Projetos ou jogos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

Nenhum cidadão, cônscio de suas obrigações, pode negar a relevância, para a sociedade e para a economia, das chamadas pautas sociais. Bolsa Família, auxílio emergencial e outros programas de complementação de renda fazem bem para o país, ajudando na diminuição das desigualdades históricas de nossa nação. Ocorre que a descontinuidade forçada de muitos desses inúmeros programas por cada governo que chega, juntamente com a criação de novos outros, com selos mais personalistas e de acordo com o marketing político, acarretam, à semelhança do que ocorre na amaranhada teia de impostos e tributos, num amontoado de programas sociais que governo algum consegue implementar.

É nesse labirinto de programas, muitos deles construídos apenas para atender agendas e interesses políticos específicos, que boa parcela da sociedade que trabalha, e que produz e paga uma das mais altas cargas tributárias do planeta, é lançada e busca se salvar não de um leão, mas de uma horda de minotauros, cada vez mais famintos. As equipes de economia, de todo e qualquer governo, formadas por refinados experts nas ciências financeiras, integram o Executivo, não para resolver questões e equações como essas trazidas por programas sociais que não possuem porta de saída, mas para descobrir novos corredores por onde seguir o fisco para arrecadar mais e com mais rapidez. Agora, com o programa Renda Brasil, ocorre o mesmo fenômeno.

Não fosse a pandemia e a desidratação brutal de uma economia que estava na antessala da UTI, o Renda Brasil seria lançado com muita festa e muita propaganda. Abandonado pelo próprio governo, que o criou em seu departamento de programas sociais e de marketing, o projeto – parece –  será adotado estrategicamente, também, pelo Congresso. Afinal, com eleições, sempre se avizinhando, é preciso ter cautela, senão os votos somem. É nesse filão populista que seguem, desde sempre, todo e qualquer projeto desse e de outros grupos políticos. Obviamente que tema tão espinhoso como esse não pode ser tratado com realismo, senão os índices de popularidade desabam e a condenação ao fogo perpétuo é certa. Estamos, como dizia o escritor Balzac, “na primeira metade do século XIX, caminhando para um estado de coisas horrível. Em caso de insucesso, não haverá mais que leis penais ou ficais: a bolsa ou a vida.”

Na realidade, o termo projeto, ao se referir às pautas sociais, não é preciso. O mais correto seria chamá-lo de jogo, pois a eventualidade de dar certo para o governo depende não apenas de sua capacidade de blefar, mas da sua convicção de que a sociedade não conhece as regras do que está sendo jogado. Com isso, a única preocupação, desse e de qualquer outro governo, é de encontrar novas fontes de financiamento, para que o jogo prossiga. E é nesse ponto que a equipe econômica concentra todos os seus esforços.

A busca de programas sociais e financeiramente racionais é deixada de lado, pois iria requerer projetos de longo prazo e sobretudo apartidários, sob a tutela do Estado e não de governos temporários. E é aí que jogo deixa de ser interessante.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“As pessoas foram criadas para ser amadas e as coisas foram feitas para serem usadas. A razão pela qual o mundo está um caos é porque as coisas estão sendo amadas e as pessoas estão sendo usadas.”

Dalai Lama

Foto: Matt Campbell / AFP

 

Mais caro

Condomínio RK analisa as contas da Caesb. O aumento exponencial assustou os moradores. As reclamações se acumulam. Ninguém se conforma com a tal tarifa fixa e com a tarifa variável de água e de esgoto.

 

Sem pagamento

Já a CEB enfrenta a inadimplência dos clientes que, desde o início da pandemia, não consideraram a energia como prioridade no momento de pagar as contas. São mais de 200 mil consumidores que devem à companhia.

Foto: portalvarada.com

 

Honra

Foi bem movimentada a manifestação dos Bombeiros concursados na Praça do Buriti. Depois de publicada a nomeação no DODF e de o Congresso ter liberado a verba para a contratação, suspenderam a chamada, não honrando o compromisso. Os Bombeiros fazem parte da classe de profissionais melhor avaliada pela população. Merecem mais respeito!

 

Juntos

Comunidade do Lago Norte começa hoje, às 9h, o mutirão de limpeza no Parque das Garças. Veja a movimentação no blog do Ari Cunha.

 

Em tempo

A depender do ministro Luiz Fux, a turma de presidiários de organizações criminosas, ou que tenham lavado dinheiro, mergulhado em corrupção e até mesmo os crimes hediondos e contra as mulheres, podem preparar o chinelinho branco para a volta às grades.

Luiz Fux. Foto: Cristiano Mariz

 

A finalizar

Por falar em cadeia, boa ideia partida da Câmara Legislativa. Com a assinatura do deputado Martins Machado, um Projeto de Lei indica a instalação de bicicletas próprias para geração de energia. Ao mesmo tempo em que os meliantes saem do ócio, se exercitam e contribuem para a iluminação das instalações que ocupam. A pensar melhor: o projeto dá um dia a menos na pena para cada 16 horas de pedaladas.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O caso do ajardinamento das superquadras deve voltar à baila. De todos os Institutos, somente o IAPB cuidou do ajardinamento. (Publicado em 17/01/1962)

Malandro laborioso

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Foto: Divulgação

 

Na obra erudita “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, de 1936, que busca retratar as contradições históricas herdadas pela sociedade brasileira e que moldariam o caráter nacional, poderíamos, hoje, a título de apêndice, introduzir ao lado do homem cordial, que repudia o cumprimento de leis objetivas e imparciais, figura do malandro laborioso, que mesmo ciente de que sua conduta irracional trará malefícios a seus semelhantes e a si próprio, comete não só o desatino de praticá-la, mas de expor seu comportamento vergonhoso para o maior número de pessoas possível. Trata-se aqui de um personagem encontrado em quantidade expressiva em todas as camadas sociais e econômicas desse país, sempre se esmerando com grande esforço e, às vezes, com bom talento, na prática de todo tipo de crime.

Na classe política, pela exposição natural que essa função favorece, há sempre um grande número de malandros laboriosos, sempre empenhados em costuras políticas, conchavos e outros ardis próprios a essas categorias que, lá na frente, irão render vantagens e sinecuras de grande valia. Como nada nessa vida é por acaso e de graça, esses mandriões vão se perpetuando e reproduzindo nos altos escalões da República, graças à ação direta de uma miríade de eleitores descompromissados que enxergam nesses candidatos a própria imagem e semelhança.

Nas redes sociais, onde a vaidade humana parece ter encontrado espaço e palco amplos, é comum encontrar esses tipos, sempre expondo o que de pior existe em nossa espécie. Num desses posts que estão circulando nas redes, mostra uma família numerosa comemorando, com muita algazarra e muita bebedeira, o recebimento de mais um auxílio emergencial de R$ 600 do governo. Na maior tranquilidade, esses foliões fora de hora se gabam de terem torrado todo o dinheiro recebido na compra de dezenas de garrafas de bebidas alcoólicas.

No vídeo, a família de pés inchados ainda manda um cotoco de dedo para o presidente, prometendo que, no próximo pagamento, irão repetir a dose e organizar nova comemoração, dando o destino maroto a um recurso que para muitas outras famílias é questão de vida ou morte. São esses mesmos cidadãos e eleitores que reclamam da política e dos políticos quando a situação aperta e a calamidade põe fim aos dias de folguedos. O esforço que o malandro laborioso dispende para se manter, ao mesmo tempo, no centro das atenções e à margem da lei e da ética, só encontra paralelo entre aqueles que labutam arduamente e passam despercebidos, que nada recebem de auxílio e por isso mesmo não acreditam que governo algum trará soluções para seus problemas.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Tem reparado que falamos todos do próximo, como se nós próprios fôssemos umas perfeições?”
Lucien Biart, escritor francês (1828-1897)

Lucien Biart. Imagem: lamantaylaraya.org

 

W3
Está a todo vapor a obra no calçamento da Avenida W3. É muito importante, principalmente para os idosos, que seja possível a mobilidade sem riscos. A iniciativa merece aplauso. Veja no quadro abaixo da História de Brasília, registro de Ari Cunha. Há 58 anos, as árvores da W3 eram plantadas.

Foto: insectashoes.com

 

Todos
Psicologia para todos: Entendendo o trabalho do psicólogo e outros temas. Veja mais informações sobre o lançamento e como baixar o e-book gratuitamente, no link E-book Psicologia para Todos.

–> Chegou o dia!!!
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Com prefácio de Leonardo Abrahão (criador da campanha Janeiro Branco), saiu o e-book gratuito PSICOLOGIA PARA TODOS: Entendendo o trabalho do Psicólogo e outros temas, do qual eu sou coautor.
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O e-book tem o intuito de levar informações sobre o trabalho do psicólogo, esclarecendo as principais dúvidas que existem sobre o assunto. Você poderá saber sobre as diferenças entre um psicólogo e outros profissionais, sobre as abordagens e tipos de terapia, sobre coaching, psicoterapia online, entre outros temas.
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E boa leitura!

 

Crianças
Joailce Azevedo Waisman está em produção total durante a pandemia. Dois livros infantis, físicos, serão lançados no dia 5 desse mês pelo zoom. Veja a seguir.

 

Fique de olho

Um caso interessante de saúde pública acontecido na capital do país é referente à Leishmaniose. Ao se ter conhecimento do caso dessa doença, era preciso comunicar imediatamente à Saúde do DF. Hoje, são tantos os casos, que os veterinários já sabem. Se algum proprietário de cão de alguns meses de vida pedir para vacinar é porque já perdeu um animal com essa doença; e mais: a Zoonose, que está doando cachorros para adoção, não entrega o animal vacinado contra Leishmaniose.

 

Proatividade
Elogios para a CEB que, antecipadamente, providenciou a poda de árvores pela cidade, que estavam encostando na fiação. Agora é o momento de prevenção contra as queimadas no cerrado. Mais um mês e as notícias de incêndio vão começar.

Foto: portalvarada.com

 

Monitor Mercantil

Leia, no link Desigualdade social, ausência de democracia e ditadura do capital, a opinião de Maria Lucia Fattorelli sobre o assunto.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Inicia-se hoje o plantio de árvores na W-3. É a transformação da cidade, é o ingresso do verde na paisagem, é a sombra para quem caminha, é o encanto para a vista. (Publicado em 11/01/1962)