Pós-verdade

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: g1.globo.com

 

Quando um governo apela às emoções e às crenças pessoais da opinião pública, deixando de lado os fatos objetivos e a própria realidade em si, a verdade, obviamente, fica relegada a um plano secundário, como que escondida entre a fumaça e as cinzas que ninguém vê, ou dá a importância devida. Nesse caso, o que se tem é uma pós-verdade que, como mágica ou truque, oculta o que interessa. Os fatos deixam de ser um sujeito concreto e em seu lugar se elegem versões que melhor cabem na retórica dos governantes.

Esse tem sido, não só no Brasil, mas em grande parte das democracias ocidentais, o mecanismo usado pelos políticos para convencer a sociedade sobre as altas razões de Estado. Quando o presidente Jair Bolsonaro fala em pátria acima de todos, está, de antemão, justificando essas razões de Estado, a qual o cidadão, sequer, pode arguir.

No caso emblemático das queimadas na Região Amazônica, as primeiras versões do governo não foram, naturalmente, o que a população estava esperando, que seria o anúncio de um conjunto de providências emergenciais que seria adotado para resolver ou minorar o problema. Em seu lugar, o governo adotou um discurso raso do tipo nacionalista, afirmando que os cientistas do Inpe falsificavam e exageravam na divulgação dos incêndios que se alastravam. Em seguida, ainda sem tomar qualquer providência prática, resolveu, mais uma vez, recorrer a sua própria versão de que as ONGs estariam por detrás desses fatos, incendiando a região, já que teriam perdido recursos.

Quando a situação começou a chamar a atenção de todo mundo, dado o poder de divulgação de imagens de satélites e de outras tecnologias, novamente o presidente recorreu a pós-verdade, acusando os países europeus de planejarem uma ardilosa internacionalização da Amazônia. Até aquele momento, não havia, por parte do governo, nenhum anúncio sobre o tamanho do estrago, nem, tampouco, que medidas estavam sendo tomadas para o problema ser atacado de frente.

À medida em que a selva ardia, impulsionada pelo período de seca na região, as versões sobre a tragédia se sucediam por meio de bravatas do tipo “a Amazônia é dos brasileiros”. Somente quando a situação chegou ao seu auge, ameaçando o carro-chefe da economia nacional, representado pelo agronegócio que, por acaso, é também um dos pilares de apoio do próprio presidente, é que providências superficiais começaram a ser tomadas.

No cipoal de versões e bravatas desferidas, de modo impensadas pelo presidente, sobrou até para a primeira dama francesa, tratada de forma primitiva pelo governo e por seus apoiadores diretos. Durante todo o tempo do sinistro, o que prevaleceu foi a pós-verdade que deixava o incêndio de lado, enquanto apelava para a emoção da opinião pública, com incentivos a um nacionalismo e ufanismo fora de contexto.

De fato, não fosse a grande repercussão internacional com ameaças ao projeto do acordo Mercosul e União Europeia, possivelmente o problema e o fato em si passariam em brancas nuvens ou brancas cinzas.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Declarações de especialistas em Amazônia, como o general Heleno, demonstram que o formato definido na decisão do Supremo Tribunal Federal, no último dia 18 de março de 2009, em manter a demarcação em faixa contínua da reserva Raposa Serra do Sol, evidencia a vulnerabilidade do Brasil, diante de interesses externos, embora, tenho a absoluta certeza, o julgamento não tenha tido esse propósito.”

Zelite Andrade Carneiro, juíza

Foto: Vista aérea da Reserva Raposa Serra do Sol. Em 23/05/2008. (FAB/CCOM )

 

Burle Marx

Ministério da Cidadania, Iphan e Senado Federal apresentam A revolução do paisagismo, o legado de Burle Marx. O ciclo de palestras será no auditório do Interlegis, no Senado, no dia 29, quinta-feira, a partir das 13h30. Inscrições pelo e-mail senadoverde@senado.leg.br. Veja mais detalhes sobre o assunto no cartaz a seguir.

 

 

Simples assim

Ontem, no cafezinho da Câmara, o comentário era sobre a coincidência entre a sinceridade do general Figueiredo e Bolsonaro. Com um ponto favorável ao atual presidente. Bolsonaro sabe usar a mídia quando quem está por trás das câmeras são seus apoiadores. Portanto, se evitasse a mídia convencional e gravasse um programa sempre que precisasse esclarecer algum problema faria muito menos estrago como chefe da nação.

Foto: Marcos Corrêa/Planalto – 25.jul.2019

 

 

Retrato do NE

Na 5ª edição do ParlaNordeste houve a criação do Conselho dos idosos e a elaboração da Carta de Aracaju, que reuniu os problemas enfrentados pela região. O documento foi encaminhado aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Imediatamente o ônibus parou, o motorista e os passageiros socorreram os feridos, quando, a seguir, chega uma Rural da Polícia, chapa branca 2818, e seus ocupantes se negaram a transportar os feridos. (Publicado em 29/11/1961)

Aumento da pressão mundial pelo meio ambiente é um sinal dos tempos

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Foto: Luciano Lima/TG

 

Nesses últimos meses, tem sido pesada a carga de artilharia voltada contra o governo Bolsonaro, vinda praticamente de todos os ambientalistas, com destaque para os defensores do meio ambiente nos países desenvolvidos. Lá fora, essa carga tem sido maior devido à exposição contínua de denúncias em foros internacionais e na imprensa, talvez por conta do grande interesse que esse tema possui junto as populações desses países, assustadas com as visíveis consequências que as mudanças climáticas têm ocasionado em todo o planeta.

Os constantes alertas feitos por renomados cientistas, biólogos e todos aqueles que estudam essas mudanças no clima, alertando para um eminente e irreversível aquecimento em todo o globo terrestre, são, cada vez mais, levados a sério pela população, que, por sua vez, pressiona seus representantes políticos no sentido de adotarem medidas de proteção interna e externa.

Pressionados pelo peso da opinião pública, líderes de muitos países da Europa se veem obrigados a adotar medidas contra todos aqueles parceiros econômicos que não estão respeitando as novas regras de combate à poluição e de preservação do meio ambiente. Nesse rol de países que têm sido acusados diuturnamente de desrespeito, as boas práticas de conservação o Brasil têm sido o destaque, ocupando quase todas as manchetes nos noticiários diários sobre essa questão.

Tão intensas e sérias se tornaram essas campanhas no exterior que hoje já é possível afirmar que o governo Bolsonaro vem se transformando numa espécie de vilão ambiental em escala planetária. O pior é que aquelas pessoas e órgãos que deveriam cuidar para melhorar essa imagem, nada têm feito dentro e fora do país. Declarações desastradas do próprio presidente e de alguns de seus assessores diretos nessa questão, como o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não só não têm ajudado a esclarecer esse assunto, como têm jogado mais lenha nessa fogueira.

Nesse sentido, de nada adianta o governo contestar metodologias de checagem de desmatamento de órgãos como o Inpe. Ao redor do planeta, circulam, constantemente, dezenas de satélites com as mais avançadas tecnologias de monitoramento ótico, oferecendo, em tempo real, a situação da derrubada de matas na Amazônia e em outros pontos do mundo. Deixando se levar pelo discurso soberbo do agronegócio nacional, o governo Bolsonaro vai vendo sua imagem se diluindo e com ela a credibilidade do Brasil, quanto a importantíssima questão ambiental. Os assassinatos recentes de lideranças Wajãpi e o périplo mundial feito por caciques como Raoní têm elevado o tom de críticas contra a política excessivamente leniente do Brasil na questão da preservação do meio ambiente.

Estudiosos do clima reunidos agora em Genebra, no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, prometem arregimentar forças contra o descaso das autoridades brasileiras nessa questão, apresentando nosso modelo de agronegócio como um sistema suicida e insustentável. Com isso, crescem, num ritmo geométrico, as pressões internacionais para que todos os países adotem medidas que impeçam, a tempo, a inviabilização de nosso planeta. Nessa questão crucial, o atual governo, por mais que ofereça evasivas ao problema, terá que adotar medidas concretas, sob pena de não poder, inclusive, circular livremente pelo mundo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Eles destruíram as suas terras e agora querem controlar as nossas? Nós temos diamantes, temos ouro, pedras preciosas saindo de forma ilegal (…)”

Governador Coronel Marcos Rocha, no Rondônia ao Vivo

Foto: Divulgação

 

 

Governo Federal

Estudos quase no final em relação ao Bolsa Família. A ideia é evoluir e bancar um programa de treinamento técnico para os beneficiários do programa. Pela pesquisa, seriam 13 milhões de famílias beneficiadas. Até dezembro, a novidade será divulgada.

Foto: facebook.com/bolsafamilia

 

 

SXSW

Em março de 2020, artistas de Brasília poderão participar do festival norte-americano South by Southwest. Tracy Mann foi convidada a orientar músicos, cineastas e projetos de economia criativa para participar do evento ano que vem.

O artista Eduardo Kobra pintou um painel em Austin para chamar a atenção dos estrangeiros para o Brasil no SXSW — Foto: Karina Trevizan/G1 (g1.globo.com)

 

 

Só resta torcer

Circula pela cidade a informação de que já está aprovada a privatização do Estádio Mané Garrincha, do Ginásio Nilson Nelson e do Complexo Aquático Cláudio Coutinho. Pelos próximos 35 anos, o consórcio Arena BSB assumirá a gestão do complexo. Por enquanto, o GDF e o grupo administrarão em parceria por seis meses.

Foto: Hugo Gonçalves/CB/D.A. Press

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Como, no regime parlamentarista, é o parlamento que elege o presidente, concordamos com a eleição para deputado e senador. É um ponto de vista particular, sem nenhuma pretensão, que defendemos por amor a Brasília. (Publicado em 26/11/1961)

O cerrado devastado por titãs

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Foto: brasil.gov.br

 

Quando alguns brasileiros começaram a descobrir a vastidão e complexidade dessas áreas, os estrangeiros, com apoio imediato do governo, já estavam derrubando e queimando as árvores torcidas do bioma, expulsando e matando os animais para o estabelecimento de grandes latifúndios para o plantio de monoculturas como a soja.

Ao se posicionar hoje como o maior produtor mundial desse produto, exportado em sua grande parte para a China, com faturamento de mais de 25 bilhões de dólares anuais, o Brasil deixou de lado, definitivamente, sua preocupação com questões de biomas, meio ambiente e outros assuntos de preservação, consideradas pelo governo e pelo pessoal do agrobusiness como discussões menores e sem retorno econômico.

Dessa feita, a soja e a pecuária respondem hoje como os principais responsáveis pelo desmatamento nessa região, que ainda prossegue, sem limite, dentro da perspectiva de expansão contínua da chamada fronteira agrícola. Chega a ser penoso constatar que os maiores esforços contra essa destruição contínua do Cerrado vêm também por parte de pessoas e Organizações Não-Governamentais do exterior, acostumados com esse tipo de luta.

Internamente, parece que ainda não despertamos para essa calamidade que vai ocorrendo bem debaixo de nossos pés. Não se vê o assunto nas TVs ou jornais, não se vêm debates, nem movimentos populares contra essa destruição paulatina de nossas riquezas. Não é por outra razão que apenas 5% das multas referentes a desmatamento e outras contravenções ambientais são efetivamente pagas.

Também não chega a ser surpresa o fato de que não se conhece nenhum desses destruidores do meio ambiente presos ou cumprindo qualquer pena. Mesmo aqueles grandes produtores, que são flagrados desmatando ou mantendo trabalhadores em condições análogas à escravidão, são devidamente penalizados, o que faz supor um conluio de forças muito maior do que podemos imaginar.

Grandes empresas de alimentos do mundo como a Walmart, Unilever, Nestlé, Danone, Kellogg’s e outras 60 importantes marcas de nutrientes, reuniram-se para formar um conglomerado ainda mais gigantesco denominado Consumer Goods Forum (CGF) e exercem pressão sobre tudo e todos, com suspeitas de impor regras e, em muitos casos, com suposto descumprimento das legislações que vão contra seus interesses. Mesmo apelos e manifestos embasados, como feitos agora por um conjunto de mais de 600 cientistas de todo o mundo, para que a União Europeia não compre alimentos que não sejam devidamente certificados e com compromissos com o meio ambiente, têm sido respeitados ou levados à sério.

É preciso entender, de uma vez por todas, que o Cerrado, com seus 2 milhões de Km², ou 25% do território nacional, e onde nascem as três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), reclama maior interesse por parte das autoridades e dos legisladores. Outro fator de indiscutível importância é que nove em cada dez brasileiros consomem eletricidade gerada com as águas do cerrado, que geram metade da energia produzida no país.

Não se entende, pois, que, sendo um dos biomas mais ricos do planeta, o Cerrado continue a ser também um dos mais ameaçados e desprezados pelos seguidos governos, que só enxergam nessa região o fator lucro imediato, sem maiores esforços que não vão deixar à livre exploração. É uma pena e um crime.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nem tudo o que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado.”

Nicolas Behr, poeta da nossa terra

Foto: Ailton de Freitas

 

 

Reformas

Enfim, a W3 está passando por uma revisão. Calçadas que vão favorecer a mobilidade, limpeza e arrumação geral. Brasília precisa de pelo menos um lugar onde os cadeirantes e idosos possam circular com segurança. É uma homenagem singela a quem construiu a cidade.

 

 

Vida

Arte no metrô. Que notícia boa saber que entre a Estação Central e a Estação da 102 Sul, as paredes estão servindo para mostrar arte. Artistas do DF e de diversos estados mostram a arte em sintonia com a tecnologia. São as cidades inteligentes que já chegaram nos países mais ricos. Aos poucos, Brasília vai se rendendo. Sem discutir o mérito, a projeção áudio visual em 3D usada em edifícios já é realidade pelo mundo, enquanto na capital do país é novidade.

Foto: André Borges/Agência Brasília

 

 

Constatação

Domingo Pet Day. Um dia exclusivo dedicado aos Pets no Eixão. Há quem diga que a solidão dos seres humanos aumenta e os bichos de estimação, que não cobram, não têm maus dias, estão sempre solícitos, são a melhor companhia. O que sei, é que vi cair lágrimas dos olhos de uma maranhense recém-chegada em Brasília quando viu que animais têm plano de saúde.

Foto: oscabecasdanoticia.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não façam, entretanto, exceções. Cortem todos os telefones dos relapsos pagadores e, assim, os que pagam em dia terão maior número de linhas, e o DTUI, por sua vez, disporá de mais dinheiro para a aquisição de material. (Publicado em 23/11/1961)

A última fronteira agrícola será também nosso grande e árido deserto

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Foto: ecoa.org.br

 

Quem vive nas metrópoles do Centro Oeste brasileiro, cidades modernas, como Brasília, Goiânia, Palmas, Campo Grande e outras de igual importância, com milhões de habitantes e todo o tipo de progresso urbano, não possui a mínima ideia do que está ocorrendo ao redor, nos imensos campos destinados às atividades agroindustriais e que praticamente ilham essas comunidades

Cercadas por imensos latifúndios de monoculturas por todos os lados, cuja a produção é quase totalmente destinada ao mercado externo, essas dezenas de cidades, que nas últimas décadas têm experimentado um sensível crescimento ou inchaço demográfico, vão, aos poucos, sentido os efeitos diretos e nefastos dessas atividades econômicas realizadas, unicamente, objetivando lucros máximos e imediatos a seus proprietários.

Com isso, a cada período de estiagem nessas regiões, mais e mais seus habitantes vão sofrendo longos meses de racionamento de água, seguidos de fortes ondas de calor, o que é agravado ainda pelas seguidas queimadas, tornando o ar irrespirável e com prejuízos à saúde de todos.

Rios e outros cursos d’águas, que anteriormente corriam durante todo o ano, agora desaparecem durante a seca, deixando apenas um rastro de areia e pedras, apontando para um futuro de escassez e aridez para todos.

Incrivelmente, esse parece ser um assunto tabu nessas regiões. Ninguém discute as causas desses fenômenos, nenhuma escola ou universidade parece disposta a levar esse debate adiante. Fala-se em progresso econômico. Mas a que preço? O poder de pressão do agronegócio não se limita apenas ao Congresso, onde reúne uma bancada barulhenta e disposta a tudo. Também no campo os grandes latifúndios assustam os pequenos fazendeiros que já perceberam a força desses gigantes, muitos dos quais estrangeiros, que não medem esforços para impor suas vontades.

Os movimentos nacionais que se contrapõem ao poderio dessas multinacionais de alimentos ainda são muito incipientes entre nós e normalmente não são, sequer, ouvidos pelas autoridades. Os desmatamentos contínuos, a dizimação de espécies animais e vegetais, o envenenamento dos solos e a desidratação dos cursos de água não abala essa gente que age protegida por uma legislação claudicante e benéfica a quem produz, não importando como e a que custo.

Preocupante é saber que a própria Constituição de 88 em seu art. 225, parágrafo 4º, define como patrimônio nacional a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, O Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira, deixando de fora todo o importantíssimo Bioma Cerrado. Atentem senadores e deputados ao detalhe! Façam o que é preciso ser feito para proteger toda essa terra e essa gente. A Carta Magna deixou enormes brechas por onde penetram esses devastadores das riquezas naturais do país, travestidos de grandes produtores.

A menor proteção legal, juntamente com o poder de lobby dos produtores, tem provocado estragos irreversíveis nesse bioma e que só serão devidamente avaliados quando toda essa região entrar num processo de desertificação sem controle. Aí será tarde demais e possivelmente seus responsáveis já estarão fora do alcance de qualquer lei ou autoridade.

Cientistas já comprovaram que o Cerrado é a savana mais biodiversa do planeta, contendo 5% das plantas e animais da Terra, inclusive 4.800 espécies que só ocorrem nessa parte do mundo. O problema com esse bioma único é que ele, apesar da variedade e grandeza, é também um dos mais sensíveis e contrários à intervenção humana. Por não conhecer adequadamente ainda todo o funcionamento desse complexo sistema, a intromissão humana causa estragos de difícil recuperação.

Experimentos com plantas e animais demonstram a dificuldade de reproduzi-los em condições fora de seu meio ambiente natural. As poucas experiências feitas até agora, por pesquisadores isolados e com escassos recursos, demonstram que há ainda um imenso e variado campo desconhecido sobre esse sistema. Infelizmente, a descoberta dessa riqueza natural e delicada só começou a aparecer quando o boom das matérias-primas e das commodities já estavam atraindo grandes investimentos, principalmente do exterior.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Enquanto a esquerda esperneia deixando de votar inclusive no que defendia, enquanto a direita calcula cada passo, o Brasil aguarda para saber que destino tomar: de volta ao passado ou direto para o futuro. Unir para governar é o pensamento de quem age pelo país, e não por ideologias.”

Dona Dita, enquanto vê a banda passar.

Charge do Iotti

 

 

Pão e Circo

Nota do leitor Renato Prestes: “Nos dias dos jogos da seleção brasileira masculina na Copa do Mundo, servidores públicos são dispensados. Nos jogos da seleção feminina, essa benesse não ocorre. Situação que deixa bem explícita que não há tratamento igualitário entre homens e mulheres, conforme impôs a Constituição de 1988.” O ideal seria não ter dispensa do trabalho para assistir jogo de futebol, o que é um absurdo em si (nota da coluna).

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Uma solução para o DTUI: se falta dinheiro, que sejam cobradas todas as contas atrasadas. Para que os relapsos paguem, bastará que se desligue o telefone, e todos correrão ao guichê do Banco do Brasil. (Publicado em 23/11/1961)

Um futuro árido aguarda os defensores de um agronegócio feito a todo custo

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Charge do Cerino

 

No intuito de querer agradar a chamada bancada ruralista e assim obter maior apoio no parlamento e em atendimento também ao poderoso lobby do agronegócio, o atual governo vai, aos poucos, se emaranhando na questão ambiental pela porta dos fundos, repetindo o mantra e as estratégias desse setor que, de maneira duvidosa, coloca a questão da preservação e do respeito ao meio ambiente como entrave a ser vencido para o pleno desenvolvimento desse setor. Ao apontar a manutenção do riquíssimo e delicado bioma nacional como inimigos a serem derrotados para a plena expansão do agronegócio, seus autores vão, aos poucos, não só capturando todo governo para esse enredo trágico, como colocando em sério risco todo esse patrimônio natural de forma irreversível. Pelo o que se tem observado em todo o planeta em decorrência das alterações climáticas severas, não será de todo exagerado supor que, ali mais adiante, esse governo e outros, com a mesma tendência em relação às questões de preservação, venham se sentar no banco dos réus, acusados de crimes graves contra o meio ambiente.

A miopia que faz com que os ruralistas e grandes produtores não enxerguem a possibilidade da coexistência pacífica e harmoniosa entre agronegócio e a preservação do meio ambiente pode vir a antecipar a decadência e a ruína desse importante setor da nossa economia, colocado, perante o mundo, como agente ativo de destruição do planeta, tendo, também, seus produtos rejeitados pela comunidade de países importadores.

Nesse momento, um grupo de mais de 600 cientistas de todo o mundo estão pressionando as lideranças da União Europeia para que deixem de comprar todos os itens produzidos pelo agronegócio brasileiros que não possuam certificado válido de que foram obtidos com respeito ao meio ambiente.

O desmonte de algumas estruturas de combate e controle aos desmatamentos, assim como a afrouxamento de muitas leis de preservação podem, em princípio, favorecer algumas estratégias políticas do atual governo, mas poderá, ao fim do processo, servir de provas de crimes que estão sendo perpetrados por gente gananciosa, pragmática e pouco ilustrada, que se move apenas em busca de lucros máximos.

Aos poucos, a bancada ruralista vem se articulando para inserir no Código Florestal mais de trinta novas emendas flexibilizando regras para permitir o aumento de desmatamento em até 5 milhões de hectares de florestas, atrasando ainda o reflorestamento de outros 4 milhões de hectares de áreas já desmatadas.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A agricultura foi a primeira ocupação do homem e, como abrange toda a terra, é a base de todas as outras indústrias.”

Edward W. Stewart, político irlandês

Foto: courant.com

 

 

Divulgação                                     

Sesc divulga a iniciativa nacional  no combate à fome e desperdício de alimentos. Mesa Brasil Sesc é o nome do programa. São diferentes personagens entre os doadores e as instituições que são assistidas. Em Brasília os números ainda são tímidos.

Print: sesc.com.br

 

 

Pelo país

Em 2018, o projeto doou 37 mil toneladas de alimentos e atendeu 1,5 milhão de pessoas por dia a pessoas em situação de vulnerabilidade em uma perspectiva de inclusão social. O Programa de Segurança Alimentar e Nutricional é baseado em ações educativas e de distribuição de alimentos excedentes. Na prática, o Mesa Brasil Sesc busca onde sobra e entrega onde falta. De um lado, contribui para a diminuição do desperdício, e de outro reduz a condição de insegurança alimentar de crianças, jovens, adultos e idosos. Em ambos os polos desse percurso, as estratégias de mobilização e as ações educativas incentivam a solidariedade e o desenvolvimento comunitário.

Foto: sesc.com.br

 

 

Estratégias

São duas, as frentes do programa: o banco de alimentos e a colheita urbana. No primeiro, o trabalho é realizado por meio da busca de alimentos que estejam fora de padrões definidos para comercialização por produtores, supermercados, atacadistas e outros agentes. Esses produtos são armazenados em espaços próprios e distribuídos para entidades sociais. Já a colheita urbana é feita diariamente, com a coleta de alimentos frescos, produtos hortifrutigranjeiros e alimentos industrializados, que são distribuídos de forma imediata, sem estoque, por sua característica de perecibilidade.

 

 

 

Conexão

Os produtos arrecadados são direcionados a aproximadamente 6.000 entidades cadastradas. Para realização deste trabalho, o Mesa Brasil Sesc conta com a parceria de empresas doadoras, atualmente mais de 3,3 mil, entre estabelecimentos comerciais, indústrias alimentícias e empresas de serviços. Também participam desta rede de solidariedade cerca de 380 voluntários, que atuam em atividades como seleção e armazenamento de alimentos, ações educativas e captação de recursos.

 

 

 

Na prática

Paralelo ao trabalho de coleta e distribuição de alimentos, o programa oferece atividades como cursos, oficinas e palestras, para difusão de conhecimentos, troca de informações e experiências junto aos profissionais, voluntários e beneficiários das entidades sociais, bem como às empresas doadoras. Tais ações educativas têm como objetivo promover a alimentação adequada, a reeducação alimentar e fortalecer as instituições assistidas.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A numeração das quadras da W-3 ainda não foi modificada, o que deveria ter sido feito há muito tempo. Há um plano do dr. Vasco que facilita muito a identificação das quadras, mas ainda não foi utilizado. (Publicado em 22/11/1961)

Redefinindo o progresso

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Considerado um dos grandes escritores satíricos em língua alemã, Karl Kraus (1874-1936), que também era poeta, dramaturgo e ensaísta, costumava afirmar que o progresso é o avanço da poeira. Com isso, queria dizer que o progresso, conforme o modelo materializado por nós, acrescentaria ainda mais desconforto e problemas aos seres humanos, que melancólicos, sonhariam com a volta ao passado e à natureza, onde a vida era mais simples e confiável. É dele também a afirmação de que “o progresso técnico deixará apenas um problema: a fragilidade da natureza humana. ”

Feitas há quase um século, essas previsões em forma de crítica à ganância humana parecem que vão se confirmando aos poucos na atualidade. O crescimento, simplesmente descomunal das áreas urbanas, nessas últimas décadas, provocado pela explosão populacional, criando verdadeiras megalópoles artificiais e desumanas, provocou reflexos severos no modo de consumo das pessoas, impulsionando a produção de alimentos e de uma infinidade de produtos, de uma forma nunca antes vista. Com isso passamos a extrair, de modo irracional, todos os recursos naturais do planeta, numa voracidade muito superior à capacidade da própria Terra em renová-los. Nesse ritmo alucinado, estamos a caminho do colapso total, com o esgotamento de todos os recursos naturais ao nosso redor, o que pode decretar, obviamente, o fim de nossa própria espécie.

Relatório divulgado agora pelas Nações Unidas, elaborado pela chamada Plataforma Intergovernamental de políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), apresenta um panorama desolador sobre os estragos provocados por nosso modo de vida no planeta em que habitamos.

O que o relatório diz, em resumo, é que a natureza está morrendo mais depressa do que se imagina. Trata-se de um documento sério a ser levado em conta imediatamente. Para se ter uma ideia do critério desse relatório, basta dizer que ele levou 3 anos para ser elaborado, por uma equipe de mais de 145 cientistas de 50 países, envolvidos diretamente na questão, contando ainda com a participação de 310 especialistas, reunindo também mais de 15 mil referências científicas e fontes governamentais, que mapearam os estragos provocados pela espécie humana nos últimos 50 anos. Pelos estudos, os cientistas apontam que um milhão ou mais de espécies animais e vegetais correm o risco de desaparecerem nas próximas décadas. Além disso, o documento revela ainda que 75% ambiente da Terra e cerca de 66% do ambiente marinho foram significativamente modificados pela ação humana (nas reservas indígenas ou comunidades locais as tendências de modificação são menos severas); Mais de 1/3 da superfície terrestre do mundo e quase 75% dos recursos de água doce são agora para agricultura ou pecuária; valor da produção agrícola aumentou em cerca de 300% desde 1970, a colheita de madeira bruta aumentou em 45% e cerca de 60 bilhões de toneladas de recursos renováveis e não renováveis estão sendo extraídos a cada ano em todo o mundo – uma quantia que quase dobrou desde 1980;

A degradação do solo reduziu a produtividade de toda a superfície terrestre do mundo em 23%; Em 2015, 33% dos estoques de peixes marinhos foram explorados em níveis insustentáveis; 60% estavam no nível máximo de pesca sustentável e apenas 7% em um nível abaixo do estimado como sustentável; as áreas urbanas mais do que dobraram desde 1992; A poluição plástica aumentou 10 vezes desde 1980; cerca de 300-400 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, resíduos tóxicos e outros resíduos de instalações industriais são despejados nas águas do mundo todos os anos.

São dados que revelam, de forma clara, um problema criado por nós e que nos cabe resolver, se ainda temos alguma pretensão em que nossos descendentes permaneçam habitando o planeta Terra.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Em todas as coisas da natureza há algo do maravilhoso.”   

Aristóteles

FOTO: CREATIVE COMMONS

 

 

Tudo em paz

Quem apostou em contrariar o presidente Bolsonaro perdeu. Quem está pensando em desarticular as iniciativas contra a corrupção, perdeu. As ruas mostram que os eleitores seguem por caminhos diferentes. Resta saber se a urna eletrônica permanecerá na próxima eleição. Pensar no futuro do país é pensar em votar em quem quer um futuro para o Brasil.

 

 

No alvo

Em conversa amigável com um sempre amigo petista veio a provocação: “Então Bolsonaro reza e libera as armas?” A resposta foi certeira: “Mas não foram com elas que o PT quis fazer uma revolução? A diferença é que agora os donos têm registro e são responsáveis pelo uso.”

 

 

Jovens

Tabata Amaral (PDT-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP) dão exemplo do que é política. A todo o momento, os dois debatem, defendem, acusam, provam, pedem provas. Sempre em favor do país, e não deles mesmos. Sempre fazendo política, que traz no termo a palavra servir.

Assista em: Conversa com Bial – Programa de 24/05/2019

Foto: camara.leg.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A superquadra do Iapetc, embora quase pronta, continua com entrada e saída pelo Eixo, quando devia ter apenas uma via de acesso, pela W1. Essa exceção é perigosa, principalmente pelo fato de a saída da superquadra ficar em frente a um ponto de ônibus, e ao retorno em “U” da pista do Eixo. (Publicado em 21.11.1961)

O agronegócio terá contas a ajustar com o futuro

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VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Charge do Arionauro

 

Em comum, o desmatamento assustador e crescente além do aumento, sem precedentes, na liberalização de novos agrotóxicos é que ambos são decorrentes de um tipo de agronegócio predatório que, nos últimos anos, vem se expandindo sem controle, não respeitando vegetação nativa, rios, animais e o próprio homem, incluindo aí, também, as comunidades indígenas e nativas das regiões onde as monoculturas e a pecuária avançam.

Trata-se de uma triste realidade atual, erguida sobre a falácia de que nesse setor específico está centrada a redenção econômica e definitiva do país. Ocorre que nesse ritmo acelerado de desrespeito ao meio ambiente, com derrubada de matas nativas para formar pastos e áreas de plantio para grandes latifúndios de monocultura de milho, soja, algodão e outros produtos, associados a altíssimas aplicações de veneno contra pragas, o Brasil poderá, em pouco tempo, vir a se transformar num imenso deserto, árido e inóspito ao próprio homem.

Alerta nesse sentido vem sendo feito há anos por especialistas renomados, não apenas do Brasil, mas de todo o mundo. Ocorre que o poderoso lobby desse setor, tanto político como econômico, tem impedido que as discussões evoluam para o patamar da racionalidade e com vistas ao futuro das gerações vindouras. O fato é que, fossem colocados numa balança, a médio e longo prazos, benefícios e prejuízos decorrentes desse tipo específico de agroindústria, sem dúvida alguma, o passivo, representado pelo esgotamento e envenenamento do solo e de rios, associado ao desaparecimento de espécies de plantas e de vegetais, que sequer ainda conhecemos cientificamente, seria avassalador.

O problema é convencer as autoridades de uma realidade que ainda está, para muitos, num horizonte futuro, longe da situação atual de bonanças trazidas momentaneamente por esse setor. É preciso ainda notar que esse setor, altamente mecanizado, prescinde de mão-de-obra numerosa, sendo, portanto, realizado por poucos indivíduos e invariavelmente levam à riqueza apenas uma pequena elite, alheia e contrária a tudo o que diz respeito a ecologia, meio ambiente ou preservação da natureza, mudanças climáticas e outros assuntos do gênero.

De fato, os números atuais falam em favor desse tipo de agronegócio. Mais de 24% do Produto Interno Bruto (PIB) atual é gerado pelo agronegócio. Também a área cultivada ultrapassa, em grandeza, a de muitos países da Europa, isso com uma produção média de 3.500 quilo por hectare, o que faz do Brasil um gigante no setor agrícola. De um modo geral, todos os números gerados pelo agronegócio são superlativos, fato do ponto de vista meramente econômico, o que faz desse setor um setor vitorioso.

Poderia sê-lo muito mais se houvesse, por parte das pessoas que exploram essa atividade, uma consciência clara dos impactos ambientais gerados pela busca de lucro a qualquer preço. A Região Amazônica e o Cerrado têm sido, de longe, as áreas que mais têm perdido biodiversidade para o avanço irracional da agricultura e da pecuária. Para se ter uma ideia, entre 2018 e 2019, a Amazônia sofreu o maior percentual de desmatamento de toda a sua história. Nesse período, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), essa região vem perdendo uma média de 52 hectares por dia, isso num ritmo que vem se acentuando nas semanas, chegando a perder 19 hectares a cada hora.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Glifosato é veneno na sua comida, pesticida que acaba com a vida”.

Faixa no protesto do Porto, em Portugal

Foto: noticiasaominuto.com

 

 

Golpe

Cuidado com boletos que chegam por email. Quadrilha que rouba dados envia com o valor e dados corretos para cobrança. Meses depois o pagador descobre que o dinheiro enviado foi para outra conta, e continua devendo TV por assinatura ou boleto de escola. Se reclamar, ganha a causa. A responsabilidade de resguardar os próprios dados recai sobre a instituição da cobrança.

 

 

Rodas da Paz

Sempre que podemos defendemos os ciclistas da cidade. Os atletas, principalmente, que contam com a evolução educativa da sociedade em reconhecer que, no trânsito, o mais fraco deve ser protegido. Mas ver um ciclista na madrugada treinando na contramão da DF005 sem sinalização alguma, é total falta de bom senso.

Charge do Feliciano

 

 

Trânsito

Também as motos na cidade estão extrapolando as regras. Estão cada vez mais comuns as ultrapassagens pela direita. Situação de perigo constante!

 

 

Fração de segundos

Na W3 Norte, em vários pontos, funcionários atravessam a pista para almoçar. Perto do BRB, uma moça iniciou a travessia com um sorriso nos lábios, passou a primeira pista, parou e uma motocicleta a alcançou em cheio. Foi uma imagem horrenda.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

“A Imperial”, “Galo Vermelho”, “Casas Riachuelo”, “A Pioneira da Borracha” e “Casas de Pneus Itália”, são cinco casas importantes do comércio da Cidade Livre, que este mês se mudaram para o Plano Piloto. (Publicado em 21.11.1961)

Intoxicação

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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Charge de Amarildo
Charge de Amarildo

       Não se tem, até hoje, um estudo, mesmo elementar, que estabeleça os custos para o meio ambiente e para a saúde dos brasileiros, gerado pela rápida e contínua transformação de grande parte do território nacional em celeiro do mundo pelo agronegócio. O que se sabe, com certa exatidão, é que a medida em que crescem os enormes latifúndios de monocultura, vão deixando atrás de si um rastro de destruição da flora e da fauna, provocando também o envenenamento dos rios e de uma legião de brasileiros que diariamente são expostos aos mais perigosos agrotóxicos, muitos deles proibidos em outros países.

         A cada ano, o crescimento da área plantada faz crescer também os lucros imediatos e com ele uma poderosa e seleta casta formada por produtores e por uma robusta bancada política com assento não só no Congresso, mas nos principais órgãos do governo ligados às atividades do campo. Com isso, não chega ser exagero afirmar que a máquina pública que cuida dos assuntos da agricultura está nas mãos dos produtores ou de pessoas de sua restrita confiança.

         Discutir qualquer questão que afete esse grupo parece impossível. Mesmo quando o assunto é sobre a saúde do homem do campo, de suas famílias ou do consumidor, expostos aos poderosos venenos aplicados no plantio. A pressão sobre órgãos do governo que controlam os registros de agrotóxicos é imensa e, não raro, resulta no impedimento para uma fiscalização correta no uso desses produtos.

       Dentro do Congresso, uma bancada coesa e largamente financiada com os fartos recursos desse setor exerce pressão, afrouxando medidas legais que buscam controlar o uso desses venenos. Em que outro país do mundo, poderia um ministro da agricultura ser também o autor do PL 6.299, conhecido como PL do veneno, que transfere o poder regulatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vinculada ao Ministério da Saúde, colocando essa fiscalização sob o controle direto do próprio Ministério da Agricultura?

      O referido projeto vai, segundo a Comissão em Vigilância Sanitária (CCVISA), na contramão da tendência internacional de consumo e comércio. Para o Ministério da Agricultura, o número de intoxicações com pesticidas é irrelevante, menor inclusive do que os provocados por medicamentos. A verdade é que os números reais de intoxicações por agrotóxicos ainda não são conhecidos em sua extensão, mas, com certeza, chegam a ser 50 vezes maiores do que os oficialmente notificados.

        O que se sabe é que, nos últimos dez anos, o número real de pessoas contaminadas pelos venenos usados nas lavouras poderia alcançar a marca de 1,3 milhão, ou 300 pessoas a cada dia. Trata-se de um problema que terá que ser solucionado o mais breve possível, sob pena de criarmos uma situação irreversível e danosa, para a população e para o meio ambiente.

A frase que foi pronunciada:

“Nós temos algumas evidências muito sugestivas de que o uso de pesticidas e herbicidas afeta nossa função mental e fisiologia cerebral, incluindo o aumento da incidência da doença de Parkinson em até sete vezes naqueles mais expostos a eles. Isso não é exatamente uma surpresa quando percebemos que os pesticidas são projetados para serem neurotóxicos para as pragas ”.

Dr. Gabriel Cousens, médico homeopata, diplomata do Conselho de Medicina Holística dos Estados Unidos

Charge: Arionauro Cartuns
Charge: Arionauro Cartuns

Outro lado

Duas amigas petistas contaram a emoção que é estar perto da multidão que defende Lula. Elas participaram da passeata em Brasília. Disseram que Lula pode ter metido os pés pelas mãos, mas “consegue manter a chama da luta”.

Charge: psdb.org.br
Charge: psdb.org.br

Norte

A situação está insustentável com a entrada dos Venezuelanos pelo Norte do país. As regras, as leis, os acordos internacionais não preveem o caos em receber refugiados sem a mínima condição de oferecer dignidade.

Foto: Agência Brasil (brasil.gov.br)
Foto: Agência Brasil (brasil.gov.br)

Responsabilidade

Retrato de Brasília, pelo olhar de uma artista politizada. Eny Junia expõe no espaço cultural Murat Valadares do TRF, Setor Bancário Sul, quadra 2, bloco A. Não há ordem e progresso em um país onde a omissão mata e desmata, diz Eny Junia, pela arte que produz. A mostra irá até o dia 28, até as 19h.

Quizz

Quase mil candidatos concorrerão às 24 vagas para Deputado Distrital na Câmara Legislativa. Valeria uma enquete aos concorrentes. Se o DF pagasse a mesma remuneração simbólica que os países eslavos pagam aos representantes do povo, haveria o mesmo interesse na disputa?

Foto: Carlos Gandra/CLDF
Foto: Carlos Gandra/CLDF

Desiguais

Impressionante o desamparo da população de Brasília. Cidadão que teve as rodas do carro roubadas, na 112 Norte, registrou um Boletim Eletrônico. Ao final do longo questionário veio a resposta: “A delegacia eletrônica informa que sua ocorrência foi cancelada pelo seguinte motivo: não é possível o registro de ocorrência de furto de rodas em razão da possível necessidade de solicitação de perícia.” Esse furto não vai entrar nas estatísticas. A vítima foi prejudicada e os larápios saem felizes da vida.

Release

Os mecanismos genéticos e celulares que levam à formação ou ausência da semente na uva foram desvendados pela equipe do Laboratório de Genética Molecular Vegetal da Embrapa. A descoberta tem o potencial de acelerar e subsidiar pesquisas para desenvolver uvas sem sementes, por meio do uso de técnicas de biotecnologia.

Foto: embrapa.br
Foto: embrapa.br

Defensores de homens e da natureza

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ARI CUNHA

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Charge: Feliciano
Charge: Feliciano

               No Brasil, quem ousa defender a vida, seja dos cidadãos ou do meio ambiente em geral, é logo tornado alvo e morto, impiedosamente, por bandidos que integram organizações ou a mando de empresas legais, muitas delas tornadas poderosas, graças aos incentivos e isenções que recebem dos cofres públicos e graças à proteção e ao lobby que recebem de numerosas bancadas, com assento no Congresso Nacional.

                 Por ano, uma média de mais de 500 policiais são assassinados em todo o país. Trata-se de um número assustador e que demonstra, com clareza, que aqueles profissionais que são treinados pelo Estado, muitos deles jovens, para dar proteção à sociedade, contra a criminalidade crescente, estão, às centenas, tombando em combate, deixando um flanco aberto para a escalada da criminalidade entre nós.

           Utilizando, muitas vezes, armas obsoletas e de baixo calibre, sem opção de fogo contra o armamento sofisticado exibidos pelos bandidos, nossos policiais são presas fáceis do crime. A cada ano, tem crescido o número desses profissionais mortos por delinquentes. Em 2018, as estatísticas se repetem, como um policial morto a cada 54 horas, apenas no estado do Rio de Janeiro. Aqui em Brasília, a situação se repete. Em 2017, 20 policiais foram mortos e outras dezenas feridos com gravidade em todo o Distrito Federal e nas regiões do entorno.  O problema é que estatísticas são elaboradas apenas para preencher formulários com uma aritmética fria que logo são deixadas de lado e parecem não possuir influência ou impactos maiores quer sobre as autoridades, quer sobre os próprios cidadãos, bombardeados com dados e gráficos todos os dias.     Se a situação daqueles que defendem a sociedade contra o avanço da criminalidade nas cidades é de calamidade, o mesmo ocorre em relação àqueles que defendem o meio ambiente.

Charge:
Charge: Lute

             Relatório apresentado há pouco pela ONG britânica Global Witness (GW) acusa o Brasil de ser o país com o maior índice de ativistas ambientais assassinados. O relatório, com dados do ano de 2017, mostra que das 207 vítimas identificadas em 22 países naquele ano, 57 mortes foram contabilizadas em nosso país. Desse total, 60% ocorreram na América Latina.

         De acordo com a GW, 2017 foi um dos anos mais violentos para aquelas pessoas que defendem o meio ambiente. “A comida em nossos pratos, os anéis em nossos dedos e os móveis de madeira em nossas casas: muitas vezes há uma realidade violenta por trás dos utensílios domésticos do nosso cotidiano. À medida que o agronegócio cresce, as florestas tropicais são derrubadas e a mineração continua a gerar enormes receitas para as grandes corporações globais, ocorrem ataques cada vez mais brutais aos defensores da terra e do meio ambiente”, diz o relatório da GW.

            De acordo com essa ONG, o agronegócio, a mineração e o extrativismo têm sido apontados como os setores mais perigosos para todos aqueles que querem a Terra partilhada por todos.

A frase que foi pronunciada:

“Esqueça-se. Seja eterno. Torne-se parte do seu ambiente.”

Yayoi Kusama, artista plástica e escritora japonesa

Imagem: profluizeduardo.com.br
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Aborto

Veja no blog do Ari Cunha de ontem, depoimentos, filmes, fotos e frases sobre o aborto. Participe nos comentários!

Foto: hojeemdia.com.br
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Será?

Álvaro Dias, candidato à Presidência, declarou que não aceitará indicações políticas para ministérios nem para agência reguladoras, dando a entender que o conhecimento técnico será prioridade. Como isso irá refletir na candidatura ninguém sabe. Às vezes o apoio da população pode ter o peso para a aceitação no Congresso. Será que podemos acabar com o toma lá, dá cá?

Foto: jornalivre.com
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Energia

Recebemos uma carta de Rangel Ferreira, presidente da Associação Brasiliense de Energia Solar Fotovoltaica expondo a preocupação quanto alguns esclarecimentos necessários aos leitores. Acompanhando o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica, o Brasil percebe o impacto ambiental no uso de combustíveis fósseis e começa a rever a política energética a longo prazo, dinamizando o uso de novas fontes renováveis de energia. No blog do Ari Cunha, a íntegra do artigo.

Imagem: portalsolar.com.br
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–> A energia solar fotovoltaica como vetor de desenvolvimento sustentável

          Na medida em que os principais países do mundo partem cada vez mais para a utilização de energias renováveis em suas matrizes elétricas é de se esperar que novas tecnologias se desenvolvam e contribuam para o desenvolvimento dos setores elétricos mundo afora, como é o caso da energia solar fotovoltaica. Países desenvolvidos, que reconhecidamente utilizaram durante décadas combustíveis fósseis como carvão e petróleo como fonte de energia, recentemente revisaram suas políticas energéticas, avaliaram os impactos ambientais causados ao meio ambiente ao longo do tempo e como consequência decidiram atualizar suas matrizes energéticas ampliando e incentivando o emprego de fontes renováveis de energia.

              O conceito de Desenvolvimento Sustentável foi apresentado, em 1987, no Relatório Brundtland. A definição predominante e comumente empregada de desenvolvimento sustentável consiste no desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. Grandes reuniões se sucederam, como foi o caso da RIO 92, sediada no Brasil, contribuindo para despertar e trazer ao conhecimento popular as observações e constatações de que o clima estava sendo afetado pelo desenvolvimento humano, em especial, o aquecimento global.

             Com isso, foram adotadas políticas mundiais no tocante a combater especialmente as mudanças climáticas, como foi o caso do Protocolo de Quioto, em 1997. O protocolo tinha como objetivo principal evitar o aumento das emissões de CO2 na atmosfera contribuindo assim para a estabilidade climática. Os prejuízos do aquecimento global além de afetar a existência de populações residentes em ilhas com o aumento do nível do mar, acarretariam em mudança climáticas significantes que poderiam impactar profundamente a forma do ser humano produzir e atender suas necessidades. O protocolo evoluiu recebeu críticas, apoios, esteve a ponto de ser extinto, porém foi resgatado, evoluiu e se transformou no Acordo de Paris, assinado pelo Brasil em 2015 e ratificado e promulgado em 2016 e 2017, respectivamente.

               Entre as metas assumidas pelo Brasil para contribuir com o acordo estão a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para isso, o país deverá aumentar a participação da bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, além de garantir a participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030.

            No tocante ao financiamento, o Acordo de Paris determinou que os países desenvolvidos investirão 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à mudança do clima e adaptação, em países em desenvolvimento. Para garantir que mais países pudessem financiar projetos com objetivos de contribuir para os objetivos do acordo foram autorizados financiamentos entre países em desenvolvimento. Abriu-se, portanto, uma vasta gama de oportunidades para todos os países em desenvolvimento. O Brasil desponta como um dos países com maior atratividade de projetos e ações de apoio às mudanças climáticas.

           A matriz elétrica brasileira é composta atualmente por 0,78% de energia solar, 7,81% de eólica, 8,72% de biomassa e 60,76% de hídrica. Ao todo, 78,07% da matriz elétrica brasileira é renovável. Porém, para fins de cálculos e validação do Acordo de Paris, a matriz hidráulica não é computada como energia renovável, o que reduz significativamente a participação das energias renováveis na matriz elétrica nacional, para 17,31%. Ou seja, para o país atingir os compromissos determinados será necessário praticamente triplicar a matriz energética renovável do país. A composição final da participação de cada fonte de energia na matriz energética ainda não está clara, mas sem dúvidas os investimentos mais significativos estarão na energia solar, que não corresponde a 1%.

              Os desafios para atingir as metas propostas para a energia solar são incontáveis, porém não faltam estímulos e oportunidades num país tropical de proporções continentais e que apresenta uma das melhores radiações solares do planeta. Além disso, a democratização por parte dessa iniciativa, através da publicação da Resolução Normativa 482/12 (REN 482/12) publicada pela ANEEL e sua posterior atualização, através da REN 687/15, permitiu a popularização de sistemas de energia solar fotovoltaica no Brasil através da Geração Distribuída. Os consumidores passaram a ter oportunidade direta de contribuir para a diversificação da matriz elétrica nacional, o que possibilitou a instalação de mais de 30 mil de sistemas no Brasil, nos últimos dois anos, o que contribuiu para inserção de mais de 300 MW de energia solar na matriz elétrica nacional.

          E, é com essa participação popular, que o Brasil deve esperar atingir suas contribuições e voltar a ser visto como referência internacional no tocante ao uso de energias renováveis. Retomar o protagonismo mundial nas discussões e acordos mundiais sobre mudanças climáticas, bem como voltar a ser considerado um defensor do desenvolvimento sustentável. É imperioso que o país avance ainda mais nas regulações normativas evitando qualquer intervenção indevida no setor energético, em especial, na Geração Distribuída. Ampliar, dentro do possível, a potência instalada dos minigeradores de energia de 5 MW para 10 MW e, futuramente, numa próxima revisão das resoluções normativas, a possibilidade de comercialização dos créditos gerados na geração distribuída, tal qual ocorre no mercado livre de energia.

RANGEL FERREIRA

Presidente da Associação Brasiliense de Energia Solar Fotovoltaica

Eles e Elas

Sem críticas ou julgamentos, a sociedade brasileira, com o empurrão de inúmeros estabelecimentos de ensino, começa a evitar o tratamento dos alunos por gênero. Meninos ou meninas agora são crianças, aluno ou aluna agora são estudantes. Não ficou bem claro a razão disso. Mas parece que é o futuro chegando.

Imagem: raciociniocristao.com.br
Imagem: raciociniocristao.com.br

 Agenda positiva

Hospital do Paranoá, madrugada de domingo para segunda-feira. Atendimento aos moradores do Itapuã e Paranoá tranquilo. Dr. Marcelo Martins muito atencioso com os pacientes.

Foto: blogdoguilhermepontes.com.br
Foto: blogdoguilhermepontes.com.br

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Outra particularidade do vôo ministerial: no Rio, os ministros são levados para uma sala da Panair, com portas à prova de “curiosos”, com porteiro e tudo. (Publicado em 26.10.1961)

Cobrança de royalties sobre sementes compromete soberania de nossa agricultura

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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Charge: marcelodamico.com
Charge: Bessinha (marcelodamico.com)

         Karl Kraus, considerado um dos maiores escritores satíricos da língua alemã no século XX, costumava dizer que o progresso técnico deixaria apenas um problema: a fragilidade da natureza humana. É dele também outra frase que traduz a natureza ambígua do desenvolvimento humano: o progresso é o avanço inevitável da poeira.

         No caso específico dos progressos técnicos obtidos por nossa agricultura e a consequente transformação do país num dos maiores produtores agrícolas do planeta, o que se pode aferir dessa revolução, até o momento, é que esses avanços, ao mesmo tempo em que têm gerado grandes fortunas para os proprietários desses latifúndios de monocultura, têm produzido, como subproduto direto, a destruição da cobertura natural de milhões de hectares, o assoreamento de rios, a contaminação e o esgotamento do solo, além, é claro, do envenenamento progressivo dos consumidores.

         O preço a ser pago pela geração instantânea de grandes capitais é infinitamente maior do que quaisquer lucros imediatos, sendo que os juros dessa dívida imensa serão cobrados, de forma cruel, de gerações futuras.

       Depois da aprovação do pacote do veneno e da proibição da venda de produtos orgânicos em supermercado, como forma de restringir e encarecer esse tipo de produto, tornando a concorrência com os produtos oriundos do agronegócio impossível, as investidas desse poderoso setor, apoiado pela bancada ruralista, prosseguem de forma sistemática.

Charge: asabrasil.org.br
Charge: asabrasil.org.br

        Trata-se de parte de uma grande estratégia que vem sendo meticulosamente montada pelas grandes corporações transnacionais que operam no setor e que enxergam, em nosso país, possibilidades de lucros extremamente maiores do que os obtidos pelos grandes produtores nacionais.

      Nessa nova investida, o alvo seria, segundo quem acompanha o assunto de perto, a Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa), por meio do Projeto de Lei 5.243/2016, criando a EmbrapaTec, que abriria à iniciativa desses grandes aglomerados o patrimônio genético desenvolvido por essa empresa ao longo de mais de quatro décadas de pesquisa.

       Ao mesmo tempo em que se assiste a essa tomada de controle de nossa agricultura por poderosas empresas multinacionais em conluio com a bancada do agronegócio, outros projetos, feitos sob medida para esse intento, vão sendo costurados um a um, visando transformar radicalmente a agricultura brasileira numa espécie de colônia baseada no sistema de plantation.

       Merece destaque aqui também o, que obriga o pagamento de royalties aos proprietários intelectuais das sementes denominadas cultivares, passando para as grandes empresas o controle sobre o uso de sementes, plantas e mudas modificadas, obrigando o agricultor tradicional a utilizar também os agrotóxicos produzidos por esses grandes conglomerados. Para os especialistas ouvidos sobre o assunto, a proposta representa uma ameaça não só a segurança alimentar, mas a segurança e soberania nacional do país, ampliando o controle e o domínio delas na própria política da agricultura brasileira.

        Depois de episódios como o mensalão, que comprovou a venda de apoio para as propostas de governo, chega a vez da venda também dos direitos que os brasileiros possuem sobre o pão de cada dia.

A frase que foi pronunciada:

“Nós não herdamos a Terra de nossos antecessores, nós a pegamos emprestada de nossas crianças.”

Provérbio Índio Americano

Charge: geolibertaria2.blogspot.com
Charge: geolibertaria2.blogspot.com

Dívida

Quem nos envia o convite é Maria Lucia Fattorelli. Está pronta a programação do 1º Encontro Mineiro sobre Dívida Ecológica. Será no dia 19 desse mês, das 8h às 17h, no auditório da AFFEMG, na Savassi, em Belo Horizonte. Mais informações no blog do Ari Cunha.
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Assistam

É possível pedir na TV Câmara o debate sobre o Pacote do Veneno, com Rogério Dias, ex-coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura.

UnB

Depois de tanta discussão, foi decidido pelo Conselho de Administração da UnB: a política de subsídios ao Restaurante Universitário manterá a gratuidade, em todas as refeições, para estudantes com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio.

Foto: facebook.com/dce.unb
Foto: facebook.com/dce.unb

Atenção

Só até amanhã as inscrições para o Programa Brasília + Jovem Candango poderão ser feitas. São 750 vagas. Quem tiver de 14 a 18 anos poderá cursar o ensino fundamental ou médio na rede pública ou ainda receber bolsa de estudos para a rede particular de ensino.

Foto: jovemcandango.org.br
Foto: jovemcandango.org.br

CNB

O primeiro shopping da cidade, que fica perto da Rodoviária, tem um sistema sensacional para os motoristas que preferirem proteger o carro. Há um dispositivo mostrando o número de vagas desocupadas, uma luz verde apontando para a vaga disponível, além de uma marca no chão estabelecendo o local onde apenas pedestres podem transitar. Em relação aos outros shoppings, o preço é bem mais em conta.

Foto: conjuntonacional.com.br
Foto: conjuntonacional.com.br

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A oficina da Disbrave está situada no Setor Comercial Residencial, de maneira imprópria. O serviço de lanternagem é feito no meio da rua, e, em muitos casos, o trânsito na W2 fica interrompido. (Publicado em 25.10.1961)