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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Tempo para reavaliar novos rumos para a educação no Brasil, o Ministério da Educação tem tido de sobra. O que não tem dado tempo para que essa pasta assuma uma posição de liderança, em tempos de pandemia, é o rodízio intenso de cadeira que o MEC vem experimentando desde o início do atual governo. Essa tem sido uma pasta que, à semelhança do que acontece com o Ministério da Saúde, não tem sido tratada com a devida atenção que os tempos impõem. De forma até enviesada, é possível afirmar que a proibição de aulas presenciais serviu como uma espécie de alívio para que o governo deixasse de lado os problemas cotidianos dessa pasta e se concentrasse no que tem sido sua preocupação desde o primeiro dia do mandato: preparar o terreno para as eleições presidenciais de 2022.
A preocupação em limpar ideologicamente o terreno da educação, principalmente nas universidades que, segundo o governo, está dominado pelas esquerdas, fez com que o Executivo centrasse seus projetos e prioridades não na melhoria do ensino, o que seria razoável, mas num contínuo programa de desmonte e de caça às bruxas, como se isso fosse o fundamental para resolver os intricados problemas desse setor. É óbvio que, a essa altura dos acontecimentos, fica mais do que demonstrado que, como aconteceu com o governo Lula em 2002, os governos radicais, sejam da direita ou esquerda, não entendem de administração pública, muito menos do que seja educação. Com isso, a cada dia, Bolsonaro e Lula vão ficando parecidos, não apenas pela sofrível formação intelectual de ambos, mas pelo ranço e preguiça com que foram obrigados a encarar a realidade nacional, sobretudo com relação à questão da educação.
O setor da educação, que na maioria dos países desenvolvidos é encarado como prioridade absoluta e que necessita de políticas suprapartidárias e de longo prazo para se consolidarem, com raras exceções, ainda não encontrou no Executivo uma liderança capaz de abraçar essa causa como a mais importante de todas. Não surpreende, pois, que o Conselho Nacional de Educação (CNE) tenha aprovado, nesta terça-feira (06), o prolongamento do ensino remoto até 2022, depois de seis meses de interrupção das aulas presenciais. Além dessa medida, ficou acertada ainda a junção dos anos letivos de 2020 – 2021, como se isso fosse possível, na prática e no calendário.
A determinação que se estende por toda educação básica até o ensino superior, tanto nas redes públicas quanto nas privadas, empurra com a barriga uma situação que já é, em si, muito controversa. Por outro lado, concede ainda mais tempo para que o governo adote medidas realmente eficazes, numa área em que, até agora, não demonstrou empenho mínimo e mesmo desprezo.
Ao lavar as mãos para um problema que nem mesmo ele sabe a dimensão, o governo ganha tempo para prolongar a agonia de um sistema educacional que é seguramente demonstrado, por torneio de avaliação internacional, um dos piores do mundo. O dublê de ministro da educação e de pastor evangélico, Milton Ribeiro, ele mesmo um estranho e desconhecido na área da educação, tem centrado suas preocupações em questões mais afeitas à função de suas crenças e fé, como é o caso relativo aos gays que, segundo prega, vêm de famílias desajustadas e outras sandices totalmente alheias ao seu mister.
A frase que foi pronunciada:
“A filosofia da sala de aula em uma geração será a filosofia de governo na próxima.”
Abraham Lincoln, 16° presidente dos Estados Unidos
Ida e volta
Programas Sociais precisam ter contrapartida. Ou que todos em idade escolar estejam frequentando aulas, ou que não haja membro da família preso, ou que prestem serviço ao governo com as habilidades que tiverem: pintando salas de aula, costurando uniformes, fazendo hortas comunitárias. Apenas o peixe sem ensinar a pescar, aleija e tira a dignidade.
Monitoramento
Áreas de Proteção Ambiental, no início de algumas ruas do Setor de Mansões do Lago Norte e do Lago Sul, estão completamente desprotegidas. Churrascos, pescarias e degradação do meio ambiente são flagrantes nos finais de semana ou mesmo em dias de trabalho, sem qualquer fiscalização. Denúncias estão sendo encaminhadas por associações de quadras à Administração.
Década de 70
Foi-se o tempo em que a temperatura em Brasília não passava dos 23º C. Em 50 anos, 14º C a mais. A situação requer estudos e políticas públicas.
Agenda positiva
Com avaliação e atendimento destacados, o cartório do 1º Ofício de Notas, com excelente equipe, comandada pelo tabelião Hércules Alexandre da Costa Benício, merece elogios.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Lamentável, o que fizeram com as árvores do caminho do aeroporto. Mais da metade das árvores foram serradas à altura de um metro. Ontem, estavam sendo substituídas. (Publicado em 18/01/1962)