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ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Levantamento recente feito pelo Ministério da Educação (MEC) mostrou que apenas uma parcela mínima dos estudantes brasileiros, sobretudo os matriculados no ensino médio, detém conhecimento esperado para a série que estão cursando.
Segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), no 3º ano do ensino médio, apenas 4% dominam os conteúdos adequados para essa etapa em Matemática. Em Português, esses números são ainda piores. Apenas 1,7% estão em nível adequado. O próprio ministro da Educação, Rossieli Soares, reconheceu que o ensino médio está no fundo do poço, considerando ainda como desastrosos os resultados das escolas públicas levantadas pelo MEC.
Com isso, fica patente para todo mundo que a mais alta autoridade do Estado para assunto de Educação reconhece, abertamente, a falência do ensino público, que para ele é um grande produtor de desigualdades, engessado, inflexível e excludente. Diante de uma realidade dessas, que há muito é do conhecimento das famílias brasileiras de baixa e média renda, fica, para dizer o mínimo, complicado ao Estado e principalmente aos órgãos de justiça, obrigarem os pais a matricular seus filhos na rede de ensino.
Outro aspecto que tem despertado a atenção e a ira de muitas famílias, levando inclusive a protestos calorosos, é com relação aos novos currículos escolares, mais precisamente no desenvolvimento atabalhoado e sem critérios de assuntos de natureza sexual e de gêneros. Neste tocante, a maioria dos próprios professores reconhece publicamente que não se sente devidamente habilitada para desenvolver, junto a crianças e adolescentes, assuntos dessa natureza e que não raro essas aulas acabam se transformando numa grande confusão e não rendem benefício algum do ponto de vista didático e pedagógico.
Além desses problemas de ordem estrutural do ensino, outras questões seríssimas têm preocupado muitas famílias por todo o país, como é o caso da violência cotidiana envolvendo alunos contra alunos, alunos contra professores e pais contra professores. A cada dia, temas como esse e outros ligados ao consumo e venda de entorpecentes dentro das escolas ganham as mídias e assustam, cada vez mais as famílias.
Diante da omissão e covardia histórica do Estado para tratar a questão com autoridade no setor da educação, muitos lares vêm adotando o chamando “Homeschooling” que é a instrução empreendida em casa pela própria família.
O crescimento no número de famílias que têm adotado esse regime caseiro de ensino não para de crescer e por isso tem chamado a atenção das autoridades, com o envolvimento inclusive do Poder Judiciário nessa questão. O assunto por sua dimensão já chegou inclusive ao Supremo Tribunal Federal. Estava previsto para ontem, a discussão do assunto na Corte, na forma de Recurso Extraordinário (RE) nº 888815.
Na oportunidade e sob a relatoria do ministro Roberto Barroso, o STF irá debater se pode ser considerado meio lícito de cumprimento, pela família, do dever de prover a educação dos seus filhos. A Procuradoria-Geral da República e a Advocacia-Geral da União já se posicionaram contra o homeschooling, considerando que nenhum núcleo familiar será capaz de propiciar à criança e ao adolescente o convívio com tamanha diversidade cultural presente nos ambientes escolares. Mesmo que hoje em dia isso não seja tão vantajoso assim.
A questão de fundo irá colocar a atual realidade das escolas públicas, invadidas por ideologias de todo o tipo, estranhas ao meio. Com o sucateamento dessas instituições, milhares de famílias que passaram a ver, nesses locais, um ambiente desestruturado técnica e moralmente.
A frase que foi pronunciada:
“A pobreza não nasce da diminuição dos haveres, mas da multiplicação dos desejos.”
(Platão)
Alerta vermelho
Mais de 100 milhões de receitas para antidepressivos são prescritas todos os anos nos Estados Unidos. Aqui no Brasil ninguém se atreve a publicar as estatísticas. A Novartis já se pronunciou sobre o uso indiscriminado da Ritalina para crianças e adultos. “A Novartis repudia veementemente o uso indevido do cloridrato de metilfenidato e enfatiza que o medicamento deve ser usado somente conforme as indicações em bula e mediante a prescrição de um médico especializado”. Apesar do repúdio as consequências já começaram a aparecer. E assustar.
Privatizado
Câmara Legislativa, Senado Federal e Câmara dos Deputados já discutiram a carceragem no Brasil exaustivamente. Foram pontuadas as iniciativas para aperfeiçoar o sistema e declarada, como fundamental, a união de esforços para garantir a ressocialização dos internos. De prático, só o complexo em Ribeirão das Neves consegue ser case de sucesso.
Impressionante
Chegou às vias de fato. Na fila do BRB Convenience, no supermercado Gomes, do Paranoá, a moça chegou depois que as senhas foram distribuídas. Serpenteando entre a fila, conseguiu alcançar um guichê, onde foi atendida mesmo sem mostrar o cartãozinho de espera na fila. Quem deveria ter sido atendida não aguentou. Estourou um tapa de mão cheia no rosto da espertinha e a briga começou feia. Os seguranças apareceram e contornaram a situação. Ficou a impressão que esse tipo de agência deveria ficar dentro de delegacias e não de supermercados.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O manifesto dos oficiais de Fortaleza, que valeu a prisão de vários dos signatários, trouxe à baila o nome de um bairro da capital cearense: Jacarecanga. (Publicado em 28.10.1961)