Brasília: as asas que ninguém vê

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Reprodução globoplay.globo.com

 

Uma Brasília, convenientemente invisível, vem, há alguns anos, sendo erguida ao redor de grandes áreas em torno do Plano Piloto. O processo que, até um tempo atrás, vinha ocorrendo de modo lento e quase imperceptível para a maioria da população da capital ganhou, nesses últimos meses de pandemia, uma feição difícil de não ser notada.

Trata-se aqui da grande quantidade de famílias de catadores de recicláveis de todo o tipo, vivendo à beira das principais vias de ligação da cidade, em condições claramente sub-humanas. São milhares de crianças, adultos e idosos, abrigados sob lonas de plástico ou cobertores velhos, cercados de lixo, mosquitos e sujeira por todos os lados.

O contraste com a capital, que se acredita ser o lar dos mais ricos habitantes do país, é absoluto. A Secretaria de Desenvolvimento Social, nessa questão específica, enxuga gelo. O problema parece ter adquirido uma amplitude e uma complexidade muito acima do que pode oferecer uma simples secretaria. Pelo o que se pode verificar in loco, nesses vários acampamentos espalhados por toda a cidade, o Governo do Distrito Federal, apesar do empenho que se vê em propagandas institucionais, não está dando conta do problema.

Com a pandemia e com a proximidade do Natal, esse quadro desolador tende a aumentar, com famílias inteiras vindo de todas os arredores da capital em busca de auxílio. É certo que os índices de pobreza têm aumentado sensivelmente em todo o país, tanto por conta da quarentena, que forçou o fechamento de inúmeros estabelecimentos, quanto por conta da própria crise econômica que vinha se arrastando desde 2015. A associação de uma pandemia nunca vista antes, impondo uma recessão econômica que já havia sido instalada em nosso país, com dezenas de milhões de desempregados, resultou num número assustador de pessoas vivendo no limbo da pobreza.

Parte da população, quer famílias individuais, quer grupos e associações, fazem o que podem para minorar o problema, distribuindo alimentos, roupas e até remédios em vários desses acampamentos. Aquela outra Brasília, que se abriga e trabalha em palácios, mansões e em requintados e portentosos edifícios federais, não conhece essa realidade ou finge não conhecer.

Estivessem essas famílias de catadores assentadas na Praça dos Três Poderes ou na Península dos Ministros, exibindo toda sua miséria, que afinal é a mesma miséria vista em todo o país, quem sabe estariam menos invisíveis ou mais sujeitos ao amparo.

Para a conveniência de todos, os poucos turistas que para a capital vinham também passam longe desse cenário de escassez. Em toda a área do Plano Piloto, é difícil não andar e topar logo com pedintes em cada ponto. A essa altura, a população brasiliense já percebeu que a situação de miséria nas ruas já saiu do controle das autoridades.

Em todo o país, as cenas se repetem. São brasileiros como todos nós. Deveriam ser também portadores de uma cidadania que parece estar escrita apenas na Constituição, mas que na realidade nem sabem da existência de uma tal Carta Magna. E se soubessem, de que adiantaria?

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Tudo o que acontece no universo tem uma razão de ser; um objetivo. Nós como seres humanos, temos uma só lição na vida: seguir em frente e ter a certeza de que apesar de as vezes estar no escuro, o sol vai voltar a brilhar.”

Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, canonizada Irmã Dulce, o anjo bom da Bahia.

 

Superpreços

Quem tem o hábito de guardar notas fiscais de compras está horrorizado com os preços de produtos básicos antes e depois da pandemia. Não é à toa que o nome escolhido para o local de compras tenha sido supermercados. Agora faz sentido!

Foto: Procon-MS/Divulgação

 

Blockchain

Muito interessante o controle das mídias. São robôs contra a inteligência humana. Algoritmos contra a criatividade. Faz lembrar os tempos de guerra, nos quais a escrita era cifrada. Nada como a necessidade para o intelecto avançar.

Charge do Luiz Gê

 

Amor

Trabalho muito interessante das psicólogas Juliana Seidl e Vera Roesler. Elas convidam pessoas com mais de 50 anos de idade a discutir o amor. As profissionais vão mediar e instigar o debate com base nas ideias dos participantes e nas reflexões de pensadores clássicos e atuais que já trataram do assunto: o amor. Serão 5 encontros de 2h, com início na primeira semana de outubro. As vagas são limitadas e o link direto para a inscrição é: http://shorturl.at/mIJ34.

–> Para mais informações: https://aposentadoriaplena.com.br/grupo-online/

 

Valeu Alcidina!

Recebi, da amiga Alcidina Cunha Costa, um vídeo com imagens de um patriota solitário andando pelas ruas com uma caixa de som, no dia 7 de Setembro. Fazia seu desfile solitário. A verdade é que quem assiste sente o coração bater no ritmo da esperança por um Brasil melhor.

 

Honra ao mérito

Por falar em pátria, foi bom ler a referência elogiosa a Antônio Aparecido Pereira da Silva, emitida pela assessoria especial de planejamento do Ministério da Defesa, pelos 34 anos de serviços prestados à Marinha do Brasil, por ocasião da transferência para a reserva. É importante, socialmente, que todos os trabalhadores tenham esse reconhecimento dos superiores.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

As bancas de jornais que foram construídas, não foram todas distribuídas entre os jornaleiros. O resultado é que as da Fundação estão servindo de mictório público. (Publicado em 16/01/1962)