Criando corvos

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Charge: domacedo.blogspot

 

             Alertas feitos este mês pela cúpula dirigente dos serviços secretos da Inglaterra, MI5, e dos Estados Unidos, FBI, vêm chamando a atenção de muitos governos, mundo afora, para os sérios riscos que correm os países ocidentais, por conta da avassaladora expansão chinesa, cujos objetivos escondem propósitos que vão muito além das relações comerciais.

            De acordo com os diretores do FBI, Cristopher Wray, e do MI5, Ken Mcllum, em comunicado durante um evento em Londres, existe, com essa expansão acelerada e que segue, à risca, as diretrizes traçadas pelos altos dirigentes do Partido Comunista Chinês (PCC), além de uma preocupante ameaça econômica, uma ameaça à segurança de muitos países, pelo modo perigoso como essa expansão vem sendo praticada, onde o roubo de propriedades intelectuais e a espionagem são práticas comuns já constatadas.

            Além disso os chineses, ou aqueles que participam diretamente desse verdadeiro programa de dominação e submissão do Ocidente, têm feito movimentos e ações que buscam, sobretudo, influenciar a política interna em muitos desses países. Quem conhece de perto a capacidade dos chineses em copiar, sem cerimônias, os produtos e a tecnologia do Ocidente, não tem dúvidas sobre os objetivos que essa expansão mercantil esconde de todos.

            O roubo de tecnologia pelos chineses se dá em vários segmentos da indústria. Ao mesmo tempo em que usam de práticas condenáveis, o governo daquele país do Oriente vem adotando uma série de providências para proteger e blindar sua economia interna de futuras sanções, que, por certo, virão um dia. Recentemente, e só à guisa de ilustração, os chineses apresentaram, no concorrido mercado automobilístico internacional, uma cópia perfeita do Volkswagen, Fusca, um ícone da indústria alemã e um dos carros mais vendidos de toda a história.

            Batizado de ORA PUNK CAT, o Fusca, versão chinesa, embora com um novo motor elétrico, é uma cópia do modelo da VW, o que mostra a cara de pau dessa potência que almeja substituir os EUA e conquistar o planeta pelas beiradas. Segundo o diretor do MI5, o PCC não está interessado em liberdades democráticas apresentadas pelo Ocidente. Interessa aos chineses pesquisar nossos modelos e sistema democráticos, midiáticos e legais para usá-los ao seu modo e para ganho direto da elite política do PCC, que controla, com mão de ferro, aquele país.

            Uma vez roubado os segredos tecnológicos, o próximo passo que os chineses dão vão no sentido de minar os negócios dessas empresas, oferecendo produtos copiados a preços irrisórios e, com isso, dominando esse nicho de negócio. Para isso, não se intimidam em usar de todos os meios possíveis para obter informações, sejam espionando, copiando, subornando e interferindo, direta ou indiretamente, nos governos locais para atingir seus objetivos.

            Segundo os estudos ingleses, o próprio governo chinês recruta Hackers em grande escala, junto com uma rede global de agentes de inteligência, em busca de obter acesso a segredos das tecnologias que consideram mais importantes no momento. Aqui no Brasil, esse avanço se faz não apenas no setor agrícola e pecuário, mas sobre as indústrias também.

            Desde que o governo petista, sempre ele, em 2004, anunciou, com grande estardalhaço, que reconhecia a China como economia de mercado, ou seja, um país que respeitava os princípios éticos e as regras básicas de comércio, nossa economia vem sendo minada e destruída, tijolo por tijolo. Fábricas têxteis, de celulose, de maquinário, calçados e muitas outras simplesmente fecharam as portas e demitiram, por não suportar a concorrência desleal com os produtos chineses, sempre vistos como mais baratos e também de menor qualidade.

            Naquela ocasião, o então presidente Lula, inebriado com o que parecia ser uma grande conquista de seu governo e uma diretriz básica de seu partido para reunificar as esquerdas de todo o mundo, declarou que, com aquele gesto, o Brasil dava uma demonstração de que essa relação estratégica era para valer. Demonstrava a prioridade que seu governo, leia-se seu partido, devotava às relações entre China e Brasil.

            No mesmo tom, o então chefe máximo do Partido Comunista Chinês, Hu Jintao, que viera para o Brasil especialmente para se certificar, de perto, de que esse reconhecimento seria de fato selado, depois de forte pressão, respondeu, ao discurso de seu colega de ideologia, que essa postura do Brasil iria criar as condições para uma relação estratégica e muito mais rica e que iria também favorecer a cooperação econômica e comercial entre esses dois países. Note-se que, em ambos discursos, tanto o governo Lula quanto o de seu colega chinês usam a expressão “estratégica” para definir a avaliação que cada um dos mandatários fazia desse acordo.

Pelo lado brasileiro, a expressão “estratégica”, contida no discurso de euforia de Lula, possuía um significado que unia elementos de uma ideologia utópica e orientada a reerguer o Muro de Berlim, derrubado alguns anos antes, juntamente com uma vitória do próprio partido, que, com esse gesto, fortalecia sua presença no mundo das esquerdas, abrindo, simultaneamente, espaço para a entrada massiva de um regime dessa orientação nos negócios brasileiros.

            Não se sabe ainda com exatidão que benefícios diretos, do tipo utilitarista e argentário, o Partido dos Trabalhadores colheu desse acordo exótico, já que, em todos os “negócios” envolvendo o Estado Brasileiro, essa sigla encontrou meios de obter altos lucros indevidos e enviesados. Pelo lado chinês, a expressão “estratégia”, contida no discurso do chefe do PCC, tinha o significado próprio dado por aquele governo a todos os outros acordos e negócios feitos com o resto do planeta, sobretudo com os países do terceiro mundo, onde o lucro máximo com riscos mínimos é sempre a fórmula acordada.

            O Brasil, que hoje é um dos principais fornecedores de alimento para a China, corre o risco paradoxal de, nessa posição e nessa parceria inusual, vir a ser literalmente engolido pelo governo chinês, sem sequer dar contas dessa situação ameaçadora. O caso aqui se parece com aquele empregado de um zoológico, que mesmo cumprindo com sua obrigação diária de alimentar o tigre enjaulado, corre risco de morte diariamente, caso o animal escape das grades. O filósofo de Mondubim já alertava: “crie corvos e eles arrancarão seus olhos.”

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se a China quer ser um ator construtivo e ativo na economia mundial, tem que respeitar os direitos de propriedade intelectual ou torna praticamente impossível fazer negócios com eles.”

Dan Glickman

Dan Glickman. Foto: Getty Images / Ray Mickshaw

 

História de Brasília

Todos os dias de manhã, um ônibus da Fundação Brasil Central faz uma contra-mão à altura do edíficio da Câmara dos Deputados, virando à direita, no Eixo Monumental, em direção ao Bloco 11. (Publicada em 02.03.1962)

Más companhias

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Representantes dos países que compõem o BRICS. Foto: divulgação

 

       “Diz-me com quem andas e eu te direi para onde vais”. Esse é o único modo correto de empregar esse antigo ditado, qualquer outra variação poderá ficar no limbo das probabilidades e das incertezas. Com isso pode ficar demonstrado, também e de modo explícito, que o agrupamento de países de economia emergente, fundado em 2006, denominado BRICS, representa hoje, para o Brasil, uma incógnita semelhante ou até mais profunda do que a representada pelo Mercosul.

        A política terceiro mundista, defendida pela esquerda, que governou o país por treze anos, trouxe, em sua algibeira suja, parcerias de além-mar que o racionalismo econômico consideraria, na melhor das hipóteses, como uma incógnita a ser analisada com as maiores doses de precaução. Não apenas pelo aspecto geográfico, que colocam essas economias o mais distante das terras brasileiras. Nem tampouco pelas diferenças culturais, também imensas. Mas, sobretudo, pelos anseios diversos e até opostos que essas nações, de governos centralizados e monocráticos, nutrem em relação ao mundo, à democracia, à liberdade econômica e a uma série de outros valores que, queiramos ou não, devem se refletir nas relações econômicas.

        Geografia é destino, afirmam os positivistas. Nesse caso, que caminho seguro poderia existir, de fato, nas relações firmadas, em acordo tácitos, com nações situadas do outro lado do planeta, quando se sabe que, por exemplo, China, Índia e Rússia, por suas características próprias, sequer jamais, em tempo algum, consideraram o Brasil como parceiro estratégico e histórico? É como se firmássemos acordos com seres de outro planeta. O que sabemos, e até vagamente, é que a pretensa estabilidade política de países como a China e Rússia são dadas, exclusivamente, pelo modelo centralizado de governo. São, em outras palavras, ditaduras de partido único, governadas por camarilhas que traçam cada centímetro de política social e econômica, com objetivos claros de trazer o máximo de lucro para dentro de seus Estados, com o mínimo de concessões.

        Se ratam seus próprios cidadãos e nacionais com dureza e mesmo desprezo, que tratamento poderíamos esperar por parte desses governos, se não aquele em que os lucros e outras vantagens estão sempre acima de qualquer noção de dignidade humana ou da ética? Quem compra produto roubado, incorre no crime de receptação. Do mesmo modo, quem compra produtos fabricados por trabalhadores em condições de mão de obra escrava está incorrendo no crime de conluio com essas práticas.

        Nas relações econômicas, não se pode levar em conta essas práticas, tão pouco ignorá-las por completo. Na Europa, muitas redes de supermercados estão boicotando produtos made in Brazil, cuja origem vem de áreas desmatadas ou que foram produzidos em detrimento do meio ambiente.

        A invasão da Ucrânia, por tropas russas, pelos seus desdobramentos desumanos e por suas características de inúmeros flagrantes de crime de guerra, deveria chamar a atenção dos membros do BRICS, ou o comércio regular entre esses países, ou isso seria o anátema aos tratados comerciais? Poderia haver relações econômicas sem as luzes da ética?

        Pode uma guerra que já gerou milhares de mortos e mais de quatro milhões de refugiados não deixar marcas ou traumas nas relações econômicas entre Brasil e Rússia? A China, que há muito vem ensaiando militarmente invadir a quem chama de república rebelde, Taiwan, por certo, seguirá o mesmo caminho que Putin, em sua reafirmação imperialista. Também, nesse caso, as relações econômicas dos BRICS devem seguir seu curso normal? O mesmo pode fazer a Índia com relação ao Paquistão. O Brasil ao escolher, por vontade das esquerdas que governaram o país, prosseguirá suas relações com parceiros dessa natureza, fechando os olhos para o que fazem do outro lado do planeta?

        Ao escolher andar com países com esses níveis de implicações políticas e com essas extensas fichas de atentados contra os direitos humanos, o Brasil mostra, ao mundo civilizado, que é igual a eles e vai seguir o mesmo rumo. Talvez seja até pior que eles. Mas uma coisa é certa: vai em más companhias.

 

A frase que foi pronunciada:

A linguagem simbólica da crucificação é a morte do velho paradigma; ressurreição é um salto para toda uma nova maneira de pensar”.

Deepak Chopra

Deepak Chopra. Foto: PHILIP CHEUNG / NYT

 

De volta

Realmente emocionante a encenação da Paixão de Cristo no Morro da Capelinha. Dessa vez, a celebração da cruz foi presidida pelo arcebispo de Brasília, Dom Paulo César.

Foto: Carlos Vieira/CB

 

Quinto poder

Whatsapp cercear a liberdade de expressão do cidadão com uma nova funcionalidade após as eleições, por meio de acordo que firmou com o Tribunal Superior Eleitoral, vai contra o Estado de Direito. Abrir uma excepcionalidade para o Brasil é inconcebível, inacreditável. Isso é democracia? Em tempo: a partir da próxima segunda-feira, o reencaminhamento de mensagens será limitado a um destinatário ou grupo por vez. A providência será implementada em todo o mundo. A opinião é do nosso leitor Renato Mendes Prestes.

Foto: Dado Ruvic/Reuters

História de Brasília

Pobre hospital, o Distrital. As encrencas nunca deixam de existir, as fofocas nunca param. Agora, inquérito no Pronto Socorro para quem recebeu o dinheiro. A história é longa, mas é mais ou menos assim: antigamente, quando um pobre ia parar no hospital, e não tinha dinheiro para pagar, assinava uma promissória, que ficava na tesouraria do hospital. (Publicada em 21.02.1962)

A morte do bom senso

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Foto: Sergei Supinsky/AFP/Metsul

 

        Já no segundo dia da guerra entre Rússia e Ucrânia, este espaço alertava para a urgência de providências no sentido de conter a poderosa máquina bélica de Putin, primeiro, através de uma possível declaração do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estabelecendo a neutralidade de seu país nas questões entre Moscou e OTAN, a exemplo da Finlândia durante a guerra fria; por uma razão simples e imposta pelo pragmatismo político: a impossibilidade real da Ucrânia em conter um possível avanço da máquina de guerra russa. Segundo, para preservar a vida de cidadãos ucranianos, homens, mulheres, crianças e idosos, que seriam necessariamente alvos dos ataques russos. Conhecendo a belicosidade de Putin, essas seriam as melhores estratégias de um governante sensato, pois desmanchariam os argumentos do ditador para invadir o país vizinho.

        Não se trata aqui de pretensões em pousar de estrategista de guerra ou coisa parecida. A questão envolve o bom senso, um atributo que, em tempos de violência, desaparece como fumaça no vento. Agora, com o estabelecimento da guerra, ou mais precisamente, de um massacre sobre o povo ucraniano, principalmente sua parcela civil, parece tarde para recuar. Para complicar um problema que tende a crescer, o presidente ucraniano parece fazer o jogo que o Kremlin deseja, que é estender o conflito para toda a borda que margeia a Rússia, incluindo, nessa batalha, todos os países que faziam parte da antiga União Soviética.

        Ao apelar para que países como os Estados Unidos e a própria Otan entrem nesse conflito, o que o presidente Ucraniano está fazendo é acender o pavio para uma guerra generalizada em toda o continente Europeu, o que seria um prenúncio tenebroso para uma terceira e definitiva guerra mundial. É certo também que Putin e seus generais poderiam resolver a questão do cerco da Otan ao território russo estabelecendo um cordão de proteção armada ao longo apenas das fronteiras dos países limítrofes. Mas todas essas foram hipóteses lançadas na lata de lixo. De fato, ao açular os instintos bélicos de Putin, em nome de um patriotismo que sempre custa a vida da população local, Zelensky abriu as portas para o avanço dos russos sobre seu país.

        O mundo, que a tudo assistia e que também não acreditava numa guerra de fato, foi apanhado por um tipo de surpresa anunciada. O fato é que a Europa, que já enfrentou décadas de guerras sangrentas, teme a volta dos conflitos armados, que podem se espalhar para outros becos sem saída, preexistentes em seus territórios, como é o caso da questão das levas de imigrantes vindos da África e do Oriente, além da questão dos muçulmanos versos cristãos, ainda não resolvidas desde as Cruzadas.

        Mesmo as delicadas questões envolvendo os países Balcãs poderiam, em caso de uma guerra generalizada, voltar a incendiar todo o continente. Existe, de fato, um tênue equilíbrio político em toda a Europa que pode vir a ruir, caso haja uma escalada dos conflitos. O pavio de pólvora que poderia ser apagado nos dias que antecederam a invasão russa, não foi apagado a tempo.

        Agora, pelo desenrolar dos acontecimentos, a guerra parece que irá seguir seu curso natural, inflamando o continente e trazendo mais insegurança para todos os europeus, isso se as contendas ficarem restritas apenas à Europa. Caso outros protagonistas, como os Estados Unidos e a China, entrem nesse conflito, os rumos do planeta imbicam para um abismo sem fundo.

A frase que foi pronunciada:

O poder da palavra é ilimitado. Muitas vezes, uma boa palavra era suficiente para deter um exército em fuga, transformar a derrota em vitória e salvar o país.”

Emile de Girardin, Jornalista francês (1802-1881)

Emile de Girardin. Imagem: britannica.com

PNAD e IBGE

Nova pesquisa mostra que mais de 580 mil empresas do Brasil foram fechadas entre abril de 2019 e dezembro de 2021.

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Evento

Nos dias 12 e 13 de março, o repertório apresentado pela Orquestra Desarmônica de Brasília será John Williams. No CCBB, às 19h30, com entrada franqueada ao público.

Cartaz: ccbb.com

Equilíbrio e Contraste

Impedir o primeiro retorno das primeiras quadras pares do Lago Norte foi ótimo nos horários de pico, ou seja, no máximo por 4 horas por dia. Nas outras 20 horas, os moradores são obrigados a cumprir um percurso inútil.

Foto: comdono.com

Branda demais

Em breve, o Estatuto do Idoso será alterado pelo Projeto de Lei 154/22, que aumentará a punição para os crimes de negligência e apropriação indevida de bens, quando praticados contra pessoas com 60 anos de idade ou mais. A punição, que era de 2 meses a um ano de detenção e multa, passa para de 2 meses a 2 anos de detenção e multa. Muito pouco!

Autor — Foto: Marcelo Camargo/ABr (valor.globo.com)

Projeto Índia Amazônia

Nessa quinta-feira, o Centro de Ensino Médio 404 (CED 404), de Santa Maria, recebe o Projeto Índia Amazônia (PIAMA), em escolas e em unidades de Internação. A iniciativa incentiva a prática da leitura e debates sobre a Amazônia por meio de rodas de leitura poética e lúdicas com Chico de Aquino, escritor do texto “ÍNDIA AMAZÔNIA”. O Projeto será realizado por meio de um Termo de Fomento da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECEC), do GDF.

Foto: Rondineli Borges/Divulgação

História de Brasília

Quanto aos candangos, mesmo vivendo em invasões e em barracos de madeira estão em melhor situação que em suas terras de origem, onde a fome rondava seus lares hoje abastecidos. (Publicada em 18.02.1962)

Natal, Carnaval, São João made in China

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Imagem: portal.fgv.br

 

Vem aí mais um Natal. Depois de quase dois anos de pandemia e de mais de 5 milhões de mortes em todo mundo, não há muito o que comemorar, ainda mais quando se verifica que a velha inflação, nossa conhecida, está de volta com força total para a alegria somente daqueles que sempre lucraram com a desvalorização de nossa moeda.

O único papai noel que este ano teria motivos para comemorações é aquele que vem de trenó, com os olhos puxadinhos, diretamente da Ásia Oriental. Ele tem sido o maior e talvez o único beneficiário em termos econômicos de todo esse longo período de pandemia que vem assolando o mundo. O Noel asiático tem saído não só praticamente ileso de todo esse processo, mas com ganhos astronômicos, advindos das vendas de mate rial hospitalar e de saúde de emergência, além de outros insumos que não são fabricados no Ocidente. Tanto desempenho e desenvoltura, numa crise planetária dessa magnitude, tem levado muitos a considerar essa doença providencial para a economia chinesa. Não podemos especular sobre tão séria questão, que só o tempo e a persistência nas investigações poderão dizer. Por enquanto, ficamos com os fatos e o que eles dizem.

Em meio à pandemia, a economia da China foi a única que cresceu, cerca de 11,5% no segundo trimestre em 2020, enquanto os índices do mundo registraram decréscimo no crescimento que só era visto em tempos de guerra. Em média, houve uma que da, no ano passado, de 9,5% nas maiores economias do planeta, com Bolsas de Valores no vermelho e retrocesso no emprego.

Com isso, a economia chinesa, friamente calculada, deve superar a americana nos próximos cinco anos. É um desempenho e tanto em meio à maior crise sanitária experimentada pelo mundo moderno. Se os números explicam uma parte dessa história, o que pode realmente esclarecer, na prática, essa diferença entre as economias da China e do Ocidente pode ser confirmado numa simples ida às lojas de departamento.

De cada 10 itens que as pessoas compram no Natal, ou ocasionalmente, pelo menos nove são made in China. De roupas a eletrodomésticos, todos os produtos oferecidos nas grandes lojas de departamento vêm daquele país. O Brasil que produzia os melhores calçados e os melhores têxteis do planeta, praticamente desapareceu. Fala-se em concorrência e preços mais baixos. Mas seria mesmo que vem ocorrendo e que tem sepultado vários setores de nossa economia desde que o governo petista, numa estratégia de mestre, reconheceu a China como economia de mercado, escancarado as portas do país para a invasão dos produtos chineses?

O fato é que, apesar de todos os investimentos feitos no Brasil, superiores a US$ 66 bilhões, nossa produção é incapaz de concorrer com os preços ofertados pelos chineses. Essa disputa tem feito desaparecer das prateleiras, quase por completo, os produtos made in Brasil. Ainda assim, muitas empresas brasileiras foram se instalar na China, fabricando por preços menores e qualidade idem, ajudando no desmonte de nossas indústrias e no desemprego nesse setor.

Está na hora de surgir grandes lojas de departamento especializadas na venda de produtos fabricados no Brasil, melhorando a qualidade dos produtos e gerando empregos internamente. Ou os brasileiros acordam para essa questão, ou, nos próximos anos, voltaremos à condição de colônia, tendo a China como metrópole central e com todos os problemas e malefícios que essa relação de dependência econômica causa e que a história nos ensinou a duras lições.

 

A frase que foi pronunciada:

“Tudo o que aumenta a liberdade aumenta a responsabilidade. Tudo o que diminui a liberdade extingue a vontade.”

Dona Dita, dando um empurrãozinho em Victor Hugo

 

Sim ou não?

Você apoia a proposição a favor de tornar crime o ensino de ideologia de gênero nas escolas? Então vote! A seguir, o link para a consulta pública em votação criada pelo e-cidadania do Senado Federal.

–> SUGESTÃO nº 24 de 2018 (SUG 24/2018)

 

Festival do Japão 2021

Culinária japonesa da melhor qualidade à disposição dos brasilienses neste fim de semana. De 5 a 7, no Clube do Congresso. Veja, a seguir, como retirar os ingressos. Levando 1kg de alimento não perecível, o ingresso é reduzido pela metade. Será necessário apresentação da carteira de vacinação.

–> Feira do Japão Brasília 2021

Cartaz publicado no perfil oficial do Festival do Japão no Instagram

 

História de Brasília

O Ministério da Aeronáutica, por sua vez, não dispõe de verba que chega a cinco milhões mensais, para cobrir, em toda a extensão, as despesas do hospital. (Publicada em 13/2/1962)

Familiares de mais de 3,5 milhões de mortos merecem uma explicação

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Presidente Joe Biden. Foto: Kevin Lamarque/Reuters

 

Somente a dependência econômica e as dívidas, adquiridas em tempo recorde, de alguns países em relação à China podem explicar o silêncio e as tentativas de fazer calar aqueles que ainda insistem em considerar as teses que explicam a origem da Covid-19 a partir de um acidente ocorrido em um laboratório de armas biológicas do exército daquele país do Leste, em Wuhan.

Nem mesmo os mais de 3,5 milhões de mortes decorrentes dessa virose têm sido capazes de fazer o mundo ir atrás das causas desse flagelo moderno, que já deu trilhões de dólares em prejuízos às economias e tem, literalmente, paralisado o planeta há mais de um ano. Agora, segundo têm noticiado vários jornais mundo afora, a questão parece que irá ganhar algum impulso com as decisões tomadas pelo próprio governo americano, de ordenar, aos seus serviços de inteligência, um relatório definitivo sobre o caso no prazo de três meses, confirmando ou descartando todas as dúvidas acerca do aparecimento dessa doença.

Por certo, o atual governo americano tem sido alertado internamente para a possibilidade de, num futuro próximo, toda a sua administração vir a ser acusada de fazer vista grossa a esses fatos que já custaram a vida de mais de 500 mil americanos, numa proporção de óbitos maior até que os registrados na 1º Guerra Mundial.

A questão de como e quando surgiu o Coronavírus permanece ainda uma incógnita que incomoda cientistas em todo o mundo e que poderiam, a partir dessas informações, preparar respostas mais adequadas para o combate a essa doença. O que piora essa situação e põe dúvidas sobre a displicência e imperícia do governo chinês é que as autoridades daquele país, tão logo tomaram ciência do caso, empreenderam todos os esforços para abafá-lo, escondendo do mundo o ocorrido e, mais ainda, prendendo e silenciando todos aqueles que primeiramente denunciaram a estranha virose. Nem mesmo os cientistas e pesquisadores daquele país foram autorizados a investigar os fatos, ficando toda essa responsabilidade aos membros do Partido Comunista Chinês, que comanda o país com mão de ferro.

Jornalistas internacionais credenciados na China foram proibidos de divulgar os fatos, sendo que muitos foram simplesmente expulsos. Nem mesmo equipes de outros países foram autorizadas a entrar no país para ajudar nas investigações, o que poderia contribuir para um maior entendimento do problema que já é considerado a maior pandemia deste século.

Agora, dezenas de renomados cientistas das mais prestigiosas universidades e laboratórios americanos resolveram publicar uma carta aberta na Revista Science, pedindo que sejam investigadas as reais causas desse vírus, pois, para muitos, a hipótese de transmissão natural de animal para o homem tem parecido, cada vez mais, uma tese a ser descartada.

Como o caso permanece ainda muito nebuloso e dificultado pela barreira formada pelo governo chinês em torno dele, resta ao governo americano, forçado pelas evidências de que já dispõe e pressionado por cientistas do próprio país e do exterior, não deixar que o caso vá para o arquivo morto, junto aos milhões de mortos da vida real que reclamam por essa explicação.

A frase que foi pronunciada:

Cada homem é uma raça.”

Mia Couto, poeta português

Mia Couto. Foto: AFP Photo / Francois Guillot

Resolvido

Muitos celíacos que acreditam na Eucaristia eram privados de comungar por causa do trigo na receita das hóstias. No Santuário São Francisco, no final da Asa Norte, o protocolo é o aviso prévio da situação do celíaco e na comunhão é dado o vinho litúrgico.

Santuário São Francisco de Assis. Foto: divulgação.

Espaço

Sem parcialidade, as mulheres ocupam cargos nunca antes imaginados. Dirigem caminhões monstruosos, trabalham com desenvoltura em obras, pilotam avião e também começam a ocupar cargos de destaque em grupos de crime organizados.

Foto: ma10.com

Ontem, hoje e amanhã

Programa interessante é ler, em assinaturas premium, jornais de 2018. Todas as previsões das eleições, apoiadores por interesse, alianças malucas, opiniões… Obrigar os brasileiros a assistir o horário obrigatório eleitoral. Tudo muito engraçado.

Charge do Lézio Júnior

Força à família

Minha cyber amiga Anna Peleja foi levar sua alegria aos céus. Deixou o planeta Terra bem mais triste. Nenhum desafio eletrônico se transformava em barreira para ela. Super jovem de espírito, dançava, ria e topava qualquer desafio. A influencer da terceira idade foi um cometa iluminado. Exemplo para muitos jovens que estão sempre se lamuriando. Que os anjos lhe recebam de braços abertos dona Anna. A matéria do Correio Braziliense sobre dona Anna está disponível no link Influencer na terceira idade.

Isso pode Arnaldo?

Imaginem um ministro da Economia de um país transmitindo uma fala e estranhos interferirem na transmissão. Que sistema inseguro é esse? Pensando bem, não é tão inseguro. Se há licitude usando provas ilícitas, então….

História de Brasília

A par disto, para melhor atender aos alunos em idade escolar, a Prefeitura autorizou a conclusão de uma escola no SRE, uma na Asa Norte, uma na Coréia e duas em Taguatinga.” (Publicado em 02.02.1962)

Por uma CPI internacional

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Foto: Unrwa/Khalil Adwan

 

Há, em âmbito mundial, uma infinidade de fatos mal explicados intercalados entre a pandemia e o processo posterior e apressado de vacinação que, cedo ou tarde, deverão vir à luz, até como satisfação à humanidade. Para isso, será necessário, primeiramente, contabilizar, com precisão, o número de mortos globais e os reais prejuízos econômicos provocados por essa estranha e inesperada virose em cada canto da Terra.

E por que isso será necessário? Para que, em seguida, seja formulado um programa semelhante ao Plano Marshal, aplicado pelos Estados Unidos à Europa Ocidental após a II Grande Guerra, ou seja, para financiar, a longo prazo, os países mais atingidos para que voltem, ao menos, ao estágio econômico em que se encontravam antes da pandemia.

Essa será uma estratégia que impossibilitará uma quebradeira econômica mundial, com prejuízos inclusive, aos países desenvolvidos. Dessa vez, essa espécie de Plano Global deverá ser bancado por aqueles países, instituições e empresas que – acreditem – lucraram bilhões de dólares com essa pandemia ou que, ao menos, sofreram pouco com ela. Essa parece ser uma das poucas saídas para a crise sanitária que tudo paralisou.

Ao contrário da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada agora no Senado Brasileiro e que muitos acreditam que se transformará num palanque político-eleitoral e de interesse apenas das legendas para obter mais vantagens, será necessária a formação, em âmbito internacional, de uma Comissão para investigar, a fundo, todas as causas e efeitos dessa estranha doença que chegou tão rápido e com vacinas desenvolvidas em prazos recordes.

Obviamente que caberá, à Organização das Nações Unidas (ONU), a instalação de tal Comissão. Isso se ela vier a acontecer de fato. Caso a ONU não chame a si essa importante questão, o que pode ocorrer, de menor impacto, é o aumento na descredibilidade dessa instituição internacional.

Por outro lado, caso esses problemas sejam postos de lado, poderá ocorrer, não apenas um aumento abissal e intransponível entre ricos e pobres, mas poderá servir ainda como estopim para conflitos generalizados com aumento nas tensões entre as nações e uma explosão de casos de terrorismo. É o pós pandemia. É preciso passar a limpo toda essa história misteriosa que redundou na eclosão da pandemia. Analisar a postura do governo chinês, nesse caso, que escondeu esses fatos do mundo e, mais do que isso, impediu que uma comissão internacional, inclusive da imprensa, checasse, in loco, esses eventos.

Desse comportamento suspeito, nasceram teorias diversas, entre as quais a que dá conta de que esses acontecimentos tiveram origem em um acidente ocorrido em um laboratório daquele país, especializado em fabricar armas biológicas de destruição em massa. Todos esses fatos devem ser checados para que, ao menos, não voltem a se repetir.

Nessa situação surreal em que o planeta foi obrigado a mergulhar, até os mortos clamam por explicações.

A frase que foi pronunciada:

Mandar nos outros ou interferir nos assuntos internos dos outros não traria nenhum apoio.”

Xi Jiping

Tedros Adhanom e o Presidente da China, Xi Jinping, em Pequim.
Imagem: POOL

Vale ver

Anhony Hopkins ganhou o Oscar aos 83 anos de idade. Melhor ator no filme “Meu Pai”. Um belo filme que retrata a mente e o ambiente no final da vida. Link a seguir.

Justiça cega

Até quando o Brasil continuará punindo quem faz a coisa certa? Inconsolável, Elisa de Oliveira Flemen percebeu que os estudos rendiam mais em casa do que na escola. Criou um sistema de dedicação à leitura, prestou vestibular para Engenharia, passou com nota máxima em redação e ótimas notas em geral e foi impedida pela Justiça de cursar a universidade.

Elisa, de 17 anos, optou pelo homeschooling em 2018. Foto: Acervo Familiar

Repensar

Leitora nos envia missiva protestando com a nova modalidade de prestação de serviços do Detran. “Os trabalhos foram direcionados aos usuários que pagam pelos documentos, ficando com a obrigação de reproduzir via internet a consecução do documento CRV e da Carteira Motorista Digital, inclusive a impressão destes.” De uma forma geral, há muitas reclamações de várias localidades sem respostas no portal do Departamento de Trânsito.

Foto: Divulgação/Fazenda DF

Eles merecem

SLU Coleta DF é o nome do aplicativo para o cidadão se inteirar do dia e hora da coleta do lixo. É uma ótima oportunidade para as donas de casa oferecerem um lanchinho para esses incansáveis trabalhadores, que correm o dia todo, respiram lixo para deixar a cidade limpa e agradável.

História de Brasília

O Palácio do Planalto está na mesma linha. Difícil, também, a ligação pelo PABX. Quase impossível, para dizer a verdade. O serviço interurbano do Palácio atende com presteza, mas infelizmente não faz ligações internas. (Publicado em 01.02.1962)

A farsa da parceria e o tecnototalitarismo

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Ministro Ernesto Araújo. Foto: Folhapress / Pedro Ladeira

 

Pelo desenrolar e encadeamento dos acontecimentos atuais, não é difícil prever o dia em que muita gente terá que reconhecer, até contra a própria vontade, que os seguidos alertas feitos pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, quanto as possibilidades reais de uma grave erosão dos valores democráticos do Ocidente, estavam corretos. Depois dos seguidos discursos em que tem chamado a atenção para os efeitos nefastos de um globalismo desenfreado, que vai, pouco a pouco, minando a identidade cultural e a soberania das nações, em nome de uma falsa ideia de aldeia global, o ministro voltou ao tema.

Desta vez, em discurso na 46ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Ernesto Araújo denunciou o que chama de “tecnototalitarismo” imposto pelas grandes empresas e outros atores que comandam as redes sociais, que traz bloqueios sistemáticos de plataformas e sites na internet, exercendo um rígido controle de conteúdo e informações, movidos, em grande parte, por interesses econômicos e ideológicos escusos. Não é segredo para ninguém que comentaristas que utilizam essas redes, para expressar seus pontos de vista, são costumeiramente obrigados a usar expressões e outros termos para fazerem chegar aos internautas suas posições sobre determinado tema e assim contornar os algorítimos que controlam e vigiam os assuntos.

Para o ministro, existe hoje um controle crescente das redes que ameaçam as liberdades fundamentais, o que tem levado os governos democráticos a enfrentarem desafios crescentes. Somado a esse fato preocupante, Ernesto Araújo alerta ainda que sociedades inteiras, por conta do Covid-19, estão se habituando à ideia de que é preciso sacrificar a liberdade em nome da saúde. Nesse sentido, afirmou, não se pode aceitar a ideia de um lockdown do espírito humano.

Outro aspecto, com relação ao progressivo malefício representado pelo controle das redes, está nas medidas judiciais e em leis que estão surgindo para criminalizar a atividade online. Ernesto Araújo diz estranhar que as mesmas tecnologias de informação e comunicação, que antes trouxeram a promessa de novas plataformas para o exercício da liberdade de expressão e amplo acesso de todos à informação, estão hoje, cada vez mais, submetidas à censura, à vigilância e à criação de mecanismos de controle social.

Embora não tenha feito qualquer menção ao rígido controle que o Partido Comunista Chinês exerce sobre as redes sociais nas áreas de sua influência, fica claro que o ministro se mostra preocupado com o futuro da Internet, caso ela venha a corroborar com o fim das liberdades sociais e dos direitos humanos, como é feito naquele país e em outros onde a democracia é tachada de privilégio burguês e outros sinônimos das cartilhas locais.

No Brasil, alguns jornais têm, insistentemente, referido-se a essa cruzada pessoal do ministro Ernesto Araújo contra os riscos da dependência excessiva do Brasil a países totalitários, como fruto de uma paranoia calcada nas teorias da conspiração e outras razões. Dessa forma, prosseguem desinformando o leitor ao mesmo tempo em que dão amplo apoio aquele regime que domina a China, com base apenas no fato daquele país ser nosso maior parceiro comercial na atualidade.

De fato, a China é hoje nosso maior parceiro comercial. Em troca da preciosidade representada pelos alimentos, inunda nosso país com quinquilharias de baixa qualidade, do mesmo modo que os antigos habitantes desta terra entregavam o caminho que levavam ao ouro e outros bens, em troca de espelhos e de miçangas coloridas. Ou aprendemos com a história, ou vamos repeti-la, dessa vez, em forma de farsa.

A frase que não foi pronunciada:

O caráter é muito mais importante do que o intelecto para fazer de um homem um bom cidadão ou bem-sucedido em sua vocação – significando pelo caráter não apenas qualidades como honestidade e veracidade, mas coragem, perseverança e autossuficiência.”

Theodore Roosevelt, militar, explorador, naturalista, autor e político norte-americano

Theodore Roosevelt. Foto: wikipedia.org

Patrimônio humano

Com o volume de chuva que Brasília tem enfrentado, muitos heróis trabalham silenciosos para promover o bem estar dos outros. Um deles é o José Martins de Paula, porteiro na 202 Norte. Desde 1984 trabalha no bloco F. Esse foi o primeiro emprego. Tem tanto carinho pelo que faz que levantou às 5h da manhã, para verificar os estragos feitos pela chuva. Com a equipe de limpeza, deixou a garagem em ordem, limpou os carros da lama que invadiu o subsolo e foi ver se o telhado do prédio também foi atingido.

 

Pauta

Dança Brasília – A sexta edição do Movimento Internacional de Dança (MID 2021) já tem data definida: será de 1º de abril a 2 de maio, no palco do CCBB Brasília. O evento terá formato híbrido – parte no palco com todas as medidas de segurança sanitária, parte com exibição virtual. As apresentações presenciais também serão transmitidas pelas redes sociais.

Foto: Thomas Lebrum/Divulgação

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O pessoal do Departamento Federal de Segurança Pública não está recebendo “dobradinha” porque não e FEDERAL. O Departamento é, mais o pessoal não. Quando tem que ser punido, o é pelo Estatuto do Funcionário Público, mas quando é para receber vantagem, ninguém sabe por que via a recebe. (Publicado em 27/01/1962)

A terra é sagrada

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Charge publicada em outraspalavras.net

 

Quando muitos afirmam, e com toda a razão, que o agrobusiness, por sua concepção altamente mercantilista, não produz necessariamente alimentos, e sim lucros fabulosos aos seus proprietários diretos, a sentença apresenta não apenas uma verdade absoluta, mas induz também à certeza de que tamanha mina de ouro deixa um passivo comprometer o futuro de várias gerações, na forma de sucateamento dos recursos naturais.

Fosse apenas esse o lado tenebroso dessa que poderia bem ser as trinta moedas da traição, o problema teria sua solução amainada pela racionalização da produção, contemplando, ao mesmo tempo, a preservação do meio ambiente e a produção de alimentos. Ocorre que pela aparente disponibilidade de terras e pelo jeito pouco patriótico com que nossas autoridades lidam com a coisa pública, o problema do agronegócio, como vem sendo realizado, poderá render não apenas os ovos de ouro tradicionais, mas a própria galinha poedeira, na forma de aquisição pelos grandes produtores estrangeiros de um quarto das terras agricultáveis do Brasil.

Essa é a típica história que já havia sido anunciada previamente a todos, com seus desdobramentos e possíveis consequências para a integridade do país e da própria nação, numa afronta direta à Constituição. O que essa história anunciada também já previa, pelos desdobramentos sem limites do agronegócio, é o estabelecimento de enclaves estrangeiros e autônomos, dentro do território nacional.

Não fosse essa uma facilidade ou negócio da China aberta pelo próprio Poder Legislativo, era certo que tal proposta iria merecer, de imediato, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), dada a estranheza da questão e sua contrariedade flagrante à integridade do país. Mas como estamos mergulhados num pesadelo pandêmico que parece não ter fim, tudo vai sendo materializado, enquanto os brasileiros dormem.

A aprovação, pela Câmara Alta, de um projeto autorizando a compra de até 25% da área correspondente a uma cidade, por pessoas ou empresas estrangeiras, irá facilitar a exploração de propriedades rurais, mesmo que não residam no país, ampliando o acesso tanto ao arrendamento como a compra, por pessoas físicas ou jurídicas. Justificando seu projeto, o senador Irajá (PSD-TO) acredita que a proposta irá possibilitar o ingresso e a fixação de agroindústrias transnacionais no Brasil.

Mesmo que, a princípio, a proposta vete a posse de terra por tempo indeterminado, na prática, o que se está estabelecendo a priori é a abertura das porteiras da grande fazenda Brasil, para a entrada do que seriam os novos colonizadores, dentro da eterna perspectiva do Brasil colonial e monocultor, como permanecemos desde o século XVI.

Cláusulas abstratas do tipo “função social da propriedade”, “preservação do meio ambiente” e outras disposições aleatórias servem, nessa questão, apenas para emprestar alguma maquiagem ambientalista e atual a um projeto que, por sua concepção original, apenas introduz, de forma disfarçada, a venda e a entrega de parte do país à exploração estrangeira, numa época em que os recursos naturais vão rareando em todo o planeta.

Através da comprovação, na prática e no estômago, que o maior produtor de proteínas do planeta, que somos, vende internamente a carne de primeira ao preço do bacalhau norueguês, dá para sentir como será o futuro dos brasileiros ao entregar seu chão para a exploração daqueles que sempre nos exploraram.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O objetivo final da agricultura não é o cultivo de safras, mas o cultivo e o aperfeiçoamento dos seres humanos.”

Masanobu Fukuoka, falecido em 2008, foi agricultor, microbiólogo e escritor

 

Depois de tudo

Se deu certo a população não tem a informação. Interrupções das obras para a transposição do Rio São Francisco, discussões em comissões, protestos, defesas. O assunto que tomou uma boa fortuna dos cofres da União morreu.

 

Investigação

Faz tempo que a então senadora Marta Suplicy lutou para tirar a gordura hidrogenada dos alimentos no Brasil. O PLS 478/2015 não vingou. O caso é mais grave do que se imagina. Se a profissão de investigadores de alimentos fosse levada a sério neste país, as surpresas seriam aterradoras. Inclusive de alimentos para celíacos, diabéticos e hipertensos.

 

Tristeza

Houve, no Senado, uma discussão sobre a Lei de Abuso de Autoridade, onde a hermenêutica não configuraria crime de abuso. Isso só acontece onde a lei deixa margem a interpretações. Pior que isso são as artimanhas para desviar a atenção da população para o que realmente significam as letras da lei. Criam fantasmas, pintam de amarelo e a população finge que vê.

Charge do Amarildo

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Todos os Ministérios estão sendo observados e mostraremos ao público as razões pelas quais não se transformaremos ao público as razões pela quais não se transferem. Até amanhã às 21 horas, na TV Brasília. (Publicado em 21/01/1962)

Sonho e realidade

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Charge da revista O Malho, de 29 de outubro de 1904. Foto: Leonidas/Acervo Fiocruz.

 

Uma coisa é certa: superada a questão da pandemia, se é que isso vai ocorrer algum dia de forma definitiva, os cidadãos brasileiros estarão, na sua maioria, vacinados. Ao menos no que diz respeito à onda de politicagem que envolveu todo esse processo, desde março deste ano. Com isso, fica mais uma vez confirmado que há males que vêm para o bem ou, pelo menos, que nos ensinam a optar por caminhos mais claros e seguros.

A pandemia, as mortes e internações seguidas, que nos aproximam da triste marca de 200 mil óbitos, não tiveram, por sua gravidade, o condão de unir a nação, por conta exclusiva das disputas que se seguiram em torno do assunto, protagonizadas, exclusivamente, por nossas lideranças políticas. O mais espantoso é que toda essa polêmica criada, do início ao fim, parece ter sido motivada apenas por disputas políticas, tanto nas eleições municipais, como nas disputas futuras de 2022.

O mais surreal é que, em meio a esse banzé, a questão da pandemia e das potenciais vacinas ficou em segundo plano. Trata-se aqui de uma discussão que não tem levado em conta as agruras e incertezas, mas, tão somente, a possibilidade dos diversos grupos políticos se ajeitarem e fortalecerem suas posições de mando, além dos laboratórios, é claro. O pior, se é que possa haver uma piora nessa questão toda, é que nenhum dos lados parece ter razão nessa briga.

Para complicar ainda mais o que em si já é um quiprocó infernal, até mesmo o Supremo foi envolvido nessa disputa e, como já tem sido costume, errando por último, ao criar uma espécie de obrigatoriedade e sanções para aqueles brasileiros que se recusarem a tomar a vacina.

Dois fatos, absolutamente comprovados, estão diretamente ligados à questão da pandemia. O primeiro é que há muitíssimo dinheiro envolvido em torno dessa questão, sendo que boa parte vai desaparecer nas brumas de uma pandemia totalmente atípica. O segundo é a pressa com que as pesquisas e os laboratórios parecem ter encontrado resposta para um problema que, a médio e longo prazo, sabidamente 5 anos, pode ter seus efeitos colaterais e trágicos espalhados por centenas de milhões de indivíduos.

Todos os testes da chamada terceira fase foram acelerados, o que é em si e, segundo a metodologia científica, um sinal de alerta. Não há como negar que estamos ainda no escuro, tateando e em busca da chave que possa abrir os porões dessa pandemia. As únicas certezas, até aqui, são que o país onde essa virose irrompeu em primeiro lugar, coincidentemente, tem sido o que mais tem lucrado com a pandemia e o mais refratário a que investigações isentas sejam realizadas.

Há, em todo esse assunto, um roteiro que precisa ainda ser colocado diante da realidade. De certo, até o momento, temos que separar os “lucros políticos” que os diversos grupos, no Brasil, vão retirar dessa pandemia, e os lucros argentários que países diversos, com a China no topo, estão obtendo com todo esse pesadelo.

Para os roteiristas dessa trama surreal, a realidade, por sua complexidade, tem ido muito mais além do que qualquer ficção, situando esse drama global na fronteira que divide a vida real dos sonhos mais perturbadores.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Dinheiro perdido, nada perdido; saúde perdida, muito perdido; caráter perdido, tudo perdido.”

Provérbio Chinês

 

Idosos

Juliana Seidl prepara a turma do ano que vem para atendimento individual como orientadora de carreira e para aposentadoria. Veja, a seguir, a palestra ministrada “Reinvenção na Carreira e Projeto de Vida”, a convite da Universidade Corporativa dos Correios.

 

Consome dor

Nos velhos tempos da capital, as donas de casa exerciam o poder que têm. O abuso de preços dos supermercados era logo impedido com o boicote. Sem internet, conseguiam se mobilizar para frear a alta injustificada de preços. Numa pandemia seria o momento de baratear, não de diminuir os produtos nas embalagens e precificar em dobro.

Foto: Procon-MS/Divulgação

 

Evolução

A situação do Teatro Nacional Claudio Santoro é de abandono total. Sem sensibilidade para a cultura, o GDF vai precisar responder, ao Ministério Público do Distrito Federal, o que foi feito até agora na sala de concertos. A interdição do local aconteceu no início da pandemia e a Orquestra do teatro está desabrigada há anos. Não dá para entender. O governador Ibaneis já viajou tantas vezes para o exterior. Poderia ter trazido, na bagagem, a consciência de que a cultura enobrece o governo.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Esse novo prédio ficará da altura da rampa, numa extensão de duzentos metros, e conterá novas salas para comissões e um escritório para cada deputado e senador. (Publicado em 20/01/1962)

Sem lideranças e sem coesão: o Brasil vai mal na pandemia

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Governador de São Paulo, João Dória. Foto: reprodução/Twitter

 

Estamos distantes ainda de um nível aceitável de Estado civilizado e coeso. Diferentemente de outros países desenvolvidos do Ocidente, onde, em tempos de aflição generalizada, sempre que o destino adverso pôs em  risco a integridade da nação, mais e mais, foi reforçado o sentimento geral de que a união de todos, em torno de um objetivo comum, era a solução ideal.

Não há fórmulas mágicas, capazes de restabelecer a normalidade de um país submetido a ameaças, ainda mais quando o que está em pauta é a sobrevivência de sua população. Em nosso país, o quadro é outro. Desde o início do anúncio da existência do vírus, o que já era um desassossego geral, por falta de estratégias racionais e uníssonas para enfrentar a pandemia, transformou-se numa rinha política generalizada.

Nesse cenário surreal, até mesmo a chegada da tão esperada e redentora vacina passou a ser utilizada, mesquinhamente, como palanque político, onde passaram a se exibir, um a um, os candidatos a paladinos da saúde. A desfaçatez com que passaram a utilizar a vacina como propaganda político e partidária deixou patente a todos que, mesmo sobre caixões de mortos, é possível erguer palanques para campanhas.

Essa é a diferença básica a demonstrar o quanto ainda temos que percorrer até chegarmos ao patamar em que estão outras nações no enfrentamento à pandemia. Nesta altura dos acontecimentos, não resta dúvida de que até a pandemia mortal pode ser colocada em segundo plano, quando o que está em jogo são das disputas por espaços políticos individuais.

No parlamento e mesmo na justiça, o assunto é secundário e só ressurge quando a questão põe em risco projetos pessoais. Um estrangeiro, que circulasse pelos corredores do Poder, ficaria estarrecido com o grau de alienação da maioria de nossas lideranças, num momento como esse. Pensaria, inclusive, que o país já estivesse livre da virose, tal a pouca importância que a questão desperta em cada um.

As eleições de 2022 se sobrepuseram à questão da pandemia. A tudo a população assiste, entre espanto e medo. Obviamente que os laboratórios internacionais, com a China na ponta, sabedores desse pandemônio em que o país parece mergulhado, por conta do vai e vem e das decisões sem projetos claros, irão cobrar preços altos pelas indecisões.

É preciso lembrar que o setor da farmoquímica internacional é, tradicionalmente, bafejado pela sorte e pelos lucros exorbitantes, toda a vez que uma pandemia se anuncia no horizonte, não sendo diferente nesse caso, onde a doença parece ter atingido o grosso da população mundial.

O noticiário geral dá como certo que, nessa batalha contra a pandemia, o maior perdedor venha a ser justamente o presidente da República, pela demora e pela insensibilidade com que tratou do tema desde o início. Nesse caso, tanto ele como o governador de São Paulo, pela exploração excessiva do assunto para fins eleitorais, igualam-se quando o assunto são as críticas da população à atuação de cada um.

Para complicar ainda mais um cenário que já é confuso o bastante, os exemplos vindos dos governantes e a seriedade ou não com que tratam essa questão acabam refletindo no comportamento da própria população que, pouco a pouco, vai relaxando nas estratégias de auto defesa, principalmente a população mais jovem, que vai se entregando aos antigos hábitos de aglomeração e de festas.

Sem coesão e sem lideranças capazes, não será surpresa se viermos a ocupar, no ranking da pandemia, a posição de liderança mundial em infectados e mortos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O segredo da gestão de crises não é o bem versus o mal, é evitar que o mal piore.”

Andrew Gilman, Presidente e fundador da CommCore, jornalista premiado e advogado.

Andrew Gilman. Foto: commcoreconsulting.com

 

Déjà-vu

Jornalismo é uma profissão muito fácil quando as coisas não mudam. Basta mudar o nome dos responsáveis. Observe o que diz a História de Brasília registrada por Ari Cunha no final desta coluna. Quase 60 anos, e a invasão de terras no DF continua na mesma. A premiação também.

Foto: correiobraziliense.com

 

Carpe Diem

Por outro lado, jornalismo se torna a profissão mais desafiante quando as vaidades das autoridades se sobrepõem aos interesses do Brasil. Nem que seja uma linha a mais no currículo, às custas de acordos escusos.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O regime de premiar os invasores com um lote, dar caminhão para transportar o barraco ajudar de custo, afora ser dispendioso demais, é aviltante, porque premia os que apossam do que não lhes pertence. (Publicado em 20/01/1962)