Tag: CirceCunha
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Da realização do “Seminário Nacional de Política Urbana: por cidades humanas, justas e sustentáveis”, ocorrido no início desse mês em São Paulo, resultou a Carta Aberta pelo Direito à Cidade, elaborada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
O manifesto, em defesa de uma política pública de Planejamento urbano Solidário e Inclusivo, está sendo disponibilizado agora aos postulantes à Presidência da República, aos Governadores Estaduais, ao Congresso Nacional e às Assembleias Estaduais e Distrital, de forma a orientar adequadamente os candidatos às próximas eleições quanto as políticas necessárias ao correto planejamento urbano exigidas hoje pela maioria das cidades do país, sobretudo no que concerne a construção de uma agenda voltada para tornar nossas cidades mais humanas, justas e sustentáveis.
Para tanto, o documento parte inicialmente de três pilares. O primeiro deles refere-se ao que chamam de projeto nacional baseado na territorialização das políticas públicas, ou seja, a adoção de planejamentos descentralizados e adequados a cada realidade. O segundo pilar dessa proposta visa estabelecer uma governança urbana inovadora que reconheça a necessidade de descentralizar a definição das políticas locais, bem como sua execução, respeitando e acatando os diferentes problemas apresentados por cada um dos 5.570 municípios espalhados pelo país, garantindo autonomia técnica do Ministério das Cidades e preservando-os de ingerências político partidárias. O terceiro pilar desse documento assenta-se na democratização da gestão dos Territórios e tem como base fortalecer o governo local quanto ao pacto federativo, ampliando os mecanismos de participação popular nas decisões como o direito à moradia, ao transporte público de qualidade, valorizando, sobremaneira, a vontade das minorias que construíram a nação brasileira.
Na Carta Aberta dirigida aos candidatos aos pleitos de 2018, o CAU/BR e o IAB lembram que o Brasil, sendo um país continental, possui 85% de sua população vivendo hoje em cidades dos mais diferentes portes, marcadas por desigualdades territoriais, econômicas e injustiças sociais. Para tanto o documento prega, como fundamental que se avance na reforma urbana baseada na função social da cidade, conforme prevista na própria Constituição e já regulamentada pelo Estatuto da Cidade.
No preâmbulo da Carta, os arquitetos e urbanistas lembram ainda que a “Reforma urbana deve se contrapor ao urbanismo que privatiza e fecha as nossas cidades, sem evitar que a violência alastre-se ante à incapacidade do Estado de implementar políticas eficazes de mobilidade e de enfrentamento da carência de infraestrutura, da degradação dos espaços públicos, da fragilidade da relação cidade-meio ambiente, do espraiamento das periferias com urbanização incompleta e do crescente déficit habitacional.”
A frase que foi pronunciada:
“Nada mais fácil do que fazer planejamento de um país sem incluir gente.”
Jaime Lerner
Vitória
Lumacaftor e Ivacaftor. O que parece sem importância para quem tem saúde é fundamental para a sobrevivência de milhões de pessoas com fibrose cística. A Anvisa anuncia que o novo medicamento foi aprovado. Representantes de diversas associações que amparam pacientes com essa doença, por enquanto incurável, estiveram com a representante da AGU, Grace Mendonça, e com a ministra Carmen Lucia, no STF. O incansável Fernando Gomide, presidente da Associação Brasiliense de Amparo ao Fibrocístico, disse que a união de todos é o primeiro passo para recuperar a saúde do país.
Âmbito
À primeira vista, parece sexista a campanha lançada pela Secretaria Nacional de Mulheres, segmento organizado do PSB. “Mulher vota em mulher”. Não que as mulheres sejam vacinadas contra a corrupção. Temos um leque de exemplos que mostra a realidade. Mas para mudar o quadro atual vai ser preciso um choque. E esse é interessante.
Consome dor
Espantado com a esposa que passou 12h horas tentando finalizar satisfatoriamente uma solicitação com a atendente da Latam, o marido perguntou: “Mas como é que você aguentou isso?” Ela respondeu: “Troquei meu antidepressiva semana passada!” O pedido era simples. Mudar a data da viagem, mas todo esse tempo não foi suficiente para a Latam atender.
Desamparo
Cúmulo do absurdo. Sem canal em tempo real para atender consumidores, a Anac, que existe para proteger os passageiros, só recebe qualquer protesto pelo site do cidadão, um portal nacional de reclamação. E mais: com a missão de “Garantir a todos os brasileiros a segurança e a excelência da aviação civil”, a agência presta um desserviço se afastando das demandas populares.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Assim, nós veremos, aqui, o jogo no instante de ser realizado, e à noite, é que chegará a vez do carioca e do paulista. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Pelas próximas três décadas, a população brasileira continuará a crescer, atingindo, ao final do ano 2047, 233,2 milhões de pessoas. Daí para frente, o número de brasileiros cairá gradualmente, chegando a se estabilizar em 228,3 milhões de pessoas no ano de 2060. Pelo menos é o que apontam os estudos contidos na revisão 2018 da Projeção de População elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por essas projeções, um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos em 2060 e é aí que o país terá pela frente que enfrentar novas realidades e novos desafios. Nesse caso, tudo dependerá das medidas que vierem a ser adotadas desde agora, para não haver surpresas desagradáveis e até trágicas quando esse futuro chegar.
Além da queda média na taxa de fecundidade, haverá paralelamente um aumento na expectativa de vida dos brasileiros, passando dos atuais 72 anos para os homens e 79 anos para as mulheres, para 77 para os homens e 84,5 para as mulheres, em 2060. Com isso, o envelhecimento da população será um fato, com a população com mais de 65 anos chegando a 25,5% da população em 2060. Com mais pessoas idosas do que jovens, a reestruturação total de todos os serviços públicos, incluindo mudanças na infraestrutura das cidades oferecidas à população, será uma necessidade.
Pelas estimativas do IBGE, a razão de dependência da população atualmente é de 44%, o que equivale a dizer que 44 indivíduos com menos de 15 anos e com mais de 64 anos dependem de cada grupo de 100 em idade de trabalhar. Em 2039, essa razão será de 51,5%, aumentando para 67,2% em 2060. Apenas com base nesses dados ficam patentes que reformas no sistema de previdência e de seguridade social, que até o momento não foram realizadas por questões políticas e eleitoreiras, terão que retornar a pauta, sob pena de simplesmente colapsar todo o sistema, empurrando uma imensa legião de brasileiros para a miséria. De saída, é preciso notar que o envelhecimento da população brasileira poderá acarretar uma redução sensível no Produto Interno Bruto potencial.
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), parte do crescimento potencial do país, nas últimas décadas, derivou da força de trabalho que ainda crescia. Com a mudança acentuada desse cenário daqui para a frente, a situação deve se inverter, com o crescimento econômico encolhendo, assim como a força de trabalho e de contribuintes.
Nesse sentido, os especialistas no assunto recomendam a busca e a exploração por novas fontes de crescimento, como é caso de mais investimentos e de uma forte poupança externa. Questões simples, como a requalificação dessa mão-de-obra mais idosa, terão que ser pensadas, de modo a reinseri-las no sistema. Fora das variáveis econômicas, que são fundamentais, também questões mais simples e que dizem respeito ao dia a dia dessa população mais idosa deverão ser repensadas com urgência, como saúde, mobilidade, segurança, moradia, adaptação das cidades às necessidades específicas desse público, entre outros problemas.
O século XXI, pelo que já deu para observar, trará desafios ainda maiores para os brasileiros e sobretudo para os próximos governos. Com isso, já é possível mensurar a importância crescente no instituto do voto. Votar agora, de forma esclarecida, em candidatos sérios, é mais do que necessário, é uma questão vital e irá dizer muito sobre nosso próprio futuro.
A frase que foi pronunciada:
“No Brasil de hoje, os cidadãos têm medo do futuro. Os políticos têm medo do passado.”
Chico Anysio
Iniciativa
Recebi a informação de Regina Ivete Lopes. Com o troco solidário, o supermercado Comper angariou R$49.698,80. O montante será doado à instituição social Ideias – Instituição de Desenvolvimento da Educação de Ações Sociais. Simples e eficiente!
Chegue cedo
Dia 31 de julho é dia de conferir a beleza das canções e performance do coral Watoto, de Uganda. O concerto será na igreja Presbiteriana da 313/314 Sul, 19h, entrada franca. Watoto significa criança. O coral é composto por crianças órfãs que perderam os pais com Aids ou em conflitos. O presbítero Toni, Francisco Antonio Oliveira Silva, da igreja Presbiteriana de Brasília, comunicativo como todos os cearenses, conheceu o grupo em Cocalzinho, Goiás. Conversou com os organizadores do evento e depois de reuniões na igreja conseguiu trazer os cantores para Brasília. Depois da apresentação, o grupo colocará à venda produtos promocionais que são parte do sustento para as viagens que fazem pelo mundo.
Luxo
Eram do STF os belos apartamentos do bloco B da SQS 313. Dois apartamentos por andar. Quando presidente, Collor deu a oportunidade para que os ocupantes comprassem o imóvel.
Ainda há tempo
Deputado Izalci Lucas, do DF, em entrevista, diz-se favorável ao voto impresso, auditável. Levantou a simples dúvida: “Se Japão e outros países, com tecnologia avançada, não adotam a urna eletrônica é porque o sistema não atrai, concluiu. É preciso ter a vontade do povo auditável, com transparência, para que não surja nenhum tipo de dúvida, o que não é o caso da urna eletrônica. A questão orçamentária colocada pelo TST não diz respeito ao tribunal, e sim ao Congresso.” Lembra o deputado.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Eu não sei se posso dizer isto, mas é provável que no momento em que estejam gravando o jogo no Rio, a TV Brasília esteja transmitindo diretamente a imagem da TV Tupy. (Publicado em 26.10.1961)
Sistema carcerário é hoje o maior problema de segurança pública do país
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
“Dada a gravidade do problema, é necessário que as instituições responsáveis pela execução penal trabalhem em conjunto e encontrem soluções já a curto prazo, pois não há mais tempo para esperar por respostas de médio e longo prazo.” A afirmação foi feita pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, durante a realização do Seminário Internacional de Execução Penal, ocorrido recentemente.
A avaliação está longe de ser alarmista, visto que o país hoje possui a terceira maior população carcerária do planeta, podendo chegar, já ao final desse ano, com 841,8 mil detentos, sendo que, em 2019, irá atingir a cifra de 1,47 milhão de encarcerados, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Em nosso caso, a situação é ainda pior, já que são aproximadamente 600 mil mandados de prisão ainda não cumpridos. Especialistas nesse assunto são unânimes em reconhecer que hoje essa massa carcerária já não é mais sustentável, quer por problemas orçamentários, quer por questões físicas, administrativas ou mesmo de controle, o que transforma essa questão no principal problema de segurança pública do país.
“Se não enfrentarmos esse problema, diz o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, o Brasil caminha para se tornar, literalmente, prisioneiro e refém do seu próprio sistema prisional.” Se em âmbito nacional a situação é de calamidade, o mesmo ocorre com o sistema prisional aqui no Distrito Federal.
Com quase 16 mil pessoas cumprindo pena em regime fechado atualmente, dados têm mostrado que essa população dobra de tamanho a cada década, complicando uma situação que já é grave em si. Para tornar essa questão ainda mais perigosa, o governo local admite não possuir estudos e planejamento para os próximos anos, o que poderá levar o sistema ao colapso total.
Sem estudos, admitem aqueles que entendem do problema, não se pode fazer políticas públicas adequadas. Especialistas em Direito Penal concordam que a situação que levou a superpopulação prisional decorre basicamente do fato de as autoridades não tomarem como prioritária a gestão prisional, adotando também uma cultura que chamam de punitiva, na qual o simples encarceramento é a opção mais rápida e eficaz de condenação.
Outro aspecto levantado pelos especialistas é quanto a atuação das polícias que investem pouco em ações de prevenção e de inteligência, o que, por sua vez, é agravado pelo corte de investimentos no setor.
Para se ter uma ideia, a cada 24 horas, em média, aproximadamente 30 pessoas são presas no Distrito Federal. Se todas essas pessoas permanecerem encarceradas, ao final de um mês serão cerca de 900 novos presos ou o dobro do que comporta hoje um pavilhão do Presídio da Papuda.
A frase que foi pronunciada:
“Achei que me convinha mais, correr perigo com o que era justo, que, por medo da morte e do cárcere, concordar com o injusto.”
Sócrates
Mais respeito
Pessoas que visitam o Congresso saem muito bem impressionadas. A experiência de conhecer instituições públicas é uma forma de o cidadão valorizar o que também é dele. Na Câmara e Senado, há recepção para portadores de necessidades especiais, turistas estrangeiros e grupos de diversas origens. Basta acessar a página do Senado ou Câmara e agendar a visita guiada.
Urnas
Os números não escondem a verdade sobre a cota para mulheres nas eleições passadas. 14.417 candidatas não receberam um voto sequer. Em contrapartida, 1.714 homens também não. Além da cota, outro problema com os sem votos. Vários deles postaram protestos dizendo que pelo menos o voto dele próprio deveria ter sido registrado. O protesto ficou por isso mesmo.
Novidade
Aprendam esse nome: Saeed Rahiminejad. Trata-se de um designer industrial, de 26 anos, que mora em Teerã. O rapaz trouxe a solução para o fim de louças na pia. Criou o aparelho que transforma alimentos em pratos, talheres e copos comestíveis. O equipamento se chama Bake.A.Dish (asse a louça). A ideia revolucionária agradou famílias e certamente terá impacto positivo no meio ambiente. Um prato descartável que levaria 500 anos para desaparecer, começa a dar lugar ao prato comestível que, se for descartado, desaparece em, no máximo, 30 dias. Dê uma espiada nas imagens no blog do Ari Cunha.
Boa ideia para BSB
Izidório Campos é o diretor do Programa Feira Verde, de Ponta Grossa, no Paraná. A prefeitura estimula que os moradores juntem 20kg de pneus ou materiais recicláveis para trocar por frutas, legumes verduras, ovos e mel produzidos na região. Assim, ganham as associações que reciclam, a população que consome produtos saudáveis, o meio ambiente e a prefeitura, pela iniciativa.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Com relação ao futebol, está acontecendo isto no Rio: as estações de TV estão gravando em vídeo tape os jogos, e só podem transmiti-los à noite, depois do jogo. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Criado em 1990, por indução do próprio Partido dos Trabalhadores, o Foro de São Paulo transformou-se numa conferência periódica de partidos e organizações de esquerda que, desde então, vêm buscando meios e alternativas de transformar e promover a integração latino-americana para inserir o continente e adjacências no ideário e na cartilha que orienta essa matiz política, visando, entre outras propostas, o controle supranacional de toda a América do Sul e Caribe, de acordo com a ideologia comunista.
No jargão próprio, o FSP objetiva a “unidade de ação na luta anti-imperialista”. Obviamente que um Foro com essa natureza e propostas, muitas delas fincadas em ideais correntes nos anos sessenta, só poderia reunir a nata das atuais ditaduras que ainda infestam parte do continente, submetendo, arbitrariamente, seus povos à regimes de exceção, como bem ilustram hoje os casos da Venezuela, Nicarágua e Cuba, consideradas, ao lado da Coreia do Norte, as mais longevas ditaduras do planeta.
Quis o destino, com ajuda de parcela da justiça brasileira que ainda funciona a contento, que duas de suas maiores estrelas não estivessem presente nessa XXIV edição ocorrida na cidade de Havana, Cuba. Fidel Castro, faleceu em novembro de 2016 e Lula encontra-se preso, condenado, em uma das várias ações que responde, a doze anos por corrupção e lavagem de dinheiro. Mesmo ausente, o grande paladino da atual esquerda brasileira foi muito citado no FSP de Havana, que criticou a “condenação e a prisão sem provas de Lula para impedir sua candidatura à presidência da República.”
Essa versão corrente na narrativa dos petistas foi, estrategicamente, implantada na reunião pela ex-presidente Dilma e pela atual dirigente do PT, Gleisi Hoffmann, que em foto aparecem sorridentes e com um cartaz ilustrativo dessa patranha. No texto da Declaração Final de Havana, a América Latina já aparece como vítima do que chamam de “ofensiva reacionária, conservadora e restauradora do neoliberalismo” no qual os EUA, comandando o capitalismo transnacional, é, como sempre, o grande algoz do continente. No documento também citam retrocessos promovidos por “golpes parlamentares e judiciais”, numa clara menção ao que pregam sobre o ocorrido com o impeachment “da ex-presidente Dilma.
Não por acaso, as expressões contidas na Declaração Final citam os mesmos chavões repetidos aqui no Brasil, como, “direita imperial”, “oligarquias subordinadas”, “classes dominantes”, “forças imperantes”, “golpe parlamentar”, “julgamento midiático”, “direita conservadora”, “agenda neoliberais” e diversas outras frases ossificadas que compõem o recital das esquerdas em toda a parte. No texto entre as ações que pregam para barrar o avanço de outras frentes, estão a necessidade de se “examinar criticamente o caminho andado, reunificar forças e renovar forças para seguir construindo os consensos que a ofensiva em curso da direita exige.” Para tanto, conclamaram a “um exercício prático do internacionalismo entre todas as forças de esquerda da América Latina e do Caribe, da Ásia, África, Europa e América do Norte.”
Lembrando que a América Latina e o Caribe continuam em luta, terminam o texto conclamando o velho chavão “Hasta la victoria siempre.” Tirem suas conclusões sobre esse passeio à Disneylândia das esquerdas, diretamente do túnel do tempo.
A frase que foi pronunciada:
“A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente.”
George Bernard Shaw
Pesado
Um dossiê sobre uma rede de abuso sexual, com mais de mil páginas, foi entregue ao senador Magno Malta. Trata-se de uma suposta omissão em investigações que podem ter envolvidos políticos, religiosos e educadores.
Futuro no passado
Enquanto os candidatos a cargos públicos buscam vices e apoios, os eleitores vão assistindo, no Youtube, campanhas políticas passadas para acompanhar o que cumpriram ou não.
Da região
Solução para a merenda escolar é passar a valorizar a agricultura familiar da região. O assunto foi discutido na Comissão de Educação do Senado. A proposta da senadora Rose de Freitas é ampliar de 30% para 50% a parcela dos recursos federais para o Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Valor
Por falar nisso, em uma viagem a Natal, o visitante queria saber a razão de não servirem caju no café da manhã, sendo que a área estava rodeada de cajueiros carregados. A moça que servia os turistas respondeu: “Quem vai querer isso?” Um exemplo simples que mostra como não valorizamos o que temos.
Ataques
Dados dos Tribunais de Justiça, Ministérios Públicos e Polícias Civil e Federal mostram que, em 2017, 57 pessoas que lutavam pelo meio ambiente ou por terra foram assassinadas.
E se
Jofran Frejat tem colhido muita informação com o fato de ter desistido de concorrer ao GDF. São dados importantes e que serão fundamentais para um futuro bem próximo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O impeachment do sr. Carlos Lacerda ainda não foi votado porque os deputados estaduais da Guanabara só falam nas transmissões dos jogos de futebol pela TV. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Numa listagem de 180 nações, elaborada pela Transparência Internacional no início desse ano, o Brasil aparece no nada honroso 97º lugar, misturado entre os países mais corruptos do planeta. A cada ano, nosso país vem caindo de posição, descendo a perigosa escada onde estão as mais problemáticas nações do globo.
Diversas operações levadas a cabo pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, nesses últimos anos, têm tido o condão de mostrar, ao mesmo tempo, o quão profunda e entranhada é a corrupção no Estado brasileiro e o quanto temos ainda que avançar para deter essa praga que nos mantém presos a um passado de subdesenvolvimento eterno, caminhando na rabeira do mundo civilizado.
Mas afinal, o que isso tem de importância? Perguntariam os cínicos, depois de apontar que somos ainda uma das dez maiores economias do planeta. Talvez não custe enfatizar ainda que o fenômeno da corrupção é hoje a principal causa, entre nós, das desigualdades sociais e dos péssimos serviços públicos que são prestados à população, induzindo ainda a violência exacerbada que tomou conta de nossas principais cidades, deteriorando as economias locais, afastando investidores, degradando o meio ambiente, desempregando e levando à marginalidade populações inteiras, roubando, acima de tudo, o futuro dos brasileiros.
Se já não fossem poucos os malefícios gerados pela corrupção, o mais assustador é constatar que ela permeia praticamente todas as instituições e poderes do país e tem, na sua elite dirigente, os maiores exemplos negativos dessa prática, já tornada costumeira em todas as instâncias do governo.
Embora não exista uma fórmula ou metodologia para medir, com exatidão, a corrupção de um país, é fato que, sentido na pele pela população e confirmado pelas inúmeras investigações, comprova uma clara correlação entre esses atos ilícitos e a prática corrente de atividades criminosas de todo o tipo, dentro e fora do governo.
Mesmo se comparado a outros países desenvolvidos, no Brasil, o índice de corrupção aumenta ainda mais essa percepção geral de que o país caminha numa trajetória descendente; é justamente a falta de transparência. Nesse quesito, estamos na 80ª posição entre 137 nações, segundo o Fórum Econômico Mundial. No nosso caso específico, é patente que a corrupção tem arruinado, por séculos, qualquer chance de desenvolvimento econômico.
De fato, o que parece agravar nosso caso, é que a medida em que vamos retrocedendo e, por conseguinte, ficando mais pobres, vamos ficando também mais abertos à corrupção, num ciclo sem fim e cujo o resultado final acaba por contaminar a própria população que passa a aderir a esse jogo sujo com naturalidade.
Portanto, não seria demais salientar que a medida em que a corrupção vai corroendo a máquina do Estado por dentro, mais e mais essa ferrugem ética acaba por extrapolar, envolvendo toda a nação na mesma lama, tornando inviável o próprio Brasil.
A frase que foi pronunciada:
“Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam com a outra. Antes se negam, se repulsam mutuamente. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.”
Rui Barbosa
Dia especial
Muito carinho dos leitores, hoje, no aniversário do titular dessa coluna. Ari Cunha agradece, comovido, as manifestações dos amigos.
Vôlei de praia
Brasília está pronta para receber a 3ª etapa do Circuito Brasileiro Challenger. Medalhistas olímpicos e novos talentos abrilhantarão o evento gratuito à população. Até domingo, no Parque da Cidade.
Mercado de trabalho
Passados cinco meses com o índice de empregados no mercado formal caindo vertiginosamente. Menos 661 postos de emprego.
Babá
Por falar nisso, cumpridores das obrigações sociais dos empregados domésticos exigem mais qualidade e capacitação. Acrescente-se o desemprego e o resultado é: pedagogas, até com mestrado, procuram emprego de babá, recebendo muito mais do que paga uma escola, considerando uma classe com 20 crianças e uma casa com apenas 1 criança. Novos tempos.
Curso humanizado
Novamente, um policial agredindo gente trabalhadora. Nessa crise, não são os que lutam para sobreviver dignamente que merecem esse tipo de tratamento. O fato aconteceu novamente na Rodoviária do Entorno, no centro da capital. Com celulares, uma atitude dessa é imediatamente registrada por qualquer transeunte. Policiais estão com os nervos à flor da pele. Precisam de reciclagem!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O primeiro passo para reestruturar, seria a unificação de todas as campanhas ligadas ao Ministério da Educação, para o combate ao analfabetismo, que dentro de cinco anos poderá ser reduzido ao mínimo, com a aplicação de recursos da ordem de 160 bilhões de cruzeiros. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Nos períodos eleitorais, principalmente quando o modelo adotado permite o estatuto da reeleição do mandatário, é comum verificar, durante o afastamento antecipado do chefe do Executivo e de sua equipe para se submeter ao longo processo de campanha, que o governo, como um todo, adentre numa espécie de vácuo, deixando uma sensação geral na população de apagão, onde nada mais passa a acontecer.
É justamente nesse período de paralisação das atividades do Poder Executivo, com o desmonte temporário das estruturas de fiscalização e controle, que as maiores irregularidades passam a acontecer, quer pela inoperância dos órgãos de governo, quer pelo incentivo dos próprios candidatos, de olho nos votos que o apoio à essas irregularidades podem render.
Assim, é que é nesses períodos de vazio do poder, que os grileiros passam a agir com maior desenvoltura, invadindo e parcelando terras públicas e alheias, vendendo e negociando livremente até condomínios inteiros sob as barbas dos candidatos oficiais, num claro acinte à toda a sociedade.
Certos da impunidade e do descaso da justiça, a cidade fica entregue a ação desses malfeitores disfarçados de empresários. Por todo o canto, é possível verificar que é a falta de fiscalização e da punição que acaba servindo como incentivo para espertalhões de todo o tipo. O pior é que as autoridades conhecem esse fato e os delinquentes mais ainda.
Para a população, só resta assistir inerte as estripulias que vão ocorrendo por toda a cidade. Empresários dos comércios locais aproveitam a oportunidade quando a maré está baixa para espraiar seus negócios, invadindo áreas verdes e outros espaços públicos como calçadas e até estacionamentos, colocando mais mesas, improvisando toldos e cercadinhos. Alguns armam churrasqueiras modernas, em plena passagem de pedestre, onde passam a dourar carnes e embutidos de origem desconhecida e totalmente sem controle das agências sanitárias.
Nestes estabelecimentos inchados, quem produz os quitutes não conhece a qualidade do que está oferecendo; muito menos os consumidores. Aos poucos, sob o olhar adormecido do GDF, a cidade vai sendo invadida, áreas públicas vão sendo aviltadas, tudo sob o argumento do lucro, que, segundo reclamam, anda baixo. Infelizmente, as invasões o os abusos ao sossego dos moradores não se fazem apenas através das invasões físicas dos espaços, mas do próprio ar na forma de intensa poluição sonora, que passou a ser a marca registrada da cidade, sempre que os fins de semana se aproximam.
O antigo silêncio é hoje coisa de conservadores e daqueles candangos cansados da labuta. Menos buzinas de dia e liberdade total nos decibéis madrugada adentro. Quando sexta-feira se anuncia, a cidade vira uma grande e ruidosa feira, onde se vende de tudo. Os festejos, regados a muita bebida e a outras substâncias, acontecem a céu aberto, para quem quiser ver. Andar pelas ruas, quando a noite cai, sob as sombras das árvores, virou rotina perigosa. Incrivelmente, o que os moradores das quadras mais tradicionais do Plano Piloto desejam quando o fim de semana chega é que ele acabe o mais rápido possível, de preferência sem acidentes e outras violências já tornadas comuns.
A frase que não foi pronunciada:
“O Brasil que eu quero é com eleitores que tenham orgulho dos políticos que enviarem para Brasília. Eles chegaram aqui pelo seu voto!”
Candango saturado de ouvir maus eleitores xingarem Brasília
Aborrecimentos
Novamente, passageiros do aeroporto de Brasília ficaram em polvorosa. Por muito tempo sem informação, os ânimos se acirraram. Mais de 10 voos atrasaram. Soube-se depois que foi problema no radar do aeroporto de São Paulo.
Meu Eixão
Movimento grande terá o encontro no dia 22. Quase 2 mil pessoas já confirmaram presença no evento que começa às 10h, na 108 Sul. Dança, fotos de lambe-lambe, gastronomia. A manhã do domingo promete!
Orientação
Com atendimento gratuito, o Centro de Valorização da Vida funciona desde o início do mês atendendo em todo território nacional pelo 188, pessoalmente ou pelo portal, pelo Skype ou ainda por e-mail. É conhecido e respeitado não só para atender pessoas que querem conversar, mas principalmente aqueles que pensam em suicídio.
Enap
Publicado na revista do Serviço Público o artigo de Bruna Ribeiro sobre Gerenciamento de crises no setor público e suas influências sobre a administração: o caso da Operação Voucher no Ministério do Turismo. Teve como objetivo analisar a crise ocorrida em 2011, bem como os impactos positivos e negativos decorrentes sobre a gestão do órgão.
Link para o PDF: Enap lança segundo número da RSP 2018 – Artigo Gerenciamento de Crises no Setor Público
Motocicletas
O Brasília Capital Moto Week espera receber mais de 680 mil pessoas. Bem organizado, o evento reúne uma das classes mais amigas da população brasileira: os motoqueiros. Eles viajam e participam de várias iniciativas importantes. Prestam solidariedade e mantém contato em todo o país. O evento é uma pequena amostra dessa união. Vale a visita! Veja algumas fotos no blog do Ari Cunha que tiramos quando estivemos lá.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Está, igualmente, o sr. Oliveira Brito, reestruturando as diversas repartições de seu ministério, para maior rendimento do trabalho. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Considerado pela Organização Mundial de Saúde como o país mais deprimido de toda a América Latina, o Brasil ocupa também o 5º lugar no ranking mundial. Não é pouca coisa. Ao todo, são mais de 11 milhões de brasileiros que sofrem com os sintomas da depressão, isso contando apenas com os números registrados oficialmente nos centros de saúde.
Segundo a OMS até 2020 a depressão será o transtorno mental afetivo mais incapacitante em todo o planeta, podendo atingir mais de 320 milhões de pessoas em todo o mundo, ou 4,4% da população da Terra. Nesse ranking assustador, o Distrito Federal aparece com 6,2% das pessoas, com mais de 18 anos, diagnosticadas com esse distúrbio. São números que mostram a capital nos primeiros lugares quando o assunto é depressão.
As causas internas da doença, assim como os fatores externos, são difusos e ainda pouco compreendidos. O que se sabe, é que há uma maior prevalência desse distúrbio na faixa etária compreendida entre 55 e 74 anos, apesar de os pesquisadores detectarem esse mal em todas as faixas etárias da população. Estudos ainda inconclusivos mostram que fatores como a pobreza, desemprego, morte de pessoas queridas, rupturas de relacionamentos, doenças, uso de álcool e de drogas induzem o aparecimento e a instalação progressiva e lenta de quadros de depressão.
Em tempos de lava Jato e de tantos noticiários de escândalos envolvendo as classes dirigentes, com um contingente de mais de 14 milhões de desempregados, com o aumento dos casos de violência, com a deterioração nos serviços de saúde pública, de educação e de seguridade social e outros fatores extremamente negativos, como a falta de perspectivas, não surpreende que os brasileiros e os brasilienses, em especial, venham apresentado quadros crescentes de depressão.
Nesse sentido, movimentos que vêm pregando a liberalização do consumo de drogas, mesmo vindos de autoridades, encontra nesse quadro apresentado pela OMS um potente opositor. Para os estudiosos do problema, a liberação no consumo de drogas, como elemento de contenção do tráfico e da violência decorrente, poderá elevar, em muito, o número de brasileiros com quadros de depressão, aumentando também os casos de esquizofrenia, outra enfermidade mental até mais danosa.
Outro fator externo, que também tem chamado a atenção dos pesquisadores, é que o aumento populacional, a escassez de alimentos e água já são hoje fatores a se contar no aumento dos casos de depressão. As grandes migrações em âmbito mundial, desestruturando países, o aumento dos conflitos mundiais e mesmo as rápidas mudanças climáticas, também concorrem para o aumento no número de pessoas com depressão.
Curioso notar que essas catástrofes mundiais não afetam com depressão apenas as pessoas diretamente envolvidas nessas questões, mas chegam a atingir indivíduos distantes milhares de quilômetros desses casos. Fatores como a informação instantânea, vinculada pelas redes sociais a todo o momento, fazem do cidadão, em qualquer lugar do planeta, parte integrante da grande humanidade que sofre de depressão nesse início do século XXI.
A frase que foi pronunciada:
“Cada pessoa é um abismo. Dá vertigem olhar dentro delas.”
Sigmund Freud
Estudos
Reclamações da falta de clareza nos conteúdos constantes na Base Nacional Comum Curricular de ensino médio levaram o Ministério da Educação a detalhar o documento. O ministro Rossieli Soares da Silva acompanha a equipe nesse trabalho.
Maquiagem
Por falar em educação, o GDF precisa rever os objetivos do EJA. Alunos agregam muito pouco depois de 5 anos de estudos. Apesar dos bons professores, a falta de base educacional prejudica o progresso. A forma estapafúrdia de aprovação é uma maquiagem nesse quadro negro.
Os normais
Enquanto a juíza de direito Tereza Cristina Cota, de Varginha/MG, garantiu a troca de nome da Jennifer para Natan, uma mulher que queria substituir o sobrenome Pinto por Pereira, que também é um nome paterno, teve o pedido negado. O desembargador João Batista Vilhena entendeu que a ordem íntima no caso não justifica a mudança.
Jornada
Senador Cristovam e equipe não estão de recesso no Senado. Pelo contrário. Com a agenda cheia, o senador aproveita a temporada para receber visitantes e articular a campanha.
Opinião diferente
“A saúde não é mercadoria. Vida não é negócio. Dignidade não é lucro. Direitos conquistados não podem ser retrocedidos sequer instabilizados.” E prejuízo é dignidade? Como os empresários vão garantir mais empregos e mais investimentos sem lucro. Aí sim não criarão um ambiente propício à dignidade de seus colaboradores. O estado não produz $$ como pensa a Presidente do STF. Quem produz é a sociedade. Diz a carta do leitor Helzio Mascarenhas.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O ministro da Educação está estudando a transferência de diversos órgãos para Brasília, dependendo apenas do problema de apartamentos. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Mesmo que haja alguns exageros ou má vontade por parte dos pesquisadores americanos da Expert Market, uma empresa de análise situada nos Estados Unidos, que, em levantamento feito em 74 dos principais centros urbanos do mundo, apontou Brasília como um dos 10 piores sistemas de transportes público do mundo, ainda assim, o estudo deve ser levado a sério pelas autoridades e merecer uma revisão detalhada desse importante serviço.
Se for levada em conta apenas a opinião dos usuários, sem dúvida, o sistema público de transporte será alvo de inúmeras críticas, talvez até mais ácidas do que as apresentadas pelos pesquisadores norte americanos. Excetuando os próprios usuários diários do sistema, a Secretaria de Transportes conhece bem os principais problemas que tornaram a capital deficitária no transporte de massa.
De fato, o que os pesquisadores não levaram em consideração, até por desinformação, e que é uma das principais causas que conduziram o sistema à exaustão, é justamente a questão do inchaço populacional sem precedentes que a capital passou a experimentar. O aumento no número de habitantes, decorrente direto da emancipação política feita à toque de caixa para beneficiar grupos poderosos da capital, provocou um colapso não só nos sistemas de transporte, mas em todos os serviços públicos, como saúde, educação, segurança, moradia, falta de infraestrutura, congestionando a circulação viária e exigindo, da noite para o dia, que o GDF tomasse medidas urgentes para contornar a crise provocada pela explosão demográfica desordenada.
Dessa forma, enquanto não forem devidamente resolvidos o problema do inchaço populacional, toda e qualquer medida visando à melhora nos serviços públicos, sejam quais forem, a demanda, exacerbada e sem previsão, tornará inócua qualquer reforma ou melhoria nos sistemas.
O pior é que essa situação de degradação nos serviços públicos foi alertada por vários urbanistas e pessoas responsáveis e que conhecem a fundo a capital desde seu nascimento.
Mas a insensibilidade dos políticos locais, movidos, como sempre, a interesses particulares e a ganhos imediatos, acabou por conduzir a moderna capital do Brasil à mesma situação que aflige hoje todas as grandes cidades brasileiras. Com certeza, se for analisada a prestação de outros serviços públicos, pela lupa da Expert Market, sem dúvida alguma os setores da saúde, da educação e da segurança, para ficar apenas nessas áreas, merecerão reprovação, sendo, sem susto, colocados nos últimos lugares nos rankings mundiais.
O que se constata e que salta aos olhos é que o problema não está precisamente na prestação dos serviços públicos, que outrora eram excelentes na capital, mas na maneira como ainda deixamos nossa cidade entregue àqueles que não têm amor e compromisso sério com essa terra e sua gente.
A frase que foi pronunciada:
“Vários parlamentares em Brasília estão usando ternos caríssimos, feitos sob medida… provisória.”
José Coutinho, na Internet.
Arte
Um sucesso a mostra Esfero-Gráfica de Julien Gorovitz, um gênio que ainda não deixou Brasília. Veja os detalhes no blog do Ari Cunha.
PT
Quem está vibrando com a candidatura da filha é o jornalista Nonato Freitas: Rebeca, que acaba de alcançar a maioridade. Rebeca Gomes é a pré-candidata a deputada federal mais nova do Brasil. Estudante do curso de História, na UnB, onde lidera um movimento em defesa do empoderamento da mulher no cenário político e cultural do país, ela participa neste sábado, no Rio de Janeiro, do projeto Elas por Elas, evento que reunirá, em dois dias de debates, todas as candidatas negras do Partido dos Trabalhadores. “Eu ainda acredito que a política é o espaço que o povo possui para ser representado”, diz Rebeca, cheia de esperança no futuro político do país.
Fim do mês
Por falar em petista, um grupo de militantes promete que fará greve de fome, no fim do mês, em protesto contra a prisão de Lula. Os manifestantes acamparão em Brasília e tentarão sensibilizar o Supremo Tribunal Federal.
Nome
Fica a cargo de Mauro Benevides Filho, a formulação do programa de governo do candidato Ciro Gomes na área econômica.
Na rede
No Maranhão, a PF descobriu que uma lan house era utilizada para a prática das fraudes em celulares de autoridades e familiares. O incrível nessa história é que há contas bancárias para o depósito com todo tipo de identificação dos donos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O Colegiado deve tomar conhecimento deste fato, para evitar que perseguições a funcionários venham prejudicar o desenvolvimento do trabalho. (Publicado em 25.10.1961)
ANS e demais agências reguladoras estão distantes da população
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Criada no ano 2000, pela Lei 9.961, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) surgiu justamente para regular um setor da economia brasileira de planos e seguros de saúde que, ainda hoje, é considerado um dos maiores sistemas privados de saúde do mundo. A grosso modo, a tarefa da ANS foi fazer valer o que já dispunha a Lei 9.656, promulgada dois anos antes, e que representou um dos principais marcos regulatórios do setor de saúde suplementar.
Com o advento dessa lei, os planos privados de assistência à saúde no país foram obrigados não só a garantir atendimento aos seus beneficiários, mas a apresentar contratos mais claros para os consumidores, ampliando os serviços de assistência prestados e pondo fim a livre cobertura assistencial, aos reajustes abusivos e aos períodos de carência, como era prática corrente. Com isso, aumentou significativamente o número de brasileiros que passaram a aderir aos planos privados de saúde, uma vez que o sistema público, apesar dos bilhões de reais investidos, nem de longe consegue atender, com o mínimo de qualidade, a população brasileira.
Se existe motivo para comemorar os ajustes feitos pela Lei 9.656, o mesmo não se pode dizer hoje da criação da ANS que veio em seguida. Essa Agência, como as demais, pensadas para ser o braço avançado dos consumidores junto ao Estado, contra os abusos e a ganância do mercado privado, sofreram, ao longo dos governos petistas, uma forte ingerência política, visando aparelhar seus quadros com prepostos, organicamente posicionados, fato esse, que acabou por provocar profunda descaracterização dessas importantes instituições.
Hoje não é novidade para ninguém que a maioria dessas Agências funcionem mais no sentido de fazer prevalecer os interesses de grupos poderosos de pressão, dentro do Estado e do mercado privado. A população, como é frequente no Brasil, vem a reboque, apanhada sempre de surpresa com medidas que a penalizam em favor das muitas empresas que operam no país.
Assim é nas questões dos combustíveis, da aviação, da energia elétrica, da água, da telefonia e não é diferente com a saúde. Assim é que em junho desse ano a ANS anunciava, pela resolução nº 433, novas regras para a cobrança da chamada coparticipação e de franquia em planos de saúde. Por essa nova normativa os pacientes dos planos, com novos contratos, em claro atendimento às reivindicações das empresas, deveriam pagar 40% de cada procedimento realizado.
A situação, de tão esdrúxula, chamou a atenção inclusive da adormecida Ordem dos Advogados do Brasil, que enviou pedido de suspensão da referida resolução ao Supremo Tribunal Federal. No pedido a OAB afirma: “A lei que cria a ANS determina que ela fiscalize o setor visando à proteção e à defesa do consumidor. Claramente ela se desviou de sua finalidade.”
Por seu turno, a ministra Cármen Lúcia, que está no plantão do STF, em seu deferimento ao pedido da OAB, anotou: “A saúde não é mercadoria. Vida não é negócio. Dignidade não é lucro. Direitos conquistados não podem ser retrocedidos sequer instabilizados.”
Obviamente que o despacho da presidente do STF, em consonância com o pedido da OAB, é como uma flecha a atingir o coração da ANS, pondo a nu a atuação dessa agência, que, como as demais agências, se desviaram de suas funções, metas e missão, ficando a léguas dos interesses da população brasileira.
A frase que foi pronunciada:
“Era só o que faltava. Além de pagar altíssima mensalidade, a ANS quis equiparar plano de saúde com as seguradoras de automóveis. Uma taxa para cada consulta e para cada procedimento médico. A OAB foi a voz do consumidor, já que a ANS se tornou a voz dos planos de saúde. ”
Esther Ribeiro, consumidora.
Honra ao mérito
Maestro Emílio de César faz parte da vida dos músicos da cidade. Tanto instrumentistas quanto cantores. Todos que já trabalharam com ele reconhecem o trabalho sério e dedicação à profissão.
Cuidados
Marinalva Dantas já libertou mais de 2.500 trabalhadores em situação análoga à escravidão. Depois de encontrar mais de 50 crianças e adolescentes em trabalho irregular, a coordenadora do Grupo Móvel, Auditora-Fiscal do Trabalho Marinalva Dantas, disse que a diminuição no número de casos aponta para uma melhor articulação dos órgãos que compõem a rede de proteção à criança e ao adolescente e de enfrentamento ao trabalho infantil. “Mas o cenário em Boa Vista ainda é bastante preocupante em razão do fluxo migratório proveniente da Venezuela, país limítrofe com Roraima, que enfrenta grave crise econômica e política. ”
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os. Aracaty Marques Ferreira está usando dois pesos e duas medidas na delegacia do Iapfesp. Funcionários que foram ao Rio, permaneceram quase meio mês, receberam vencimentos integrais. Outro, que ficou em Brasília, teve dias cortados, porque trabalha na TV Brasília, onde temos um programa, e onde comentamos as irregularidades do IAPFESP. (Publicado em 25.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Não precisa ser clarividente para perceber que alguma coisa excessivamente errada vem tomando vulto nesses últimos anos e, por conseguinte, coloca sob ameaça não apenas nossa ainda jovem democracia, mas o próprio Estado de Direito, solapando a credibilidade das instituições e podendo levar o país à uma espécie de caos social de difícil mensuração.
Trata-se aqui de uma crescente onda de perseguições, xingamentos e ameaças que começaram a ser disparadas em todas as direções, vindas de todas as partes e que primeiro teve como alvo os políticos em geral, mas que agora se espraiaram para todas as autoridades do país. O pior é que nesse festival de bestialidades também se observa xingamentos e ameaças feitas diretamente entre membros da cúpula do Estado.
Não raro, o que se vê da tribuna do parlamento federal é deputado e senador desfechando impropérios, até de baixo calão, contra membros do governo. Ameaças veladas voam de parte a parte deixando a nação num suspense e numa expectativa de que esse vendaval de trocas de insultos e imprecações venha a resultar num desmanche moral e ético das instituições, levando o país ao descontrole e ao caos.
Usando das prerrogativas do direito à palavra, políticos de todas as matizes ideológicas não poupam ninguém. Os ataques pessoais contra a honra e a dignidade das pessoas são ouvidos a cada instante não só dentro do parlamento, mas na troca de mensagens, nas redes sociais e nas páginas de jornais. Há pouco, uma deputada do PTB, alijada da possibilidade de assumir o comando do Ministério do Trabalho, chamou um ministro do STF de vagabundo.
Aliás, com o aprofundamento das investigações e condenações, os membros da Suprema corte vêm sendo sistematicamente ameaçados, sendo que um, particularmente, pediu à Polícia Federal segurança para si e para seus familiares. Outro parlamentar chegou a sugerir que a população pegasse em armas para defender um membro de seu partido preso.
Nesse festival de insanidade, até membros das Forças Armadas ameaçam pegar em armas e restaurar o intervencionismo militar. De fato, a instabilidade dos ânimos já instaurou o caos nas instituições e desse ponto se irradiou para a sociedade. Nesse sentido, tem sido cada vez mais constante, os ataques feitos por populares a figuras de destaque do mundo político e jurídico. Esses episódios de cólera contra o establishment ganharam as ruas e, não raro, tem ameaçado praticamente todas as autoridades do país.
Político ou outro membro qualquer da cúpula do Estado, apanhado desprevenido andando em lugares públicos, corre riscos sérios de ser xingado e ameaçado de toda a forma. Na verdade, esse desapreço e animosidade pelas autoridades brotaram das revelações que vieram a público sobre o comportamento dessa elite, envolvida nos mais escabrosos casos de corrupção e de desvio de recursos públicos.
Além dessas malfeitorias, a nação passou a se inteirar melhor das infinitas mordomias e benesses dessas classes privilegiadas, transformando o que era só um descontentamento e desilusão em raiva e agressões.
Visto de longe, e de modo imparcial, o que se pode concluir é que ninguém, nessa barafunda em que vai se transformando o país, tem razão absoluta, ninguém tem culpa completa. Se os políticos estão aí, foram levados pelo voto dado pelo povo. Isso, se as urnas forem invioláveis. Afinal esse é o grande balaio de gatos chamado Brasil.
A frase que não foi pronunciada:
“A crise teria essa vantagem. Mostrar à população quem são os maus e bons políticos. Acontece que no Brasil, também há maus e bons eleitores. Os que aceitam favores, que brincam com o voto, ao lado dos que pensam além do próprio umbigo, pesquisam sobre os candidatos. Isso sem falar nas urnas eletrônicas, que despertam desconfiança de experts em informática. Sair dessa crise vai ser difícil.”
Comentário imaginário publicado nesta coluna, no dia 29 de outubro de 2018
Agenda positiva
Guilherme Tavares da Costa, Esdras Augusto Nogueira Filho, Eliana Moura de Souza, Sergio Mattos Bacelar, Débora de Carvalho, Diazul de Xinema Produção e Artes, Alice Freire, Maria do Socorro Silvestre Maia e Tânia Fontenele e Wesley Gondim Gonçalves foram os candidatos selecionados para participação da Edição 2018 do DocMontevideo. Um evento estratégico de divulgação nacional dentro do Programa Conexão Cultura DF.
Combate saudável
Em época seca, é comum aparecerem os escorpiões. Quem mora em casa e tem receio de usar veneno pode adotar uma galinha. Elas adoram escorpiões.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
É uma medida que só merece apoio, para que não haja especulação e uso imoral de um imóvel que foi alugado a um preço, e é sublocado com lucros fantásticos, aproveitando a dificuldade de habitações em Brasília. (Publicado em 25.10.1961)