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Temos muito ainda que avançar para sermos um país respeitado e exemplo para o mundo
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
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Para um país em que a cada dez habitantes cinco são do sexo feminino, fica difícil entender e mais ainda explicar o baixo índice de participação das brasileiras no processo político eleitoral. O normal seria que a metade das cadeiras no parlamento fosse delas. A questão assume caráter ainda mais complicado quando se percebe que essa distorção não é provocada pelo desinteresse das mulheres sobre os destinos políticos do país, como muitos não se cansam de repetir. Existe esse interesse e ele chega, em algumas situações, a ser maior, inclusive, que o demonstrado pela ala masculina dos brasileiros.
O que, de fato, tem ocorrido com essa desproporção na representação por sexos entre mulheres e homens nos partidos é que, infelizmente, a maioria das legendas que participam dos pleitos eleitorais a cada quatro anos são, invariavelmente, comandadas por homens. São esses caciques, que agindo como verdadeiros donos das siglas, determinam as vagas que serão oportunizadas para a participação feminina. O pior é que, como ficaram demonstradas por investigações feitas, ainda de forma preliminar sobre as últimas eleições, muitas mulheres foram simplesmente usadas como laranjas para as movimentações e locações irregulares dos recursos partidários.
Os partidos, que deveriam investir o mínimo de 5% do Fundo Partidário, na promoção política das mulheres entre 2010 e 2018, simplesmente usaram esses recursos para turbinar candidaturas dos homens e daqueles indivíduos, escolhidos a dedo pela direção das legendas, burlando a lei, fraudando a justiça eleitoral e, de quebra, enganando os eleitores de todo o país. Acima de tudo, essa manobra malandra representou uma afronta direta e um desrespeito à toda cidadã brasileira, mostrando até onde esses partidos são capazes de descer para fazer valer seus propósitos.
Apenas por essa manobra sem ética, num país sério, essas legendas seriam exemplarmente punidas, inclusive com a cassação do registro partidário. Mas estamos no Brasil do realismo fantástico, onde uma coisa pode ser avessa, num passe de mágica. Com a perspectiva de virem a ser punidos pela justiça eleitoral, com a chance de terem recusadas suas prestações de contas, os mesmos legisladores que criaram a lei que incentiva um mínimo de 30% de mulheres nos pleitos eleitorais acabam de levar à sanção presidencial uma espécie de contraproposta, que anistia o não cumprimento dessa regra, livrando os partidos e seus dirigentes de punição.
Antigamente, tal atitude era classificada com o ditado: “desfez com os pés, o que foi feito pelas mãos”, querendo significar uma reação bruta contra o que foi construído com trabalho e empenho. A anistia aprovada agora pelo presidente Bolsonaro, depois de negá-la de forma incisiva, demonstra o quanto ainda temos que avançar em civilização e ética até alcançarmos o patamar de país respeitado pelo mundo.
A frase que foi pronunciada:
“A participação efetiva das mulheres na política, ao mesmo tempo em que é uma forma de garantia da própria igualdade de gênero, também se constitui em um alicerce sobre o qual é possível almejar transformações mais profundas nas estruturas da nossa sociedade.”
Nota assinada pela Comissão Nacional da Mulher Advogada, a Comissão Especial de Estudo da Reforma Política e a Comissão Especial de Direito Eleitoral do Conselho Federal da OAB
Encontro
Na Comissão de Direitos Humanos do Senado, audiência sobre violência sexual contra vulneráveis, estava presente a delegada federal, Paula Mary Albuquerque, chefe da Delinst/RJ.
Capacitação
Uma das observações da Dra. Paula Mary é que nem hospitais ou escolas de todo o país estão prontos para tomar a atitude certa em casos suspeitos de abuso sexual. A capacitação de profissionais da área de saúde e educação é um passo importante.
De volta
Outro dado fundamental trazido nessa reunião é que os criminosos sexuais são reincidentes. Quando as autoridades conseguem prender, em 4 anos já estão de volta para a sociedade. Geralmente buscam uma nova chance em escolas para manter os mesmos crimes.
Inépcia
Segundo informações da delegada Paula Mary, casos de abuso sexual em escolas geralmente são encerrados com a demissão do criminoso e o silêncio da direção.
Interligados
Dentro de uma perspectiva de política pública sobre o assunto, a delegada Paula Mary sugere que seja montada uma teia de comunicação que comece nas delegacias municipais, estaduais e federais; todas interligadas. As folhas de antecedentes criminais de um estuprador registradas em um município não chegam ao conhecimento da delegacia estadual nem de outros municípios, dando ao criminoso mais liberdade de agir. A legislação deve proteger a criança e não o estuprador. Por isso, um banco nacional com dados dos criminosos sexuais deveria ser formado e disponibilizado para consulta (pelo menos de autoridades).
Educar
Dra. Paula Mary reforça o perigo de uma criança ficar sozinha navegando pela Internet. Os criminosos não descansam e os pais só conseguem descansar se conseguirem a confiança dos filhos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O supermercado UV-1 dispõe apenas de sacos pequenos, e por isto, as filas ainda são maiores, atualmente. (Publicado em 21.11.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Criado em 1990, por indução do próprio Partido dos Trabalhadores, o Foro de São Paulo transformou-se numa conferência periódica de partidos e organizações de esquerda que, desde então, vêm buscando meios e alternativas de transformar e promover a integração latino-americana para inserir o continente e adjacências no ideário e na cartilha que orienta essa matiz política, visando, entre outras propostas, o controle supranacional de toda a América do Sul e Caribe, de acordo com a ideologia comunista.
No jargão próprio, o FSP objetiva a “unidade de ação na luta anti-imperialista”. Obviamente que um Foro com essa natureza e propostas, muitas delas fincadas em ideais correntes nos anos sessenta, só poderia reunir a nata das atuais ditaduras que ainda infestam parte do continente, submetendo, arbitrariamente, seus povos à regimes de exceção, como bem ilustram hoje os casos da Venezuela, Nicarágua e Cuba, consideradas, ao lado da Coreia do Norte, as mais longevas ditaduras do planeta.
Quis o destino, com ajuda de parcela da justiça brasileira que ainda funciona a contento, que duas de suas maiores estrelas não estivessem presente nessa XXIV edição ocorrida na cidade de Havana, Cuba. Fidel Castro, faleceu em novembro de 2016 e Lula encontra-se preso, condenado, em uma das várias ações que responde, a doze anos por corrupção e lavagem de dinheiro. Mesmo ausente, o grande paladino da atual esquerda brasileira foi muito citado no FSP de Havana, que criticou a “condenação e a prisão sem provas de Lula para impedir sua candidatura à presidência da República.”
Essa versão corrente na narrativa dos petistas foi, estrategicamente, implantada na reunião pela ex-presidente Dilma e pela atual dirigente do PT, Gleisi Hoffmann, que em foto aparecem sorridentes e com um cartaz ilustrativo dessa patranha. No texto da Declaração Final de Havana, a América Latina já aparece como vítima do que chamam de “ofensiva reacionária, conservadora e restauradora do neoliberalismo” no qual os EUA, comandando o capitalismo transnacional, é, como sempre, o grande algoz do continente. No documento também citam retrocessos promovidos por “golpes parlamentares e judiciais”, numa clara menção ao que pregam sobre o ocorrido com o impeachment “da ex-presidente Dilma.
Não por acaso, as expressões contidas na Declaração Final citam os mesmos chavões repetidos aqui no Brasil, como, “direita imperial”, “oligarquias subordinadas”, “classes dominantes”, “forças imperantes”, “golpe parlamentar”, “julgamento midiático”, “direita conservadora”, “agenda neoliberais” e diversas outras frases ossificadas que compõem o recital das esquerdas em toda a parte. No texto entre as ações que pregam para barrar o avanço de outras frentes, estão a necessidade de se “examinar criticamente o caminho andado, reunificar forças e renovar forças para seguir construindo os consensos que a ofensiva em curso da direita exige.” Para tanto, conclamaram a “um exercício prático do internacionalismo entre todas as forças de esquerda da América Latina e do Caribe, da Ásia, África, Europa e América do Norte.”
Lembrando que a América Latina e o Caribe continuam em luta, terminam o texto conclamando o velho chavão “Hasta la victoria siempre.” Tirem suas conclusões sobre esse passeio à Disneylândia das esquerdas, diretamente do túnel do tempo.
A frase que foi pronunciada:
“A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente.”
George Bernard Shaw
Pesado
Um dossiê sobre uma rede de abuso sexual, com mais de mil páginas, foi entregue ao senador Magno Malta. Trata-se de uma suposta omissão em investigações que podem ter envolvidos políticos, religiosos e educadores.
Futuro no passado
Enquanto os candidatos a cargos públicos buscam vices e apoios, os eleitores vão assistindo, no Youtube, campanhas políticas passadas para acompanhar o que cumpriram ou não.
Da região
Solução para a merenda escolar é passar a valorizar a agricultura familiar da região. O assunto foi discutido na Comissão de Educação do Senado. A proposta da senadora Rose de Freitas é ampliar de 30% para 50% a parcela dos recursos federais para o Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Valor
Por falar nisso, em uma viagem a Natal, o visitante queria saber a razão de não servirem caju no café da manhã, sendo que a área estava rodeada de cajueiros carregados. A moça que servia os turistas respondeu: “Quem vai querer isso?” Um exemplo simples que mostra como não valorizamos o que temos.
Ataques
Dados dos Tribunais de Justiça, Ministérios Públicos e Polícias Civil e Federal mostram que, em 2017, 57 pessoas que lutavam pelo meio ambiente ou por terra foram assassinadas.
E se
Jofran Frejat tem colhido muita informação com o fato de ter desistido de concorrer ao GDF. São dados importantes e que serão fundamentais para um futuro bem próximo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O impeachment do sr. Carlos Lacerda ainda não foi votado porque os deputados estaduais da Guanabara só falam nas transmissões dos jogos de futebol pela TV. (Publicado em 26.10.1961)