Soma igual a zero

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Ivan Cabral

 

          Se as eleições de hoje estão, de fato, por serem sacramentadas pela parcela da população que, até a undécima hora, não decidiu seu voto ou, pelo menos, não externou publicamente sua opção, o que temos é bem significativo para afirmarmos, com todas as letras, que nenhum instituto de pesquisa de opinião sabe, ao certo, quem será o novo chefe do Executivo. Nem ao menos se haverá segundo turno.
         Caso se confirme essa teoria, de que a indecisão coletiva é o fator determinante para a escolha de um candidato ou a realização de mais de um turno, fica subentendido, entre outras premissas, que nenhum dos dois principais pleiteantes é do agrado da população. Estamos imersos então numa espécie de incerteza de Heisenberg, um dos pilares da física quântica. Quando se conhece a posição aproximada de um candidato, medido por um determinado instituto de pesquisa, simultaneamente, outro instituto mostra uma posição totalmente diferente, sendo impossível avaliar, com precisão, qual a real posição de cada um nessa disputa.
          A incerteza sobre um possível vencedor, pelo menos ao cargo de presidente, abre também uma possibilidade física para que ele seja qualquer um dos que estão nessa disputa, inclusive o próprio padre Kelmon. Lembrem-se que, em outros tempos, candidatos totalmente fora de propósito e de razoabilidade, sagraram-se vencedores em pleitos em que a população fez questão de externar sua contrariedade com a qualidade dos políticos em disputa.
         Dessa forma, animais como o cavalo Invictus, o burro Boston Curtis, o macaco Tião, o cachorro e até um rinoceronte de nome Cacareco obtiveram significativo número de votos, numa demonstração de que o eleitor não sabe e parece não querer saber de eleições, ainda mais quando o pleito é marcado pelo baixo nível dos candidatos e de propostas.
          Eleição é coisa séria e, portanto, deveria ser disputada apenas por indivíduos de igual índole. Aqui e mais uma vez, caímos de volta na seara da ética pública, de onde deveriam partir os candidatos severamente aprovados pelo pente fino da Ficha Limpa. Na ausência desse requisito básico, destruído por vontade expressa dos políticos com assento no Congresso, o que temos é o que temos e que leva uma boa parcela da população a decidir em quem votar, contrariada e obrigada, apenas em cima do laço, quando as esperanças já se transformam em conformismo.
          De qualquer forma, a sorte ou o azar estão lançados pelos próximos quatro anos, ao menos. O mais cruel, em todo esse movimento em torno das próximas eleições, é trazido pelo fato de que os candidatos que aí estão em disputa, bem ou mal, representam a cara da nação. Não há necessidade de ser nenhum estudioso em antropologia ou sociologia para certificar que estamos ali representados por indivíduos que carregam nossos defeitos e virtudes e que, para o bem ou para o mal, irão conduzir a nação nesse próximo quadriênio. São nossos vícios e virtudes que estão em disputa. Qualidades e defeitos de uma soma igual a zero.
A frase que foi pronunciada:
“Não é a votação que é democracia; é a contagem.”
Sir Tom Stoppard, dramaturgo e roteirista britânico nascido na República Tcheca.
Tom Stoppard. Scott Gries – Hulton Archive/Getty Images
Progresso
Com mais estradas transitáveis, a 29ª Agrinordeste terá uma ampliação na área de 50% e vai durar 4 dias, de 1º  a 4 de novembro, em Pernambuco. Quem comemora o avanço é o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Pernambuco, Pio Guerra.
Postagem na página oficial do Agrinordeste no Instagram
US
Ainda repercute a frase de Thomas Shannon, que foi embaixador dos Estados Unidos em Brasília. O diplomata declarou que o seu país gostaria de ter o Brasil mais engajado nas parcerias e espera que isso aconteça depois das eleições.
Thomas Shannon. Divulgação/US Department of State
Made in Japan
Só até hoje, o brasiliense terá oportunidade de aproveitar a culinária japonesa no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. Organizados como sempre, a logística e o carinho em atender, além da qualidade do serviço, são o que mais atrai a população.
Foto: Divulgação
Local do voto
Mal sabia o candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que, quando se esqueceu onde votaria, cairia na graça de todos. É bom que você e sua família vejam, com antecedência, o local de votação. A maior parte dos Tribunais regionais eleitorais alertam para as alterações feitas nos locais de votação, lembrando que cada um deve conferir o local no portal do TSE
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
História de Brasília
Nota: A tôrre que encobre, presentemente, o Cruzeiro, foi levantada pelo Conselho Nacional de Geografia, sem autorização da Novacap nem da Prefeitura, e se destina à medição angular ao longo do meridiano 48, que passa em cima de Brasília. Durará mais uma semana, ainda. (Publicada em 10.03.1962)

Se falasse menos, talvez compreendesse mais

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Sinfrônio

 

Pesquisas de opinião pública só são levadas a sério quando favorecem a determinadas torcidas. Do contrário, são criticadas como tendenciosas e pouco científicas. Claro que existem pesquisas que são confeccionadas objetivamente para atenderem a determinados clientes e que nunca contrariam os prognósticos. Mas existe também aquele conjunto de pesquisas que avaliam metodicamente uma amostra significativa da sociedade e dela consegue extrair uma média bem precisa do pensamento e do gosto geral da população sobre determinado assunto do momento. O DataSenado é um exemplo. Essas avaliações, tomadas como sérias, possuem grande valor na hora de medir indicadores como popularidade e rejeição a um indivíduo ou grupo e, como tal, devem ser estudadas com todo o cuidado a fim de orientar a correção de rumos e atitudes, imprescindíveis para aquelas lideranças que estão no poder.

De fato, nenhum político pode descartar o que chamam de retrato do momento, trazido pelas pesquisas de opinião. Dele depende muito seu próprio futuro. Não é por outro motivo que, apesar das críticas de que muitas pesquisas de opinião erram feio em eleições, elas ainda são de enorme valia e por isso perduram como ferramenta para aferir, a cada momento, o coração volúvel do eleitor. Uma amostragem dessas pesquisas, que deve ser levada em consideração nesse instante pelo Palácio do Planalto, mostra claramente uma forte tendência de queda na avaliação de popularidade do Governo Bolsonaro.

Em sentido contrário, assiste-se também uma subida no número daqueles que passaram a considerar o atual governo ruim ou péssimo. É com base nesse tipo de gráfico em que dois indicadores, simultaneamente negativos para o governo, se movimentam, que é chegada a hora de ativar o bom senso e de empreender uma mudança de rumos capazes de reverter a piora nos números de muitas dessas recentes pesquisas.

Apenas à guisa de exemplo de uma pesquisa bem embasada metodologicamente, os dados levantados pela XP/Ipespe mostram, em dois momentos distintos, uma avaliação preocupante para o atual governo. Na primeira avaliação, realizada logo após a saída do ministro da justiça, Sérgio Moro, mostrou que 67% dos ouvidos acreditam que a saída do principal nome da equipe de Bolsonaro trará efeitos negativos para a continuidade do governo, principalmente no seu aspecto inicial de combate à corrupção e à chamada velha política.

A esses indicadores que prenunciam tempos difíceis à frente, somam-se os números de outra pesquisa realizada dias depois e que desta vez avaliava o desempenho do governo frente à pandemia de coronavírus. Nessa nova pesquisa, os números indicavam uma subida de 42% para 49% na avaliação daqueles que consideram o governo ruim ou péssimo. No mesmo gráfico era apresentado também um declínio nos números daqueles que acham o governo bom ou ótimo, que passou de 31% para 27%.

As novas medidas adotadas na sequência pelo governo Bolsonaro, interferindo no comando da Polícia Federal, seguido de um gesto político muito arriscado de atrair o Centrão fisiológico para dentro do governo, bem como seu desempenho frente à pandemia, já indicam, mesmo antes de uma nova pesquisa vir à luz, que seus índices positivos continuam despencando ladeira abaixo em abalada corrida. A continuarem as demonstrações públicas de desdém pelas pesquisas, vistas apenas como armas da oposição, o atual governo deve colocar de lado qualquer pretensão em continuar depois de 2022, devendo cuidar logo do que ainda resta de credibilidade e de governabilidade nesse atual mandato.

 

 

 

A frase que NÃO foi pronunciada:

“Quanto custa a soberania de um país?”

Alguém com muito poder, pensando e olhando para o mapa do Brasil.

Charge do Jean Galvão

 

Perto do fim?

Amigos que vão na comissão de frente no que se refere à Covid-19 avisam: a Alemanha começa a abrir suas fronteiras. O uso da máscara continua obrigatório em ambientes fechados, restaurantes com condições de manter a distância entre as mesas já estão abrindo. Aos poucos, o comércio volta a se restabelecer.

Foto: AFP / POOL / Michael Sohn

 

Outro mundo

Japão é um país onde as pessoas respeitam a geografia corporal. Abraços, cumprimentos com a mão, tapinha nas costas não fazem parte da cultura. Levaram, como tudo, tão a sério o combate à Covid-19 que, de semana em semana, os prefeitos liberam para a população relatórios completos sobre o número de doentes, com sintomas e sem sintomas, quantas mortes, em que área moram etc. Acesse o relatório do dia 08 de maio no link Updates on COVID-19 in Japan.

–> Veja mais em: Kagawa Prefectural Government (Covid-19)

 

Higienização

Sexta-feira, às 14h, no Instagram, com o apoio da Emater-DF, Milena de Oliveira fará uma live sobre como higienizar os alimentos na volta do mercado. Veja as informações a seguir.

 

Urbanidade

Por trazerem contaminação, luvas e máscaras devem ser descartadas no lixo do banheiro em sacos fechados para não prejudicar os profissionais da limpeza. Veja o cartaz abaixo.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Mas os inimigos não dormem. Vão até à leviandade, à mentira, ao disfarce. Falam, falam mal, dizem que o Iate é um barraco de madeira e fecham os olhos para as piscinas, para o ginásio, para o caís, para os jardins, para toda a sua beleza, enfim.(Publicado em 06/01/1962)