Quem pode, pode

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Jota A

 

          Quem pode, pode! Já dizia o filósofo de Mondubim. Em tempos de distrações alienantes como a Copa do Mundo de Futebol e de protestos que arrastam milhões de brasileiros por mais de um mês para a frente dos quartéis de todo o país, todo o cuidado não chega a ser demasiado. Ainda mais quando o que está em jogo é o que realmente importa: a população. Mais uma vez, assiste-se o alargamento do bueiro por onde vão escoando os recursos da nação. Como sempre, rumam em sentido contrário às necessidades básicas dos cidadãos. Nesse caso aqui, depois da PEC fura teto, que promete fazer desaparecer, num átimo, R$ 200 bilhões sob a falsa rubrica dos auxílios bolsas, o Senado se prepara agora para a votação da PEC dos Penduricalhos.

         Trata-se aqui de ressuscitar um pacote de privilégios remuneratórios para juízes, membros do Ministério Público e outros altos funcionários do serviço público, perdido já há algum tempo, em alguma gaveta qualquer do arquivo morto do Senado. Quem pode fazer lobby, pode obter o que deseja, mesmo que o cenário negativo da economia do país recomende e aponte o contrário. Às favas, as necessidades urgentes da população, quando o que está em jogo, mais uma vez, são vantagens salariais, livres do teto constitucional. Quem pode voa alto, acima de tetos e telhados. Nesse balão da alegria, terá espaço também para outros sortudos, como procuradores dos estados e municípios, membros da advocacia pública, da defensoria pública, delegados das policias civil e federal, e por aí vai.

         Para isso mesmo foram criados os impostos escorchantes, elevando o Brasil à condição de país com a maior carga tributária do planeta. Mesmo que tenha sua votação adiada, para “debates mais aprofundados da matéria”, a intenção é que essa proposta (PEC 63/2013) deve ter sua votação concluída até o final deste ano de 2022. Por certo, que essa não é uma matéria de interesse da população, que se fosse consultada sobre sua importância, a colocaria definitivamente fora de pauta e de contexto. Com essa medida extemporânea, os salários dos magistrados ultrapassarão facilmente os R$ 55 mil, num efeito cascata que pode arruinar ainda mais a combalida conta pública.

         Num período em que se anuncia uma possível transição de governo, propostas como essa têm maiores possibilidades de virem a ser aprovadas, já que, em tempos assim, o toma lá dá cá passa a ser a moeda corrente nas negociações políticas, com abertura de diversos balcões de negócios dentro do parlamento. Não surpreende que a população desiludida com o descaso do Poder Legislativo, em relação ao que ocorre no país, venha correndo em massa para a frente dos quartéis pedindo e clamando por socorro.

 

A frase que foi pronunciada:

“Farinha é pouca, meu pirão primeiro!”

Dito popular

 

Início

Impossibilidade de controle emocional é a principal característica para as crianças com excesso de exposição a telas. A Dra. Evelyn Eisenstein, que coordena o Grupo de Trabalho em Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria, confessa que o aumento de relatos dos pais com falta de controle sobre os filhos tem assustado.

 

Processo

Ainda sobre a quantidade de horas na frente de uma tela, a conclusão de estudos é que o problema é muito parecido com as drogas. A fissura pelo eletrônico, o prazer durante os jogos e depois problemas de atenção e hiperatividade, problemas de sono, desempenho acadêmico insatisfatório, irritabilidade e infelicidade.

Foto: GETTY IMAGES

 

Consequência

O que mais tem preocupado a sociedade médica em relação aos jogos eletrônicos e a exposição demasiada às telas é sobre o efeito no cérebro das crianças. “A exposição constante a telas de computador e celular leva a atrofia do córtex cerebral, com redução da receptividade de informações dos sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar). Há uma aceleração do processo de envelhecimento cerebral.”

 

Logística

Todo atendimento do Corpo de Bombeiros que termina nos hospitais tem um detalhe que precisa ser corrigido. As macas ficam retidas sem liberar o atendimento dos Bombeiros a outras ocorrências. Os hospitais precisam providenciar as próprias macas para transferência imediata do paciente.

Foto: Divulgação/CBMDF

 

Educação

Em contrapartida aos lucros, o Itaú criou o Polo, que é  uma alternativa à população para estudar e se instruir gratuitamente. O marketing informa que mais de 150 mil docentes, gestores de educação e representantes de organizações da sociedade civil se cadastraram no Polo, ambiente de formação do Itaú Social. A plataforma, que completou três anos, oferece 59 cursos gratuitos e já emitiu mais de 106 mil certificados. As formações mais procuradas são sobre mediação de leitura para crianças e jovens, letramento matemático e BNCC.

 

História de Brasília

Quanto aos salários em atraso, há uma informação boa: sairá a dinheiro no dia 14, porque a Prefeitura fêz um adiantamento à Fundação, enquanto o Tribunal de Contas registra a verba do novo ano financeiro. (Publicada em 13.03.1962)

Pendurados em penduricalhos e privilégios sem fim

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Charge do Denny

 

Em meio ao conhecido conjunto de parlamentares que voltou a ocupar o atual Congresso Nacional, e do qual a população, já ressabiada, aprendeu a nada esperar em matéria de ações de caráter ético, é possível encontrar, aqui e ali, uns poucos políticos com vocação e ânimo necessários para defender os desperdícios com o dinheiro público e combater os seculares e odiosos privilégios. Esse que deveria ser um padrão geral de comportamento dos políticos, já que, em tese, trabalham e são bem pagos para representar, junto ao Poder Legislativo, os reais e legítimos interesses da população, perdeu seu sentido e razão de ser ao longo do tempo, desviando-se radicalmente de sua função original.

Hoje, tornou-se comum a população assistir vexada o usufruto do cargo apenas para turbinar interesses pessoais, em acordos que, em última análise, oneram o próprio eleitor. É nesse pequeno grupo, alheio aos acordos personalistas, que tem se destacado políticos como o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB), autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 147), também chamada de PEC dos Penduricalhos.

Pela proposta, que aguarda discussão e votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), o parlamentar pede a alteração do Art.37 da CF, de modo a impedir o recebimento de acréscimos aos proventos de todos os agentes públicos que já percebam algo em torno de R$ 10 mil. Acabar com os privilégios no serviço público, nos altos escalões da República, onde até o impossível acontece, tem sido, até aqui, uma luta inglória e sem chances de vitória, já que interfere e acua todos os Poderes indistintamente, onde as mordomias e os apensos variados aos já altos salários engordam esses contracheques de maneira, no mínimo, afrontosa, em comparação ao grosso da população brasileira. São, de fato, penduricalhos como auxílio creche, auxílio para mudança, auxílio paletó, auxílio livro, auxílio saúde, jornais, alimentação e por aí segue, numa cascata a engordar os rendimentos das altas esferas da República.

Nem mesmo educadores, para aos quais caberiam o auxílio livro, para suas pesquisas, é dado tamanha franquia. O mesmo ocorre com centenas de milhares de mães que precisam trabalhar fora de casa e não têm direito a creches ou outro benefício do Estado. Bombeiros, médicos não têm o melhor plano de saúde nacional, e por aí segue a lista de desequilíbrios.

Nesse país, desigual por natureza, cabe aos despossuídos, tal qual ocorria durante a Idade Média, custear uma elite abastada e indiferente à realidade bruta que se desenrola do lado de fora das janelas envidraçadas dos gabinetes de luxo. Antevendo a possibilidade de sua proposta vir a morrer na praia, o deputado paraibano tem apelado para a pressão e o apoio da opinião pública em favor da PEC, uma vez que a elite do serviço público já vem mobilizando sua poderosa tropa contra a medida. “Em uma República, qualquer autoridade constituída tem a obrigação de se subordinar a realidade social do país ao qual se prontificou a servir. Isso não quer dizer que devemos achatar as carreiras de Estado. Entretanto, mergulhados na desigualdade social, a autoridade dever servir para combatê-la, e não para fazer parte dela”, considera Pedro Cunha Lima, ao ressaltar que, nesse momento de pandemia e de incertezas, atitudes abnegadas como essa podem, muito mais do que uma obrigação democrática, representar uma correção conceitual do que deve ser prioridade em uma nação que opta ser uma verdadeira República.

Trata-se aqui de um projeto que, pelo que se conhece acerca do protagonismo dos Poderes dessa República de poucos, tem poucas chances de vingar impávido, até mesmo pela preguiça cidadã. Nesse ponto, oxalá estejamos errados. Quando muito, essa proposta sofrerá, na etapa final em plenário, uma saraivada de emendas desfigurantes, que o tornará inócuo e sem alma, morto por inanição. Ainda assim, vale a luta de todos pela sua mais urgente aprovação.

 

A frase que foi pronunciada:

“Assim que alguém disser sobre os assuntos do Estado,” O que isso importa pa ra mim? “O Estado pode ser dado por perdido. ”

Jean-Jacques Rousseau, em Contrato Social

Jean-Jacques Rousseau. Imagem: wikipedia.org

 

Importante

Dia 12 de janeiro é dia de Audiência Pública na ADASA, às 9h. A solicitação para participar deve ser encaminhada para o e-mail ap_004_2020@adasa.df.gov.br. Nome completo e que instituição representa devem ser as informações prestadas pelo requerente. O convite é feito à comunidade pelo ouvidor da Adasa, Robinson Ferreira Cardoso.

Cartaz publicado no perfil oficial da Adasa no Instagram

 

Referência

Geralmente, as placas que indicam a proibição para se jogar lixo são acatadas pela comunidade para jogar o lixo. Veja a seguir uma das centenas de exemplos.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Para que não sujam os desmentidos como habitualmente ocorre em casos semelhantes, informamos que os altos funcionários citados acima recebem “dobradinhas” integral, e, para completar, aqui estão os endereços: Hamilton Beltrão Pontes, SQ. 304 – Bloco I – Apt. 503; Luiz Sousa Pinto, Superquadra 108 – Bloco 2 – apartamento 408; Luiz Dourado Magalhães, Superquadra 108 – Bloco 8 – apartamento 408 e Afonso Almiro, Superquadra 105 – Bloco 9 – Apartamento 106. (Publicado em 23/01/1962)