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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Feliz ano novo, mas com os velhos ideais de justiça e solidariedade. Ano novo sim, mas com os velhos e fiéis amigos que restaram, que não abandonaram o barco, mesmo diante das tempestades anunciadas no horizonte. Ano novo para todos que possuem fígado sadio, pronto para aguentar as torpezas da água ardente e para aqueles que creem ainda que novas jornadas e descobertas são possíveis com o uso de velhas e malfadadas fórmulas. Novo ano sim, mas apenas para os inocentes, crianças e idosos, que sonham e imaginam sempre um paraíso distante. Feliz ano novo para aqueles que seguem os mandamentos sagrados e, nem por um instante, acreditam nos homens, mesmo que não os desprezem. Feliz ano 2023, quando a Terra, mais uma vez, completa seu movimento de translação, viajando à 107.000 Km por hora, em torno de sua estrela, indiferente ao destino da humanidade.
Feliz ano novo com tudo de bom que o passado nos legou. Feliz ano ano novo com a velha e boa ética de sempre. Feliz ano novo com os velhos sonhos de juventude, dos jeans surrados, da cabeleira comprida e das apostas num mundo melhor. Feliz ano novo, com a esperança de que aqueles loucos anos de esperança e de simplicidade de vida venham a acontecer de verdade.
Um novo tempo chega com o desejo antigo de casas abertas, de ruas limpas e sem a violência moderna que nos aprisiona em celas fortificadas, sem as velhas carrancas a assombrar a todos, sem a velha censura e sem o renascimento dos ministérios da verdade. Feliz ano novo com juízes mergulhados em velhos alfarrábios de leis, que sequer eram vistos pela população. Feliz ano novo, com a volta das fofocas inocentes e não com o assassinato de reputações feitas agora por meio das chamadas fakes news. Que 2023 chegue com os novos computadores super potentes, mas sem esquecer das cartas e dos bilhetinhos, mais íntimos e mais realisticamente humanos. Feliz ano novo, mas com as velhas paixões do passado. Feliz ano novo, mas com a antiga saúde e ânimo de juventude, as boas lições do passado. Feliz ano novo, mais sempre na esperança de que, um dia, esse velho e cansado país encontre seu lugar entre as nações desenvolvidas do planeta.
Feliz ano novo, sem as velhas picuinhas e sem os novos mimimis. Feliz ano novo, mas com atenção renovada ao que sempre alertaram os mais vividos. Feliz ano novo, mas com o olhar focado no retrovisor do passado, para que a noção de direção não se perca.
Feliz ano novo e ouvidos atentos e ligados em velhas promessas dos vendedores de ilusão. Feliz ano novo a todos, mesmos para aqueles que apontam caminhos velhos e rotas para o precipício. Quem sabe aprendam com erros do passado e tomem tenência e se aprumem. Feliz ano velho para todos os que acreditam que ideologias são como ficção. Existem apenas dois lados: o do bem e do mal. Essa é uma lição antiga que vale também para cada ano novo.
Feliz ano novo para aqueles que não acreditam em nada, inclusive na existência de votos de um feliz ano novo. Feliz ano novo apesar de tudo. Feliz e novo ano!
A frase que foi pronunciada:
“Todo novo começo vem do fim de algum outro começo.”
Sêneca
Curiosidade
Foi em 2006 que, na cidade de Tann, na Alemanha, uma cervejaria criou a Pabstbier, ou “cerveja do Papa”. No rótulo, está escrito: “Dedicada ao grande filho de nossa pátria, Bento XVI”.
Crime
Depois de vários comentários em uma postagem fake, onde usaram o nome do jornalista Alexandre Garcia como autor, é possível atestar como nesse mar da Internet navegam tantos piratas.
Ad aeternum
Desde 2009, anuncia-se que o país terá mais de 15 mil telecentros. Por onde estão?
Guardião
Existe uma pessoa do PMDB que nunca escondeu a animação com o novo tempo de Simone Tebet. Seu fã é Pedro Simon, ex-senador, que acompanha passo a passo da futura ministra.
Piadas alheias
Bombam informações na Internet sobre porta dos fundos, saídas, merecimento, é do feitio. Por outro lado, fala-se em grades. Estar atrás de uma porta é sempre melhor.
História de Brasília
Os japoneses saíram, os mercadinhos não foram reformados, as mesmas portas que estavam caindo já caíram ou vão cair, e nenhuma providência foi tomada. Como resultado, a frequência aos mercadinhos diminuiu demais, e os que ficaram, estão ameaçados de grande redução no volume de vendas. (Publicada em 15.03.1962)
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Charge curiosa, que flutua no oceano das redes sociais, mostra dois extraterrestres observando o planeta Terra de longe nesse final de ano. Um deles diz: Os terráqueos estão comemorando o fato de seu planeta ter dado uma volta completa em torno da sua Estrela. O outro alienígena responde: Eu não falei que eles não eram inteligentes.
Observada de longe, a maioria das comemorações que as populações do mundo civilizado moderno realiza a cada início do longo ciclo de translação, diferentemente do que possam pensar nossos irmãos de outros mundos celestes, tiveram sentido profundo na vida das pessoas, principalmente nas primeiras grandes civilizações do passado, que ajustavam seus ciclos de produção e vida comum, tendo como princípio não só a relação da posição da Terra em referência ao Sol, mas em referência a todos os astros celestes, inclusive a Lua.
Na realidade, o céu representou o primeiro e grande calendário a cobrir os seres humanos como um teto infinito, cheio de informações e segredos. Sem as observações celestes, não haveria nem como marcar as estações, tampouco organizar a sobrevivência das pessoas sobre o planeta. Tudo provinha do céu, da água, dos ventos, do fogo ou do gelo e sem essa interação com o solo era impossível seguir adiante. A astronomia, desde os primórdios, era fundamental aos homens, localizando seu espaço e tempo com relação aos astros longínquos.
Sem essa orientação astral, todos estariam irremediavelmente perdidos. No céu foi encontrado o relógio que os humanos necessitavam para entender o mundo que habitavam e como dominá-lo de forma cada vez mais racional. Nesse ponto a Lua, com seus ciclos regulares, representou o ponteiro a marcar o mês e as semanas.
Em seu sentido primitivo, a palavra “mens” provinha do grego, significando Lua. Esse satélite natural marcava também as épocas certas para plantio, para o corte da madeira, para o início dos afazeres. O Sol marcava os dias, o início e o fim das jornadas diárias. Sua posição em relação ao horizonte, mudava ao longo do ano, indicando também a marcação precisa do tempo das estações. Sem essa marcação feita pelos astros na abóbada celeste, o homem não teria como determinar a própria vida.
Não por outra razão, todas as civilizações não só do passado distante, mas principalmente na atualidade, têm no céu uma leitura da Terra. Justamente por isso, todas as civilizações deram muita atenção a construção de observatórios celestes como exemplificam as Pirâmides no Egito, na América Central e em outras partes, Stonehenge, na Inglaterra, Chaco Canyon, os Zigurates e milhares de outros monumentos primitivos dedicados exclusivamente à observação e à marcação do movimento aparente dos astros.
Nesse quesito, aqueles que, de alguma forma, se especializavam na observação do céu, seu mecanismo e segredos atingiram elevados postos dentro da estrutura de poder na maioria das civilizações do passado. O relógio do Sol talvez tenha sido o primeiro instrumento usado pelo homem para medir o tempo com precisão, sendo também o aparelho que traria enorme contribuição para o avanço das civilizações, ao organizar as tarefas de acordo com marcações definidas.
Com esse avanço, era marcado o tempo para a evolução e organização das tarefas de cada um dentro da sociedade. Foi também da observação sistemática do céu que surgiu, talvez, a primeira proto ciência celeste, precursora da astronomia, a astrologia.
A frase que foi pronunciada:
“O maior desafio tanto no nosso século quanto nos próximos é salvar o planeta da destruição. Isso vai exigir uma mudança nos próprios fundamentos da civilização moderna – o relacionamento dos seres humanos com a natureza.”
Mikhail Gorbachev
Novidade
No lugar de manter um carro com todos os gastos que isso requer, o governo do DF passa a usar o TaxiGov. Pode ser chamado por aplicativo e vai custar aproximadamente 40% a menos aos caixas do governo segundo a Secretaria de Economia (SEEC).
Inquisição
Conta Rainer Gonçalves Sousa, no Brasil Escola, que a origem da expressão “Culpa no Cartório” vem do Tribunal da Santa Inquisição. Nesse momento da história, por volta do século XIII, a igreja combatia os movimentos contra a doutrina católica. Os acusados sofriam um processo judicial que ia desde uma simples penitência até a morte na fogueira. O controle dos rebeldes era registrado em um cartório mantido pela própria igreja. Daí a expressão, muito usada também nos países ibéricos, para caçoar ex-condenados com “culpa no cartório”.
Registro
Gilberto Dimenstein, criador do Catraca Livre, traz a público a situação de sua saúde. Sempre foi um defensor da Educação Brasileira. Crítico contumaz, é uma pessoa que transmite a força de um guerreiro em defesa de seus ideais.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A numeração dos blocos de Brasília será mudada. Nas superquadras, ao invés de números, os blocos terão letras, para facilitar a identificação. (Publicado em 13/12/1961)