comum o fato de não possuírem bom sistema de educação. Praticamente nenhuma universidade ou centro de pesquisa relevante está localizada em países na categoria de subdesenvolvido.

         Celeiro do mundo, autossuficiente em petróleo e outros rankings econômicos restritos, não tiveram o condão de elevar o Brasil (e a própria Venezuela) à categoria de país desenvolvido. Nem terão em futuro algum. Dessa forma, soa anacrônico, para dizer o mínimo, que nossas universidades públicas, abastecidas com recursos extraídos compulsoriamente dos cidadãos, inclusive daqueles que jamais irão cursar o ensino superior, canalizem seus esforços e recursos na criação de cursos como o “Golpe de 2016 e o futuro da democracia, ou mesmo o curso abordando o “Estudo Vivencial da Felicidade”, que terá início no segundo semestre na Universidade de Brasília, campus do Gama.

       Levassem seus alunos para um tour em regiões do entorno de Brasília, como por exemplo no Sol Nascente, considerada hoje uma das maiores favelas da América Latina, a UnB poderia apresentar, in loco, e sem maiores despesas, as nuances que fazem do tema felicidade uma questão muito relativa, num país também muito relativo.

A frase que foi pronunciada:

“Pesquisas sugerem que 40% da felicidade das pessoas vêm das escolhas que fazem.”

Matthew Solan, da Escola Médica de Harvard.

Tirinha: clevertoncaricaturas.blogspot.com
Tirinha: clevertoncaricaturas.blogspot.com

Imagem e ação

Na votação do Prêmio Congresso em Foco, a senadora gaúcha, Ana Amélia, assumiu a liderança na categoria especial “Destaque na Redução das Desigualdades Sociais”.

Foto: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Foto: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.

Novidade

Uma pane na central telefônica da Emater não é problema para os alunos desejarem cursar novas turmas oferecidas pela empresa. No dia 3 de agosto, começam as aulas com a nutricionista Danielle Amaral sobre fabricação de produtos sem glúten e sem lactose. No dia 10 do mesmo mês, Flávio Bonesso, técnico em agroindústria da Emater-DF, vai ensinar a desossar frangos. Mais detalhes pelo celular 9-8525-5981.

Link para mais informações: Cursos Emater para o mês de agosto.

Reprodução humana

Oitocentos especialistas em reprodução humana, inclusive de outras dezenas de países, vão se reunir em Brasília no 22º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida. A solenidade de abertura acontece às 18h30, no Centro Internacional de Convenções. O Congresso acontecerá entre os dias 1 e 4 de agosto e é promovido pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Dr. Ayres Britto palestrará sobre o “Status jurídico do embrião”, abordando os aspectos éticos e legais do assunto. O endereço do CICB é SCES Trecho 2, Conjunto 63, Lote 50.

Imagem: sbracongressos.com.br/
Imagem: sbracongressos.com.br

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Isto tudo depende, entretanto, do acordo a ser feito com os “cartolas” dos clubes de futebol. (Publicado em 26.10.1961)

Depressão, o mal do século XXI

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

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Imagem: zenklub.com.br
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          Considerado pela Organização Mundial de Saúde como o país mais deprimido de toda a América Latina, o Brasil ocupa também o 5º lugar no ranking mundial. Não é pouca coisa. Ao todo, são mais de 11 milhões de brasileiros que sofrem com os sintomas da depressão, isso contando apenas com os números registrados oficialmente nos centros de saúde.

              Segundo a OMS até 2020 a depressão será o transtorno mental afetivo mais incapacitante em todo o planeta, podendo atingir mais de 320 milhões de pessoas em todo o mundo, ou 4,4% da população da Terra. Nesse ranking assustador, o Distrito Federal aparece com 6,2% das pessoas, com mais de 18 anos, diagnosticadas com esse distúrbio. São números que mostram a capital nos primeiros lugares quando o assunto é depressão.

             As causas internas da doença, assim como os fatores externos, são difusos e ainda pouco compreendidos. O que se sabe, é que há uma maior prevalência desse distúrbio na faixa etária compreendida entre 55 e 74 anos, apesar de os pesquisadores detectarem esse mal em todas as faixas etárias da população. Estudos ainda inconclusivos mostram que fatores como a pobreza, desemprego, morte de pessoas queridas, rupturas de relacionamentos, doenças, uso de álcool e de drogas induzem o aparecimento e a instalação progressiva e lenta de quadros de depressão.

         Em tempos de lava Jato e de tantos noticiários de escândalos envolvendo as classes dirigentes, com um contingente de mais de 14 milhões de desempregados, com o aumento dos casos de violência, com a deterioração nos serviços de saúde pública, de educação e de seguridade social e outros fatores extremamente negativos, como a falta de perspectivas, não surpreende que os brasileiros e os brasilienses, em especial, venham apresentado quadros crescentes de depressão.

         Nesse sentido, movimentos que vêm pregando a liberalização do consumo de drogas, mesmo vindos de autoridades, encontra nesse quadro apresentado pela OMS um potente opositor. Para os estudiosos do problema, a liberação no consumo de drogas, como elemento de contenção do tráfico e da violência decorrente, poderá elevar, em muito, o número de brasileiros com quadros de depressão, aumentando também os casos de esquizofrenia, outra enfermidade mental até mais danosa.

              Outro fator externo, que também tem chamado a atenção dos pesquisadores, é que o aumento populacional, a escassez de alimentos e água já são hoje fatores a se contar no aumento dos casos de depressão. As grandes migrações em âmbito mundial, desestruturando países, o aumento dos conflitos mundiais e mesmo as rápidas mudanças climáticas, também concorrem para o aumento no número de pessoas com depressão.

         Curioso notar que essas catástrofes mundiais não afetam com depressão apenas as pessoas diretamente envolvidas nessas questões, mas chegam a atingir indivíduos distantes milhares de quilômetros desses casos. Fatores como a informação instantânea, vinculada pelas redes sociais a todo o momento, fazem do cidadão, em qualquer lugar do planeta, parte integrante da grande humanidade que sofre de depressão nesse início do século XXI.

 A frase que foi pronunciada:

“Cada pessoa é um abismo. Dá vertigem olhar dentro delas.”

Sigmund Freud

Ilustração: criatives.com.br
Ilustração: criatives.com.br

Estudos

Reclamações da falta de clareza nos conteúdos constantes na Base Nacional Comum Curricular de ensino médio levaram o Ministério da Educação a detalhar o documento. O ministro Rossieli Soares da Silva acompanha a equipe nesse trabalho.

Ilustração: pperocinhacederj.blogspot.com/
Ilustração: pperocinhacederj.blogspot.com/

Maquiagem

Por falar em educação, o GDF precisa rever os objetivos do EJA. Alunos agregam muito pouco depois de 5 anos de estudos. Apesar dos bons professores, a falta de base educacional prejudica o progresso. A forma estapafúrdia de aprovação é uma maquiagem nesse quadro negro.

Os normais

Enquanto a juíza de direito Tereza Cristina Cota, de Varginha/MG, garantiu a troca de nome da Jennifer para Natan, uma mulher que queria substituir o sobrenome Pinto por Pereira, que também é um nome paterno, teve o pedido negado. O desembargador João Batista Vilhena entendeu que a ordem íntima no caso não justifica a mudança.

Jornada

Senador Cristovam e equipe não estão de recesso no Senado. Pelo contrário. Com a agenda cheia, o senador aproveita a temporada para receber visitantes e articular a campanha.

Foto: senado.leg.br
Foto: senado.leg.br

Opinião diferente

“A saúde não é mercadoria. Vida não é negócio. Dignidade não é lucro. Direitos conquistados não podem ser retrocedidos sequer instabilizados.” E prejuízo é dignidade? Como os empresários vão garantir mais empregos e mais investimentos sem lucro. Aí sim não criarão um ambiente propício à dignidade de seus colaboradores. O estado não produz $$ como pensa a Presidente do STF. Quem produz é a sociedade. Diz a carta do leitor Helzio Mascarenhas.

Charge: Ivan Cabral
Charge: Ivan Cabral

 HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O ministro da Educação está estudando a transferência de diversos órgãos para Brasília, dependendo apenas do problema de apartamentos. (Publicado em 26.10.1961)