Tag: #Agotóxicos
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido

Há muito, a ciência deixou de ser um oráculo distante para se tornar um alerta constante. O aquecimento global, que antes parecia uma previsão para tempos distantes, instalou-se em nosso cotidiano com a violência dos desastres e a urgência de um ultimato. A temperatura da Terra sobe, os termômetros quebram recordes, os ciclos naturais se desorganizam, e a humanidade, com seus oito bilhões de habitantes, parece andar com um carámbano sobre a cabeça.
Não estamos diante de um problema técnico. A emergência climática escancara a falência de um modelo de desenvolvimento que insiste em confundir crescimento com destruição, progresso com esgotamento. Enquanto o planeta clama por responsabilidade, parte considerável da liderança mundial se entretém com a repetição cínica de velhos vícios: guerras inúteis, agricultura predatória, mineração selvagem, tudo embalado pelo discurso do lucro e pela indiferença de quem vê, na natureza, apenas recurso a explorar.
Ainda soa inacreditável que, em pleno colapso climático, haja países devotados ao desmatamento sistemático, à erosão da biodiversidade, à extração de combustíveis fósseis em áreas sensíveis, tudo isso sob a falsa justificativa da soberania econômica. O negacionismo climático já não se expressa apenas por palavras, mas por atos deliberadamente destrutivos, disfarçados de política de Estado.
No Brasil, o retrato é trágico. Incêndios em série, enchentes históricas, calor recorde, frio acentuado e uma sucessão de tragédias que deveriam bastar para mobilizar uma política pública à altura da crise. Mas não. As reações oficiais ainda se limitam a movimentos tímidos, muitas vezes cosméticos, como a criação de entidades burocráticas de nome sonoro e função incerta. A “Autoridade Climática”, por exemplo, surge como resposta tardia e genérica a um problema que se agrava em tempo real.
Fala-se em emergência climática em uma linha do telefone enquanto na outra linha emite-se a autorização a prospecção de petróleo na Foz do Amazonas e o asfaltamento da BR-319, em plena Amazônia. Ambos os projetos enfrentam oposição técnica, científica e ambiental, mas avançam como se o debate estivesse encerrado. O apetite desenvolvimentista, travestido de modernização, parece ignorar que há limites ecológicos intransponíveis.
Pior: o Brasil ocupa hoje o posto de maior importador mundial de agrotóxicos proibidos em seus países de origem. O “pacote do veneno”, aprovado no Congresso, é o maior sintoma de que o interesse de grandes conglomerados agrícolas se sobrepõe ao direito à vida, ao solo fértil e à água limpa. A agricultura, que poderia alimentar uma nação, e o mundo tornou-se vetor de contaminação ambiental em larga escala.
Exportações de alimentos brasileiros continuam a ser observadas na Europa, não por questões comerciais, mas por exigências mínimas de segurança ambiental. São boicotes que falam mais alto do que os discursos vazios de quem, em território nacional, insiste em tratar a pauta ambiental como um entrave ideológico ou um luxo de países ricos. No fundo, sabe-se que não é nem um, nem outro: é apenas uma questão de sobrevivência.
Velha conhecida da história brasileira, a mineração continua a abrir crateras nas entranhas do território, entregando riquezas a empresas estrangeiras que, como sempre, abandonam, atrás de si, um rastro de destruição e passivos ambientais impagáveis. Desde o ciclo do ouro, a lógica colonial do extrativismo não mudou, apenas ganhou tratores novos, propaganda moderna e a conivência de um sistema político ainda voltado para ganhos imediatos.
Monocultura, grilagem de terras públicas, o avanço sobre áreas de preservação, tudo isso integra um modo de produção que sacrifica o amanhã em nome do agora. E, ao contrário da economia, a pauta ambiental não elege ninguém. Por isso, segue invisível nas campanhas, nos debates e nas prioridades orçamentárias.
Enquanto isso, os sinais se multiplicam. Rios secam, cidades colapsam, zonas costeiras desaparecem. Mas a resposta política continua descolada da realidade climática. Entre relatórios técnicos e notas de repúdio, seguimos entorpecidos, como passageiros de um navio em rota de colisão.
Mais do que promessas é o que a emergência climática exige. Exige ruptura. Exige coragem para contrariar lobbies poderosos, para reverter subsídios danosos, para taxar o carbono, para proteger biomas inteiros proteger o que é precioso no solo. Exige, sobretudo, que a política deixe de ser cúmplice da catástrofe.
Ontem Lula e Marina estiveram em reunião para decidir sobre os vetos ao PL do licenciamento ambiental. Vamos acompanhar os resultados.
Enfrentar a crise climática é uma emergência. Não há mais tempo. Ou nos levantamos como civilização para encarar a realidade com a gravidade que ela impõe, ou aceitaremos, sem resistência, um futuro que será breve, tóxico e irreversível.
A frase que foi pronunciada:
“As leis da Natureza não mudam em função das nossas necessidades”
Marina Silva

História de Brasília
É a medida mais acertada, para solução de uma vez. 48 casas do BNDE não resolvem situação dos professôres, e o plano de construir 300 casas, sendo 150 êste ano, e 150 no próximo, dá caráter mais sério à solução, que é indicada pelo sr. Sette Câmara. (Publicada em 08.05.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido

Em comum, o desmatamento assustador e crescente além do aumento, sem precedentes, na liberalização de novos agrotóxicos é que ambos são decorrentes de um tipo de agronegócio predatório que, nos últimos anos, vem se expandindo sem controle, não respeitando vegetação nativa, rios, animais e o próprio homem, incluindo aí, também, as comunidades indígenas e nativas das regiões onde as monoculturas e a pecuária avançam.
Trata-se de uma triste realidade atual, erguida sobre a falácia de que nesse setor específico está centrada a redenção econômica e definitiva do país. Ocorre que nesse ritmo acelerado de desrespeito ao meio ambiente, com derrubada de matas nativas para formar pastos e áreas de plantio para grandes latifúndios de monocultura de milho, soja, algodão e outros produtos, associados a altíssimas aplicações de veneno contra pragas, o Brasil poderá, em pouco tempo, vir a se transformar num imenso deserto, árido e inóspito ao próprio homem.
Alerta nesse sentido vem sendo feito há anos por especialistas renomados, não apenas do Brasil, mas de todo o mundo. Ocorre que o poderoso lobby desse setor, tanto político como econômico, tem impedido que as discussões evoluam para o patamar da racionalidade e com vistas ao futuro das gerações vindouras. O fato é que, fossem colocados numa balança, a médio e longo prazos, benefícios e prejuízos decorrentes desse tipo específico de agroindústria, sem dúvida alguma, o passivo, representado pelo esgotamento e envenenamento do solo e de rios, associado ao desaparecimento de espécies de plantas e de vegetais, que sequer ainda conhecemos cientificamente, seria avassalador.
O problema é convencer as autoridades de uma realidade que ainda está, para muitos, num horizonte futuro, longe da situação atual de bonanças trazidas momentaneamente por esse setor. É preciso ainda notar que esse setor, altamente mecanizado, prescinde de mão-de-obra numerosa, sendo, portanto, realizado por poucos indivíduos e invariavelmente levam à riqueza apenas uma pequena elite, alheia e contrária a tudo o que diz respeito a ecologia, meio ambiente ou preservação da natureza, mudanças climáticas e outros assuntos do gênero.
De fato, os números atuais falam em favor desse tipo de agronegócio. Mais de 24% do Produto Interno Bruto (PIB) atual é gerado pelo agronegócio. Também a área cultivada ultrapassa, em grandeza, a de muitos países da Europa, isso com uma produção média de 3.500 quilo por hectare, o que faz do Brasil um gigante no setor agrícola. De um modo geral, todos os números gerados pelo agronegócio são superlativos, fato do ponto de vista meramente econômico, o que faz desse setor um setor vitorioso.
Poderia sê-lo muito mais se houvesse, por parte das pessoas que exploram essa atividade, uma consciência clara dos impactos ambientais gerados pela busca de lucro a qualquer preço. A Região Amazônica e o Cerrado têm sido, de longe, as áreas que mais têm perdido biodiversidade para o avanço irracional da agricultura e da pecuária. Para se ter uma ideia, entre 2018 e 2019, a Amazônia sofreu o maior percentual de desmatamento de toda a sua história. Nesse período, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), essa região vem perdendo uma média de 52 hectares por dia, isso num ritmo que vem se acentuando nas semanas, chegando a perder 19 hectares a cada hora.
A frase que foi pronunciada:
“Glifosato é veneno na sua comida, pesticida que acaba com a vida”.
Faixa no protesto do Porto, em Portugal

Golpe
Cuidado com boletos que chegam por email. Quadrilha que rouba dados envia com o valor e dados corretos para cobrança. Meses depois o pagador descobre que o dinheiro enviado foi para outra conta, e continua devendo TV por assinatura ou boleto de escola. Se reclamar, ganha a causa. A responsabilidade de resguardar os próprios dados recai sobre a instituição da cobrança.
Rodas da Paz
Sempre que podemos defendemos os ciclistas da cidade. Os atletas, principalmente, que contam com a evolução educativa da sociedade em reconhecer que, no trânsito, o mais fraco deve ser protegido. Mas ver um ciclista na madrugada treinando na contramão da DF005 sem sinalização alguma, é total falta de bom senso.

Trânsito
Também as motos na cidade estão extrapolando as regras. Estão cada vez mais comuns as ultrapassagens pela direita. Situação de perigo constante!
Fração de segundos
Na W3 Norte, em vários pontos, funcionários atravessam a pista para almoçar. Perto do BRB, uma moça iniciou a travessia com um sorriso nos lábios, passou a primeira pista, parou e uma motocicleta a alcançou em cheio. Foi uma imagem horrenda.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
“A Imperial”, “Galo Vermelho”, “Casas Riachuelo”, “A Pioneira da Borracha” e “Casas de Pneus Itália”, são cinco casas importantes do comércio da Cidade Livre, que este mês se mudaram para o Plano Piloto. (Publicado em 21.11.1961)

