Momento para expiação

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Foto: istoe.com

 

Grande parte da história de abusos sexuais dentro da igreja jamais chegará ao conhecimento do grande público, pois ocorreram em épocas remotas, quando o poder da Igreja sobre a sociedade e até sobre os reis era grande e o silêncio era regra geral. É preciso destacar, no entanto, que esse tipo de prática condenável está presente não apenas na Igreja Católica, mas em praticamente todas as outras instituições religiosas, o que mostra que essa não é, propriamente, uma condição natural da Igreja em si, mas de parte de seus membros.

Onde quer que atue o ser humano, suas impressões e pegadas, para o bem e para mal, ali estarão impressas também. Mesmo antes de assumir a cadeira de Pedro, Francisco já tinha uma noção de que essa seria, ao lado da perda paulatina de fiéis para outras confissões religiosas, o grande desafio de seu pontificado. Nesse ano, o papa convocou uma conferência global extraordinária em Roma, para tratar esse assunto espinhoso com os bispos. O Santo Padre, com seu conhecimento da máquina da igreja, a essa altura, já tem a convicção íntima de que esse tema, por seu teor explosivo para a instituição milenar, continuaria a sofrer resistências dentro da própria máquina burocrática da Igreja, avessa, desde sempre, a tumultos e bisbilhotices mundanas.

As recorrentes acusações de que a Igreja vem, de há muito, acobertando esses crimes é outro grande desafio para Francisco. O Papa também já deve reconhecer que alas, dentro da Igreja, irão se posicionar incondicionalmente ao seu lado, nem que para isso tenha de cortar na carne a parte podre dessa instituição. Sabe também que esse é um desafio esmagador para alguém com mais de oitenta anos de vida. Sobretudo, reconhece que, diante dos relatos públicos e em todo o mundo desses abusos, muitos dos quais colocados sob os cuidados da justiça de vários países, precisam de uma resposta interna e de providências duríssimas, sob pena de manchar, de forma profunda, sua administração.

Alguns especialistas em assuntos da igreja já reconhecem que essa é, talvez, a maior crise já experimentada pela Igreja em seus dois mil anos de história. Na versão mística de alguns fiéis, essa turbulência já era prevista pelo Santo Padre Pio (1887- 1968), que, numa de suas visões, teria visto o demônio sentado dentro do templo, afirmando que estava ali justamente para semear a futura cisão no seio da Igreja e que essa maldição seria devastadora. Crenças à parte, o fato é que, em muitos países, os tribunais de justiça estão trabalhando a todo vapor para colocar detrás dos grades membros da Igreja, inclusive do alto clero, como aconteceu recentemente na Austrália, com a prisão do cardeal George Pell, ex- número três do Vaticano.

Muitos acreditam que essa é uma grande oportunidade para deputar a Igreja desses maus clérigos, já que entendem que o que faz uma igreja ser mantida em rumo original de pureza e santidade não é a quantidade de seus membros, mas a qualidade de cada um e seu compromisso com a fé que abraçaram. De fato, algumas estatísticas e censos dão conta de que a Igreja Católica vem perdendo uma média de 465 fiéis a cada dia. Em 2010, por exemplo, havia 1,7 milhão de católicos a menos do que no ano 2000. No Brasil, na contramão do aumento da população entre 2000 e 2010 da ordem de 12,3%, houve um encolhimento de 1,4% de católicos nesse mesmo período.

Em dez anos, a igreja teria perdido um número de fiéis equivalente a população de uma cidade como Curitiba. Ciente desse e de outros problemas de igual magnitude, o Papa Francisco vem diuturnamente trabalhando para colocar sua igreja nos trilhos traçados pelo próprio Cristo, reduzindo a pompa e a burocracia do Vaticano, seus luxos e ostentações e trazendo a igreja e sua mensagem para aqueles cantos esquecidos do planeta, numa espécie de nova catequese nesse século XXI.

Nessa semana, o Sumo Pontífice, por meio de um decreto intitulado “Vos estis lux mundi” (Vós sois a luz do mundo), passou a obrigar que os bispos denunciem todas as suspeitas de casos de abuso sexual dentro da Igreja. No mesmo documento, o Papa incentiva também os fiéis a agirem de modo idêntico, apontando esses casos diretamente ao Vaticano, para que eles não passem em branco e para que severas medidas sejam adotadas contra os abusadores, inclusive punindo todos aqueles que eventualmente prossigam acobertando-os. Para tanto, as próprias dioceses, espalhadas pelo mundo, serão obrigadas a notificar esses casos, inclusive com a participação de outras autoridades leigas e da própria justiça. O papa tem noção que essa medida irá promover uma grande mudança de rumos e por isso mesmo espera grandes retaliações.

O papa ordena ainda, em seu documento, que os bispos com conflitos de interesses nesses casos se mantenham ausentes das investigações, de forma a dar maior transparência aos processos. O papa sabe também que corre contra o relógio, a tempo de salvar sua igreja dessa decadência que parece se anunciar. Estudiosos preveem que o Brasil, o maior país católico do planeta, deixe de sê-lo aí por volta de 2030. Na Europa e em algumas localidades nos Estados Unidos, as igrejas vazias estão sendo transformadas em áreas de lazer e de práticas de outras atividades comerciais. Contudo, mudanças como essa não devem abalar aqueles que possuem a fé verdadeira e praticam o cristianismo com base nos elevados princípios éticos do humanismo. Orientados pela luz própria, é nesses que o papa acredita que está a base da nova igreja, “porque, como diz Mateus, 18.20, onde estiverem dois ou três reunidos em meu Nome, ali estou no meio deles”.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Deus não cansa de perdoar… Nós é que cansamos de pedir perdão.”

Papa Francisco

Foto: Paul Haring/CNS.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não compre uísque de contrabando. Ele é todo engarrafado em Paramaribo, e o pessoal de lá é mais ladrão do que o nosso. Depois, o contrabando é feito para o Brasil, e os “entendidos” tomam como sendo “scotch”. (Publicado em 28//11/1961)

Anjos e Demônios

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Foto: vaticannews.va

 

Alguns especialistas em assuntos da igreja já reconhecem que essa é, talvez, a maior crise já experimentada pela Igreja em seus dois mil anos de história. Na versão mística de alguns fiéis, essa turbulência já era prevista pelo Santo Padre Pio (1887- 1968), que numa de suas visões, teria visto o demônio sentado dentro do templo, afirmando que estava ali justamente para semear a futura cisão no seio da Igreja e que essa maldição seria devastadora.

Crenças à parte, o fato é que em muitos países os tribunais de justiça estão trabalhando a todo vapor para colocar detrás das grades membros da Igreja, inclusive do alto clero, como aconteceu recentemente na Austrália, com a prisão do cardeal George Pell, ex número três do Vaticano. Muitos acreditam que essa é uma grande oportunidade para depurar a Igreja desses maus clérigos, já que entendem que o que faz uma igreja ser mantida em rumo original de pureza e santidade não é quantidade de seus membros, mas a qualidade de cada um e seu compromisso com a fé que abraçaram.

De fato, algumas estatísticas e censos dão conta de que a Igreja Católica vem perdendo uma média de 465 fiéis a cada dia. Em 2010, por exemplo, havia 1,7 milhão de católicos a menos do que no ano 2000. No Brasil, na contramão do aumento da população entre 2000 e 2010, da ordem de 12,3%, houve um encolhimento de 1,4% de católicos nesse mesmo período. Em dez anos, a igreja teria perdido um número de fiéis equivalente a população de uma cidade como Curitiba.

Ciente desse e de outros problemas de igual magnitude, o Papa Francisco vem diuturnamente trabalhando para colocar sua igreja nos trilhos traçados pelo próprio Cristo, reduzindo a pompa e a burocracia do Vaticano, seus luxos e ostentações e trazendo a igreja e sua mensagem para aqueles cantos esquecidos do planeta, numa espécie de nova catequese nesse século XXI. Nessa semana, o Sumo Pontífice, por meio de um decreto intitulado “Vos estis lux mundi” (Vós sois a luz do mundo), passou a obrigar que os bispos denunciem todas as suspeitas de casos de abuso sexual dentro da Igreja.

No mesmo documento, o Papa incentiva também os fiéis a agirem de modo idêntico, apontando esses casos diretamente ao Vaticano, para que nenhum caso passe em branco e para que severas medidas sejam adotadas contra os abusadores, inclusive punindo todos aqueles que eventualmente prossigam acobertando esses casos. Para tanto, as próprias dioceses, espalhadas pelo mundo, serão obrigadas a notificar as denúncias, inclusive com a participação de outras autoridades leigas e da própria justiça.

O papa tem noção que essa medida irá promover uma grande mudança de rumos e por isso mesmo espera grandes retaliações. O papa ordena ainda, em seu documento, que os bispos com conflitos de interesses nesses casos se mantenham ausentes das investigações, de forma a dar maior transparência aos processos. O papa sabe também que corre contra o relógio há tempo de salvar sua igreja dessa decadência que parece se anunciar. Estudiosos preveem que o Brasil, o maior país católico do planeta, deixe de sê-lo por volta de 2030.

Na Europa e em algumas localidades nos Estados Unidos, as igrejas vazias estão sendo transformadas em áreas de lazer e de práticas de outras atividades comerciais. Contudo, mudanças como essa não devem abalar aqueles que possuem a fé verdadeira e praticam o cristianismo com base nos elevados princípios éticos do humanismo. Orientados pela luz própria, é nesses que o papa acredita que estão a base da nova Igreja, porque, como diz Mateus 18.20, “onde estiverem dois ou três reunidos em meu Nome, ali estou no meio deles”.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A verdade é que, quando se sai às ruas, como fazem todos os homens e mulheres, acidentes acontecem. No entanto, se a Igreja se fechar em si mesma, se torna ultrapassada. Entre uma Igreja que sofre acidentes lá fora e outra adoecida pela auto referência, não tenho dúvidas em preferir a primeira.”

Papa Francisco

Foto: santuariodefatima.org.br

 

 

Campanha

Já está na hora de o DER E DETRAN voltarem à campanha educativa no trânsito de Brasília e arredores. É visível a agressividade e competitividade na direção, características evitadas no trânsito da capital. As escolas são um bom começo. As crianças são um agente eficaz na cobrança de comportamento dos pais ao volante.

Foto: flickr.com/photos/agenciabrasilia

 

 

Bate-volta

De uma eficiência impressionante os computadores da Receita Federal. Em 24h, o contribuinte é notificado caso haja alguma incoerência nas informações. A tecnologia avançada poderia servir para acompanhar as rubricas de verbas liberadas pelo governo para obras (cronograma em tempo real), pagamentos de funcionários públicos (informações cruzadas com o coletor de ponto), entre outros.

Foto: ultimasnoticias.inf.br

 

 

Nova tentativa

Em busca de solução. Parece um local mal-assombrado, o Shopping Popular. Os comerciantes só veem uma solução para superar o abandono que passam: um posto do Na Hora naquela instalação.  Por enquanto, só um posto do Detran leva movimento.

Foto: facebook.com/ShoppingPopularDeBrasilia

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O “staff” do sr. Jânio Quadros enviou ao presidente eleito, uma relação de 300 nomes, com dados pessoais, para a elaboração do ministério, e preenchimento de cargos de imediata confiança do futuro presidente da República. (Publicado em 19.11.1961)

 

O purgatório da Igreja

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Foto: Reuters/Yara Nardi/Direitos reservados

 

Abusos sexuais, pedofilia, estupro e outras aberrações sempre existiram em instituições quer sejam religiosas ou não, desde que o mundo é mundo. Impulsos, taras e desvios sexuais sempre se mostraram mais fortes do que qualquer instituição, lei ou obrigação humana e parecem obedecer a um tipo de comportamento que aproxima e confunde o ser racional com os animais, que agem movidos pelo instinto de sobrevivência ou de preservação.

Regras, punições e ameaças, nada parece produzir os efeitos de deter esses impulsos quando eles ocorrem. Com a Igreja católica não tem sido diferente. Os volumosos e rumorosos casos de abusos sexuais que passaram a vir à tona, a partir do final da década de setenta, embora revelem uma pequena parte dessa história de horrores, que, supostamente, parece vir acontecendo há séculos dentro das igrejas, mosteiros, orfanatos, internatos e outros lugares, dão uma mostra real de que eles sempre existiram sob o manto de um silêncio que se quer sagrado.

O problema é que encarar o gigantesco desafio de abrir ao conhecimento do público e principalmente dos fiéis, essa torrente de comportamentos repugnantes e criminosos que contaminam a Igreja, pode também servir de combustível para implodir internamente a própria Instituição, destruindo um trabalho de mais de dois mil anos na propagação do cristianismo. As descrições desses desvios de comportamentos e que a Igreja assinalaria como grande pecado estão por toda a parte, em depoimentos, livros, filmes, muitos dos quais premiados pela crítica, mostram o enorme desafio que é posto diante do Papa Francisco para salvar, livrar e separar a parte boa de sua Igreja da restante que parece estar irremediavelmente perdida.

De fato, nunca antes na história da Igreja, houve um escândalo dessa magnitude e que parece estar presente, simultaneamente, em diversos continentes e com os mesmos padrões de comportamentos, envolvendo centenas de clérigos dos mais diversos estamentos da hierarquia da Igreja. O que se sabe agora é que grande parte dessa história de abusos jamais chegará ao conhecimento do grande público, pois ocorreram em épocas remotas quando o poder da Igreja sobre a sociedade e até sobre os reis era grande e o silêncio era regra geral.

É preciso destacar, no entanto, que esse tipo de prática condenável está presente não apenas na Igreja Católica, mas em praticamente todas as outras instituições religiosas, o que mostra que essa não é, propriamente, uma condição natural da Igreja em si, mas de parte de seus membros. Onde quer que atue o ser humano, suas impressões e pegadas, para o bem e para mal, ali estarão impressas também. Mesmo antes de assumir a cadeira de Pedro, Francisco já tinha uma noção de que essa seria, ao lado da perda paulatina de fiéis para outras confissões religiosas, o grande desafio de seu pontificado.

Em fevereiro desse ano, o papa convocou uma conferência global extraordinária em Roma, para tratar esse assunto espinhoso com os bispos. O Santo Padre, com seu conhecimento da máquina da igreja, a essa altura, já tem a convicção íntima de que esse tema, por seu teor explosivo para a instituição milenar, continuaria a sofrer resistências dentro da própria máquina burocrática da Igreja, avessa, desde sempre, a tumultos e bisbilhotices mundanas.

As recorrentes acusações de que a Igreja vem, de há muito, acobertando esses crimes, é outro grande desafio para Francisco. O papa também já deve reconhecer que alas, dentro da Igreja, irão se posicionar incondicionalmente ao seu lado, nem que para isso tenha de cortar na carne a parte podre dessa instituição. Sabe também que esse é um desafio esmagador para alguém com mais de oitenta anos de vida.

Sobretudo reconhece que, diante dos relatos públicos e em todo o mundo desses abusos, muitos dos quais colocados sob os cuidados da justiça de vários países, precisam de uma resposta interna e de providências duríssimas, sob pena de manchar, de forma profunda sua administração.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.”

Magalhães Pinto

Foto: Robson de Freitas (exame.abril.com.br)

 

 

Herói nacional

Só entre 2011 e 2014, o prejuízo da Petrobrás com a corrupção chegou a R$ 89,5 bilhões. Pedro Parente, funcionário de carreira, foi chamado às pressas para recuperar o caixa.  Hoje a estatal fecha o caixa com R$ 29 bilhões de lucro.

Foto: petrobras.com.br

 

 

Alerta

Diante dos problemas da Venezuela, os casos de Paralisia Flácida Aguda (PFA) não ocupam lugar de destaque nas preocupações do governo. O alerta da Sociedade Brasileira de Pediatria foi dado a partir da divulgação da Sociedade Venezuelana de Saúde Pública, sobre o caso entre a etnia Warao do município de Tucupita.

Foto: Elaíze Farias/Amazônia Real

 

 

Abusivos

Disse o advogado Mario Rodrigues de Lima que se o “Estado estiver disposto a adotar um Ato Administrativo, e tal vontade se choca com o interesse de um particular, o Estado sempre se beneficiará de condição de supremacia, sendo certo então que seu interesse irá se sobrepor em relação ao interesse do agente privado”. Basta ver a intromissão do Estado na transferência de imóveis entre particulares. A arrecadação do ITBI ou ITCD se dá sem nenhuma contribuição da parte do Estado na construção do patrimônio. Diz-se apenas pelo termo “transmissão” que foi empregado no texto constitucional define a partir daí a competência impositiva municipal ou distrital.

Charge: Miguel Mendes

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Vai mal, o ensino no Rio. 2.500 candidatas concorrerão a 70 vagas no Instituto de Educação. (Publicado em 19.11.1961)