Desmatamento compromete futuro do Centro-Oeste

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Tirinha: professormarcianodantas.blogspot.com
Tirinha: professormarcianodantas.blogspot.com

“Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, finalmente entenderemos que dinheiro não se come.”

Provérbio indígena.

         Há uma unanimidade corrente entre todos os antigos moradores da região Centro-Oeste: o clima em toda essa imensa área tem mudado bastante nesses últimos anos. Dentre essas alterações observáveis, o que chama a atenção dos moradores é o aumento significativo das temperaturas médias, com o prolongamento acentuado dos períodos de seca e consequente redução das estações chuvosas, que passaram a ficar mais condensadas e muito mais violentas e imprevisíveis.

          Para aqueles que habitam nas áreas rurais dessa região, as modificações climáticas são mais sentidas. Não são poucos aqueles que acreditam que essas mudanças bruscas do clima trazem maus presságios de que, a prosseguir nesse processo de erradicação do Cerrado para dar lugar aos grandes latifúndios de monocultura, em breve toda a parte central do país pode vir a se transformar numa gigantesca caatinga, última etapa de vegetação antes de se tornar um deserto totalmente árido e inóspito.

         Por anos, os mais renomados ambientalistas vêm alertando para essa catástrofe. O que hoje é visto com orgulho como o grande celeiro do Brasil e do mundo, pode, em breve, virar uma planície coberta de areias escaldantes, semelhantes às que existem no Norte do Continente Africano.

          O delicado equilíbrio ecológico dessa região e as intrincadas cadeias que permeiam esse imenso ecossistema, e que ainda hoje são incompreendidos na sua inteireza, poderão desaparecer por completo, trazendo prejuízos incalculáveis não só para os habitantes dessa região, onde está situada hoje a capital Brasília, mas para todo o país indistintamente.

         Reportagem trazida pelo CB, dessa quinta-feira 21, mostra que apenas entre 2016 e 2017 o cerrado perdeu 14.185 Km quadrados de vegetação nativa devido ao desmatamento incontrolável. Os técnicos do governo, no entanto, comemoram esses números afirmando que, com relação ao período de 2015 a 2017, foi constatada uma diminuição do desflorestamento da ordem de 53%. Para tanto, o governo aposta numa “intensificação do diálogo”, ou seja lá o que isso significa. O fato é que o pato manco em que se transformou esse governo em fim de expediente, com 90% de índices de rejeição, pouco ou nada pode fazer para contornar o poderoso lobby da bancada do agronegócio com assento no Congresso.

         Na realidade, o que se tem é uma ligação direta entre desmatamento e os preços das commodities no mercado internacional. À medida em que os preços sobem, aumentam também as áreas para plantio e para a formação de pastos. O desflorestamento do Cerrado é, pois, uma questão apenas de preços de mercado e de demanda por proteínas. De objetivo, o que se observa é que 50% da cobertura original do Cerrado já não existe mais.

         Calcula-se que tenha desaparecido também metade, ou mais, da fauna que habitava essas regiões. Com essa devastação sem precedentes, muitos rios e riachos simplesmente secaram, se transformando em caminhos naturais de areia e pedras. Do ponto de vista do bioma e da imensa população marginalizada pela intensa mecanização da lavoura, diferenciar desmatamento legal de ilegal não faz sentido algum, já que ambos concorrem para a degradação ambiental dessa imensa região que permeia doze estados.

         Somente a constatação de que metade desse precioso bioma simplesmente virou poeira e pasto demonstra, de forma cabal, que os prejuízos causados ao meio ambiente da região são infinitamente superiores a todo e qualquer lucro gerado pelo agronegócio.

A frase que foi pronunciada:

“Assim como os jogadores devem buscar o gol com boas jogadas, os locutores devem descrever o jogo com entusiasmo no lugar de bater papo durante a transmissão da copa do mundo.”

Dona Dita.

Charge: meme.wikia.com
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Tudo a ver

Está sendo preparada uma super manifestação, em frente à igreja matriz, em defesa da democracia Lula Livre. Interessante é que a chamada vem com o título “Arrastão” e será na cidade Cruz das Almas.

Sem sentido

Centro de Saúde 7 da Asa Sul parou de agendar as consultas com ginecologistas. Isso acontece ao mesmo tempo em que o governo usa as redes de comunicação para esclarecer sobre a importância das vacinas. Segundo Alexandra Gouvêa, da Atenção Primária à Saúde, a ginecologista do local está de licença, o que não seria impedimento, já que há dois médicos de família no posto além dos enfermeiros.

Prata da Casa

Ao final do concerto do Coro Sinfônico Comunitário da UnB o maestro, David Junker, fez um apelo por patrocínio. Inscrito na Lei Rouanet, as doações podem ser abatidas até 6% do imposto devido. O grupo faz 27 anos, com pelo menos 4 apresentações por ano, dando nesse período a oportunidade para milhares de pessoas da comunidade interpretarem grandes obras universais para coro e orquestra.

Agende

Nessa terça feira, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa irá discutir o Projeto de Lei Complementar n° 129, de autoria do Executivo, que “Dispõe sobre a criação de Áreas de Regularização de Interesse Social – ARIS e Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS de Provisão Habitacional, altera a lei no 5.022 de 04 de fevereiro de 2013 e dá outras providências”. Às 10h30, na sala das comissões da CLDF.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O caso da defesa dos pilotis é um. Reclamar que não deixam colocar os carros nos pilotis é uma infantilidade, porque é área para tráfego de crianças. E mais os pilotis não comportariam todos os carros, e a discriminação seria odiosa. (Publicado em 24.10.1961)