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ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
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Análises políticas podem ser construídas e entendidas de formas distintas. Dependendo do grau de envolvimento com o assunto, é comum observar que boa parte das análises que surgem no noticiário são formadas com o material colhido após interlocuções feitas com lideranças de partidos e outros políticos de destaque no momento.
Avaliações desse gênero, elaboradas a partir do material exposto por políticos diversos, não raro, são tecidos com os fios de hipóteses futuras e passam a depender do exato movimento previsto para cada uma das peças no enorme tabuleiro desse tipo de jogo. Nesse caso, os fatos insistem quase sempre, em mostrar a direção aleatória da realidade, dando andamento totalmente oposto ao que se vaticinavam com esperteza.
Conjecturas políticas, num país como o nosso, tendem ao descrédito se não forem elaboradas com o mesmo material usado nas mais inspiradas ficções. Atropeladas por nossa realidade diária, as análises políticas entre nós se aproximam mais e mais de uma bola de cristal e da cartomancia do que das ciências sociais. De fato, não há espaço possível para a lógica onde falta a razão e onde cada um age com instinto próprio e individual.
Difícil é entender uma república onde cada um cuida de ser uma república particular. Mais difícil ainda, é quando cada um passa a cuidar em desconstruir o outro, erguendo armadilhas e escombros. O encaminhamento final dessas eleições parece caracterizar bem esse estado de coisas. Ao colocar-nos todos de frente para o espelho, o que vemos ao fundo é um caminho que parece nos conduzir, mais uma vez, em rota de colisão com nosso futuro. Nenhuma síntese política anterior foi capaz, sequer, de mencionar o que nos aguardava pela frente, porque trabalhamos com a matéria do acaso.
Desde o impeachment da ex-presidente Dilma e até muito antes, com o escândalo do mensalão em 2005 e das descobertas que foram vindo à tona posteriormente, tudo parecia demonstrar que andávamos sobre uma corda suspensa num abismo. Com o afastamento de Dilma e com todas as revelações escabrosas que se seguiram, o correto, num país sensato, seria purgar as instituições, não através de eleições, mas por meio do afastamento sumário de todos os envolvidos nesses escândalos, com a convocação de uma comissão de alto nível, composta por brasileiros probos, capacitados e de notório saber para sanar a República.
No entanto, o que se viu foi o mais do mesmo, com todos esperando e apostando que as novas eleições iriam promover uma espécie de perdão antecipado, criando um ambiente de anistia e de concórdia geral, absolvendo os maus para o bem de todos. Deu no que deu. Dará no que dará.
A frase que foi pronunciada
“A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios.”
Montesquieu
Anac
Em aeroportos por todo o mundo, com grandes distancias a percorrer dentro do embarque, carros próprios circulam dando carona para os idosos ou passageiros jovens. No aeroporto de Brasília, essa prática precisa ser reforçada.
Sensacional
Uma pena a imprensa ser arredia com notícias boas que vêm do Senado. A Secretaria De Gestão de Informação e Documentação, coordenada por Dinamar Cristina Pereira Rocha, criou uma dinâmica com funcionários da casa, terceirizados e estagiários, estimulando que conheçam melhor todos os serviços, coordenações e projetos do setor. É uma verdadeira revolução em método de integração do corpo de trabalho.
Realidade
Caso o leitor biométrico não leia a digital do eleitor, a orientação é que o cidadão assine a folha de votação.
Dica
Há vagas para curso de alfabetização de adultos na Igreja N.S. Perpétuo Socorro no Lago Sul, em frente ao Gilberto Salomão. Os horários são às segundas-feiras e às quartas-feiras, das 18h às 20h. É só ligar para 984073396.
Morosidade
Inventores brasileiros reclamam da falta de agilidade do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI. Para se ter uma ideia, o Brasil leva em média 10 anos para patentear uma marca. Isso precisa mudar.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Está vivendo grandes dificuldades, com funcionamento precário, quase paralisado, o Centro de Recuperação Sarah Kubitschek. O aparelhamento excelente adquirido para o Centro, está fora de uso, desfrutando as vantagens da valorização, com a queda constante do cruzeiro. (Publicado em 31.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
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Da realização do “Seminário Nacional de Política Urbana: por cidades humanas, justas e sustentáveis”, ocorrido no início desse mês em São Paulo, resultou a Carta Aberta pelo Direito à Cidade, elaborada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
O manifesto, em defesa de uma política pública de Planejamento urbano Solidário e Inclusivo, está sendo disponibilizado agora aos postulantes à Presidência da República, aos Governadores Estaduais, ao Congresso Nacional e às Assembleias Estaduais e Distrital, de forma a orientar adequadamente os candidatos às próximas eleições quanto as políticas necessárias ao correto planejamento urbano exigidas hoje pela maioria das cidades do país, sobretudo no que concerne a construção de uma agenda voltada para tornar nossas cidades mais humanas, justas e sustentáveis.
Para tanto, o documento parte inicialmente de três pilares. O primeiro deles refere-se ao que chamam de projeto nacional baseado na territorialização das políticas públicas, ou seja, a adoção de planejamentos descentralizados e adequados a cada realidade. O segundo pilar dessa proposta visa estabelecer uma governança urbana inovadora que reconheça a necessidade de descentralizar a definição das políticas locais, bem como sua execução, respeitando e acatando os diferentes problemas apresentados por cada um dos 5.570 municípios espalhados pelo país, garantindo autonomia técnica do Ministério das Cidades e preservando-os de ingerências político partidárias. O terceiro pilar desse documento assenta-se na democratização da gestão dos Territórios e tem como base fortalecer o governo local quanto ao pacto federativo, ampliando os mecanismos de participação popular nas decisões como o direito à moradia, ao transporte público de qualidade, valorizando, sobremaneira, a vontade das minorias que construíram a nação brasileira.
Na Carta Aberta dirigida aos candidatos aos pleitos de 2018, o CAU/BR e o IAB lembram que o Brasil, sendo um país continental, possui 85% de sua população vivendo hoje em cidades dos mais diferentes portes, marcadas por desigualdades territoriais, econômicas e injustiças sociais. Para tanto o documento prega, como fundamental que se avance na reforma urbana baseada na função social da cidade, conforme prevista na própria Constituição e já regulamentada pelo Estatuto da Cidade.
No preâmbulo da Carta, os arquitetos e urbanistas lembram ainda que a “Reforma urbana deve se contrapor ao urbanismo que privatiza e fecha as nossas cidades, sem evitar que a violência alastre-se ante à incapacidade do Estado de implementar políticas eficazes de mobilidade e de enfrentamento da carência de infraestrutura, da degradação dos espaços públicos, da fragilidade da relação cidade-meio ambiente, do espraiamento das periferias com urbanização incompleta e do crescente déficit habitacional.”
A frase que foi pronunciada:
“Nada mais fácil do que fazer planejamento de um país sem incluir gente.”
Jaime Lerner
Vitória
Lumacaftor e Ivacaftor. O que parece sem importância para quem tem saúde é fundamental para a sobrevivência de milhões de pessoas com fibrose cística. A Anvisa anuncia que o novo medicamento foi aprovado. Representantes de diversas associações que amparam pacientes com essa doença, por enquanto incurável, estiveram com a representante da AGU, Grace Mendonça, e com a ministra Carmen Lucia, no STF. O incansável Fernando Gomide, presidente da Associação Brasiliense de Amparo ao Fibrocístico, disse que a união de todos é o primeiro passo para recuperar a saúde do país.
Âmbito
À primeira vista, parece sexista a campanha lançada pela Secretaria Nacional de Mulheres, segmento organizado do PSB. “Mulher vota em mulher”. Não que as mulheres sejam vacinadas contra a corrupção. Temos um leque de exemplos que mostra a realidade. Mas para mudar o quadro atual vai ser preciso um choque. E esse é interessante.
Consome dor
Espantado com a esposa que passou 12h horas tentando finalizar satisfatoriamente uma solicitação com a atendente da Latam, o marido perguntou: “Mas como é que você aguentou isso?” Ela respondeu: “Troquei meu antidepressiva semana passada!” O pedido era simples. Mudar a data da viagem, mas todo esse tempo não foi suficiente para a Latam atender.
Desamparo
Cúmulo do absurdo. Sem canal em tempo real para atender consumidores, a Anac, que existe para proteger os passageiros, só recebe qualquer protesto pelo site do cidadão, um portal nacional de reclamação. E mais: com a missão de “Garantir a todos os brasileiros a segurança e a excelência da aviação civil”, a agência presta um desserviço se afastando das demandas populares.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Assim, nós veremos, aqui, o jogo no instante de ser realizado, e à noite, é que chegará a vez do carioca e do paulista. (Publicado em 26.10.1961)