Cuidado, ilusões e fantasias

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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JK? / Foto: Ivan Mattos

 

           Sem engano: a melhor e mais eficaz maneira de comemorar os 62 de Brasília não é tecendo loas e congratulações melodiosas pelas seis décadas de fundação da capital de todos os brasileiros. Melhor do que todo o tipo de foguetório e comemorações é a população e, principalmente, os políticos, empresários e outros próceres da cidade tomarem consciência e, mais do que isso, tomarem prumo sobre a importância e urgência de salvar a capital da especulação imobiliária, da degradação progressiva de muitas áreas dentro do perímetro urbano, da invasão de terras públicas, da violência que todo dia deixa, ao menos, algumas famílias de brasilienses enlutadas e da falta de compromisso de muitos com o tombamento do Plano Piloto.

              Essa coluna que, desde as primeiras horas de abril de 1960, vem empreendendo essa incansável cruzada em defesa da concepção original da cidade, sem tergiversações e sem as costumeiras bajulações dos poderosos locais, vem nessa data, mais uma vez, alertar os brasilienses que para aqui vieram nos primeiros anos de construção da cidade e para as gerações posteriores que aqui encontraram um lugar para viver, para criar seus filhos e para crescer profissionalmente, que não baixem a guarda em defesa da cidade, de seus valores e de sua história singular.

        Temos, em nossas mãos, uma herança magnífica e única, que nos foi legada por candangos, muitos, inclusive, desconhecidos e anônimos. Todos eles liderados por uma radiação ímpar de esperança e ânimo, impossível de estarem juntos em um só tempo e lugar, hoje em dia, e que tornaram possível erguer essa cidade, numa área antes esquecida e remota do país.

             Mais do que comemorar, devemos estar prontos para proteger e manter um patrimônio que é de todos nós e que não pode ser replicado mais em tempo algum. A tarefa que caberá às novas gerações que aqui estão é imensa e se estende não apenas pelo Plano Piloto, Administrações Regionais e outras áreas do entorno mais distantes. É preciso levar nosso cuidado para além do quadrilátero da capital, pensar nas bacias hidrográficas e sua preservação. Não pode existir cidade onde não há água.

          Precisamos de união para defender a preservação de nossos parques naturais, tanto os próximos como os que se encontram a quilômetros da capital. Temos a urgência de lutar pela manutenção da área original do Parque da Chapada dos Veadeiros contra a especulação imobiliária e contra a invasão de terras nativas por grileiros, garimpeiros e todo o tipo de predadores, muitos dos quais residentes em Brasília. Temos que nos unir para a manutenção do Parque Nacional de Brasília, impedindo sua degradação, feita pelas bordas e de modo contínuo. Temos muito mais que trabalhar para manter o que temos em mãos do que comemorar e depois esquecer. Cena rara para quem acompanha a capital do país desde o nascimento: ver políticos locais erguendo a bandeira da preservação da cidade com a qualidade planejada por seus idealizadores.

             Essa é uma missão que parece caber apenas aos que aqui vivem, desde o barro vermelho, e entendem que esse é um destino que não podemos abrir mão. Como uma senhorinha, que agora vai adentrando a terceira idade de existência, dona Brasília precisa de cuidados e atenção e não de ilusões e fantasias.

A frase que foi pronunciada:

Toda escola superior deveria oferecer aulas de filosofia e história. Assim fugiríamos da figura do especialista e ganharíamos profissionais capacitados a conversar sobre a vida.”

Oscar Niemeyer

Sob a batuta de Lúcio Costa, Oscar se diverte grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 (evblogaleria.blogspot.com)

 

Economia

Até agora, pouca repercussão na imprensa brasileira sobre a iniciativa do presidente francês, Emmanuel Macron, publicada no jornal oficial, sobre a abolição do corpo diplomático. Políticos e funcionários públicos estão em polvorosa. Por volta de 800 altos funcionários do Ministério das Relações Exteriores são afetados por esta medida. Os executivos da categoria serão incentivados a mudar para o novo órgão interministerial, sem muita visibilidade no restante de sua carreira. Muitos deles criticam essa medida e denunciam um “rebaixamento da diplomacia francesa”. Se a moda pega…

Foto: Guillaume Horcajuelo/ EFE

Arte

Até o dia 31 de julho, a comunidade brasiliense poderá visitar a mostra Poema em Cartaz sob a curadoria de Newton Lima, na Biblioteca Nacional. De segunda a sexta, sempre das 8h às 20h. Nos fins de semana, às 14h.

Foto: cultura.df.gov

 

PL 735/22

Proposta do deputado federal tocantinense, Carlos Henrique Gaguim, fundamentado em estudo da Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais, cria o Selo Investimento Verde, que seria práticas sustentáveis no âmbito do mercado financeiro e de capitais brasileiros. O projeto também estimula acesso aos recursos federais de programas de crédito a instituições que receberem o Selo Investimento Verde. Esse é o projeto de Lei 735/22.

Carlos Henrique Gaguim. Foto: camara.leg

Ibama

Coronel Chrisóstomo divulgou, em discurso na Voz do Brasil, dados do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos. Veja, a seguir, a quantidade e o destino de eletroeletrônicos, baterias, latas, entre outros objetos em desuso.

Coronel Chrisóstomo. Foto: camara.leg

–> O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (PL – RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sra. Presidente, estou muito grato por esta oportunidade. Estou acabando de chegar de um encontro no Ministério do Meio Ambiente, mais especificamente, no IBAMA, a que fui para tratar do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos. Foi um encontro muito importante para que o Brasil tome conhecimento do que está sendo feito quanto ao meio ambiente. Eu vou ler, Brasil e Rondônia, exatamente o que foi tratado lá. Atenção, mundo do meio ambiente! Lata de alumínio: 98,7%; 409 mil toneladas; 33 bilhões de latas recicladas. Novo recorde. Óleo lubrificante usado: 566 milhões de litros coletados — coletados! — e enviados para reciclagem. Novo recorde. Embalagem de defensivos agrícolas: 53,5 mil toneladas de embalagens recicladas. Novo recorde. Processamento de cimento: substituição de 28% de coque de petróleo por resíduos sólidos. Novo recorde. O setor utilizou 2 milhões de toneladas de resíduos como combustível, das quais, 200 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos, na forma de combustível derivado de resíduos. Eletroeletrônicos: 3.417 pontos de entregas voluntárias implantados, com 1.244 toneladas coletadas e enviadas para reciclagem. Novo recorde. Medicamentos vencidos: implantação de mais de 3.634 PEVs — pontos de entrega voluntária, aonde, voluntariamente, as pessoas vão entregar os medicamentos. Novo recorde. Baterias automotivas: 99%; 272 mil toneladas de baterias recicladas e enviadas para reciclagem; 15.548.316 baterias, o que apresentou maior autonomia para o País, que não precisou importar 144.477 toneladas de chumbo. Novo recorde. Todos os sistemas acima, com exceção dos que dizem respeito a embalagens e a defensivos, foram implantados ou aprimorados, por meio de atos normativos, durante a nova gestão. Parabéns para o Governo Bolsonaro, que está tratando o meio ambiente da melhor forma possível!

 

História de Brasília

Diz o deputado Ernani Sátiro, que o garção teria oferecido ao embaixador vinho do sul de Minas e teria, ainda, recebido do sr. Afonso Arinos, esta declaração: “não, quero do Rio rande, que manda mais…” (Publicada em 21.02.1962)