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ARI CUNHA – In memoriam
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
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Ainda está a carecer de análises sérias e desapaixonadas sobre os fenômenos que propiciaram a eleição acachapante de Jair Bolsonaro para presidente da República. Pelo menos para que os ditos analistas possam entender o ocorrido à luz da ciência política.
Do ponto de vista da população em geral, não há essa necessidade. Ali, os fenômenos dessa magnitude são encarados como decorrentes de forças naturais que simplesmente ocasionam desgaste de pessoas e ideias ao longo do tempo, o que acabam por favorecer candidatos fora do espectro tradicional. Contudo, para o cidadão mais escolarizado e ligado na intensa movimentação política que tem sacudido o país desde 2005, quando estourou o escândalo do mensalão, esses novos fenômenos, de caráter social e global, necessitam ser melhor entendidos.
De saída sabe-se que muitas foram as causas que concorreram para a vitória de Bolsonaro, muitas, inclusive, já examinadas e reviradas por muitos analistas. Colocados sobre a mesa, os principais fatores que concorreram para a vitória de Bolsonaro podem ser reconhecidos a partir do grau de importância nessas eleições. Para surpresa geral, essa disputa eleitoral mostrou que grande soma de dinheiro, seja em malas, cuecas, apartamentos, caixa dois e outras modalidades ilícitas não tem o condão de se sobrepor à vontade livre das urnas. Outra constatação imediata advinda dessas eleições é que as televisões e os institutos de pesquisa de opinião perderam a antiga força de persuasão. Não se sabe ao certo ainda, mas, ao que parece, os bruxos do marketing político, que até aqui ganhavam fábulas de dinheiro fabricado em seus caldeirões políticos sob medida, estarão desempregados doravante.
De fato, o desencanto da população com os partidos e com a classe política atingiu níveis nunca antes experimentados, levando muitos brasileiros a optar por alternativas fora desses nichos tradicionais.
O que não resta dúvida é que foram justamente os partidos políticos, as instituições que mais perderam prestígio e poder nessas eleições. O motivo salta aos olhos. Transformadas, desde a redemocratização, em verdadeiras empresas do tipo “Tabajara”, os partidos políticos, nem de longe, conseguem atender hoje as demandas democráticas de uma sociedade que evolui muito mais veloz do que esses organismos monolíticos.
A frase que foi pronunciada:
“A ideologia instaura uma cisão entre a realidade e os conceitos, arranca as ideias de seu enraizamento orgânico na realidade, e assim petrifica o pensamento para controlar as pessoas.”
Ernesto Araújo, futuro ministro das Relações Exteriores
No mínimo
Ibram continua em silêncio em relação ao lixo do Paranoá Parque levado pelas águas da chuva até uma nascente no Setor de Mansões do Lago Norte. É preciso que o SLU amplie o projeto papa entulho naquela região para que os moradores descartem material em desuso em local apropriado.
Bem representado
Marcos Linhares, reconduzido na presidência do Sindicato dos Escritores de Brasília, vai criar o Instituto Distrital do Livro. Outra iniciativa é que escritores regionais sejam citados nas provas de vestibular. Há também a ideia de uma criação literária colaborativa na Biblioteca Maria da Conceição Moreira Salles. Veja as fotos da nova diretoria no blog do Ari Cunha.
Deu certo
Vale conhecer a simpática loja Bananika, na 205 Norte, bloco C, da arquiteta Priscila Martins Costa. Brinquedos inteligentes, ambiente agradável. O local abriga peças de diversos parceiros com venda colaborativa.
Para inglês ver
Depois da urna eletrônica, o mais difícil de acreditar nas últimas eleições foi a cota para mulheres. Vale uma pesquisa acadêmica sobre a realidade do assunto. Os conchavos da base dos partidos e a vontade dos chefões das siglas se sobrepõem à qualidade dos candidatos.
De graça
Nessa sexta-feira, dia 23, por volta das 18h30, Oliveira das Panelas fará um show com entrada franqueada ao público na antiga Ascade, 610 Sul. A programação é do Sindilegis. O compositor, poeta, cantor e repentista será antecedido no palco por Nonato de Freitas, que fará um breve histórico sobre a cantoria: da Grécia à Serra do Teixeira, na Paraíba. Veja um pouquinho de Oliveira das Panelas no blog do Ari Cunha.
Greve
Alimentação dos alunos e limpeza das escolas comprometidas com a falta de pagamento. O GDF garante que o repasse foi feito e que o salário dos funcionários é de responsabilidade das empresas contratadas pelo governo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Brasília tem tudo para possuir um serviço exemplar de Correios. Basta que o DCT compreenda isto, aumente o número de agências, humanize o trabalho, higienize o ambiente, e modernize a compreensão que os funcionários têm sobre suas atividades. (Publicado em 05.11.1961)
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Com o esgotamento dos recursos naturais, a poluição está entre a consequência mais perigosa para toda a humanidade nesse século e poderá levar a grandes ondas de migrações por toda a parte do mundo, aumentando e generalizando conflitos de toda a ordem.
De acordo com a ONU, o mundo necessitará produzir 50% a mais de alimentos para sustentar a população mundial até 2050, o que produzirá um impacto de tamanha proporção no meio ambiente que o planeta passará a não ser mais um espaço seguro para a humanidade. Atingimos um ponto tal, que os cientistas já pensam inclusive em abandonar os modos polidos e as estatísticas matemáticas, alardeando, em letras grandes: “Ajam agora, idiotas”.
Daqui para frente, as fontes renováveis terão que suprir 85% da demanda mundial de eletricidade, inclusive na produção de biocombustíveis. Não é possível mais esconder o problema dessa dimensão da população. Imagens comparativas feitas por satélites entre 1979 e 2018 mostram uma imensa redução do gelo no mar Ártico.
Uma outra representação mostra, de forma esclarecedora, a variação de temperaturas da superfície global, indicando que a temperatura no planeta aumentou muito desde 1884. 17 dos 18 anos mais quentes da história foram registrados nesse século. 2016 foi, até agora, o ano mais quente de toda a série medida. Para o futuro, as previsões são ainda piores. Incêndios e inundações passarão a fazer parte do cotidiano da humanidade. Até mesmo nas altas latitudes as temperaturas batem recordes.
Para o Brasil, os especialistas apontam que é chegada a hora de promover a redução de danos, melhorando a eficiência da produção agropecuária, incentivando políticas públicas que mudem os hábitos de consumo da população. E é num contexto complicado e sensível como esse, em que os destinos da humanidade estão em jogo, que os brasileiros precisam agir sem delongas.
Caso se confirmem as tendências que indicam vitória em segundo turno de Jair Bolsonaro, essa situação tende a ficar ainda mais complicada. No mês passado, o candidato do PSL à Presidência afirmou que, em caso de vitória de seu nome nas urnas, o Brasil poderá se retirar do Acordo de Paris de combate às mudanças climáticas.
Na avaliação de Bolsonaro, o pacto global do clima, acordado por vários países, é desfavorável ao Brasil porque obrigará o país a pagar um alto preço para atender as medidas propostas pelos cientistas do clima, que poderão afetar, inclusive, nossa soberania nacional. “Eu saio do Acordo de Paris se isso continuar sendo objeto. Se nossa parte for para entregar 136 milhões de hectares da Amazônia, estou fora sim”, afirmou o candidato.
Aprovado por 195 países em 2015, o Acordo de Paris, prevendo a redução na emissão de gases do efeito estufa é o maior e mais abrangente tratado na área de proteção do planeta. Abandonar esse Tratado, como fizeram os Estados Unidos, sob Donald Trump, significaria além de um desprezo com toda a humanidade, uma aposta no escuro sobre o futuro dos próprios brasileiros.
A frase que foi pronunciada:
“O crime organizado nos EUA gera mais de quarenta bilhões de dólares num ano e gasta pouquíssimo com despesas administrativas.”
Woody Allen
De pequeno
Servidores e colaboradores do Senado levarão a criançada para conhecer o viveiro da Casa. No dia 19, mês das crianças e dos servidores. Das 9h ao meio dia, todos vão participar de atividades, desde a Oficina de Educação Ambiental até explorações entre o verde.
Surpresa
Na base aérea da FAB é possível fazer a inscrição para pegar carona no avião. A ida pode dar certo. A volta seria responsabilidade do interessado.
Link para mais informações: Como viajar de graça nos aviões da FAB
Dispensável
Há políticos e artistas mal assessorados. É o caso de Roger Waters, do grupo Pink Floyd. Descortês e inconveniente ao se meter na política do país que visita. Além de desagradável, a intromissão do cantor pode causar violência que seria perfeitamente evitável se fizesse apenas o de que deveria fazer: cantar.
Novidade
Recém-publicado, um manual da Procuradoria Geral da República defende a manifestação de pensamento, o combate a propaganda irregular, monitorar e perseguir ilícitos que comprometam a integridade do processo eleitoral. A defesa dos meios que garantam a celeridade do pleito e o imediato processo a quem cometer condutas criminosas.
No lápis
Levantamento sobre o fundo partidário é conclusivo. Menos da metade recebeu verba do fundo. Por incrível que possa parecer, centenas que receberam R$ 1 milhão não foram eleitos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
É uma interpretação real e corajosa do deputado democrata cristão, que tem chocado os círculos católicos que não admitem as alterações sociais que se desenvolvem, presentemente, em todo o mundo. (Publicado em 31.10.1961)
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Um dos maiores problemas dos partidos políticos no Brasil é que a grande maioria deles possui um ou mais donos ou proprietários, que fazem o que bem desejam sem que os filiados possam se rebelar ou protestar, nem mesmo quem mais teria a obrigação legal de intervir nesse disparate, que é a justiça eleitoral.
Transformados em propriedades particulares, as legendas políticas, desde a redemocratização, se transformaram em clubes exclusivos que captam milhões em recursos públicos, que são usados de forma a garantir a sobrevivência dessas siglas e por tabela de seus maiores beneficiários.
Não é por outra razão que as megamanifestações de rua, ocorridas em todo o país, exibiram cartazes onde se liam “eles não nos representam”. O controle, com mão de ferro dessas legendas por espertalhões de todas as matizes ideológicas, está na base do enorme descrédito que experimentam hoje junto à sociedade. Esse fenômeno foi confirmado agora também com os resultados das urnas de 7 de outubro. Com a concentração de poder e o controle pessoal dos partidos pela cúpula, essas siglas perderam muito de seu apelo democrático, afastaram parcela significativa da base e se distanciaram, anos luz, dos eleitores. Curiosamente, tomaram distancia de candidatos que reclamaram a distribuição desequilibrada de verbas de campanha. Principalmente as mulheres concorrentes.
Mais indecoroso do que essa realidade é o fato de a Justiça Eleitoral, uma dispensável singularidade nacional, como a jabuticaba, em momento algum tem trabalhado para acabar com essa excrescência que distorce a função básica dos partidos, com reflexos negativos para a própria democracia.
Com base nessa excentricidade, qualquer ação partidária acaba se tornando inócua, mesmo a prestação de contas, distorcidas pelas possibilidades infinitas de apresentação de notas frias e outras malandragens. Uma simples fiscalização na variação de riqueza e bens desses felizes proprietários de muitos partidos, serviria para constatar essa situação surreal. A bem da verdade, tudo no Brasil tende a degeneração e ao abastardamento. ONGs são desvirtuadas de suas funções. Sindicatos são transformados em braços alongados de partidos políticos e passam a beneficiar também uma nomenclatura de parasitas.
Até mesmo a proliferação de igrejas, mostra o quão desnaturadas se encontram as instituições no Brasil. O resultado disso é que a população, mais e mais, vai se afastando dessas organizações, transformadas em caixa forte de sabichões de todo o tipo.
Um caso típico desse abastardamento dos partidos, pela imposição irracional de seus mandachuvas, é visto agora com o Partido dos Trabalhadores. Como pode um dos mais bem organizados partidos do país, com uma militância aguerrida e supostamente esclarecida, ser literalmente enterrada na vala dos indigentes, por vontade única de seu líder?
Preso como delinquente comum, Lula arrastou a antiga e gloriosa legenda da estrela vermelha para detrás das grades. Ao juntar no mesmo baú de quinquilharias seu destino pessoal e a do seu partido, Lula, outrora a grande liderança nacional, respeitada até no exterior, condenou a legenda, que controla como coisa sua, à pena de reclusão e o que é pior, reacendeu, na maioria dos brasileiros, o sentimento antipetista, capaz de fazer de qualquer opositor um oponente confiável e viável. O vermelho foi substituído pelo verde e amarelo apenas por questão de Marketing. Não seria exagero afirmar que Lula e a elite que controla hoje o PT contribuíram, ao seu modo, para corromper o sentido da própria democracia, devastada pela onipotência subjetiva e maléfica de uma única pessoa.
Pudessem recorrer a razão, o dístico certo a ser estampado nas camisetas seria: o PT livre de Lula. De certa forma, e até de modo meta ficcional, coube a um dos seus principais fundadores o papel, também, de coveiro dessa legenda.
A frase que foi pronunciada:
“Tentar matar um candidato à presidência da República é um crime comum? As eleições continuariam se o candidato esfaqueado tivesse vindo a óbito? A Justiça impediu a entrevista com o esfaqueador? Tudo vai ficar por isso mesmo?”
Perguntas de estrangeira querendo entender o Brasil
Visita
Luis Carlos Heinze (PP), candidato que surpreendeu os Institutos de Pesquisa, está aguardando a visita do amigo Bolsonaro. Tudo depende dos médicos.
Informação
Foram muitos os erros de reconhecimento das digitais dos eleitores a saber. A empresa de Campinas Griaule Biometrics é a contratada pelo TSE para a captura das digitais e o Bozorth é o software de código aberto para a verificação nas urnas.
Foi assim
Visita de Haddad no hotel Meliá em Brasília despertou os curiosos. Certo é que, com receio de violência, quando o PT passa, ninguém com pensamento contrário se manifesta.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Encerrou-se a exposição que a Aeronáutica fez no Aeroporto Santos Dumont, no Rio. Foi um trabalho de relações públicas excelente, quando oficiais e soldados mostraram ao povo o funcionamento dos diversos setores da Aviação Militar Brasileira. (Publicado em 31.10.1961)
ARI CUNHA
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Das infinitas lições colhidas após as apurações das urnas em todo o país, cada um dos postulantes saberá selecionar aquelas que melhor dizem respeito a sua performance no pleito inusitado, refletindo bastante sobre os resultados e, principalmente, buscando ouvir, com acuidade, o que dizem os eleitores. De fato, as urnas falam. O que dizem, espelha o momento com exatidão. Fosse usado um estetoscópio para melhor auscultar os resultados das urnas, reconhecendo e diagnosticando cada um de seus ruídos, saberiam aqueles que se submeteram ao escrutínio da população que os eleitores, a cada quatro anos, buscam desenhar o perfil do candidato que melhor se enquadra para resolver a grande questão ou angústia do momento. De saída, é preciso notar a grande defasagem entre aquilo que previam os institutos de pesquisa de opinião e os resultados saídos das urnas. Tal constatação coloca em xeque ou as metodologias usadas ou os próprios institutos, muitos deles comprometidos ou capturados por ideologias e partidos.
Outro aspecto a se observar com atenção é quanto ao trabalho realizado pelas agências de propaganda dos candidatos e sobretudo ao papel dos chamados marqueteiros para conferir uma roupagem ou fantasia a cada um dos seus clientes e postulantes. A realidade tem fornecido olhos de raio X para a população, fazendo com que muitos enxerguem quem realmente está por detrás de cada figurino. O mesmo vale para os debates na televisão. Mornos e sem conteúdo, essas discussões ficam acondicionadas nas armaduras impostas aos debatentes por cada emissora e acaba esfriando esses encontros e afastando os eleitores, que mudam de canal.
Quem pode escutar com atenção o que disseram as urnas saberá identificar uma certa aproximação entre os resultados finais e o que corriam pelas redes sociais da internet, deixando claro que existe sim uma conexão entre o que trafega nas redes e o que saem das urnas. Caso emblemático desse desejo momentâneo do cidadão expresso no voto é quanto à questão da segurança e seus múltiplos desdobramentos na vida comunitária.
Ao lado dos muitos problemas nacionais como a corrupção, as questões relativas à segurança pública estão na ordem do dia. Fica em evidência aquele candidato que traz consigo, na ponta da língua, programas realistas e exequíveis que possam resolver esse problema.
O Rio de Janeiro, que continua sendo a vitrine do país, vive atualmente um grave problema de segurança. Já são mais de 104 policiais mortos somente esse ano. Nesse caso, as urnas disseram em alto e bom som que era a hora de escolher, não legisladores e políticos, mas policiais de verdade, trazendo para dentro do governo aqueles que entendem da situação. Nessas eleições, o Estado do Rio de Janeiro elegeu a maior bancada policial de toda a sua história. O mesmo vale para o próprio candidato Bolsonaro, que com sua bandeira de estabelecimento da ordem e endurecimento contra os criminosos, por pouco, não foi eleito já em primeiro turno.
O que o cidadão daquele estado e de muitos pelo país afora querem, nesse momento, é ver, na prática, e as urnas gritaram isso, o que está inscrito na faixa branca que corta o lábaro estrelado da bandeira nacional: ordem e progresso.
A frase que foi pronunciada:
“A liberdade de eleições permite que você escolha o molho com o qual será devorado.”
Eduardo Galeano
Lançamento
A Editora UnB convida para o lançamento do livro “Anísio Teixeira e seu legado à educação do Distrito Federal: História e memória”, no próximo dia 18 de outubro, às 17h, no Centro de Excelência em Turismo da UnB, campus universitário Darcy Ribeiro. A obra, organizada por Eva Wairos Pereira, Laura Maria Coutinho e Maria Alexandra Militão Rodrigues.
20 anos
Saulo Vasconcelos conta sua experiência desde o Coro Sinfônico da UnB até a atuação nos mais conhecidos musicais como “O Fantasma da Ópera”, a “Noviça Rebelde” e “Les Misérables”. “Por Trás das Máscaras” será um sucesso de vendas em Brasília, com tantos amigos de diversos coros que torceram pelo sucesso do artista e, agora, também escritor.
Atenção
Consumidores fiquem atentos. Funcionários da Estapar raramente pedem o CPF para o Nota Legal.
Proibido
Ao lado de duas garagens cobertas, a fileira de carros toma conta da pista do Venâncio 2000 tornando perigoso o trânsito em duas vias.
Novidade
Exames toxicológicos nas estradas têm reduzido em quase 40% o número de acidentes. Graças a Lei do Caminhoneiro, o exame passou a ser obrigatório para os motoristas que buscam as carteiras de habilitação C, D e E. Menos horas de trabalho diminuiria também.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Hoje o caminhão estava no Eixo, próximo à 114, mas precisa mais caminhões. Até chegar à Plataforma, um só caminhão trabalhando, muitos carros se quebrarão. (Publicado em 31.10.1961)
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Fala-se muito sobre a possibilidade de retrocesso do país, como se isso ainda fosse possível, caso vença as eleições para presidente da República o candidato da extrema esquerda ungido pelo ex-presidente Lula. Da mesma forma, mas em sentido contrário, muita gente tem feito previsões catastróficas acerca de um possível governo de direita, capitaneado por Bolsonaro e sua turma. O fato é que e as pesquisas mostram bem isso, que no atual estágio de maturação de nossa democracia, os brasileiros ainda não aprenderam a dar um tratamento mais racional ao ato de votar, usando dessa preciosa prerrogativa não só para mudar os rumos da política, mas sobretudo, para mudar os políticos que aí estão denegrindo nossa democracia.
A sentença de que cada povo tem o governo que bem merece só faz sentido para aqueles que não dão a devida importância ao voto e seguem a crença de que nada irá mudar, seja esse ou aquele o novo inquilino do Palácio do Planalto. A obrigação pedagógica para que cada cidadão vote apenas tem feito com que as pessoas compareçam forçosamente as sessões eleitorais para cumprir uma tarefa e escapem das penalidades cívicas. Mais importante do que obrigarem as pessoas a comparecer nas sessões de votação é ensinar a elas o quão fundamental para todos é o voto consciente de cada um.
Para tanto, seria necessário, primeiro, que os tribunais, inclusive o eleitoral, fizessem uma espécie de pente fino rigoroso, para tirar do páreo todos aqueles candidatos com pendências judiciais, varrendo para longe conhecidos postulantes que acumulam processos que se arrastam sine die. Infelizmente, a Lei da Ficha Limpa, desidratada que foi pelos congressistas, não pode fazer esse trabalho a contento.
Pelo desenrolar dos acontecimentos, parece que não será ainda nessa eleição que os cidadãos poderão experimentar uma renovação geral dos quadros políticos. Os muitos grotões miseráveis do país continuarão a ser explorados por oportunistas e populistas de todo o tipo, prometendo quinquilharias em troca de voto. Mesmo em estados dinâmicos do Sudeste, como o Rio de Janeiro, estado que não economiza piadas sobre políticos ao mesmo tempo em que os eleitores já elegeram um macaco do zoológico com o poder do voto.
Uma coisa é certa e previsível nessas eleições: a pobreza intelectual, o voto com paixão e ódio será mantido no momento de apertar a tecla da urna eletrônica. E por um simples toque, essa premissa será o trilho por onde esse país seguirá.
A frase que foi pronunciada:
“Não é a política que faz o candidato virar ladrão. É o seu voto que faz o ladrão virar político.”
Autor desconhecido
Cultura
Em breve, um grande concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional será altamente concorrido em Brasília. A Secretaria de Cultura já está providenciando hotéis para a hospedagem dos músicos convidados.
Dor
Segundo dados da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), de cada dez pessoas, quatro sofrem de dores crônicas, que afetam principalmente a coluna vertebral. A Radiofrequência é, segundo o neurocirurgião Dr. Iuri Weinmann, uma técnica minimamente invasiva em que se usa uma corrente elétrica alternada de alta frequência para atingir nervos ou gânglios, bloqueando os impulsos nervosos que levam à dor. O Dr. Iuri é especialista em medicina da coluna.
Lixo
Ainda falta muito para a capital do país administrar o lixo de forma mais moderna. Para a coleta, transporte do chorume no Aterro Sanitário e descarga na Estação de Tratamento de Esgotos, o GDF vai desembolsar R$ 924.834,24.
Uso opcional
Conselheiros tutelares receberão carteira de identidade funcional com um brasão personalizado.
Segurança
Perto do posto de gasolina no Paranoá, há uma loja com apetrechos usados por militares. Esse tipo de vestimenta não deveria ser venda indiscriminada.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Nos últimos meses, entretanto, a Novacap negou-se a pagar, e há a informação de que o sr. Laranja Filho só tomaria providência quando assumisse o novo prefeito. (Publicado em 31.10.1961)
ARI CUNHA
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Com tantas variáveis possíveis envolvidas na atual equação eleitoral do Brasil, prognósticos, sejam eles dos mais balizados cientistas políticos, ou dos mais respeitáveis institutos de pesquisa de opinião, ao adentrar para o terreno movediço da nossa ficção, correm o risco de se ver reduzidos e transformados em gurus, videntes ou feiticeiros.
O realismo fantástico da política nacional, forjado por nossa cultura e crenças ao longo da história da nação, extrapola e vai muito além da ciência ou mesmo da ficção. O fato é que no dia 8 de outubro o Brasil vai acordar para uma travessia de mais quatro anos, com um time de representantes da população formado em boa parte pelo mesmo conjunto de indivíduos que há décadas vem degradando a política, transformando-a numa espécie de arte da prestidigitação, manipuladas por mãos sempre hábeis de velozes, escondendo e fazendo desaparecer, como mágica, a democracia e a ética.
Essa é pelo menos a única variável que se pode confirmar como uma constante em nossa equação. O retorno de parte desses caciques que direta ou indiretamente ajudaram a afundar o país na sua mais grave crise é, por enquanto, um dos resultados certos dessas eleições e que indicaria, por quaisquer outros meios, o prosseguimento, sem alteração, do modus operandi do Estado.
A se confirmar essa tendência, pouca importância passam a ter as outras variáveis. Aumentam as incertezas quanto a desilusão da sociedade com o atual modelo de República, com os partidos políticos e com os próprios políticos. É preciso considerar, enquanto há tempo, o lado da questão da credibilidade das urnas eletrônicas, cada vez mais contestada pela própria população, por legisladores e várias instituições que repetiram a dúvida em relação às urnas durante audiência na CCJ no Senado. Em uma delas, o procurador Felipe Gimenez, da Associação Pátria Brasil, deixou claro que os princípios republicanos estão sendo deixados de lado já que não há como contar os votos, isso significa a desconsideração à vontade do povo, diz o Procurador. Falta publicidade porque os votos não são impressos, legalidade porque nem a minirreforma nem a Constituição foram acatadas pelo STF. Falta moralidade e respeito à cidadania, disse o participante da audiência.
Há ainda a tessitura de coligações regionais, feitas nos moldes de interesses pessoais inconfessáveis e que se apresentam, à luz da razão, como totalmente antagônicas. É óbvio que os arcos de alianças construídas dessa forma necessariamente terão que ser devidamente ajustados no novo balcão de negócios que se abrirá na nova legislatura.
Bolsonaro, que até agora parece despontar na dianteira não teve o atentado político esclarecido, bem como a campanha comandada diretamente de dentro da cadeia pelo ex-presidente Lula, que usa uma espécie de marionete para voltar ao poder, são outros dados dessa que é a mais bizarra campanha de todos os tempos.
Os efeitos dos escândalos do mensalão e do petrolão ainda não foram totalmente digeridos pela população e suas consequências para o próximo pleito ainda são incertas. O que é real, líquido e certo é que, passadas as eleições, virão de variadas direções os movimentos de acomodação de apaziguamento geral, instalando e reinstalando todos esses personagens nos fartos seios da viúva, chamada agora de União.
A frase que foi pronunciada:
“Não pode ser realizado ato administrativo [como a contagem de votos] em segredo, pois é como se fosse uma conta bancária sem extrato das movimentações”.
Procurador Felipe Gimenez
Inaceitável
Brasília é uma lástima em termos de serviços. Quem opta pelo Don Durica da Assefe paga por uma alimentação razoável. O que não se justifica é fazer com que a espera em fila para o pagamento leve 20 minutos.
Exemplo
Onde empreende, o sucesso é certo. Esse é o caso do cearense e ceilandense Francisco Nogueira. Com os negócios indo de vento em popa, já estendeu as lojas Beth e Lili (Elizabeth e Elisangela) para Planaltina, Gama e Águas Lindas, além da Ceilândia, onde tudo começou. Até agora, novidade nenhuma. A surpresa é a delícia de queijo que o Sr. Francisco faz. E vende.
Saude&Economia
New England Journal of Medicine publicou o argumento necessário para quem é contra brincar com o organismo humano em favor da nano economia. A privação do sono traz um aumento nos registros de acidentes cardiovasculares durante o horário de verão.
Quase
Eleitores preocupados com o silêncio do candidato esfaqueado receberam uma notícia preocupante. Nada de entrevistas ou postagens de vídeos. Os médicos do Albert Einstein proibiram esforços maiores.
Perigo
Tanto tempo para deixar a obra apresentável aos contribuintes e o que se vê no Trevo de Triagem Norte é barro numa curva que expele os carros, bifurcação submersa n’água durante as primeiras chuvas e sinalização tímida. Já na ponte JK há um ponto onde a água parada de uma margem a outra oferece perigo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Desde sexta-feira está paralisado o serviço de coleta de lixo de Brasília. Há ameaça de uma onda de moscas, e as chuvas caídas, ultimamente podem provocar sérios contratempos para as condições de higiene da nação. (Publicado em 31.10.1961)